Meu irmão negro


Zuza era pardo, como tantos atletas da seleção, daquele tom meio aqui meio ali. E eu nunca havia pensado nisso. Até agora

Por Maitê Proença

Tive um irmão negro. Não era suficientemente negro talvez, era como a cantora Fabiana Cozza, filha de pai negro com mãe branca, que se viu obrigada a abrir mão do papel de Dona Ivone Lara num musical para o qual havia sido testada e aprovada - pela família da sambista - por não ter a pele suficientemente escura. Aconteceu há semanas. O desabafo da moça, torturada pela patrulha dos “irmãos”, foi de perplexidade por ter “dormido negra e acordado branca”. A questão do colorismo é legítima, mas a lógica dos irmãos parece às vezes bater de frente com a sua razão de ser. 

+ MURICY RAMALHO: É complicado repetir duas Copas

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+ JOSÉ FUCS: Futebol sem coxinha e mortadela

+ Leia outros colunistas de Esportes

Voltando ao meu irmão, Zuza era pardo, como tantos atletas da seleção, daquele tom meio aqui meio ali. E eu nunca havia pensado nisso. Até agora. Em 60 anos, jamais fiz qualquer consideração sobre a cor da pele de meu irmão. Nunca me ocorreu que ele fosse mais escuro do que eu. Zuza era apenas o irmão amado que morreu cedo demais por não ter aguentado o desmantelar da família, entre outros sofrimentos, que afligem, de forma igual, pessoas de todas as cores. Tenho pra mim que sua morte se deu por não ter superado a frustração com seu sonho maior, o de ser jogador. E é por isso que falo nele, e não pela questão da pele, de que só me apercebi agora, porque tem se tratado muito disso e me surpreendi também pensando em cores e tons. 

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Maitê Proença. Foto: Paulo Giandalia/Estadão

Morávamos perto do campo do Guarani, em Campinas, e houve época em que dava pra subir pelas paredes e assistir aos jogos empoleirados nos muros do estádio. Pequena, acompanhava o irmão mais velho e, ali do alto, ele ia me explicando os lances cheio de gás e vontade de descer e mostrar seu jogo. Um dia, Zuza foi convidado pra integrar o juvenil do time e chegou em casa eufórico para contar a novidade. Chumbo.

Meu pai não deixou. Zuza tinha de estudar, futebol era lazer, estava fora de questão.

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O pai foi irredutível e acho que aquele entrave nunca desceu. Meu irmão virou um homem incompleto que, após a morte de minha mãe e de meu pai, deu-se também por encerrado, e interrompeu seu desconsolo, bebendo tanto que morreu em quatro meses. Afogou-se.

Zuza era lindo, tinha cor de jogador, corpo de jogador e pernas gloriosas. Penso que se o pai não tivesse inibido seus desejos, teria sido um Cristiano Ronaldo, um Neymar, um Pelé!

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Era mais velho que eu uns oito anos. Meu pai o pegou pra criar antes de casar. Em início de carreira, Eduardo foi promotor público em Ubatuba. O pai legítimo do Zuza, caiçara e servente de pedreiro, chegou no escritório do promotor, com sete crianças e disse: Dr., minha mulher morreu e deixou essa filharada que não tenho como alimentar. O senhor vai ter de me ajudar. Eduardo olhou os pirralhos e disse: Pra começo, você já pode me entregar aquele ali. E o servente deu o Zuza pro pai. Eduardo casou com nossa mãe e, quando eu nasci, Zuza vivia lá em casa. 

Zuza era craque em tudo que havia de importante: sabia catar caranguejo no mangue, sabia remar nossa canoa (só minha e dele) do rio até o mar, sabia fazer balão, empinar as pipas. Zuza fazia o melhor estilingue e sempre acertava os pássaros. Quando eles não morriam, sabia cuidar pra que renascessem. Zuza me ensinava. Era o maior! Quando vejo Coutinho, Willian, Firmino e Neymar enfeitiçando a bola, me lembro do Zuza, me encho de orgulho, e me tomo de esperança pela graça diversa do Brasil.

*MAITÊ PROENÇA É ESCRITORA E ATRIZ

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Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

1 | 81

Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
2 | 81

Dor

Foto: Frank Ausgtein / AP
3 | 81

Vencedores

Foto: Robert Ghement / EFE
4 | 81

Há tempo

Foto: Luis Acosta / AFP
5 | 81

Marcado

Foto: Gleb Baranich / Reuters
6 | 81

Esperança

Foto: Manan Vatsayana / AFP
7 | 81

Mortal

Foto: Frank Augstein / AP
8 | 81

Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
9 | 81

Reforço na torcida

Foto: Twitter Oficial / CBF
10 | 81

Atenção redobrada

Foto: Matthias Schrader / AP
11 | 81

Volta do Canário

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
12 | 81

Calor da torcida

Foto: Eduardo Nicolau / Estadão
13 | 81

Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
14 | 81

Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
15 | 81

Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
16 | 81

Pra garantir

Foto: Michael Dalder / Reuters
17 | 81

Agressão?

Foto: David Gray / Reuters
18 | 81

Marca do craque

Foto: Fabrice Coffrini / AFP
19 | 81

Muro mexicano

Foto: Benjamin Cremel / AFP
20 | 81

Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
21 | 81

Oitavas do PSG

Foto: David Gray/Reuters
22 | 81

Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
23 | 81

A volta de Marcelo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
24 | 81

Treino fechado

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
25 | 81

Retorno e Ausência

Foto: Hannah McKay / Reuters
26 | 81

Voo da vitória

Foto: Reprodução Twitter CBF
27 | 81

Artilheiros

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
28 | 81

Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
29 | 81

Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
30 | 81

Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
31 | 81

Habilidade

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
32 | 81

Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
33 | 81

Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
34 | 81

Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
35 | 81

Pistola

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
36 | 81

Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
37 | 81

Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
38 | 81

Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
39 | 81

Obrigado

Foto: Wilton Junior/Estadão
40 | 81

Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
41 | 81

'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
42 | 81

Preocupação

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
43 | 81

Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
44 | 81

Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
45 | 81

Iluminado

Foto: Lee Smith
46 | 81

Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
47 | 81

Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
48 | 81

Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
49 | 81

Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
50 | 81

Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
51 | 81

Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
52 | 81

Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
53 | 81

Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
54 | 81

Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
55 | 81

Agora sim?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
56 | 81

Mudança?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
57 | 81

Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
58 | 81

Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
59 | 81

Comemoração

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
60 | 81

Nervosismo

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
61 | 81

Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
62 | 81

Seleção 100% recuperada

Foto: Felipe Dana/AP
63 | 81

Olho no CR7

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
64 | 81

Volta

Foto: Nelson Almeida / AFP
65 | 81

Definido

Foto: Hassan Anmar / AP
66 | 81

Preparação

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
67 | 81

Enquanto isso...

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
68 | 81

Amado

69 | 81

Ausência

Foto: Nelson Almeida / AFP
70 | 81

Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
71 | 81

Comemorações

Foto: André Penner / AP
72 | 81

Invasão

Foto: Nelson Almeida / AFP
73 | 81

Pequeno susto

Foto: Andre Penner / AP
74 | 81

Recepção

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
75 | 81

Desembarque

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
76 | 81

Segundo amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
77 | 81

Viena

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
78 | 81

Primeiro amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
79 | 81

Liverpool

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
80 | 81

Londres

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
81 | 81

Teresópolis

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Tive um irmão negro. Não era suficientemente negro talvez, era como a cantora Fabiana Cozza, filha de pai negro com mãe branca, que se viu obrigada a abrir mão do papel de Dona Ivone Lara num musical para o qual havia sido testada e aprovada - pela família da sambista - por não ter a pele suficientemente escura. Aconteceu há semanas. O desabafo da moça, torturada pela patrulha dos “irmãos”, foi de perplexidade por ter “dormido negra e acordado branca”. A questão do colorismo é legítima, mas a lógica dos irmãos parece às vezes bater de frente com a sua razão de ser. 

+ MURICY RAMALHO: É complicado repetir duas Copas

+ JOSÉ FUCS: Futebol sem coxinha e mortadela

+ Leia outros colunistas de Esportes

Voltando ao meu irmão, Zuza era pardo, como tantos atletas da seleção, daquele tom meio aqui meio ali. E eu nunca havia pensado nisso. Até agora. Em 60 anos, jamais fiz qualquer consideração sobre a cor da pele de meu irmão. Nunca me ocorreu que ele fosse mais escuro do que eu. Zuza era apenas o irmão amado que morreu cedo demais por não ter aguentado o desmantelar da família, entre outros sofrimentos, que afligem, de forma igual, pessoas de todas as cores. Tenho pra mim que sua morte se deu por não ter superado a frustração com seu sonho maior, o de ser jogador. E é por isso que falo nele, e não pela questão da pele, de que só me apercebi agora, porque tem se tratado muito disso e me surpreendi também pensando em cores e tons. 

Maitê Proença. Foto: Paulo Giandalia/Estadão

Morávamos perto do campo do Guarani, em Campinas, e houve época em que dava pra subir pelas paredes e assistir aos jogos empoleirados nos muros do estádio. Pequena, acompanhava o irmão mais velho e, ali do alto, ele ia me explicando os lances cheio de gás e vontade de descer e mostrar seu jogo. Um dia, Zuza foi convidado pra integrar o juvenil do time e chegou em casa eufórico para contar a novidade. Chumbo.

Meu pai não deixou. Zuza tinha de estudar, futebol era lazer, estava fora de questão.

O pai foi irredutível e acho que aquele entrave nunca desceu. Meu irmão virou um homem incompleto que, após a morte de minha mãe e de meu pai, deu-se também por encerrado, e interrompeu seu desconsolo, bebendo tanto que morreu em quatro meses. Afogou-se.

Zuza era lindo, tinha cor de jogador, corpo de jogador e pernas gloriosas. Penso que se o pai não tivesse inibido seus desejos, teria sido um Cristiano Ronaldo, um Neymar, um Pelé!

Era mais velho que eu uns oito anos. Meu pai o pegou pra criar antes de casar. Em início de carreira, Eduardo foi promotor público em Ubatuba. O pai legítimo do Zuza, caiçara e servente de pedreiro, chegou no escritório do promotor, com sete crianças e disse: Dr., minha mulher morreu e deixou essa filharada que não tenho como alimentar. O senhor vai ter de me ajudar. Eduardo olhou os pirralhos e disse: Pra começo, você já pode me entregar aquele ali. E o servente deu o Zuza pro pai. Eduardo casou com nossa mãe e, quando eu nasci, Zuza vivia lá em casa. 

Zuza era craque em tudo que havia de importante: sabia catar caranguejo no mangue, sabia remar nossa canoa (só minha e dele) do rio até o mar, sabia fazer balão, empinar as pipas. Zuza fazia o melhor estilingue e sempre acertava os pássaros. Quando eles não morriam, sabia cuidar pra que renascessem. Zuza me ensinava. Era o maior! Quando vejo Coutinho, Willian, Firmino e Neymar enfeitiçando a bola, me lembro do Zuza, me encho de orgulho, e me tomo de esperança pela graça diversa do Brasil.

*MAITÊ PROENÇA É ESCRITORA E ATRIZ

Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

1 | 81

Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
2 | 81

Dor

Foto: Frank Ausgtein / AP
3 | 81

Vencedores

Foto: Robert Ghement / EFE
4 | 81

Há tempo

Foto: Luis Acosta / AFP
5 | 81

Marcado

Foto: Gleb Baranich / Reuters
6 | 81

Esperança

Foto: Manan Vatsayana / AFP
7 | 81

Mortal

Foto: Frank Augstein / AP
8 | 81

Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
9 | 81

Reforço na torcida

Foto: Twitter Oficial / CBF
10 | 81

Atenção redobrada

Foto: Matthias Schrader / AP
11 | 81

Volta do Canário

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
12 | 81

Calor da torcida

Foto: Eduardo Nicolau / Estadão
13 | 81

Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
14 | 81

Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
15 | 81

Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
16 | 81

Pra garantir

Foto: Michael Dalder / Reuters
17 | 81

Agressão?

Foto: David Gray / Reuters
18 | 81

Marca do craque

Foto: Fabrice Coffrini / AFP
19 | 81

Muro mexicano

Foto: Benjamin Cremel / AFP
20 | 81

Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
21 | 81

Oitavas do PSG

Foto: David Gray/Reuters
22 | 81

Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
23 | 81

A volta de Marcelo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
24 | 81

Treino fechado

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
25 | 81

Retorno e Ausência

Foto: Hannah McKay / Reuters
26 | 81

Voo da vitória

Foto: Reprodução Twitter CBF
27 | 81

Artilheiros

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
28 | 81

Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
29 | 81

Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
30 | 81

Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
31 | 81

Habilidade

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
32 | 81

Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
33 | 81

Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
34 | 81

Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
35 | 81

Pistola

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
36 | 81

Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
37 | 81

Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
38 | 81

Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
39 | 81

Obrigado

Foto: Wilton Junior/Estadão
40 | 81

Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
41 | 81

'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
42 | 81

Preocupação

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
43 | 81

Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
44 | 81

Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
45 | 81

Iluminado

Foto: Lee Smith
46 | 81

Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
47 | 81

Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
48 | 81

Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
49 | 81

Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
50 | 81

Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
51 | 81

Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
52 | 81

Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
53 | 81

Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
54 | 81

Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
55 | 81

Agora sim?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
56 | 81

Mudança?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
57 | 81

Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
58 | 81

Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
59 | 81

Comemoração

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
60 | 81

Nervosismo

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
61 | 81

Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
62 | 81

Seleção 100% recuperada

Foto: Felipe Dana/AP
63 | 81

Olho no CR7

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
64 | 81

Volta

Foto: Nelson Almeida / AFP
65 | 81

Definido

Foto: Hassan Anmar / AP
66 | 81

Preparação

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
67 | 81

Enquanto isso...

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
68 | 81

Amado

69 | 81

Ausência

Foto: Nelson Almeida / AFP
70 | 81

Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
71 | 81

Comemorações

Foto: André Penner / AP
72 | 81

Invasão

Foto: Nelson Almeida / AFP
73 | 81

Pequeno susto

Foto: Andre Penner / AP
74 | 81

Recepção

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
75 | 81

Desembarque

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
76 | 81

Segundo amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
77 | 81

Viena

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
78 | 81

Primeiro amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
79 | 81

Liverpool

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
80 | 81

Londres

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
81 | 81

Teresópolis

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Tive um irmão negro. Não era suficientemente negro talvez, era como a cantora Fabiana Cozza, filha de pai negro com mãe branca, que se viu obrigada a abrir mão do papel de Dona Ivone Lara num musical para o qual havia sido testada e aprovada - pela família da sambista - por não ter a pele suficientemente escura. Aconteceu há semanas. O desabafo da moça, torturada pela patrulha dos “irmãos”, foi de perplexidade por ter “dormido negra e acordado branca”. A questão do colorismo é legítima, mas a lógica dos irmãos parece às vezes bater de frente com a sua razão de ser. 

+ MURICY RAMALHO: É complicado repetir duas Copas

+ JOSÉ FUCS: Futebol sem coxinha e mortadela

+ Leia outros colunistas de Esportes

Voltando ao meu irmão, Zuza era pardo, como tantos atletas da seleção, daquele tom meio aqui meio ali. E eu nunca havia pensado nisso. Até agora. Em 60 anos, jamais fiz qualquer consideração sobre a cor da pele de meu irmão. Nunca me ocorreu que ele fosse mais escuro do que eu. Zuza era apenas o irmão amado que morreu cedo demais por não ter aguentado o desmantelar da família, entre outros sofrimentos, que afligem, de forma igual, pessoas de todas as cores. Tenho pra mim que sua morte se deu por não ter superado a frustração com seu sonho maior, o de ser jogador. E é por isso que falo nele, e não pela questão da pele, de que só me apercebi agora, porque tem se tratado muito disso e me surpreendi também pensando em cores e tons. 

Maitê Proença. Foto: Paulo Giandalia/Estadão

Morávamos perto do campo do Guarani, em Campinas, e houve época em que dava pra subir pelas paredes e assistir aos jogos empoleirados nos muros do estádio. Pequena, acompanhava o irmão mais velho e, ali do alto, ele ia me explicando os lances cheio de gás e vontade de descer e mostrar seu jogo. Um dia, Zuza foi convidado pra integrar o juvenil do time e chegou em casa eufórico para contar a novidade. Chumbo.

