Atletas mulheres recebem pouca atenção da mídia. Essas atletas olímpicas querem mudar isso


Alex Morgan, Sue Bird, Simone Manuel e Chloe Kim se uniram para criar a TOGETHXR, uma empresa de mídia e comércio projetada para dar mais voz às mulheres

Por Kevin Draper e Talya Minsberg
Atualização:

Os últimos anos têm sido muito agitados para Alex Morgan. Ela se tornou campeã da Copa do Mundo (de novo), a principal autora de um processo contra seu empregador alegando desigualdade salarial e, no meio de uma pandemia, a mãe de uma garotinha, Charlie. E, em breve, ela ganhará mais títulos: magnata da mídia e empresária.

Alex, Sue Bird, Simone Manuel e Chloe Kim se uniram para fundar a TOGETHXR, que elas descrevem como uma empresa de mídia e comércio projetada para dar mais voz às mulheres, mas não exclusivamente dentro dos esportes. Esse é o primeiro passo delas no mundo em rápido crescimento das empresas de mídia fundadas por atletas, como o The Players Tribune (de Derek Jeter), UNINTERRUPTED (de LeBron James) e Thirty Five Ventures (de Kevin Durant), entre outros.

Alex Morgan é a idealizadora do projeto Foto: Arquivo Pessoal/Alex Morgan
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"Isso vai ser algo que realmente quebrará barreiras", disse Alex no mês passado, um dia depois de ter disputado sua segunda partida de futebol internacional em quase 20 meses na SheBelieves Cup. "Algo que cria uma comunidade e uma plataforma de atletas mulheres para atletas mulheres que nunca foi feito antes."

Alex se juntou a um conjunto diversificado de atletas que encontraram adoração popular por suas performances vencedoras nos esportes. Sue tem quatro títulos do campeonato WNBA e quatro medalhas de ouro olímpicas. Simone fez história nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016, levando para casa quatro medalhas e se tornando a primeira mulher negra a vencer uma prova individual de natação olímpica. E nas Olimpíadas de Pyeongchang de 2018, Chloe se tornou a mais jovem medalhista de ouro de snowboard halfpipe. (Muitos acreditavam que Chloe poderia estar na disputa pelo mesmo título em 2014, mas aos 13 anos ela era muito jovem para se qualificar.)

As fundadoras acreditam, ou certamente esperam, que estão começando a TOGETHXR em um momento decisivo para os esportes femininos. As ligas de futebol feminino estão crescendo em toda a Europa, as demandas de justiça social das jogadoras da WNBA deram à liga uma plataforma como nunca antes e organizações com novos modelos, como as ligas de vôlei e softball da Athletes Unlimited, estão sendo lançadas.

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"Há mais investimento e audiência conscientes, o compromisso está crescendo, a retórica cultural está presente e a importância dessas mulheres usando suas plataformas para afetar literalmente a mudança política e cultural está em alta", disse Jessica Robertson, diretora de conteúdo da TOGETHXR. "E esta marca está ao lado ou talvez um pouco atrás, seguindo os passos desse movimento."

 

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As fundadoras também entendem o poder e a influência que exercem e estão ansiosas para compartilhar o microfone e contar a história de outras pessoas. A empresa "é menos sobre mim, menos sobre Alex, menos sobre Chloe, menos sobre Simone", disse Sue. "A cobertura da mídia para nós quatro pode sempre melhorar porque, obviamente, estamos falando a respeito da falta de cobertura da mídia que existe para atletas mulheres. Mas não é sobre nós - é sobre a próxima geração."

Um dos primeiros projetos da TOGETHXR é uma série de vídeos sobre a campeã nacional de boxe Chantel "Chicanita Navarro, de 17 anos, no Youtube. É o tipo de matéria que entusiasma Sue. "Não sei muito a respeito de boxe, não sei muito sobre Chantel e, portanto, mesmo para alguém como eu, é empolgante que exista uma maneira de essa história ser contada", disse ela.

A TOGETHXR é apoiada financeiramente com um "investimento de sete dígitos" da Magnet Companies, uma holding de private equity fundada por veteranos da mídia. Jessica disse que a empresa espera criar conteúdo original e fazer parcerias com plataformas de mídia social, formar acordos de licenciamento e vender mercadorias. O público-alvo são meninas e mulheres jovens interessadas em esportes, além de temas como ativismo, cultura, bem-estar e beleza.

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Uma grande vantagem em potencial é a diferença óbvia entre a TOGETHXR e a maioria das outras empresas de mídia fundadas por atletas: esta foi fundada por mulheres.

Atletas homens, quer decidam criar suas próprias empresas de mídia ou não, são cobertos incessantemente pela imprensa. Mas as atletas mulheres de ponta têm apenas pouco espaço na mídia, especialmente aquelas como Chloe e Simone, que são vistas no frenesi da mídia nas Olimpíadas por duas semanas e, em seguida, quase sempre desaparecem dos veículos pelos próximos quatro anos.

Quando eu era criança, não tinha pôsteres de atletas mulheres, e isso não era porque eu não acompanhava esportes

Alex Morgan, Jogadora de futebol

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"Quando eu era criança, não tinha pôsteres de atletas mulheres, e isso não era porque eu não acompanhava esportes", disse Alex. "Eu simplesmente não conhecia o suficiente a respeito de atletas mulheres para colocá-las na minha parede e idolatrá-las."

Atletas mulheres também podem ser assuntos mais interessantes do que atletas homens, em parte porque têm que ser. Salários de milhões de dólares, comuns nos esportes masculinos, estão quase ausentes nos esportes femininos, a menos que seu nome seja Serena Williams. Elas têm de lutar por migalhas de atenção da mídia.

"Não temos US$ 40 milhões economizados no banco para vivermos por muito tempo", disse Alex. "Não temos patrocínios de milhões de dólares com uma empresa de calçados. Como atleta mulher, você tem de ser mais do que uma atleta mulher." Jessica diz que a TOGETHXR será uma marca de "identidade", que ela falará sobre a ideia de mulheres jovens como pessoas com vários trabalhos importantes ao mesmo tempo. "Alex não é apenas uma jogadora de futebol incrível, mas também uma mãe, ativista, empresária e acadêmica", diz ela.

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Não temos patrocínios de milhões de dólares com uma empresa de calçados. Como atleta mulher, você tem de ser mais do que uma atleta mulher

Alex Morgan, Jogadora de futebol

Os esportes femininos, não por culpa das atletas, também são inerentemente políticos e politizados, assim como os corpos das mulheres. Para Simone, que passou grande parte do treinamento durante a pandemia para a próxima Olimpíada em uma piscina de quintal, todas as maneiras complicadas pelas quais as mulheres têm de abrir caminho pelos esportes e pelo mundo as fazem dizer que estão "morrendo de vontade de contar essas histórias".

Isso também pode significar que elas têm histórias mais interessantes para contar - Simone quer contar histórias relacionadas a cabelos negros, saúde mental, minorias na natação e talvez culinária - do que atletas homens que podem começar a se concentrar em uma carreira multimilionária quando têm 14 anos e começar seu treinamento de mídia aos 16 anos.

Por ser mulher, dizem que você é demais ou não o suficiente para qualquer coisa, o tempo todo, especialmente nos esportes

Simone Manuel, Nadadora americana

"Por ser mulher, dizem que você é demais ou não o suficiente para qualquer coisa, o tempo todo, especialmente nos esportes", disse Simone. "É uma percepção que nem está arraigada, é um subproduto. Se estamos falando literalmente de oportunidades financeiras, você tem de se dimensionar porque não há respeito suficiente pelas mulheres atletas e os desempenhos atléticos delas."

