Para Lloris, conquista da França terá um impacto forte na sociedade


Filho de banqueiro, goleiro destaca vitória de um time repleto de filhos de imigrantes

Por Jamil Chade e Moscou

"Esse sucesso não é apenas de um simples esporte". O alerta é de Hugo Lloris, capitão da seleção campeã do mundo na Copa da Rússia e o quarto goleiro na história a levantar a taça mais cobiçada do planeta. Numa conversa com o Estado e um pequeno grupo de jornalistas franceses, Lloris deixou claro que espera que a vitória de um time repleto de filhos de imigrantes terá um impacto importante, num momento em que a França e a Europa vivem um debate sobre quem é merecedor de ser cidadão e o como lidar com o fenômeno da imigração. 

+ Após título na Rússia, seleção da França é recebida com festa em Paris

continua após a publicidade

+ Na Rússia, garotos colocam a seleção francesa no topo do mundo

Numa seleção francesa que é em parte o espelho da nova sociedade europeia, com imigrantes, Hugo Lloris é o representante de uma parcela de classe alta do país. Filho de banqueiro de Mônaco e uma advogada de sucesso, ele cresceu longe da periferia de Mbappé.

O goleiro Lloris com o presidente da França, Emmanuel Macron, no dia seguinte da conquista da Copa do Mundo Foto: Philippe Wojazer/Reuters
continua após a publicidade

Mas sabe do papel que seu time hoje tem, em um debate sobre identidade e sobre quem pode ou não permanecer na Europa. 78% dos jogadores da seleção francesa tem origens estrangeiras. 50% deles são muçulmanos. 

"O futebol tem um poder enorme sobre a sociedade", disse. "É difícil ainda de entender o que ainda pode ocorrer em termos de impacto (pela conquista da Copa). Mas vimos um pouco do que isso pode ser capaz de acontecer quando, depois do jogo contra a Bélgica, um povo todo se uniu", disse. "Foi incrível ver um povo unido atrás de um símbolo, de uma bandeira, que era a da França", afirmou. 

continua após a publicidade

A conquista, porém, ocorre num momento de tensão social. Marine Le Pen, que hoje usa a seleção para comemorar as cores da França, já deixou claro no passado que questionava a presença de "estrangeiros" no time. Segundo ela, seria difícil exigir um compromisso de jogadores que "tem outro país no coração". 

Em 2010, quando o time francês fracassou na Copa do Mundo e jogadores e comissão técnica entraram em choque em pleno torneio, não foram poucas as vozes que insinuaram que o problema estava relacionado com a presença de "estrangeiros" no grupo. 

França em festa: veja como foi a chegada dos bicampeões mundiais em Paris

1 | 9

França comemora o bicampeonato mundial

Foto: Bertran Guay/AFP
2 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier / Reuters
3 | 9

Festa em Paris

Foto: Bob Edme/AP
4 | 9

Festa em Paris

Foto: Lionel Bonaentura/AFP
5 | 9

Festa em Paris

Foto: Eric Feferberg Pool/AP
6 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier/Reuters
7 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier/Reuters
8 | 9

Festa em Paris

Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP
9 | 9

Festa em Paris

Foto: Charly Triballeau/AFP
continua após a publicidade

Críticos também alertam que colocar no futebol a responsabilidade por superar as feridas da sociedade não é a solução. 20 anos depois de Zinedine Zidane vencer pela primeira vez a Copa, o racha social e o debate sobre a imigração apenas se aprofundou e movimentos de extrema-direita ganharam força. 

Lloris prefere dar atenção ao que a conquista pode representar. "Podemos estar orgulhosos. Por trás desse sucesso, não está apenas um simples esporte. É também o sucesso da França. Todos os franceses se sentem identificados com esse time", declarou.

O goleiro campeão também falou sobre o controle emocional de um time jovem em momentos difíceis da Copa. "As vezes, precisamos fazer prova de inteligência e é isso que fizeram nossos jogadores. Claro, os mais velhos estavam também ali para ajudar, e me incluo nesse grupo", disse o capitão de 31 anos. "Os mais velhos estão presentes para assumir suas responsabilidades e falar as coisas certas", insistiu. 

continua após a publicidade

Para ele, dos sete jogos disputados pela França, a final foi a mais tensa e difícil. "Sabíamos que seria assim", disse. "Perdemos uma final diante de nossos próprios torcedores, em 2016 na Eurocopa contra Portugal. Isso foi muito duro. Mas mostramos caráter. Para voltar dois anos depois, em uma competição ainda mais forte e ganhar, e vencer, isso mostra que o futebol francês tem recursos, que está muito forte", comemorou. 

Lloris ainda deixa claro que a história dessa equipe, agora campeã, não terminou. "Trata-se de um time muito, muito jovem", completou.

"Esse sucesso não é apenas de um simples esporte". O alerta é de Hugo Lloris, capitão da seleção campeã do mundo na Copa da Rússia e o quarto goleiro na história a levantar a taça mais cobiçada do planeta. Numa conversa com o Estado e um pequeno grupo de jornalistas franceses, Lloris deixou claro que espera que a vitória de um time repleto de filhos de imigrantes terá um impacto importante, num momento em que a França e a Europa vivem um debate sobre quem é merecedor de ser cidadão e o como lidar com o fenômeno da imigração. 

+ Após título na Rússia, seleção da França é recebida com festa em Paris

+ Na Rússia, garotos colocam a seleção francesa no topo do mundo

Numa seleção francesa que é em parte o espelho da nova sociedade europeia, com imigrantes, Hugo Lloris é o representante de uma parcela de classe alta do país. Filho de banqueiro de Mônaco e uma advogada de sucesso, ele cresceu longe da periferia de Mbappé.

