No primeiro tempo, o Palmeiras até que foi razoável. Ficou na base do meio alice, meio muzzarela. Tomou susto com o gol do Figueira aos 7 minutos (Carlos Alberto, em vacilo de Prass), mas reagiu logo e empatou aos 11 (Gabriel, num bonito chute de fora da área). Em seguida, equilibrou e o jogo ficou lá e cá. Sem muita emoção, tampouco com sonolência.
Na etapa final, deu nova demonstração de que pode tirar o sono e a paciência do público. Nem tanto pelo gol de Thiago Santana (aos 18) que significou a segunda derrota em seis jogos no Brasileiro (mais três empates e apenas uma vitória). Mais pela fragilidade, inconsistência, falta de apetite, de pontaria, de tranquilidade.
O Palmeiras foi horroroso, um amontoado em campo. A troca de passes, em vez de ser um requinte tático, estratégia de jogo, não passou de falta de saber o que fazer. Como sempre, ninguém chutou, não houve um que tomasse a iniciativa de liderar. Dudu, aquele do chapéu nos rivais, Kelvin, Arouca, Rafael Marques, Cristaldo, Zé Roberto... Ninguém chuta!
A impressão é a de que cada jogador palestrino trata de tocar a bola pro companheiro pra se livrar dela. Todo mundo com medo. Vai ver é item do contrato: atleta do Palmeiras se compromete a não finalizar. Não tem obrigação disso. Toca de lado e está tudo em ordem.
Oswaldo impassível à beira do gramado, olhar divagando, como se de um momento para outro viria o estalo de gênio, a solução para os problemas. E nada acontece. Ou antes, acontece sim: outra derrapada verde e mais um degrau ladeira abaixo. O Figueira não tem nada com isso e, dentro das limitações, ganhou outra como mandante e passou o próprio Palmeiras.
Palmeiras, o clube que mais contrata no Brasil. Deve ter uns 50 no elenco. Só falta ter time.