'Eles uniram o país', diz embaixadora da Copa sobre seleção russa


Para Victoria Lopyreva, o bom desempenho da equipe nacional mudou a relação da Rússia com o futebol

Por Jamil Chade e Moscou

A Copa de 2018 abriu a Rússia ao mundo de uma maneira que jamais havia ocorrido na história e uniu um país. A avaliação é de Victoria Lopyreva, modelo, Miss Rússia 2003, e embaixadora da competição e da Unaids, o braço de combate ao vírus do HIV da ONU.

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Para Victoria Lopyreva, o futebol é um jogo de equipe, não de estrelas

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+ Russos abraçam sua seleção com campanha surpreendente no Mundial

+ Na Crimeia, Vladimir Putin já é o vencedor da Copa do Mundo

+ Depois de três Copas, o vermelho volta a ficar em alta na Rússia

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“O mais importante é que eles (jogadores russos) nos uniram”, disse a embaixadora do torneio ao Estado. “Não é com muita frequência que isso ocorre na Rússia. Historicamente, não somos uma nação que se ajuda. Mas, diante de um grande temor - voltando à História - ou diante de um time muito forte, nos unimos.”

Mudança.'Sempre foi meu sonho ver meu país mais aberto', diz Victoria Foto: Everton Oliveira/Estadão

A assessoria de Victoria indica que ela foi a segunda mulher a dar o pontapé inicial em um jogo oficial entre seleções. A primeira foi Marilyn Monroe, numa partida entre EUA x Israel, em 1957. 

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Victoria, que esteve no Brasil há três meses e planeja passar seu aniversário no Rio de Janeiro, no fim do mês, também acredita que nenhum craque mais decide um jogo, num comentário sobre o papel de Neymar na seleção. 

Qual o impacto social e econômico da Copa na Rússia?

Foi sempre meu sonho ver meu país mais aberto e ter mais estrangeiros. Agora, o que ocorreu em Moscou e em todas as onze cidades da Copa nunca ocorreu em nosso país e não sei se vai ocorrer de novo. Quando vemos pessoas de tantas nacionalidades, essa é uma grande oportunidade para os russos que não viajam entenderem que o mundo é enorme. Somos diferentes. Mas somos todos seres humanos. O futebol une as pessoas e é muito mais que um jogo. 

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A Copa é um ponto de inflexão para a Rússia?

Sim. Em primeiro lugar, construímos uma importante infraestrutura, que vai ajudar a desenvolver o futebol na Rússia. Temos profissionais para administrar os estádios e não é apenas para gastar dinheiro, mas para que também gerem dinheiro. Não deixaremos elefantes brancos.

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Que imagem você espera que o Mundial deixe da Rússia?

A imagem de que somos mais abertos para nossos convidados. Há três anos, fui escolhida como embaixadora da Copa e, a cada três dias, viajava para algum lugar. A mensagem era de que seria a melhor Copa do Mundo. Quando não temos informação, há o espaço para o medo. Em alguns países, fui muito bem tratada. Em outros, de forma mais fria. Agora, quero dizer a essas pessoas: venham para a Rússia. Um desses países joga nas semifinais amanhã (hoje).

Isso de fato criou um dilema político para alguns governos, como o inglês, que indicou que nenhum representante viria à Copa. 

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Claro. Agora, terão de escolher entre política e futebol.

Vi aqui na Rússia as pessoas chorando diante da eliminação da seleção nacional da Copa. A Rússia se transformou em um país do futebol? 

Nunca pensamos que éramos um país do futebol. Muitas coisas ruins foram ditas sobre nossos jogadores e treinador. E o que eles fizeram? Nos fizeram felizes e nos deram esperanças de que possamos nos tornar um dia um país do futebol. O mais importante é que eles nos uniram. Não é com muita frequência que isso ocorre na Rússia. Historicamente, não somos uma nação que se ajuda. Mas, diante de um grande temor - voltando à História - ou diante de um time muito forte, nos unimos muito. 

Líderes da oposição russa que estiveram presos durante as eleições chegaram a agradecer os jogadores por permitir que todos gritassem “Rússia” juntos. 

O que eu vou dizer de novo é que futebol e política não estão juntos. 

Você diz que política e futebol não se misturam. Mas, quando vemos chefes de Estado vindo para os jogos, isso não é uma prova de que, sim, o esporte e a política se misturam?

A única forma de ver é que até os políticos são torcedores. Eles vêm apoiar seus times. 

Pela primeira vez, a Fifa tem adotado punições na Copa contra comportamentos homofóbicos. O que acha disso?

Todos temos de aceitar o outro como somos. Quando aceitamos o outro como ele é, não há espaço para guerra. 

Veja as melhores imagens da Copa do Mundo na Rússia

1 | 39

Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
2 | 39

Pós-Copa

Foto: Antonio Bronic / Reuters
3 | 39

32º dia

Foto: Franck Fife / AFP
4 | 39

32º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
5 | 39

31º DIA

Foto: Tolga Bozoglu/EFE
6 | 39

29º dia

Foto: Sérgio Perez / Reuters
7 | 39

28º dia

Foto: Carl Recine / Reuters
8 | 39

28º dia

Foto: Carl Recine/Reuters
9 | 39

28º dia

Foto: Grigory Dukor/Reuters
10 | 39

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Foto: Lavandeira Jr./EFE
11 | 39

27º dia

Foto: Gabriel Bouys/AFP
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24º dia

Foto: Peter Powell/EFE
13 | 39

24º dia

Foto: Facundo Arrizabalaga/EFE
14 | 39

22º dia

Foto: Henry Romero / Reuters
15 | 39

21º dia

Foto: Johannes Eisele / AFP
16 | 39

20º dia

Foto: Yuri Kochetkov/EFE
17 | 39

20º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
18 | 39

20º dia

Foto: Martin Meissner / AP
19 | 39

20º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
20 | 39

19º dia

Foto: Wilton Júnior / Estadão
21 | 39

18º dia

Foto: Darren Staples/Reuters
22 | 39

18º dia

Foto: David Vincent/AP
23 | 39

15º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
24 | 39

15º dia

Foto: Toru Hanai / Reuters
25 | 39

14º dia

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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14º dia

Foto: Andrew Couldridge / Reuters
27 | 39

14º dia

Foto: Lee Jin-man / AP
28 | 39

13º dia

Foto: Henry Romero/Reuters
29 | 39

12º dia

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
30 | 39

Décimo dia

Foto: Jewel Samad/AFP
31 | 39

Oitavo dia

Foto: Damir Sagolj / Reuters
32 | 39

Oitavo dia

Foto: Anatoly Maltsev / EFE
33 | 39

Sexto dia

Foto: Maxim Shemetov / Reuters
34 | 39

Sexto dia

Foto: Jason Cairnduff/Reuters
35 | 39

Quarto dia

Foto: Carl Recine/Reuters
36 | 39

Primeiro dia

Foto: Christian Hartmann / Reuters
37 | 39

Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
38 | 39

Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
39 | 39

Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Como avalia o que ocorreu com o Brasil na Copa?

Muito triste. Eu disse que apoiaria a Rússia e, depois, o Brasil. 

Como atriz, o que acha do atacante Neymar?

Neymar é uma pessoa muito legal. Ele tem todo meu apoio. Ele trabalha contra a discriminação. Eu o respeito e acho que é um dos melhores do mundo. Mas o futebol é um jogo de equipe e não se pode ter certeza que, por ter um grande jogador, o time vai ganhar. O Brasil perdeu, a Argentina, Portugal e Alemanha perderam. Grandes estrelas, como Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo e Mohamed Salah não ajudaram seus times. 

A Copa de 2018 abriu a Rússia ao mundo de uma maneira que jamais havia ocorrido na história e uniu um país. A avaliação é de Victoria Lopyreva, modelo, Miss Rússia 2003, e embaixadora da competição e da Unaids, o braço de combate ao vírus do HIV da ONU.

