O futuro técnico do Palmeiras viu do camarote do estádio Independência, em Belo Horizonte, o tamanho do problema que terá pela frente. Dorival Junior assume nesta sexta o cargo depois de nova atuação fraca do time na eliminação para o Alético-MG, pelas oitavas de final Copa do Brasil. A derrota por 2 a 0 é um placar magro para expressar o quanto o atual elenco é limitado e desorganizado. E sem muitas perspectivas de um futuro melhor.
O jogo pareceu reunir em campo adversários de divisões diferentes no futebol brasileiro. O seguro Atlético-MG não se acomodou com a vitória por 1 a 0 no Pacaembu e construiu o novo triunfo como bem entendeu, ao controlar e sufocar no primeiro tempo o Palmeiras a ponto de abrir 2 a 0 nos primeiros 17 minutos, mesmo desfalcado do atacante Diego Tardelli.
Porém, é necessário ressaltar que abrir tal vantagem sobre o Palmeiras não foi algo tão difícil. Logo aos 12 minutos, o estrago já tinha começado, em um gol de cabeça do zagueiro Jemerson – Fabio saiu mal do gol e caiu sentado no lance.
A desvantagem deixou o time paulista atordoado a ponto de não conseguir passar do meio-campo. A insegurança de quem precisa reagir no Campeonato Brasileiro contaminou a busca pela vaga na Copa do Brasil. Os atletas pareciam não ter entrosamento e cada um tentava criar as jogadas à sua maneira.
E o segundo gol não demorou a sair. Aos 17 minutos, Fabio desviou um cruzamento nos pés de Luan que só teve o trabalho de cutucar a bola para a rede palmeirense.
Abatido com os dois gols, o Palmeiras sucumbiu. O excesso de individualidade, passes errados e falta de criação esfacelaram o time, a ponto de fazer o Bruno César jogar quase como um volante para poder buscar jogo. Foi ele quem teve um pouco de brilho no time. No fim do primeiro tempo deu belo passe para a pequena área para Henrique, já sem goleiro, finalizar de carrinho. A bola bateu na canela dele e foi para fora.
No segundo tempo ficou claro o quanto o primeiro problema a ser resolvido no Palmeiras é a insegurança. Como o Atlético-MG se poupou, o time conseguiu trocar ao menos três passes seguidos no campo de ataque. O problema é que as tentativas não eram ousadas e a preferência recaía sobre dar passes para os lados.
Ainda assim, foi uma evolução. Mazinho ajudou a dar mais movimentação no meio e a bola passou a chegar mais ao ataque. Somente aos 21 minutos do segundo tempo o goleiro Victor precisou fazer pela primeira vez uma defesa, em nova tentativa de Henrique.
O Palmeiras brigou mais pela bola nessa segunda etapa e ajudou o jogo a ficar mais tenso. As faltas ficaram duras, o árbitro precisou até expulsar o treinador atleticano Levir Culpi.
Nos minutos finais o Alviverde foi obrigado a encarar a realidade. Escutou a torcida atleticana provocar e gritar diversas vezes "olé" e "segunda divisão". Com o adeus à Copa do Brasil, a luta contra o rebaixamento é o que resta como objetivo para o ano centenário. Da noite quinta, Dorival Junior já tirou lições do quanto será árdua essa tarefa.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-MG 2 X 0 PALMEIRAS
ATLÉTICO-MG
- Victor; Alex Silva, Jemerson, Leonardo Silva e Pedro Botelho (Emerson Conceição); Leandro Donizete, Rafael Carioca e Dátolo (Claudinei); Luan (Dodô), Carlos e Jô.
Técnico
: Levir Culpi.
PALMEIRAS
- Fábio; Weldinho, Tobio, Lúcio (Wellington) e Juninho; Renato, Marcelo Oliveira, Allione (Mazinho) e Bruno César (Cristaldo); Diogo e Henrique.
Técnico:
Alberto Valentim (interino).
GOLS -
Jemerson, aos 12, e Luan, aos 16 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO -
Paulo Henrique Godoy Bezerra (SC).
CARTÃO AMARELO
- Lúcio, Diogo, Henrique, Dátolo, Luan e Leonardo Silva.
CARTÃO VERMELHO
- Tobio.
RENDA E PÚBLICO
- Não disponíveis.
LOCAL
- Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG).