Museu em Moscou traz a conquista do espaço pela visão dos russos


Espaço dispõe de simulador de voo e acervo com uma réplica do macacão de Yuri Gagarin e até a cadela Laika empalhada

Por Gonçalo Junior e Moscou

Na manhã quente de sexta-feira, a cientista social brasileira Gabriela de Donatti decidiu dar uma pausa na programação da Copa para fazer um passeio cultural. Arrastou o pai Renê, a mãe Bete, a irmã Paula e o cunhado Fernando e foram ao Museu do Cosmonauta Russo. O passeio atendia a um desejo que ela tinha desde a infância: conhecer o lado russo da corrida espacial, aquela disputa com os EUA pela supremacia no espaço entre 1950 e 1960. “Sempre recebemos informações sobre as conquistas norte-americanas. Queria equilibrar a balança e ver o que dizem os russos”, afirmou a brasileira gremista. 

+ Rua centenária de Moscou reúne arte, história e jogos da Copa

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+ Brasileiros vão à Rússia de Fusca para acompanhar a seleção

+ Trem-bala russo vira atração turística na Copa do Mundo

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Museu dos Cosmonautas de Moscou recebe o dobro de visitantes na época da Copa.

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Durante a Copa, muita gente está fazendo como Gabriela e dando ouvidos aos russos nesse tema. Um dos pontos turísticos mais importantes de Moscou, o museu está sempre cheio. Nos dias de semana comuns, são mil visitantes; aos sábados e domingos, cerca de 2.500. Agora, na Copa, o número chega a 5 mil visitantes diariamente, o dobro. O ingresso custa 200 rublos (R$ 12), mas é preciso mais 200 para poder fotografar. Vale a pena. Ali dentro existem coisas que não podem ficar só na memória. É preciso levá-las nas câmeras fotográficas e celulares, compartilhá-las e postá-las. É um tributo à contribuição russa à conquista do espaço. 

Corrida espacial.Visitação ao museu dobra durante Copa Foto: Everton Oliveira/Estadão

O acervo é riquíssimo. Dá para entrar no simulador de voo que é usado hoje no Centro de Treinamento de Cosmonautas, ver uma transmissão ao vivo da estação espacial internacional atualmente orbitando a Terra e conhecer os detalhes da Estação Espacial MIR. Os curadores se preocupam em mostrar o cotidiano no espaço, como eram guardados os alimentos, como tomavam banho e usavam o banheiro. O telefone para falar com a Terra em 1965 é um achado. Há fotos históricas com a Praça Vermelha lotada quando Yuri Gagarin voltou - mas ainda não é a hora de falar dele. 

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A cientista social brasileira Gabriela de Donatti, torcedora do Grêmio, levou a família ao Museu do Cosmonauta Russo para conhecer o outro lado da corrida espacial Foto: Everton Oliveira/Estadão
Recebemos as informações sobre as conquistas dos EUA. Queria equilibrar.

Gabriela de Donatti, cientista social brasileira

CORRIDA ESPACIAL

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Primeiro, é preciso refrescar a memória sobre a corrida espacial. Ela começou na disputa armamentista entre União Soviética e EUA, as potências emergentes da Segunda Guerra. O pioneirismo espacial era um símbolo da superioridade tecnológica e ideológica de cada país. Guerra Fria. O espaço sideral era o campo de jogo. Foram várias realizações de um lado e do outro, como o lançamento de satélites artificiais, voos em torno da Terra e viagens tripuladas à Lua. A competição começou com o lançamento do satélite Sputnik em outubro de 1957. 

O primeiro ser vivo terrestre no espaço foi a cadela russa Laika. Ela está empalhada, em destaque. Laika subiu ao espaço em novembro de 1957 na Sputnik 2, mas morreu poucas horas depois por causa do superaquecimento. As crianças adoram tiram foto ao lado de Laika. “Decidi vir aqui porque essa é uma parte importante da história. É interessante para todos, não importa se foram russos ou americanos”, diz Omar Moreno, vendedor de automóvel colombiano. 