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Para Victoria Lopyreva, o futebol é um jogo de equipe, não de estrelas

+ Russos abraçam sua seleção com campanha surpreendente no Mundial

+ Na Crimeia, Vladimir Putin já é o vencedor da Copa do Mundo

+ Depois de três Copas, o vermelho volta a ficar em alta na Rússia

“O mais importante é que eles (jogadores russos) nos uniram”, disse a embaixadora do torneio ao Estado. “Não é com muita frequência que isso ocorre na Rússia. Historicamente, não somos uma nação que se ajuda. Mas, diante de um grande temor - voltando à História - ou diante de um time muito forte, nos unimos.”

Mudança.'Sempre foi meu sonho ver meu país mais aberto', diz Victoria Foto: Everton Oliveira/Estadão

A assessoria de Victoria indica que ela foi a segunda mulher a dar o pontapé inicial em um jogo oficial entre seleções. A primeira foi Marilyn Monroe, numa partida entre EUA x Israel, em 1957. 

Victoria, que esteve no Brasil há três meses e planeja passar seu aniversário no Rio de Janeiro, no fim do mês, também acredita que nenhum craque mais decide um jogo, num comentário sobre o papel de Neymar na seleção. 

Qual o impacto social e econômico da Copa na Rússia?

Foi sempre meu sonho ver meu país mais aberto e ter mais estrangeiros. Agora, o que ocorreu em Moscou e em todas as onze cidades da Copa nunca ocorreu em nosso país e não sei se vai ocorrer de novo. Quando vemos pessoas de tantas nacionalidades, essa é uma grande oportunidade para os russos que não viajam entenderem que o mundo é enorme. Somos diferentes. Mas somos todos seres humanos. O futebol une as pessoas e é muito mais que um jogo. 

A Copa é um ponto de inflexão para a Rússia?

Sim. Em primeiro lugar, construímos uma importante infraestrutura, que vai ajudar a desenvolver o futebol na Rússia. Temos profissionais para administrar os estádios e não é apenas para gastar dinheiro, mas para que também gerem dinheiro. Não deixaremos elefantes brancos.

Que imagem você espera que o Mundial deixe da Rússia?

A imagem de que somos mais abertos para nossos convidados. Há três anos, fui escolhida como embaixadora da Copa e, a cada três dias, viajava para algum lugar. A mensagem era de que seria a melhor Copa do Mundo. Quando não temos informação, há o espaço para o medo. Em alguns países, fui muito bem tratada. Em outros, de forma mais fria. Agora, quero dizer a essas pessoas: venham para a Rússia. Um desses países joga nas semifinais amanhã (hoje).

Isso de fato criou um dilema político para alguns governos, como o inglês, que indicou que nenhum representante viria à Copa. 

Claro. Agora, terão de escolher entre política e futebol.

Vi aqui na Rússia as pessoas chorando diante da eliminação da seleção nacional da Copa. A Rússia se transformou em um país do futebol? 

Nunca pensamos que éramos um país do futebol. Muitas coisas ruins foram ditas sobre nossos jogadores e treinador. E o que eles fizeram? Nos fizeram felizes e nos deram esperanças de que possamos nos tornar um dia um país do futebol. O mais importante é que eles nos uniram. Não é com muita frequência que isso ocorre na Rússia. Historicamente, não somos uma nação que se ajuda. Mas, diante de um grande temor - voltando à História - ou diante de um time muito forte, nos unimos muito. 

Líderes da oposição russa que estiveram presos durante as eleições chegaram a agradecer os jogadores por permitir que todos gritassem “Rússia” juntos. 

O que eu vou dizer de novo é que futebol e política não estão juntos. 

Você diz que política e futebol não se misturam. Mas, quando vemos chefes de Estado vindo para os jogos, isso não é uma prova de que, sim, o esporte e a política se misturam?

A única forma de ver é que até os políticos são torcedores. Eles vêm apoiar seus times. 

Pela primeira vez, a Fifa tem adotado punições na Copa contra comportamentos homofóbicos. O que acha disso?

Todos temos de aceitar o outro como somos. Quando aceitamos o outro como ele é, não há espaço para guerra. 

