'Fui traído. Ainda sou o presidente. Eu voltarei', diz Blatter


Ele ameaça impedir eleição e diz que ainda é o mandatário da Fifa

Por Jamil Chade e correspondente em Genebra

Joseph Blatter desafiou a condenação imposta pela Fifa, alertou que o Comitê de Ética da entidade não pode destitui-lo da presidência e insinua que ele pode atrapalhar a eleição marcada para fevereiro para seu posto. "Eu voltarei", prometeu o cartola, suspenso nesta segunda-feira por oito anos do futebol. Ao chegar para sua coletiva de imprensa, com barba por fazer, olhos inchados e um curativo no rosto, Blatter mostrava outra versão do comandante que dirigiu o futebol mundial por anos. Mas o suíço tentou adotar um tom desafiador. Prometeu recorrer da decisão e escolheu realizar o encontro com a imprensa na antiga sede da Fifa, numa espécie de tentativa de mostrar que foi ele que construiu a entidade.

"Fui traído. Eu ainda sou o presidente da Fifa, mesmo afastado", disse em tom provocador. "Só o Congresso da Fifa pode me afastar, não esse Comitê. Eles não têm esse direito. Criamos o Comitê para lidar com ética. Mas se eles tentam barrar evidências, cometem uma violação de direitos humanos", disse.

continua após a publicidade

Retrospectiva 2015 - Corrupção no futebol

1 | 2

Escândalo na Fifa

Foto: Ruben Sprich/Reuters
2 | 2

Ricardo Teixeira acusa J. Hawilla

Foto: Paulo Giandalia/Estadão

 

continua após a publicidade

Blatter também insinua que pode tentar atrapalhar as eleições de fevereiro de 2016, quando um novo presidente assumirá o comando da Fifa. "Para eleger um novo presidente, eu preciso sair", alertou. Concorrem ao pleito Salman bin Ebrahim al-Khalifa, Tokyo Sexwale, Ali bin al-Hussein, Gianni Infantino e Jérôme Champagne. Mas nenhum deles é alvo de um consenso. "Eu voltarei. Não acabou. Vou lutar pelos meus direitos", prometeu. "Vou lutar por mim e pela Fifa. Vou usar a Justiça. Não se pode terminar 40 anos assim. Não é possível. Suspenso por quê?"

A decisão de afastá-lo foi elogiada por políticos europeus e seus adversários, enquanto os patrocinadores deixaram claro que Blatter precisava sair da Fifa. O organismo que por anos aniquilou seus opositores agora era usado para acabar com a carreira do suíço. "Algo está errado nesse sistema. Lamento que eu seja o saco de pancadas para a entidade. Peço desculpas. Peço desculpas pelo futebol, pela Fifa. Mas também lamento sobre mim", declarou o cartola. O suíço questiona até mesmo as regras do afastamento que indicam que ele não poderá nem mesmo entrar em um estádio de futebol. "Isso só vale para jogadores e técnicos. Não se aplica a mim".

continua após a publicidade

Suas declarações revelam que ele não aceitaria deixar o poder da forma que está ocorrendo. "Eu não mereço isso. Vou lutar até o fim", insistiu. Ao falar, citou Nelson Mandela, direitos humanos e insinuou que, em novembro, ele quase morreu por causa de tudo o que está acontecendo com ele. Questionado sobre o motivo de tanta insistência, Blatter explicou: "Estou totalmente ligado a essa Fifa e o dia que vi que ela estava sendo atacada, acusada de ser mafiosa, eu tinha de protegê-la. Eu deveria ter parado depois da Copa de 2014. Teria sido mais sábio. Mas me pediram para ficar."

continua após a publicidade

COM HAVELANGE

Blatter continuou seu argumento de que não é responsável pela corrupção dos demais cartolas da entidade, muitos deles latino-americanos, inclusive brasileiros. "Não tenho essa responsabilidade moral", disse. Apesar de mostrar resistência, Blatter dificilmente poderá voltar e, segundo fontes de dentro da entidade, a meta é justamente a de "virar a página". O ex-presidente tinha na Fifa sua própria vida e era acusado por opositores de confundir a história do futebol com a sua própria. Blatter entrou na entidade ainda nos anos 70 e passou a ser o braço direito de João Havelange. Juntos, os dois criaram um sistema clientelista no qual as federações nacionais recebiam privilégios, dinheiro e torneios em troca de um apoio incondicional aos dois cartolas.