O sucesso da TOGETHXR pode parecer muitas coisas diferentes, mas para as fundadoras, está enraizado na mudança desse paradigma. "Não saberemos até no futuro olharmos para trás e nos perguntarmos se estávamos certas", disse Jessica. "A cobertura da mídia cresceu? Os salários mudaram? De quem são as histórias que destacamos e com que frequência as estamos destacando?". /TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

Os últimos anos têm sido muito agitados para Alex Morgan. Ela se tornou campeã da Copa do Mundo (de novo), a principal autora de um processo contra seu empregador alegando desigualdade salarial e, no meio de uma pandemia, a mãe de uma garotinha, Charlie. E, em breve, ela ganhará mais títulos: magnata da mídia e empresária.

Alex, Sue Bird, Simone Manuel e Chloe Kim se uniram para fundar a TOGETHXR, que elas descrevem como uma empresa de mídia e comércio projetada para dar mais voz às mulheres, mas não exclusivamente dentro dos esportes. Esse é o primeiro passo delas no mundo em rápido crescimento das empresas de mídia fundadas por atletas, como o The Players Tribune (de Derek Jeter), UNINTERRUPTED (de LeBron James) e Thirty Five Ventures (de Kevin Durant), entre outros.

Alex Morgan é a idealizadora do projeto Foto: Arquivo Pessoal/Alex Morgan

"Isso vai ser algo que realmente quebrará barreiras", disse Alex no mês passado, um dia depois de ter disputado sua segunda partida de futebol internacional em quase 20 meses na SheBelieves Cup. "Algo que cria uma comunidade e uma plataforma de atletas mulheres para atletas mulheres que nunca foi feito antes."

Alex se juntou a um conjunto diversificado de atletas que encontraram adoração popular por suas performances vencedoras nos esportes. Sue tem quatro títulos do campeonato WNBA e quatro medalhas de ouro olímpicas. Simone fez história nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016, levando para casa quatro medalhas e se tornando a primeira mulher negra a vencer uma prova individual de natação olímpica. E nas Olimpíadas de Pyeongchang de 2018, Chloe se tornou a mais jovem medalhista de ouro de snowboard halfpipe. (Muitos acreditavam que Chloe poderia estar na disputa pelo mesmo título em 2014, mas aos 13 anos ela era muito jovem para se qualificar.)

As fundadoras acreditam, ou certamente esperam, que estão começando a TOGETHXR em um momento decisivo para os esportes femininos. As ligas de futebol feminino estão crescendo em toda a Europa, as demandas de justiça social das jogadoras da WNBA deram à liga uma plataforma como nunca antes e organizações com novos modelos, como as ligas de vôlei e softball da Athletes Unlimited, estão sendo lançadas.

"Há mais investimento e audiência conscientes, o compromisso está crescendo, a retórica cultural está presente e a importância dessas mulheres usando suas plataformas para afetar literalmente a mudança política e cultural está em alta", disse Jessica Robertson, diretora de conteúdo da TOGETHXR. "E esta marca está ao lado ou talvez um pouco atrás, seguindo os passos desse movimento."

 

As fundadoras também entendem o poder e a influência que exercem e estão ansiosas para compartilhar o microfone e contar a história de outras pessoas. A empresa "é menos sobre mim, menos sobre Alex, menos sobre Chloe, menos sobre Simone", disse Sue. "A cobertura da mídia para nós quatro pode sempre melhorar porque, obviamente, estamos falando a respeito da falta de cobertura da mídia que existe para atletas mulheres. Mas não é sobre nós - é sobre a próxima geração."

Um dos primeiros projetos da TOGETHXR é uma série de vídeos sobre a campeã nacional de boxe Chantel "Chicanita Navarro, de 17 anos, no Youtube. É o tipo de matéria que entusiasma Sue. "Não sei muito a respeito de boxe, não sei muito sobre Chantel e, portanto, mesmo para alguém como eu, é empolgante que exista uma maneira de essa história ser contada", disse ela.