Veja as melhores imagens da Copa do Mundo na Rússia

1 | 39

Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
2 | 39

Pós-Copa

Foto: Antonio Bronic / Reuters
3 | 39

32º dia

Foto: Franck Fife / AFP
4 | 39

32º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
5 | 39

31º DIA

Foto: Tolga Bozoglu/EFE
6 | 39

29º dia

Foto: Sérgio Perez / Reuters
7 | 39

28º dia

Foto: Carl Recine / Reuters
8 | 39

28º dia

Foto: Carl Recine/Reuters
9 | 39

28º dia

Foto: Grigory Dukor/Reuters
10 | 39

28º dia

Foto: Lavandeira Jr./EFE
11 | 39

27º dia

Foto: Gabriel Bouys/AFP
12 | 39

24º dia

Foto: Peter Powell/EFE
13 | 39

24º dia

Foto: Facundo Arrizabalaga/EFE
14 | 39

22º dia

Foto: Henry Romero / Reuters
15 | 39

21º dia

Foto: Johannes Eisele / AFP
16 | 39

20º dia

Foto: Yuri Kochetkov/EFE
17 | 39

20º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
18 | 39

20º dia

Foto: Martin Meissner / AP
19 | 39

20º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
20 | 39

19º dia

Foto: Wilton Júnior / Estadão
21 | 39

18º dia

Foto: Darren Staples/Reuters
22 | 39

18º dia

Foto: David Vincent/AP
23 | 39

15º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
24 | 39

15º dia

Foto: Toru Hanai / Reuters
25 | 39

14º dia

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
26 | 39

14º dia

Foto: Andrew Couldridge / Reuters
27 | 39

14º dia

Foto: Lee Jin-man / AP
28 | 39

13º dia

Foto: Henry Romero/Reuters
29 | 39

12º dia

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
30 | 39

Décimo dia

Foto: Jewel Samad/AFP
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Oitavo dia

Foto: Damir Sagolj / Reuters
32 | 39

Oitavo dia

Foto: Anatoly Maltsev / EFE
33 | 39

Sexto dia

Foto: Maxim Shemetov / Reuters
34 | 39

Sexto dia

Foto: Jason Cairnduff/Reuters
35 | 39

Quarto dia

Foto: Carl Recine/Reuters
36 | 39

Primeiro dia

Foto: Christian Hartmann / Reuters
37 | 39

Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
38 | 39

Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
39 | 39

Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Como avalia o que ocorreu com o Brasil na Copa?

Muito triste. Eu disse que apoiaria a Rússia e, depois, o Brasil. 

Como atriz, o que acha do atacante Neymar?

Neymar é uma pessoa muito legal. Ele tem todo meu apoio. Ele trabalha contra a discriminação. Eu o respeito e acho que é um dos melhores do mundo. Mas o futebol é um jogo de equipe e não se pode ter certeza que, por ter um grande jogador, o time vai ganhar. O Brasil perdeu, a Argentina, Portugal e Alemanha perderam. Grandes estrelas, como Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo e Mohamed Salah não ajudaram seus times. 

A Copa de 2018 abriu a Rússia ao mundo de uma maneira que jamais havia ocorrido na história e uniu um país. A avaliação é de Victoria Lopyreva, modelo, Miss Rússia 2003, e embaixadora da competição e da Unaids, o braço de combate ao vírus do HIV da ONU.

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Para Victoria Lopyreva, o futebol é um jogo de equipe, não de estrelas

+ Russos abraçam sua seleção com campanha surpreendente no Mundial

+ Na Crimeia, Vladimir Putin já é o vencedor da Copa do Mundo

+ Depois de três Copas, o vermelho volta a ficar em alta na Rússia

“O mais importante é que eles (jogadores russos) nos uniram”, disse a embaixadora do torneio ao Estado. “Não é com muita frequência que isso ocorre na Rússia. Historicamente, não somos uma nação que se ajuda. Mas, diante de um grande temor - voltando à História - ou diante de um time muito forte, nos unimos.”

