Mais do que um roteiro de aventura, o Caminho do Sol se tornou uma viagem feminina - em vários sentidos. A começar pelo fator numérico. Ao longo de seus quase nove anos de existência, o percurso de 241 quilômetros, que sai de Santana de Parnaíba e acaba 11 dias depois em Águas de São Pedro, ganhou adesão maciça das mulheres: atualmente elas são maioria entre os caminhantes - 70%. Com mochila nas costas e cajado na mão, elas encaram com bravura dores musculares, bolhas nos pés e uma infinidade de obstáculos, principalmente os emocionais.
Para espanto geral, os homens desistem desse desafio - realizado em áreas rurais do interior paulista - mais facilmente do que elas. É o que garante o idealizador do Caminho do Sol, José Palma. "Embora o índice de desistência seja baixo no geral, essas peregrinas superam as dificuldades com muita garra para chegar até o fim", observa. "Os homens sofrem mais para se adaptar às adversidades."
Cerca de 10 mil pessoas já se aventuraram na empreitada. Novos interessados já podem começar a se preparar para a melhor época de realizar esse programa: o segundo semestre. Período de pouca chuva e com calor ameno. Entre a legião de andarilhas, muitos são os motivos que levam ao Caminho do Sol. O principal deles, explica Palma, é a maior disposição para uma viagem interior, em busca do autoconhecimento.