Joseph Blatter desafiou a condenação imposta pela Fifa, alertou que o Comitê de Ética da entidade não pode destitui-lo da presidência e insinua que ele pode atrapalhar a eleição marcada para fevereiro para seu posto. "Eu voltarei", prometeu o cartola, suspenso nesta segunda-feira por oito anos do futebol. Ao chegar para sua coletiva de imprensa, com barba por fazer, olhos inchados e um curativo no rosto, Blatter mostrava outra versão do comandante que dirigiu o futebol mundial por anos. Mas o suíço tentou adotar um tom desafiador. Prometeu recorrer da decisão e escolheu realizar o encontro com a imprensa na antiga sede da Fifa, numa espécie de tentativa de mostrar que foi ele que construiu a entidade.

"Fui traído. Eu ainda sou o presidente da Fifa, mesmo afastado", disse em tom provocador. "Só o Congresso da Fifa pode me afastar, não esse Comitê. Eles não têm esse direito. Criamos o Comitê para lidar com ética. Mas se eles tentam barrar evidências, cometem uma violação de direitos humanos", disse.

Retrospectiva 2015 - Corrupção no futebol

1 | 2

Escândalo na Fifa

Foto: Ruben Sprich/Reuters
2 | 2

Ricardo Teixeira acusa J. Hawilla

Foto: Paulo Giandalia/Estadão

 

Blatter também insinua que pode tentar atrapalhar as eleições de fevereiro de 2016, quando um novo presidente assumirá o comando da Fifa. "Para eleger um novo presidente, eu preciso sair", alertou. Concorrem ao pleito Salman bin Ebrahim al-Khalifa, Tokyo Sexwale, Ali bin al-Hussein, Gianni Infantino e Jérôme Champagne. Mas nenhum deles é alvo de um consenso. "Eu voltarei. Não acabou. Vou lutar pelos meus direitos", prometeu. "Vou lutar por mim e pela Fifa. Vou usar a Justiça. Não se pode terminar 40 anos assim. Não é possível. Suspenso por quê?"

A decisão de afastá-lo foi elogiada por políticos europeus e seus adversários, enquanto os patrocinadores deixaram claro que Blatter precisava sair da Fifa. O organismo que por anos aniquilou seus opositores agora era usado para acabar com a carreira do suíço. "Algo está errado nesse sistema. Lamento que eu seja o saco de pancadas para a entidade. Peço desculpas. Peço desculpas pelo futebol, pela Fifa. Mas também lamento sobre mim", declarou o cartola. O suíço questiona até mesmo as regras do afastamento que indicam que ele não poderá nem mesmo entrar em um estádio de futebol. "Isso só vale para jogadores e técnicos. Não se aplica a mim".

Suas declarações revelam que ele não aceitaria deixar o poder da forma que está ocorrendo. "Eu não mereço isso. Vou lutar até o fim", insistiu. Ao falar, citou Nelson Mandela, direitos humanos e insinuou que, em novembro, ele quase morreu por causa de tudo o que está acontecendo com ele. Questionado sobre o motivo de tanta insistência, Blatter explicou: "Estou totalmente ligado a essa Fifa e o dia que vi que ela estava sendo atacada, acusada de ser mafiosa, eu tinha de protegê-la. Eu deveria ter parado depois da Copa de 2014. Teria sido mais sábio. Mas me pediram para ficar."

COM HAVELANGE

Blatter continuou seu argumento de que não é responsável pela corrupção dos demais cartolas da entidade, muitos deles latino-americanos, inclusive brasileiros. "Não tenho essa responsabilidade moral", disse. Apesar de mostrar resistência, Blatter dificilmente poderá voltar e, segundo fontes de dentro da entidade, a meta é justamente a de "virar a página". O ex-presidente tinha na Fifa sua própria vida e era acusado por opositores de confundir a história do futebol com a sua própria. Blatter entrou na entidade ainda nos anos 70 e passou a ser o braço direito de João Havelange. Juntos, os dois criaram um sistema clientelista no qual as federações nacionais recebiam privilégios, dinheiro e torneios em troca de um apoio incondicional aos dois cartolas.