Mudança.'Sempre foi meu sonho ver meu país mais aberto', diz Victoria Foto: Everton Oliveira/Estadão

A assessoria de Victoria indica que ela foi a segunda mulher a dar o pontapé inicial em um jogo oficial entre seleções. A primeira foi Marilyn Monroe, numa partida entre EUA x Israel, em 1957. 

Victoria, que esteve no Brasil há três meses e planeja passar seu aniversário no Rio de Janeiro, no fim do mês, também acredita que nenhum craque mais decide um jogo, num comentário sobre o papel de Neymar na seleção. 

Qual o impacto social e econômico da Copa na Rússia?

Foi sempre meu sonho ver meu país mais aberto e ter mais estrangeiros. Agora, o que ocorreu em Moscou e em todas as onze cidades da Copa nunca ocorreu em nosso país e não sei se vai ocorrer de novo. Quando vemos pessoas de tantas nacionalidades, essa é uma grande oportunidade para os russos que não viajam entenderem que o mundo é enorme. Somos diferentes. Mas somos todos seres humanos. O futebol une as pessoas e é muito mais que um jogo. 

A Copa é um ponto de inflexão para a Rússia?

Sim. Em primeiro lugar, construímos uma importante infraestrutura, que vai ajudar a desenvolver o futebol na Rússia. Temos profissionais para administrar os estádios e não é apenas para gastar dinheiro, mas para que também gerem dinheiro. Não deixaremos elefantes brancos.

Que imagem você espera que o Mundial deixe da Rússia?

A imagem de que somos mais abertos para nossos convidados. Há três anos, fui escolhida como embaixadora da Copa e, a cada três dias, viajava para algum lugar. A mensagem era de que seria a melhor Copa do Mundo. Quando não temos informação, há o espaço para o medo. Em alguns países, fui muito bem tratada. Em outros, de forma mais fria. Agora, quero dizer a essas pessoas: venham para a Rússia. Um desses países joga nas semifinais amanhã (hoje).

Isso de fato criou um dilema político para alguns governos, como o inglês, que indicou que nenhum representante viria à Copa. 

Claro. Agora, terão de escolher entre política e futebol.

Vi aqui na Rússia as pessoas chorando diante da eliminação da seleção nacional da Copa. A Rússia se transformou em um país do futebol? 

Nunca pensamos que éramos um país do futebol. Muitas coisas ruins foram ditas sobre nossos jogadores e treinador. E o que eles fizeram? Nos fizeram felizes e nos deram esperanças de que possamos nos tornar um dia um país do futebol. O mais importante é que eles nos uniram. Não é com muita frequência que isso ocorre na Rússia. Historicamente, não somos uma nação que se ajuda. Mas, diante de um grande temor - voltando à História - ou diante de um time muito forte, nos unimos muito. 

Líderes da oposição russa que estiveram presos durante as eleições chegaram a agradecer os jogadores por permitir que todos gritassem “Rússia” juntos. 

O que eu vou dizer de novo é que futebol e política não estão juntos. 

Você diz que política e futebol não se misturam. Mas, quando vemos chefes de Estado vindo para os jogos, isso não é uma prova de que, sim, o esporte e a política se misturam?

A única forma de ver é que até os políticos são torcedores. Eles vêm apoiar seus times. 

Pela primeira vez, a Fifa tem adotado punições na Copa contra comportamentos homofóbicos. O que acha disso?

Todos temos de aceitar o outro como somos. Quando aceitamos o outro como ele é, não há espaço para guerra. 