Meu pai não deixou. Zuza tinha de estudar, futebol era lazer, estava fora de questão.

O pai foi irredutível e acho que aquele entrave nunca desceu. Meu irmão virou um homem incompleto que, após a morte de minha mãe e de meu pai, deu-se também por encerrado, e interrompeu seu desconsolo, bebendo tanto que morreu em quatro meses. Afogou-se.

Zuza era lindo, tinha cor de jogador, corpo de jogador e pernas gloriosas. Penso que se o pai não tivesse inibido seus desejos, teria sido um Cristiano Ronaldo, um Neymar, um Pelé!

Era mais velho que eu uns oito anos. Meu pai o pegou pra criar antes de casar. Em início de carreira, Eduardo foi promotor público em Ubatuba. O pai legítimo do Zuza, caiçara e servente de pedreiro, chegou no escritório do promotor, com sete crianças e disse: Dr., minha mulher morreu e deixou essa filharada que não tenho como alimentar. O senhor vai ter de me ajudar. Eduardo olhou os pirralhos e disse: Pra começo, você já pode me entregar aquele ali. E o servente deu o Zuza pro pai. Eduardo casou com nossa mãe e, quando eu nasci, Zuza vivia lá em casa. 

Zuza era craque em tudo que havia de importante: sabia catar caranguejo no mangue, sabia remar nossa canoa (só minha e dele) do rio até o mar, sabia fazer balão, empinar as pipas. Zuza fazia o melhor estilingue e sempre acertava os pássaros. Quando eles não morriam, sabia cuidar pra que renascessem. Zuza me ensinava. Era o maior! Quando vejo Coutinho, Willian, Firmino e Neymar enfeitiçando a bola, me lembro do Zuza, me encho de orgulho, e me tomo de esperança pela graça diversa do Brasil.

*MAITÊ PROENÇA É ESCRITORA E ATRIZ

Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

1 | 81

Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
2 | 81

Dor

Foto: Frank Ausgtein / AP
3 | 81

Vencedores

Foto: Robert Ghement / EFE
4 | 81

Há tempo

Foto: Luis Acosta / AFP
5 | 81

Marcado

Foto: Gleb Baranich / Reuters
6 | 81

Esperança

Foto: Manan Vatsayana / AFP
7 | 81

Mortal

Foto: Frank Augstein / AP
8 | 81

Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
9 | 81

Reforço na torcida

Foto: Twitter Oficial / CBF
10 | 81

Atenção redobrada

Foto: Matthias Schrader / AP
11 | 81

Volta do Canário

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
12 | 81

Calor da torcida

Foto: Eduardo Nicolau / Estadão
13 | 81

Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
14 | 81

Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
15 | 81

Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
16 | 81

Pra garantir

Foto: Michael Dalder / Reuters
17 | 81

Agressão?