Joseph Blatter desafiou a condenação imposta pela Fifa, alertou que o Comitê de Ética da entidade não pode destitui-lo da presidência e insinua que ele pode atrapalhar a eleição marcada para fevereiro para seu posto. "Eu voltarei", prometeu o cartola, suspenso nesta segunda-feira por oito anos do futebol. Ao chegar para sua coletiva de imprensa, com barba por fazer, olhos inchados e um curativo no rosto, Blatter mostrava outra versão do comandante que dirigiu o futebol mundial por anos. Mas o suíço tentou adotar um tom desafiador. Prometeu recorrer da decisão e escolheu realizar o encontro com a imprensa na antiga sede da Fifa, numa espécie de tentativa de mostrar que foi ele que construiu a entidade.

"Fui traído. Eu ainda sou o presidente da Fifa, mesmo afastado", disse em tom provocador. "Só o Congresso da Fifa pode me afastar, não esse Comitê. Eles não têm esse direito. Criamos o Comitê para lidar com ética. Mas se eles tentam barrar evidências, cometem uma violação de direitos humanos", disse.

Retrospectiva 2015 - Corrupção no futebol

1 | 2

Escândalo na Fifa

Foto: Ruben Sprich/Reuters
2 | 2

Ricardo Teixeira acusa J. Hawilla

Foto: Paulo Giandalia/Estadão

 

Blatter também insinua que pode tentar atrapalhar as eleições de fevereiro de 2016, quando um novo presidente assumirá o comando da Fifa. "Para eleger um novo presidente, eu preciso sair", alertou. Concorrem ao pleito Salman bin Ebrahim al-Khalifa, Tokyo Sexwale, Ali bin al-Hussein, Gianni Infantino e Jérôme Champagne. Mas nenhum deles é alvo de um consenso. "Eu voltarei. Não acabou. Vou lutar pelos meus direitos", prometeu. "Vou lutar por mim e pela Fifa. Vou usar a Justiça. Não se pode terminar 40 anos assim. Não é possível. Suspenso por quê?"

A decisão de afastá-lo foi elogiada por políticos europeus e seus adversários, enquanto os patrocinadores deixaram claro que Blatter precisava sair da Fifa. O organismo que por anos aniquilou seus opositores agora era usado para acabar com a carreira do suíço. "Algo está errado nesse sistema. Lamento que eu seja o saco de pancadas para a entidade. Peço desculpas. Peço desculpas pelo futebol, pela Fifa. Mas também lamento sobre mim", declarou o cartola. O suíço questiona até mesmo as regras do afastamento que indicam que ele não poderá nem mesmo entrar em um estádio de futebol. "Isso só vale para jogadores e técnicos. Não se aplica a mim".

Suas declarações revelam que ele não aceitaria deixar o poder da forma que está ocorrendo. "Eu não mereço isso. Vou lutar até o fim", insistiu. Ao falar, citou Nelson Mandela, direitos humanos e insinuou que, em novembro, ele quase morreu por causa de tudo o que está acontecendo com ele. Questionado sobre o motivo de tanta insistência, Blatter explicou: "Estou totalmente ligado a essa Fifa e o dia que vi que ela estava sendo atacada, acusada de ser mafiosa, eu tinha de protegê-la. Eu deveria ter parado depois da Copa de 2014. Teria sido mais sábio. Mas me pediram para ficar."

COM HAVELANGE

Blatter continuou seu argumento de que não é responsável pela corrupção dos demais cartolas da entidade, muitos deles latino-americanos, inclusive brasileiros. "Não tenho essa responsabilidade moral", disse. Apesar de mostrar resistência, Blatter dificilmente poderá voltar e, segundo fontes de dentro da entidade, a meta é justamente a de "virar a página". O ex-presidente tinha na Fifa sua própria vida e era acusado por opositores de confundir a história do futebol com a sua própria. Blatter entrou na entidade ainda nos anos 70 e passou a ser o braço direito de João Havelange. Juntos, os dois criaram um sistema clientelista no qual as federações nacionais recebiam privilégios, dinheiro e torneios em troca de um apoio incondicional aos dois cartolas.