Veja as melhores imagens da Copa do Mundo na Rússia

1 | 39

Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
2 | 39

Pós-Copa

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3 | 39

32º dia

Foto: Franck Fife / AFP
4 | 39

32º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
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31º DIA

Foto: Tolga Bozoglu/EFE
6 | 39

29º dia

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28º dia

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8 | 39

28º dia

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9 | 39

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Foto: Peter Powell/EFE
13 | 39

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Foto: Facundo Arrizabalaga/EFE
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15 | 39

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17 | 39

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Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
18 | 39

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Foto: Martin Meissner / AP
19 | 39

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Foto: Gregorio Borgia / AP
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19º dia

Foto: Wilton Júnior / Estadão
21 | 39

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18º dia

Foto: David Vincent/AP
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15º dia

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15º dia

Foto: Toru Hanai / Reuters
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14º dia

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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14º dia

Foto: Andrew Couldridge / Reuters
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14º dia

Foto: Lee Jin-man / AP
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13º dia

Foto: Henry Romero/Reuters
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12º dia

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
30 | 39

Décimo dia

Foto: Jewel Samad/AFP
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Oitavo dia

Foto: Damir Sagolj / Reuters
32 | 39

Oitavo dia

Foto: Anatoly Maltsev / EFE
33 | 39

Sexto dia

Foto: Maxim Shemetov / Reuters
34 | 39

Sexto dia

Foto: Jason Cairnduff/Reuters
35 | 39

Quarto dia

Foto: Carl Recine/Reuters
36 | 39

Primeiro dia

Foto: Christian Hartmann / Reuters
37 | 39

Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
38 | 39

Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
39 | 39

Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Como avalia o que ocorreu com o Brasil na Copa?

Muito triste. Eu disse que apoiaria a Rússia e, depois, o Brasil. 

Como atriz, o que acha do atacante Neymar?

Neymar é uma pessoa muito legal. Ele tem todo meu apoio. Ele trabalha contra a discriminação. Eu o respeito e acho que é um dos melhores do mundo. Mas o futebol é um jogo de equipe e não se pode ter certeza que, por ter um grande jogador, o time vai ganhar. O Brasil perdeu, a Argentina, Portugal e Alemanha perderam. Grandes estrelas, como Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo e Mohamed Salah não ajudaram seus times. 

A Copa de 2018 abriu a Rússia ao mundo de uma maneira que jamais havia ocorrido na história e uniu um país. A avaliação é de Victoria Lopyreva, modelo, Miss Rússia 2003, e embaixadora da competição e da Unaids, o braço de combate ao vírus do HIV da ONU.

Seu navegador não suporta esse video.

Para Victoria Lopyreva, o futebol é um jogo de equipe, não de estrelas

+ Russos abraçam sua seleção com campanha surpreendente no Mundial

+ Na Crimeia, Vladimir Putin já é o vencedor da Copa do Mundo

+ Depois de três Copas, o vermelho volta a ficar em alta na Rússia

“O mais importante é que eles (jogadores russos) nos uniram”, disse a embaixadora do torneio ao Estado. “Não é com muita frequência que isso ocorre na Rússia. Historicamente, não somos uma nação que se ajuda. Mas, diante de um grande temor - voltando à História - ou diante de um time muito forte, nos unimos.”

Mudança.'Sempre foi meu sonho ver meu país mais aberto', diz Victoria Foto: Everton Oliveira/Estadão

A assessoria de Victoria indica que ela foi a segunda mulher a dar o pontapé inicial em um jogo oficial entre seleções. A primeira foi Marilyn Monroe, numa partida entre EUA x Israel, em 1957. 

Victoria, que esteve no Brasil há três meses e planeja passar seu aniversário no Rio de Janeiro, no fim do mês, também acredita que nenhum craque mais decide um jogo, num comentário sobre o papel de Neymar na seleção. 

Qual o impacto social e econômico da Copa na Rússia?

Foi sempre meu sonho ver meu país mais aberto e ter mais estrangeiros. Agora, o que ocorreu em Moscou e em todas as onze cidades da Copa nunca ocorreu em nosso país e não sei se vai ocorrer de novo. Quando vemos pessoas de tantas nacionalidades, essa é uma grande oportunidade para os russos que não viajam entenderem que o mundo é enorme. Somos diferentes. Mas somos todos seres humanos. O futebol une as pessoas e é muito mais que um jogo. 

A Copa é um ponto de inflexão para a Rússia?

Sim. Em primeiro lugar, construímos uma importante infraestrutura, que vai ajudar a desenvolver o futebol na Rússia. Temos profissionais para administrar os estádios e não é apenas para gastar dinheiro, mas para que também gerem dinheiro. Não deixaremos elefantes brancos.