Foto: David Gray / Reuters
18 | 81

Marca do craque

Foto: Fabrice Coffrini / AFP
19 | 81

Muro mexicano

Foto: Benjamin Cremel / AFP
20 | 81

Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
21 | 81

Oitavas do PSG

Foto: David Gray/Reuters
22 | 81

Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
23 | 81

A volta de Marcelo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
24 | 81

Treino fechado

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
25 | 81

Retorno e Ausência

Foto: Hannah McKay / Reuters
26 | 81

Voo da vitória

Foto: Reprodução Twitter CBF
27 | 81

Artilheiros

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
28 | 81

Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
29 | 81

Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
30 | 81

Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
31 | 81

Habilidade

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
32 | 81

Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
33 | 81

Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
34 | 81

Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
35 | 81

Pistola

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
36 | 81

Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
37 | 81

Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
38 | 81

Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
39 | 81

Obrigado

Foto: Wilton Junior/Estadão
40 | 81

Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
41 | 81

'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
42 | 81

Preocupação

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
43 | 81

Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
44 | 81

Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
45 | 81

Iluminado

Foto: Lee Smith
46 | 81

Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
47 | 81

Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
48 | 81

Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
49 | 81

Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
50 | 81

Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
51 | 81

Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
52 | 81

Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
53 | 81

Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
54 | 81

Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
55 | 81

Agora sim?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
56 | 81

Mudança?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
57 | 81

Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
58 | 81

Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
59 | 81

Comemoração

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
60 | 81

Nervosismo

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
61 | 81

Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
62 | 81

Seleção 100% recuperada

Foto: Felipe Dana/AP
63 | 81

Olho no CR7

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
64 | 81

Volta

Foto: Nelson Almeida / AFP
65 | 81

Definido

Foto: Hassan Anmar / AP
66 | 81

Preparação

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
67 | 81

Enquanto isso...

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
68 | 81

Amado

69 | 81

Ausência

Foto: Nelson Almeida / AFP
70 | 81

Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
71 | 81

Comemorações

Foto: André Penner / AP
72 | 81

Invasão

Foto: Nelson Almeida / AFP
73 | 81

Pequeno susto

Foto: Andre Penner / AP
74 | 81

Recepção

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
75 | 81

Desembarque

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
76 | 81

Segundo amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
77 | 81

Viena

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
78 | 81

Primeiro amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
79 | 81

Liverpool

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
80 | 81

Londres

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
81 | 81

Teresópolis

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Tive um irmão negro. Não era suficientemente negro talvez, era como a cantora Fabiana Cozza, filha de pai negro com mãe branca, que se viu obrigada a abrir mão do papel de Dona Ivone Lara num musical para o qual havia sido testada e aprovada - pela família da sambista - por não ter a pele suficientemente escura. Aconteceu há semanas. O desabafo da moça, torturada pela patrulha dos “irmãos”, foi de perplexidade por ter “dormido negra e acordado branca”. A questão do colorismo é legítima, mas a lógica dos irmãos parece às vezes bater de frente com a sua razão de ser. 

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Voltando ao meu irmão, Zuza era pardo, como tantos atletas da seleção, daquele tom meio aqui meio ali. E eu nunca havia pensado nisso. Até agora. Em 60 anos, jamais fiz qualquer consideração sobre a cor da pele de meu irmão. Nunca me ocorreu que ele fosse mais escuro do que eu. Zuza era apenas o irmão amado que morreu cedo demais por não ter aguentado o desmantelar da família, entre outros sofrimentos, que afligem, de forma igual, pessoas de todas as cores. Tenho pra mim que sua morte se deu por não ter superado a frustração com seu sonho maior, o de ser jogador. E é por isso que falo nele, e não pela questão da pele, de que só me apercebi agora, porque tem se tratado muito disso e me surpreendi também pensando em cores e tons. 

Maitê Proença. Foto: Paulo Giandalia/Estadão

Morávamos perto do campo do Guarani, em Campinas, e houve época em que dava pra subir pelas paredes e assistir aos jogos empoleirados nos muros do estádio. Pequena, acompanhava o irmão mais velho e, ali do alto, ele ia me explicando os lances cheio de gás e vontade de descer e mostrar seu jogo. Um dia, Zuza foi convidado pra integrar o juvenil do time e chegou em casa eufórico para contar a novidade. Chumbo.

Meu pai não deixou. Zuza tinha de estudar, futebol era lazer, estava fora de questão.

O pai foi irredutível e acho que aquele entrave nunca desceu. Meu irmão virou um homem incompleto que, após a morte de minha mãe e de meu pai, deu-se também por encerrado, e interrompeu seu desconsolo, bebendo tanto que morreu em quatro meses. Afogou-se.

Zuza era lindo, tinha cor de jogador, corpo de jogador e pernas gloriosas. Penso que se o pai não tivesse inibido seus desejos, teria sido um Cristiano Ronaldo, um Neymar, um Pelé!

Era mais velho que eu uns oito anos. Meu pai o pegou pra criar antes de casar. Em início de carreira, Eduardo foi promotor público em Ubatuba. O pai legítimo do Zuza, caiçara e servente de pedreiro, chegou no escritório do promotor, com sete crianças e disse: Dr., minha mulher morreu e deixou essa filharada que não tenho como alimentar. O senhor vai ter de me ajudar. Eduardo olhou os pirralhos e disse: Pra começo, você já pode me entregar aquele ali. E o servente deu o Zuza pro pai. Eduardo casou com nossa mãe e, quando eu nasci, Zuza vivia lá em casa. 