A TOGETHXR é apoiada financeiramente com um "investimento de sete dígitos" da Magnet Companies, uma holding de private equity fundada por veteranos da mídia. Jessica disse que a empresa espera criar conteúdo original e fazer parcerias com plataformas de mídia social, formar acordos de licenciamento e vender mercadorias. O público-alvo são meninas e mulheres jovens interessadas em esportes, além de temas como ativismo, cultura, bem-estar e beleza.

Uma grande vantagem em potencial é a diferença óbvia entre a TOGETHXR e a maioria das outras empresas de mídia fundadas por atletas: esta foi fundada por mulheres.

Atletas homens, quer decidam criar suas próprias empresas de mídia ou não, são cobertos incessantemente pela imprensa. Mas as atletas mulheres de ponta têm apenas pouco espaço na mídia, especialmente aquelas como Chloe e Simone, que são vistas no frenesi da mídia nas Olimpíadas por duas semanas e, em seguida, quase sempre desaparecem dos veículos pelos próximos quatro anos.

Quando eu era criança, não tinha pôsteres de atletas mulheres, e isso não era porque eu não acompanhava esportes

Alex Morgan, Jogadora de futebol

"Quando eu era criança, não tinha pôsteres de atletas mulheres, e isso não era porque eu não acompanhava esportes", disse Alex. "Eu simplesmente não conhecia o suficiente a respeito de atletas mulheres para colocá-las na minha parede e idolatrá-las."

Atletas mulheres também podem ser assuntos mais interessantes do que atletas homens, em parte porque têm que ser. Salários de milhões de dólares, comuns nos esportes masculinos, estão quase ausentes nos esportes femininos, a menos que seu nome seja Serena Williams. Elas têm de lutar por migalhas de atenção da mídia.

"Não temos US$ 40 milhões economizados no banco para vivermos por muito tempo", disse Alex. "Não temos patrocínios de milhões de dólares com uma empresa de calçados. Como atleta mulher, você tem de ser mais do que uma atleta mulher." Jessica diz que a TOGETHXR será uma marca de "identidade", que ela falará sobre a ideia de mulheres jovens como pessoas com vários trabalhos importantes ao mesmo tempo. "Alex não é apenas uma jogadora de futebol incrível, mas também uma mãe, ativista, empresária e acadêmica", diz ela.

Não temos patrocínios de milhões de dólares com uma empresa de calçados. Como atleta mulher, você tem de ser mais do que uma atleta mulher

Alex Morgan, Jogadora de futebol

Os esportes femininos, não por culpa das atletas, também são inerentemente políticos e politizados, assim como os corpos das mulheres. Para Simone, que passou grande parte do treinamento durante a pandemia para a próxima Olimpíada em uma piscina de quintal, todas as maneiras complicadas pelas quais as mulheres têm de abrir caminho pelos esportes e pelo mundo as fazem dizer que estão "morrendo de vontade de contar essas histórias".

Isso também pode significar que elas têm histórias mais interessantes para contar - Simone quer contar histórias relacionadas a cabelos negros, saúde mental, minorias na natação e talvez culinária - do que atletas homens que podem começar a se concentrar em uma carreira multimilionária quando têm 14 anos e começar seu treinamento de mídia aos 16 anos.

Por ser mulher, dizem que você é demais ou não o suficiente para qualquer coisa, o tempo todo, especialmente nos esportes

Simone Manuel, Nadadora americana

"Por ser mulher, dizem que você é demais ou não o suficiente para qualquer coisa, o tempo todo, especialmente nos esportes", disse Simone. "É uma percepção que nem está arraigada, é um subproduto. Se estamos falando literalmente de oportunidades financeiras, você tem de se dimensionar porque não há respeito suficiente pelas mulheres atletas e os desempenhos atléticos delas."

O sucesso da TOGETHXR pode parecer muitas coisas diferentes, mas para as fundadoras, está enraizado na mudança desse paradigma. "Não saberemos até no futuro olharmos para trás e nos perguntarmos se estávamos certas", disse Jessica. "A cobertura da mídia cresceu? Os salários mudaram? De quem são as histórias que destacamos e com que frequência as estamos destacando?". /TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

Os últimos anos têm sido muito agitados para Alex Morgan. Ela se tornou campeã da Copa do Mundo (de novo), a principal autora de um processo contra seu empregador alegando desigualdade salarial e, no meio de uma pandemia, a mãe de uma garotinha, Charlie. E, em breve, ela ganhará mais títulos: magnata da mídia e empresária.

Alex, Sue Bird, Simone Manuel e Chloe Kim se uniram para fundar a TOGETHXR, que elas descrevem como uma empresa de mídia e comércio projetada para dar mais voz às mulheres, mas não exclusivamente dentro dos esportes. Esse é o primeiro passo delas no mundo em rápido crescimento das empresas de mídia fundadas por atletas, como o The Players Tribune (de Derek Jeter), UNINTERRUPTED (de LeBron James) e Thirty Five Ventures (de Kevin Durant), entre outros.

Alex Morgan é a idealizadora do projeto Foto: Arquivo Pessoal/Alex Morgan

"Isso vai ser algo que realmente quebrará barreiras", disse Alex no mês passado, um dia depois de ter disputado sua segunda partida de futebol internacional em quase 20 meses na SheBelieves Cup. "Algo que cria uma comunidade e uma plataforma de atletas mulheres para atletas mulheres que nunca foi feito antes."

Alex se juntou a um conjunto diversificado de atletas que encontraram adoração popular por suas performances vencedoras nos esportes. Sue tem quatro títulos do campeonato WNBA e quatro medalhas de ouro olímpicas. Simone fez história nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016, levando para casa quatro medalhas e se tornando a primeira mulher negra a vencer uma prova individual de natação olímpica. E nas Olimpíadas de Pyeongchang de 2018, Chloe se tornou a mais jovem medalhista de ouro de snowboard halfpipe. (Muitos acreditavam que Chloe poderia estar na disputa pelo mesmo título em 2014, mas aos 13 anos ela era muito jovem para se qualificar.)

As fundadoras acreditam, ou certamente esperam, que estão começando a TOGETHXR em um momento decisivo para os esportes femininos. As ligas de futebol feminino estão crescendo em toda a Europa, as demandas de justiça social das jogadoras da WNBA deram à liga uma plataforma como nunca antes e organizações com novos modelos, como as ligas de vôlei e softball da Athletes Unlimited, estão sendo lançadas.

"Há mais investimento e audiência conscientes, o compromisso está crescendo, a retórica cultural está presente e a importância dessas mulheres usando suas plataformas para afetar literalmente a mudança política e cultural está em alta", disse Jessica Robertson, diretora de conteúdo da TOGETHXR. "E esta marca está ao lado ou talvez um pouco atrás, seguindo os passos desse movimento."

 

As fundadoras também entendem o poder e a influência que exercem e estão ansiosas para compartilhar o microfone e contar a história de outras pessoas. A empresa "é menos sobre mim, menos sobre Alex, menos sobre Chloe, menos sobre Simone", disse Sue. "A cobertura da mídia para nós quatro pode sempre melhorar porque, obviamente, estamos falando a respeito da falta de cobertura da mídia que existe para atletas mulheres. Mas não é sobre nós - é sobre a próxima geração."

Um dos primeiros projetos da TOGETHXR é uma série de vídeos sobre a campeã nacional de boxe Chantel "Chicanita Navarro, de 17 anos, no Youtube. É o tipo de matéria que entusiasma Sue. "Não sei muito a respeito de boxe, não sei muito sobre Chantel e, portanto, mesmo para alguém como eu, é empolgante que exista uma maneira de essa história ser contada", disse ela.