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O destaque do museu é o astronauta Yuri Gagarin, primeiro homem no espaço. Ele realizou voo orbital de uma hora e 48 minutos a bordo da nave Vostok 1 em 12 de abril de 1961, data que os russos sabem de cor. Neste voo, ele disse: “A Terra é azul”. Sua foto estampa a entrada do museu. Uma réplica suspensa do seu macacão é a instalação mais importante do primeiro andar. 

Em 5 de maio de 1961, menos de um mês depois, Alan Shepard se tornaria o primeiro americano e o segundo homem a viajar ao espaço, mas seu voo levou apenas 15 minutos. Em 1969, os Estados Unidos chegaram à Lua com Neil Armstrong. 

Gagarin está em todos os lugares na Rússia. O Monumento aos Conquistadores do Espaço é o destaque do lado de fora do museu e foi feito em 1964, para homenageá-lo. Trata-se de uma torre fininha de 110 metros de altura, de titânio e aço, que reproduz a decolagem de um foguete. 

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Veja as melhores imagens da Copa do Mundo na Rússia

1 | 39

Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
2 | 39

Pós-Copa

Foto: Antonio Bronic / Reuters
3 | 39

32º dia

Foto: Franck Fife / AFP
4 | 39

32º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
5 | 39

31º DIA

Foto: Tolga Bozoglu/EFE
6 | 39

29º dia

Foto: Sérgio Perez / Reuters
7 | 39

28º dia

Foto: Carl Recine / Reuters
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28º dia

Foto: Carl Recine/Reuters
9 | 39

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Foto: Grigory Dukor/Reuters
10 | 39

28º dia

Foto: Lavandeira Jr./EFE
11 | 39

27º dia

Foto: Gabriel Bouys/AFP
12 | 39

24º dia

Foto: Peter Powell/EFE
13 | 39

24º dia

Foto: Facundo Arrizabalaga/EFE
14 | 39

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Foto: Henry Romero / Reuters
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Foto: Johannes Eisele / AFP
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20º dia

Foto: Yuri Kochetkov/EFE
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20º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
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20º dia

Foto: Martin Meissner / AP
19 | 39

20º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
20 | 39

19º dia

Foto: Wilton Júnior / Estadão
21 | 39

18º dia

Foto: Darren Staples/Reuters
22 | 39

18º dia

Foto: David Vincent/AP
23 | 39

15º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
24 | 39

15º dia

Foto: Toru Hanai / Reuters
25 | 39

14º dia

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
26 | 39

14º dia

Foto: Andrew Couldridge / Reuters
27 | 39

14º dia

Foto: Lee Jin-man / AP
28 | 39

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Foto: Henry Romero/Reuters
29 | 39

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Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
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Décimo dia

Foto: Jewel Samad/AFP
31 | 39

Oitavo dia

Foto: Damir Sagolj / Reuters
32 | 39

Oitavo dia

Foto: Anatoly Maltsev / EFE
33 | 39

Sexto dia

Foto: Maxim Shemetov / Reuters
34 | 39

Sexto dia

Foto: Jason Cairnduff/Reuters
35 | 39

Quarto dia

Foto: Carl Recine/Reuters
36 | 39

Primeiro dia

Foto: Christian Hartmann / Reuters
37 | 39

Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
38 | 39

Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
39 | 39

Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Gagarin está em estátuas, chaveiros, louças, bonés, camisetas, miniaturas e ímãs de geladeira. Ele é tema obrigatório na faculdade de preparação, uma espécie de curso de introdução sobre a História da Rússia aos estrangeiros que decidem fazer qualquer curso universitário por aqui. “Gagarin é um ícone e nos incentiva a saber sobre o cosmos. Desde a infância fui educado para me interessar pelo assunto. É incrível estar aqui”, diz Danis Zakirov, formado em Direito. 

Danis faz a visita com o pai Dzhaudat Zakirov, doutor em Física. Para ele, a disputa entre russos e americanos é coisa distante, apenas no meio político e que não se refere às pessoas comuns. Os dois quiseram espontaneamente falar sobre futebol. Contam que acompanharam a derrota da Argentina para a Croácia. Foi a primeira vez que o filho foi a um estádio. Estava emocionado. “Futebol e física são empolgantes”, diz o pai, orgulhoso por ter acertado na escolha dos passeios. 