Que imagem você espera que o Mundial deixe da Rússia?

A imagem de que somos mais abertos para nossos convidados. Há três anos, fui escolhida como embaixadora da Copa e, a cada três dias, viajava para algum lugar. A mensagem era de que seria a melhor Copa do Mundo. Quando não temos informação, há o espaço para o medo. Em alguns países, fui muito bem tratada. Em outros, de forma mais fria. Agora, quero dizer a essas pessoas: venham para a Rússia. Um desses países joga nas semifinais amanhã (hoje).

Isso de fato criou um dilema político para alguns governos, como o inglês, que indicou que nenhum representante viria à Copa. 

Claro. Agora, terão de escolher entre política e futebol.

Vi aqui na Rússia as pessoas chorando diante da eliminação da seleção nacional da Copa. A Rússia se transformou em um país do futebol? 

Nunca pensamos que éramos um país do futebol. Muitas coisas ruins foram ditas sobre nossos jogadores e treinador. E o que eles fizeram? Nos fizeram felizes e nos deram esperanças de que possamos nos tornar um dia um país do futebol. O mais importante é que eles nos uniram. Não é com muita frequência que isso ocorre na Rússia. Historicamente, não somos uma nação que se ajuda. Mas, diante de um grande temor - voltando à História - ou diante de um time muito forte, nos unimos muito. 

Líderes da oposição russa que estiveram presos durante as eleições chegaram a agradecer os jogadores por permitir que todos gritassem “Rússia” juntos. 

O que eu vou dizer de novo é que futebol e política não estão juntos. 

Você diz que política e futebol não se misturam. Mas, quando vemos chefes de Estado vindo para os jogos, isso não é uma prova de que, sim, o esporte e a política se misturam?

A única forma de ver é que até os políticos são torcedores. Eles vêm apoiar seus times. 

Pela primeira vez, a Fifa tem adotado punições na Copa contra comportamentos homofóbicos. O que acha disso?

Todos temos de aceitar o outro como somos. Quando aceitamos o outro como ele é, não há espaço para guerra. 

Veja as melhores imagens da Copa do Mundo na Rússia

1 | 39

Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
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Pós-Copa

Foto: Antonio Bronic / Reuters
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32º dia

Foto: Franck Fife / AFP
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32º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
5 | 39

31º DIA

Foto: Tolga Bozoglu/EFE
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29º dia

Foto: Sérgio Perez / Reuters
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28º dia

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Foto: Grigory Dukor/Reuters
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25 | 39

14º dia

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
26 | 39

14º dia

Foto: Andrew Couldridge / Reuters
27 | 39

14º dia

Foto: Lee Jin-man / AP
28 | 39

13º dia

Foto: Henry Romero/Reuters
29 | 39

12º dia

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
30 | 39

Décimo dia

Foto: Jewel Samad/AFP
31 | 39

Oitavo dia

Foto: Damir Sagolj / Reuters
32 | 39

Oitavo dia

Foto: Anatoly Maltsev / EFE
33 | 39

Sexto dia

Foto: Maxim Shemetov / Reuters
34 | 39

Sexto dia

Foto: Jason Cairnduff/Reuters
35 | 39

Quarto dia

Foto: Carl Recine/Reuters
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Primeiro dia

Foto: Christian Hartmann / Reuters
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Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
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Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
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Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Como avalia o que ocorreu com o Brasil na Copa?

Muito triste. Eu disse que apoiaria a Rússia e, depois, o Brasil. 

Como atriz, o que acha do atacante Neymar?

Neymar é uma pessoa muito legal. Ele tem todo meu apoio. Ele trabalha contra a discriminação. Eu o respeito e acho que é um dos melhores do mundo. Mas o futebol é um jogo de equipe e não se pode ter certeza que, por ter um grande jogador, o time vai ganhar. O Brasil perdeu, a Argentina, Portugal e Alemanha perderam. Grandes estrelas, como Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo e Mohamed Salah não ajudaram seus times. 

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