A TOGETHXR é apoiada financeiramente com um "investimento de sete dígitos" da Magnet Companies, uma holding de private equity fundada por veteranos da mídia. Jessica disse que a empresa espera criar conteúdo original e fazer parcerias com plataformas de mídia social, formar acordos de licenciamento e vender mercadorias. O público-alvo são meninas e mulheres jovens interessadas em esportes, além de temas como ativismo, cultura, bem-estar e beleza.

Uma grande vantagem em potencial é a diferença óbvia entre a TOGETHXR e a maioria das outras empresas de mídia fundadas por atletas: esta foi fundada por mulheres.

Atletas homens, quer decidam criar suas próprias empresas de mídia ou não, são cobertos incessantemente pela imprensa. Mas as atletas mulheres de ponta têm apenas pouco espaço na mídia, especialmente aquelas como Chloe e Simone, que são vistas no frenesi da mídia nas Olimpíadas por duas semanas e, em seguida, quase sempre desaparecem dos veículos pelos próximos quatro anos.

Quando eu era criança, não tinha pôsteres de atletas mulheres, e isso não era porque eu não acompanhava esportes

Alex Morgan, Jogadora de futebol

"Quando eu era criança, não tinha pôsteres de atletas mulheres, e isso não era porque eu não acompanhava esportes", disse Alex. "Eu simplesmente não conhecia o suficiente a respeito de atletas mulheres para colocá-las na minha parede e idolatrá-las."

Atletas mulheres também podem ser assuntos mais interessantes do que atletas homens, em parte porque têm que ser. Salários de milhões de dólares, comuns nos esportes masculinos, estão quase ausentes nos esportes femininos, a menos que seu nome seja Serena Williams. Elas têm de lutar por migalhas de atenção da mídia.

"Não temos US$ 40 milhões economizados no banco para vivermos por muito tempo", disse Alex. "Não temos patrocínios de milhões de dólares com uma empresa de calçados. Como atleta mulher, você tem de ser mais do que uma atleta mulher." Jessica diz que a TOGETHXR será uma marca de "identidade", que ela falará sobre a ideia de mulheres jovens como pessoas com vários trabalhos importantes ao mesmo tempo. "Alex não é apenas uma jogadora de futebol incrível, mas também uma mãe, ativista, empresária e acadêmica", diz ela.

Não temos patrocínios de milhões de dólares com uma empresa de calçados. Como atleta mulher, você tem de ser mais do que uma atleta mulher

Alex Morgan, Jogadora de futebol

Os esportes femininos, não por culpa das atletas, também são inerentemente políticos e politizados, assim como os corpos das mulheres. Para Simone, que passou grande parte do treinamento durante a pandemia para a próxima Olimpíada em uma piscina de quintal, todas as maneiras complicadas pelas quais as mulheres têm de abrir caminho pelos esportes e pelo mundo as fazem dizer que estão "morrendo de vontade de contar essas histórias".

Isso também pode significar que elas têm histórias mais interessantes para contar - Simone quer contar histórias relacionadas a cabelos negros, saúde mental, minorias na natação e talvez culinária - do que atletas homens que podem começar a se concentrar em uma carreira multimilionária quando têm 14 anos e começar seu treinamento de mídia aos 16 anos.

Por ser mulher, dizem que você é demais ou não o suficiente para qualquer coisa, o tempo todo, especialmente nos esportes

Simone Manuel, Nadadora americana

"Por ser mulher, dizem que você é demais ou não o suficiente para qualquer coisa, o tempo todo, especialmente nos esportes", disse Simone. "É uma percepção que nem está arraigada, é um subproduto. Se estamos falando literalmente de oportunidades financeiras, você tem de se dimensionar porque não há respeito suficiente pelas mulheres atletas e os desempenhos atléticos delas."