Na manhã quente de sexta-feira, a cientista social brasileira Gabriela de Donatti decidiu dar uma pausa na programação da Copa para fazer um passeio cultural. Arrastou o pai Renê, a mãe Bete, a irmã Paula e o cunhado Fernando e foram ao Museu do Cosmonauta Russo. O passeio atendia a um desejo que ela tinha desde a infância: conhecer o lado russo da corrida espacial, aquela disputa com os EUA pela supremacia no espaço entre 1950 e 1960. “Sempre recebemos informações sobre as conquistas norte-americanas. Queria equilibrar a balança e ver o que dizem os russos”, afirmou a brasileira gremista. 

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Museu dos Cosmonautas de Moscou recebe o dobro de visitantes na época da Copa.

Durante a Copa, muita gente está fazendo como Gabriela e dando ouvidos aos russos nesse tema. Um dos pontos turísticos mais importantes de Moscou, o museu está sempre cheio. Nos dias de semana comuns, são mil visitantes; aos sábados e domingos, cerca de 2.500. Agora, na Copa, o número chega a 5 mil visitantes diariamente, o dobro. O ingresso custa 200 rublos (R$ 12), mas é preciso mais 200 para poder fotografar. Vale a pena. Ali dentro existem coisas que não podem ficar só na memória. É preciso levá-las nas câmeras fotográficas e celulares, compartilhá-las e postá-las. É um tributo à contribuição russa à conquista do espaço. 

Corrida espacial.Visitação ao museu dobra durante Copa Foto: Everton Oliveira/Estadão

O acervo é riquíssimo. Dá para entrar no simulador de voo que é usado hoje no Centro de Treinamento de Cosmonautas, ver uma transmissão ao vivo da estação espacial internacional atualmente orbitando a Terra e conhecer os detalhes da Estação Espacial MIR. Os curadores se preocupam em mostrar o cotidiano no espaço, como eram guardados os alimentos, como tomavam banho e usavam o banheiro. O telefone para falar com a Terra em 1965 é um achado. Há fotos históricas com a Praça Vermelha lotada quando Yuri Gagarin voltou - mas ainda não é a hora de falar dele. 

A cientista social brasileira Gabriela de Donatti, torcedora do Grêmio, levou a família ao Museu do Cosmonauta Russo para conhecer o outro lado da corrida espacial Foto: Everton Oliveira/Estadão
Recebemos as informações sobre as conquistas dos EUA. Queria equilibrar.

Gabriela de Donatti, cientista social brasileira

CORRIDA ESPACIAL

Primeiro, é preciso refrescar a memória sobre a corrida espacial. Ela começou na disputa armamentista entre União Soviética e EUA, as potências emergentes da Segunda Guerra. O pioneirismo espacial era um símbolo da superioridade tecnológica e ideológica de cada país. Guerra Fria. O espaço sideral era o campo de jogo. Foram várias realizações de um lado e do outro, como o lançamento de satélites artificiais, voos em torno da Terra e viagens tripuladas à Lua. A competição começou com o lançamento do satélite Sputnik em outubro de 1957. 

O primeiro ser vivo terrestre no espaço foi a cadela russa Laika. Ela está empalhada, em destaque. Laika subiu ao espaço em novembro de 1957 na Sputnik 2, mas morreu poucas horas depois por causa do superaquecimento. As crianças adoram tiram foto ao lado de Laika. “Decidi vir aqui porque essa é uma parte importante da história. É interessante para todos, não importa se foram russos ou americanos”, diz Omar Moreno, vendedor de automóvel colombiano. 

O destaque do museu é o astronauta Yuri Gagarin, primeiro homem no espaço. Ele realizou voo orbital de uma hora e 48 minutos a bordo da nave Vostok 1 em 12 de abril de 1961, data que os russos sabem de cor. Neste voo, ele disse: “A Terra é azul”. Sua foto estampa a entrada do museu. Uma réplica suspensa do seu macacão é a instalação mais importante do primeiro andar. 

Em 5 de maio de 1961, menos de um mês depois, Alan Shepard se tornaria o primeiro americano e o segundo homem a viajar ao espaço, mas seu voo levou apenas 15 minutos. Em 1969, os Estados Unidos chegaram à Lua com Neil Armstrong. 

Gagarin está em todos os lugares na Rússia. O Monumento aos Conquistadores do Espaço é o destaque do lado de fora do museu e foi feito em 1964, para homenageá-lo. Trata-se de uma torre fininha de 110 metros de altura, de titânio e aço, que reproduz a decolagem de um foguete. 

Veja as melhores imagens da Copa do Mundo na Rússia

1 | 39

Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
2 | 39

Pós-Copa

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32º dia

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4 | 39

32º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
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31º DIA

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Foto: Andrew Couldridge / Reuters
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Foto: Lee Jin-man / AP
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Foto: Henry Romero/Reuters
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Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
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Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
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Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Gagarin está em estátuas, chaveiros, louças, bonés, camisetas, miniaturas e ímãs de geladeira. Ele é tema obrigatório na faculdade de preparação, uma espécie de curso de introdução sobre a História da Rússia aos estrangeiros que decidem fazer qualquer curso universitário por aqui. “Gagarin é um ícone e nos incentiva a saber sobre o cosmos. Desde a infância fui educado para me interessar pelo assunto. É incrível estar aqui”, diz Danis Zakirov, formado em Direito. 

Danis faz a visita com o pai Dzhaudat Zakirov, doutor em Física. Para ele, a disputa entre russos e americanos é coisa distante, apenas no meio político e que não se refere às pessoas comuns. Os dois quiseram espontaneamente falar sobre futebol. Contam que acompanharam a derrota da Argentina para a Croácia. Foi a primeira vez que o filho foi a um estádio. Estava emocionado. “Futebol e física são empolgantes”, diz o pai, orgulhoso por ter acertado na escolha dos passeios. 

Na manhã quente de sexta-feira, a cientista social brasileira Gabriela de Donatti decidiu dar uma pausa na programação da Copa para fazer um passeio cultural. Arrastou o pai Renê, a mãe Bete, a irmã Paula e o cunhado Fernando e foram ao Museu do Cosmonauta Russo. O passeio atendia a um desejo que ela tinha desde a infância: conhecer o lado russo da corrida espacial, aquela disputa com os EUA pela supremacia no espaço entre 1950 e 1960. “Sempre recebemos informações sobre as conquistas norte-americanas. Queria equilibrar a balança e ver o que dizem os russos”, afirmou a brasileira gremista. 

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Museu dos Cosmonautas de Moscou recebe o dobro de visitantes na época da Copa.

Durante a Copa, muita gente está fazendo como Gabriela e dando ouvidos aos russos nesse tema. Um dos pontos turísticos mais importantes de Moscou, o museu está sempre cheio. Nos dias de semana comuns, são mil visitantes; aos sábados e domingos, cerca de 2.500. Agora, na Copa, o número chega a 5 mil visitantes diariamente, o dobro. O ingresso custa 200 rublos (R$ 12), mas é preciso mais 200 para poder fotografar. Vale a pena. Ali dentro existem coisas que não podem ficar só na memória. É preciso levá-las nas câmeras fotográficas e celulares, compartilhá-las e postá-las. É um tributo à contribuição russa à conquista do espaço. 

Corrida espacial.Visitação ao museu dobra durante Copa Foto: Everton Oliveira/Estadão

O acervo é riquíssimo. Dá para entrar no simulador de voo que é usado hoje no Centro de Treinamento de Cosmonautas, ver uma transmissão ao vivo da estação espacial internacional atualmente orbitando a Terra e conhecer os detalhes da Estação Espacial MIR. Os curadores se preocupam em mostrar o cotidiano no espaço, como eram guardados os alimentos, como tomavam banho e usavam o banheiro. O telefone para falar com a Terra em 1965 é um achado. Há fotos históricas com a Praça Vermelha lotada quando Yuri Gagarin voltou - mas ainda não é a hora de falar dele. 

A cientista social brasileira Gabriela de Donatti, torcedora do Grêmio, levou a família ao Museu do Cosmonauta Russo para conhecer o outro lado da corrida espacial Foto: Everton Oliveira/Estadão
Recebemos as informações sobre as conquistas dos EUA. Queria equilibrar.

Gabriela de Donatti, cientista social brasileira

CORRIDA ESPACIAL

Primeiro, é preciso refrescar a memória sobre a corrida espacial. Ela começou na disputa armamentista entre União Soviética e EUA, as potências emergentes da Segunda Guerra. O pioneirismo espacial era um símbolo da superioridade tecnológica e ideológica de cada país. Guerra Fria. O espaço sideral era o campo de jogo. Foram várias realizações de um lado e do outro, como o lançamento de satélites artificiais, voos em torno da Terra e viagens tripuladas à Lua. A competição começou com o lançamento do satélite Sputnik em outubro de 1957. 

O primeiro ser vivo terrestre no espaço foi a cadela russa Laika. Ela está empalhada, em destaque. Laika subiu ao espaço em novembro de 1957 na Sputnik 2, mas morreu poucas horas depois por causa do superaquecimento. As crianças adoram tiram foto ao lado de Laika. “Decidi vir aqui porque essa é uma parte importante da história. É interessante para todos, não importa se foram russos ou americanos”, diz Omar Moreno, vendedor de automóvel colombiano. 

O destaque do museu é o astronauta Yuri Gagarin, primeiro homem no espaço. Ele realizou voo orbital de uma hora e 48 minutos a bordo da nave Vostok 1 em 12 de abril de 1961, data que os russos sabem de cor. Neste voo, ele disse: “A Terra é azul”. Sua foto estampa a entrada do museu. Uma réplica suspensa do seu macacão é a instalação mais importante do primeiro andar. 

Em 5 de maio de 1961, menos de um mês depois, Alan Shepard se tornaria o primeiro americano e o segundo homem a viajar ao espaço, mas seu voo levou apenas 15 minutos. Em 1969, os Estados Unidos chegaram à Lua com Neil Armstrong. 

Gagarin está em todos os lugares na Rússia. O Monumento aos Conquistadores do Espaço é o destaque do lado de fora do museu e foi feito em 1964, para homenageá-lo. Trata-se de uma torre fininha de 110 metros de altura, de titânio e aço, que reproduz a decolagem de um foguete. 

Veja as melhores imagens da Copa do Mundo na Rússia

1 | 39

Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
2 | 39

Pós-Copa

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32º dia

Foto: Franck Fife / AFP
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31º DIA

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Foto: Carl Recine / Reuters
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Foto: Peter Powell/EFE
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Foto: Martin Meissner / AP
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Foto: Wilton Júnior / Estadão
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Foto: Darren Staples/Reuters
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Foto: David Vincent/AP
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Foto: Gregorio Borgia / AP
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15º dia

Foto: Toru Hanai / Reuters
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Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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Foto: Andrew Couldridge / Reuters
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Foto: Lee Jin-man / AP
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Foto: Henry Romero/Reuters
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12º dia

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
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Décimo dia

Foto: Jewel Samad/AFP
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Oitavo dia

Foto: Damir Sagolj / Reuters
32 | 39

Oitavo dia

Foto: Anatoly Maltsev / EFE
33 | 39

Sexto dia

Foto: Maxim Shemetov / Reuters
34 | 39

Sexto dia

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35 | 39

Quarto dia

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Primeiro dia

Foto: Christian Hartmann / Reuters
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Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
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Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
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Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Gagarin está em estátuas, chaveiros, louças, bonés, camisetas, miniaturas e ímãs de geladeira. Ele é tema obrigatório na faculdade de preparação, uma espécie de curso de introdução sobre a História da Rússia aos estrangeiros que decidem fazer qualquer curso universitário por aqui. “Gagarin é um ícone e nos incentiva a saber sobre o cosmos. Desde a infância fui educado para me interessar pelo assunto. É incrível estar aqui”, diz Danis Zakirov, formado em Direito. 

Danis faz a visita com o pai Dzhaudat Zakirov, doutor em Física. Para ele, a disputa entre russos e americanos é coisa distante, apenas no meio político e que não se refere às pessoas comuns. Os dois quiseram espontaneamente falar sobre futebol. Contam que acompanharam a derrota da Argentina para a Croácia. Foi a primeira vez que o filho foi a um estádio. Estava emocionado. “Futebol e física são empolgantes”, diz o pai, orgulhoso por ter acertado na escolha dos passeios. 

Na manhã quente de sexta-feira, a cientista social brasileira Gabriela de Donatti decidiu dar uma pausa na programação da Copa para fazer um passeio cultural. Arrastou o pai Renê, a mãe Bete, a irmã Paula e o cunhado Fernando e foram ao Museu do Cosmonauta Russo. O passeio atendia a um desejo que ela tinha desde a infância: conhecer o lado russo da corrida espacial, aquela disputa com os EUA pela supremacia no espaço entre 1950 e 1960. “Sempre recebemos informações sobre as conquistas norte-americanas. Queria equilibrar a balança e ver o que dizem os russos”, afirmou a brasileira gremista. 

+ Rua centenária de Moscou reúne arte, história e jogos da Copa

+ Brasileiros vão à Rússia de Fusca para acompanhar a seleção

+ Trem-bala russo vira atração turística na Copa do Mundo

Seu navegador não suporta esse video.

Museu dos Cosmonautas de Moscou recebe o dobro de visitantes na época da Copa.

Durante a Copa, muita gente está fazendo como Gabriela e dando ouvidos aos russos nesse tema. Um dos pontos turísticos mais importantes de Moscou, o museu está sempre cheio. Nos dias de semana comuns, são mil visitantes; aos sábados e domingos, cerca de 2.500. Agora, na Copa, o número chega a 5 mil visitantes diariamente, o dobro. O ingresso custa 200 rublos (R$ 12), mas é preciso mais 200 para poder fotografar. Vale a pena. Ali dentro existem coisas que não podem ficar só na memória. É preciso levá-las nas câmeras fotográficas e celulares, compartilhá-las e postá-las. É um tributo à contribuição russa à conquista do espaço. 

Corrida espacial.Visitação ao museu dobra durante Copa Foto: Everton Oliveira/Estadão

O acervo é riquíssimo. Dá para entrar no simulador de voo que é usado hoje no Centro de Treinamento de Cosmonautas, ver uma transmissão ao vivo da estação espacial internacional atualmente orbitando a Terra e conhecer os detalhes da Estação Espacial MIR. Os curadores se preocupam em mostrar o cotidiano no espaço, como eram guardados os alimentos, como tomavam banho e usavam o banheiro. O telefone para falar com a Terra em 1965 é um achado. Há fotos históricas com a Praça Vermelha lotada quando Yuri Gagarin voltou - mas ainda não é a hora de falar dele. 

A cientista social brasileira Gabriela de Donatti, torcedora do Grêmio, levou a família ao Museu do Cosmonauta Russo para conhecer o outro lado da corrida espacial Foto: Everton Oliveira/Estadão
Recebemos as informações sobre as conquistas dos EUA. Queria equilibrar.

Gabriela de Donatti, cientista social brasileira

CORRIDA ESPACIAL

Primeiro, é preciso refrescar a memória sobre a corrida espacial. Ela começou na disputa armamentista entre União Soviética e EUA, as potências emergentes da Segunda Guerra. O pioneirismo espacial era um símbolo da superioridade tecnológica e ideológica de cada país. Guerra Fria. O espaço sideral era o campo de jogo. Foram várias realizações de um lado e do outro, como o lançamento de satélites artificiais, voos em torno da Terra e viagens tripuladas à Lua. A competição começou com o lançamento do satélite Sputnik em outubro de 1957. 

O primeiro ser vivo terrestre no espaço foi a cadela russa Laika. Ela está empalhada, em destaque. Laika subiu ao espaço em novembro de 1957 na Sputnik 2, mas morreu poucas horas depois por causa do superaquecimento. As crianças adoram tiram foto ao lado de Laika. “Decidi vir aqui porque essa é uma parte importante da história. É interessante para todos, não importa se foram russos ou americanos”, diz Omar Moreno, vendedor de automóvel colombiano. 

O destaque do museu é o astronauta Yuri Gagarin, primeiro homem no espaço. Ele realizou voo orbital de uma hora e 48 minutos a bordo da nave Vostok 1 em 12 de abril de 1961, data que os russos sabem de cor. Neste voo, ele disse: “A Terra é azul”. Sua foto estampa a entrada do museu. Uma réplica suspensa do seu macacão é a instalação mais importante do primeiro andar. 

Em 5 de maio de 1961, menos de um mês depois, Alan Shepard se tornaria o primeiro americano e o segundo homem a viajar ao espaço, mas seu voo levou apenas 15 minutos. Em 1969, os Estados Unidos chegaram à Lua com Neil Armstrong. 

Gagarin está em todos os lugares na Rússia. O Monumento aos Conquistadores do Espaço é o destaque do lado de fora do museu e foi feito em 1964, para homenageá-lo. Trata-se de uma torre fininha de 110 metros de altura, de titânio e aço, que reproduz a decolagem de um foguete. 

Veja as melhores imagens da Copa do Mundo na Rússia

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Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
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Pós-Copa

Foto: Antonio Bronic / Reuters
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32º dia

Foto: Franck Fife / AFP
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32º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
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31º DIA

Foto: Tolga Bozoglu/EFE
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29º dia

Foto: Sérgio Perez / Reuters
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28º dia

Foto: Carl Recine / Reuters
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28º dia

Foto: Carl Recine/Reuters
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28º dia

Foto: Grigory Dukor/Reuters
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28º dia

Foto: Lavandeira Jr./EFE
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27º dia

Foto: Gabriel Bouys/AFP
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24º dia

Foto: Peter Powell/EFE
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24º dia

Foto: Facundo Arrizabalaga/EFE
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22º dia

Foto: Henry Romero / Reuters
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21º dia

Foto: Johannes Eisele / AFP
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20º dia

Foto: Yuri Kochetkov/EFE
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20º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
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20º dia

Foto: Martin Meissner / AP
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20º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
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19º dia

Foto: Wilton Júnior / Estadão
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18º dia

Foto: Darren Staples/Reuters
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18º dia

Foto: David Vincent/AP
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15º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
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15º dia

Foto: Toru Hanai / Reuters
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14º dia

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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14º dia

Foto: Andrew Couldridge / Reuters
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14º dia

Foto: Lee Jin-man / AP
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13º dia

Foto: Henry Romero/Reuters
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12º dia

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
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Décimo dia

Foto: Jewel Samad/AFP
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Oitavo dia

Foto: Damir Sagolj / Reuters
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Oitavo dia

Foto: Anatoly Maltsev / EFE
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Sexto dia

Foto: Maxim Shemetov / Reuters
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Sexto dia

Foto: Jason Cairnduff/Reuters
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Quarto dia

Foto: Carl Recine/Reuters
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Primeiro dia

Foto: Christian Hartmann / Reuters
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Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
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Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
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Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Gagarin está em estátuas, chaveiros, louças, bonés, camisetas, miniaturas e ímãs de geladeira. Ele é tema obrigatório na faculdade de preparação, uma espécie de curso de introdução sobre a História da Rússia aos estrangeiros que decidem fazer qualquer curso universitário por aqui. “Gagarin é um ícone e nos incentiva a saber sobre o cosmos. Desde a infância fui educado para me interessar pelo assunto. É incrível estar aqui”, diz Danis Zakirov, formado em Direito. 

Danis faz a visita com o pai Dzhaudat Zakirov, doutor em Física. Para ele, a disputa entre russos e americanos é coisa distante, apenas no meio político e que não se refere às pessoas comuns. Os dois quiseram espontaneamente falar sobre futebol. Contam que acompanharam a derrota da Argentina para a Croácia. Foi a primeira vez que o filho foi a um estádio. Estava emocionado. “Futebol e física são empolgantes”, diz o pai, orgulhoso por ter acertado na escolha dos passeios. 

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