Joseph Blatter desafiou a condenação imposta pela Fifa, alertou que o Comitê de Ética da entidade não pode destitui-lo da presidência e insinua que ele pode atrapalhar a eleição marcada para fevereiro para seu posto. "Eu voltarei", prometeu o cartola, suspenso nesta segunda-feira por oito anos do futebol. Ao chegar para sua coletiva de imprensa, com barba por fazer, olhos inchados e um curativo no rosto, Blatter mostrava outra versão do comandante que dirigiu o futebol mundial por anos. Mas o suíço tentou adotar um tom desafiador. Prometeu recorrer da decisão e escolheu realizar o encontro com a imprensa na antiga sede da Fifa, numa espécie de tentativa de mostrar que foi ele que construiu a entidade.

"Fui traído. Eu ainda sou o presidente da Fifa, mesmo afastado", disse em tom provocador. "Só o Congresso da Fifa pode me afastar, não esse Comitê. Eles não têm esse direito. Criamos o Comitê para lidar com ética. Mas se eles tentam barrar evidências, cometem uma violação de direitos humanos", disse.

Retrospectiva 2015 - Corrupção no futebol

1 | 2

Escândalo na Fifa

Foto: Ruben Sprich/Reuters
2 | 2

Ricardo Teixeira acusa J. Hawilla

Foto: Paulo Giandalia/Estadão

 

Blatter também insinua que pode tentar atrapalhar as eleições de fevereiro de 2016, quando um novo presidente assumirá o comando da Fifa. "Para eleger um novo presidente, eu preciso sair", alertou. Concorrem ao pleito Salman bin Ebrahim al-Khalifa, Tokyo Sexwale, Ali bin al-Hussein, Gianni Infantino e Jérôme Champagne. Mas nenhum deles é alvo de um consenso. "Eu voltarei. Não acabou. Vou lutar pelos meus direitos", prometeu. "Vou lutar por mim e pela Fifa. Vou usar a Justiça. Não se pode terminar 40 anos assim. Não é possível. Suspenso por quê?"

A decisão de afastá-lo foi elogiada por políticos europeus e seus adversários, enquanto os patrocinadores deixaram claro que Blatter precisava sair da Fifa. O organismo que por anos aniquilou seus opositores agora era usado para acabar com a carreira do suíço. "Algo está errado nesse sistema. Lamento que eu seja o saco de pancadas para a entidade. Peço desculpas. Peço desculpas pelo futebol, pela Fifa. Mas também lamento sobre mim", declarou o cartola. O suíço questiona até mesmo as regras do afastamento que indicam que ele não poderá nem mesmo entrar em um estádio de futebol. "Isso só vale para jogadores e técnicos. Não se aplica a mim".

Suas declarações revelam que ele não aceitaria deixar o poder da forma que está ocorrendo. "Eu não mereço isso. Vou lutar até o fim", insistiu. Ao falar, citou Nelson Mandela, direitos humanos e insinuou que, em novembro, ele quase morreu por causa de tudo o que está acontecendo com ele. Questionado sobre o motivo de tanta insistência, Blatter explicou: "Estou totalmente ligado a essa Fifa e o dia que vi que ela estava sendo atacada, acusada de ser mafiosa, eu tinha de protegê-la. Eu deveria ter parado depois da Copa de 2014. Teria sido mais sábio. Mas me pediram para ficar."

COM HAVELANGE

Blatter continuou seu argumento de que não é responsável pela corrupção dos demais cartolas da entidade, muitos deles latino-americanos, inclusive brasileiros. "Não tenho essa responsabilidade moral", disse. Apesar de mostrar resistência, Blatter dificilmente poderá voltar e, segundo fontes de dentro da entidade, a meta é justamente a de "virar a página". O ex-presidente tinha na Fifa sua própria vida e era acusado por opositores de confundir a história do futebol com a sua própria. Blatter entrou na entidade ainda nos anos 70 e passou a ser o braço direito de João Havelange. Juntos, os dois criaram um sistema clientelista no qual as federações nacionais recebiam privilégios, dinheiro e torneios em troca de um apoio incondicional aos dois cartolas.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.