O sucesso da TOGETHXR pode parecer muitas coisas diferentes, mas para as fundadoras, está enraizado na mudança desse paradigma. "Não saberemos até no futuro olharmos para trás e nos perguntarmos se estávamos certas", disse Jessica. "A cobertura da mídia cresceu? Os salários mudaram? De quem são as histórias que destacamos e com que frequência as estamos destacando?". /TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

Os últimos anos têm sido muito agitados para Alex Morgan. Ela se tornou campeã da Copa do Mundo (de novo), a principal autora de um processo contra seu empregador alegando desigualdade salarial e, no meio de uma pandemia, a mãe de uma garotinha, Charlie. E, em breve, ela ganhará mais títulos: magnata da mídia e empresária.

Alex, Sue Bird, Simone Manuel e Chloe Kim se uniram para fundar a TOGETHXR, que elas descrevem como uma empresa de mídia e comércio projetada para dar mais voz às mulheres, mas não exclusivamente dentro dos esportes. Esse é o primeiro passo delas no mundo em rápido crescimento das empresas de mídia fundadas por atletas, como o The Players Tribune (de Derek Jeter), UNINTERRUPTED (de LeBron James) e Thirty Five Ventures (de Kevin Durant), entre outros.

Alex Morgan é a idealizadora do projeto Foto: Arquivo Pessoal/Alex Morgan

"Isso vai ser algo que realmente quebrará barreiras", disse Alex no mês passado, um dia depois de ter disputado sua segunda partida de futebol internacional em quase 20 meses na SheBelieves Cup. "Algo que cria uma comunidade e uma plataforma de atletas mulheres para atletas mulheres que nunca foi feito antes."

Alex se juntou a um conjunto diversificado de atletas que encontraram adoração popular por suas performances vencedoras nos esportes. Sue tem quatro títulos do campeonato WNBA e quatro medalhas de ouro olímpicas. Simone fez história nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016, levando para casa quatro medalhas e se tornando a primeira mulher negra a vencer uma prova individual de natação olímpica. E nas Olimpíadas de Pyeongchang de 2018, Chloe se tornou a mais jovem medalhista de ouro de snowboard halfpipe. (Muitos acreditavam que Chloe poderia estar na disputa pelo mesmo título em 2014, mas aos 13 anos ela era muito jovem para se qualificar.)

As fundadoras acreditam, ou certamente esperam, que estão começando a TOGETHXR em um momento decisivo para os esportes femininos. As ligas de futebol feminino estão crescendo em toda a Europa, as demandas de justiça social das jogadoras da WNBA deram à liga uma plataforma como nunca antes e organizações com novos modelos, como as ligas de vôlei e softball da Athletes Unlimited, estão sendo lançadas.

"Há mais investimento e audiência conscientes, o compromisso está crescendo, a retórica cultural está presente e a importância dessas mulheres usando suas plataformas para afetar literalmente a mudança política e cultural está em alta", disse Jessica Robertson, diretora de conteúdo da TOGETHXR. "E esta marca está ao lado ou talvez um pouco atrás, seguindo os passos desse movimento."

 

As fundadoras também entendem o poder e a influência que exercem e estão ansiosas para compartilhar o microfone e contar a história de outras pessoas. A empresa "é menos sobre mim, menos sobre Alex, menos sobre Chloe, menos sobre Simone", disse Sue. "A cobertura da mídia para nós quatro pode sempre melhorar porque, obviamente, estamos falando a respeito da falta de cobertura da mídia que existe para atletas mulheres. Mas não é sobre nós - é sobre a próxima geração."

Um dos primeiros projetos da TOGETHXR é uma série de vídeos sobre a campeã nacional de boxe Chantel "Chicanita Navarro, de 17 anos, no Youtube. É o tipo de matéria que entusiasma Sue. "Não sei muito a respeito de boxe, não sei muito sobre Chantel e, portanto, mesmo para alguém como eu, é empolgante que exista uma maneira de essa história ser contada", disse ela.

A TOGETHXR é apoiada financeiramente com um "investimento de sete dígitos" da Magnet Companies, uma holding de private equity fundada por veteranos da mídia. Jessica disse que a empresa espera criar conteúdo original e fazer parcerias com plataformas de mídia social, formar acordos de licenciamento e vender mercadorias. O público-alvo são meninas e mulheres jovens interessadas em esportes, além de temas como ativismo, cultura, bem-estar e beleza.

Uma grande vantagem em potencial é a diferença óbvia entre a TOGETHXR e a maioria das outras empresas de mídia fundadas por atletas: esta foi fundada por mulheres.

Atletas homens, quer decidam criar suas próprias empresas de mídia ou não, são cobertos incessantemente pela imprensa. Mas as atletas mulheres de ponta têm apenas pouco espaço na mídia, especialmente aquelas como Chloe e Simone, que são vistas no frenesi da mídia nas Olimpíadas por duas semanas e, em seguida, quase sempre desaparecem dos veículos pelos próximos quatro anos.

Quando eu era criança, não tinha pôsteres de atletas mulheres, e isso não era porque eu não acompanhava esportes

Alex Morgan, Jogadora de futebol

"Quando eu era criança, não tinha pôsteres de atletas mulheres, e isso não era porque eu não acompanhava esportes", disse Alex. "Eu simplesmente não conhecia o suficiente a respeito de atletas mulheres para colocá-las na minha parede e idolatrá-las."

Atletas mulheres também podem ser assuntos mais interessantes do que atletas homens, em parte porque têm que ser. Salários de milhões de dólares, comuns nos esportes masculinos, estão quase ausentes nos esportes femininos, a menos que seu nome seja Serena Williams. Elas têm de lutar por migalhas de atenção da mídia.

"Não temos US$ 40 milhões economizados no banco para vivermos por muito tempo", disse Alex. "Não temos patrocínios de milhões de dólares com uma empresa de calçados. Como atleta mulher, você tem de ser mais do que uma atleta mulher." Jessica diz que a TOGETHXR será uma marca de "identidade", que ela falará sobre a ideia de mulheres jovens como pessoas com vários trabalhos importantes ao mesmo tempo. "Alex não é apenas uma jogadora de futebol incrível, mas também uma mãe, ativista, empresária e acadêmica", diz ela.

Não temos patrocínios de milhões de dólares com uma empresa de calçados. Como atleta mulher, você tem de ser mais do que uma atleta mulher

Alex Morgan, Jogadora de futebol

Os esportes femininos, não por culpa das atletas, também são inerentemente políticos e politizados, assim como os corpos das mulheres. Para Simone, que passou grande parte do treinamento durante a pandemia para a próxima Olimpíada em uma piscina de quintal, todas as maneiras complicadas pelas quais as mulheres têm de abrir caminho pelos esportes e pelo mundo as fazem dizer que estão "morrendo de vontade de contar essas histórias".

Isso também pode significar que elas têm histórias mais interessantes para contar - Simone quer contar histórias relacionadas a cabelos negros, saúde mental, minorias na natação e talvez culinária - do que atletas homens que podem começar a se concentrar em uma carreira multimilionária quando têm 14 anos e começar seu treinamento de mídia aos 16 anos.

Por ser mulher, dizem que você é demais ou não o suficiente para qualquer coisa, o tempo todo, especialmente nos esportes

Simone Manuel, Nadadora americana

"Por ser mulher, dizem que você é demais ou não o suficiente para qualquer coisa, o tempo todo, especialmente nos esportes", disse Simone. "É uma percepção que nem está arraigada, é um subproduto. Se estamos falando literalmente de oportunidades financeiras, você tem de se dimensionar porque não há respeito suficiente pelas mulheres atletas e os desempenhos atléticos delas."

O sucesso da TOGETHXR pode parecer muitas coisas diferentes, mas para as fundadoras, está enraizado na mudança desse paradigma. "Não saberemos até no futuro olharmos para trás e nos perguntarmos se estávamos certas", disse Jessica. "A cobertura da mídia cresceu? Os salários mudaram? De quem são as histórias que destacamos e com que frequência as estamos destacando?". /TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

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