Zuza era craque em tudo que havia de importante: sabia catar caranguejo no mangue, sabia remar nossa canoa (só minha e dele) do rio até o mar, sabia fazer balão, empinar as pipas. Zuza fazia o melhor estilingue e sempre acertava os pássaros. Quando eles não morriam, sabia cuidar pra que renascessem. Zuza me ensinava. Era o maior! Quando vejo Coutinho, Willian, Firmino e Neymar enfeitiçando a bola, me lembro do Zuza, me encho de orgulho, e me tomo de esperança pela graça diversa do Brasil.

*MAITÊ PROENÇA É ESCRITORA E ATRIZ

Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

1 | 81

Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
2 | 81

Dor

Foto: Frank Ausgtein / AP
3 | 81

Vencedores

Foto: Robert Ghement / EFE
4 | 81

Há tempo

Foto: Luis Acosta / AFP
5 | 81

Marcado

Foto: Gleb Baranich / Reuters
6 | 81

Esperança

Foto: Manan Vatsayana / AFP
7 | 81

Mortal

Foto: Frank Augstein / AP
8 | 81

Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
9 | 81

Reforço na torcida

Foto: Twitter Oficial / CBF
10 | 81

Atenção redobrada

Foto: Matthias Schrader / AP
11 | 81

Volta do Canário

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
12 | 81

Calor da torcida

Foto: Eduardo Nicolau / Estadão
13 | 81

Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
14 | 81

Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
15 | 81

Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
16 | 81

Pra garantir

Foto: Michael Dalder / Reuters
17 | 81

Agressão?

Foto: David Gray / Reuters
18 | 81

Marca do craque

Foto: Fabrice Coffrini / AFP
19 | 81

Muro mexicano

Foto: Benjamin Cremel / AFP
20 | 81

Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
21 | 81

Oitavas do PSG

Foto: David Gray/Reuters
22 | 81

Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
23 | 81

A volta de Marcelo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
24 | 81

Treino fechado

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
25 | 81

Retorno e Ausência

Foto: Hannah McKay / Reuters
26 | 81

Voo da vitória

Foto: Reprodução Twitter CBF
27 | 81

Artilheiros

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
28 | 81

Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
29 | 81

Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
30 | 81

Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
31 | 81

Habilidade

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
32 | 81

Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
33 | 81

Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
34 | 81

Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
35 | 81

Pistola

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
36 | 81

Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
37 | 81

Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
38 | 81

Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
39 | 81

Obrigado

Foto: Wilton Junior/Estadão
40 | 81

Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
41 | 81

'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
42 | 81

Preocupação

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
43 | 81

Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
44 | 81

Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
45 | 81

Iluminado

Foto: Lee Smith
46 | 81

Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
47 | 81

Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
48 | 81

Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
49 | 81

Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
50 | 81

Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
51 | 81

Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
52 | 81

Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
53 | 81

Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
54 | 81

Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
55 | 81

Agora sim?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
56 | 81

Mudança?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
57 | 81

Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
58 | 81

Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
59 | 81

Comemoração

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
60 | 81

Nervosismo

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
61 | 81

Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
62 | 81

Seleção 100% recuperada

Foto: Felipe Dana/AP
63 | 81

Olho no CR7

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
64 | 81

Volta

Foto: Nelson Almeida / AFP
65 | 81

Definido

Foto: Hassan Anmar / AP
66 | 81

Preparação

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
67 | 81

Enquanto isso...

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
68 | 81

Amado

69 | 81

Ausência

Foto: Nelson Almeida / AFP
70 | 81

Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
71 | 81

Comemorações

Foto: André Penner / AP
72 | 81

Invasão

Foto: Nelson Almeida / AFP
73 | 81

Pequeno susto

Foto: Andre Penner / AP
74 | 81

Recepção

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
75 | 81

Desembarque

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
76 | 81

Segundo amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
77 | 81

Viena

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
78 | 81

Primeiro amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
79 | 81

Liverpool

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
80 | 81

Londres

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
81 | 81

Teresópolis

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
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