O goleiro Lloris com o presidente da França, Emmanuel Macron, no dia seguinte da conquista da Copa do Mundo Foto: Philippe Wojazer/Reuters

Mas sabe do papel que seu time hoje tem, em um debate sobre identidade e sobre quem pode ou não permanecer na Europa. 78% dos jogadores da seleção francesa tem origens estrangeiras. 50% deles são muçulmanos. 

"O futebol tem um poder enorme sobre a sociedade", disse. "É difícil ainda de entender o que ainda pode ocorrer em termos de impacto (pela conquista da Copa). Mas vimos um pouco do que isso pode ser capaz de acontecer quando, depois do jogo contra a Bélgica, um povo todo se uniu", disse. "Foi incrível ver um povo unido atrás de um símbolo, de uma bandeira, que era a da França", afirmou. 

A conquista, porém, ocorre num momento de tensão social. Marine Le Pen, que hoje usa a seleção para comemorar as cores da França, já deixou claro no passado que questionava a presença de "estrangeiros" no time. Segundo ela, seria difícil exigir um compromisso de jogadores que "tem outro país no coração". 

Em 2010, quando o time francês fracassou na Copa do Mundo e jogadores e comissão técnica entraram em choque em pleno torneio, não foram poucas as vozes que insinuaram que o problema estava relacionado com a presença de "estrangeiros" no grupo. 

França em festa: veja como foi a chegada dos bicampeões mundiais em Paris

1 | 9

França comemora o bicampeonato mundial

Foto: Bertran Guay/AFP
2 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier / Reuters
3 | 9

Festa em Paris

Foto: Bob Edme/AP
4 | 9

Festa em Paris

Foto: Lionel Bonaentura/AFP
5 | 9

Festa em Paris

Foto: Eric Feferberg Pool/AP
6 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier/Reuters
7 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier/Reuters
8 | 9

Festa em Paris

Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP
9 | 9

Festa em Paris

Foto: Charly Triballeau/AFP

Críticos também alertam que colocar no futebol a responsabilidade por superar as feridas da sociedade não é a solução. 20 anos depois de Zinedine Zidane vencer pela primeira vez a Copa, o racha social e o debate sobre a imigração apenas se aprofundou e movimentos de extrema-direita ganharam força. 

Lloris prefere dar atenção ao que a conquista pode representar. "Podemos estar orgulhosos. Por trás desse sucesso, não está apenas um simples esporte. É também o sucesso da França. Todos os franceses se sentem identificados com esse time", declarou.

O goleiro campeão também falou sobre o controle emocional de um time jovem em momentos difíceis da Copa. "As vezes, precisamos fazer prova de inteligência e é isso que fizeram nossos jogadores. Claro, os mais velhos estavam também ali para ajudar, e me incluo nesse grupo", disse o capitão de 31 anos. "Os mais velhos estão presentes para assumir suas responsabilidades e falar as coisas certas", insistiu. 

Para ele, dos sete jogos disputados pela França, a final foi a mais tensa e difícil. "Sabíamos que seria assim", disse. "Perdemos uma final diante de nossos próprios torcedores, em 2016 na Eurocopa contra Portugal. Isso foi muito duro. Mas mostramos caráter. Para voltar dois anos depois, em uma competição ainda mais forte e ganhar, e vencer, isso mostra que o futebol francês tem recursos, que está muito forte", comemorou. 

Lloris ainda deixa claro que a história dessa equipe, agora campeã, não terminou. "Trata-se de um time muito, muito jovem", completou.

"Esse sucesso não é apenas de um simples esporte". O alerta é de Hugo Lloris, capitão da seleção campeã do mundo na Copa da Rússia e o quarto goleiro na história a levantar a taça mais cobiçada do planeta. Numa conversa com o Estado e um pequeno grupo de jornalistas franceses, Lloris deixou claro que espera que a vitória de um time repleto de filhos de imigrantes terá um impacto importante, num momento em que a França e a Europa vivem um debate sobre quem é merecedor de ser cidadão e o como lidar com o fenômeno da imigração. 

+ Após título na Rússia, seleção da França é recebida com festa em Paris

+ Na Rússia, garotos colocam a seleção francesa no topo do mundo

Numa seleção francesa que é em parte o espelho da nova sociedade europeia, com imigrantes, Hugo Lloris é o representante de uma parcela de classe alta do país. Filho de banqueiro de Mônaco e uma advogada de sucesso, ele cresceu longe da periferia de Mbappé.

O goleiro Lloris com o presidente da França, Emmanuel Macron, no dia seguinte da conquista da Copa do Mundo Foto: Philippe Wojazer/Reuters

Mas sabe do papel que seu time hoje tem, em um debate sobre identidade e sobre quem pode ou não permanecer na Europa. 78% dos jogadores da seleção francesa tem origens estrangeiras. 50% deles são muçulmanos. 

"O futebol tem um poder enorme sobre a sociedade", disse. "É difícil ainda de entender o que ainda pode ocorrer em termos de impacto (pela conquista da Copa). Mas vimos um pouco do que isso pode ser capaz de acontecer quando, depois do jogo contra a Bélgica, um povo todo se uniu", disse. "Foi incrível ver um povo unido atrás de um símbolo, de uma bandeira, que era a da França", afirmou. 

A conquista, porém, ocorre num momento de tensão social. Marine Le Pen, que hoje usa a seleção para comemorar as cores da França, já deixou claro no passado que questionava a presença de "estrangeiros" no time. Segundo ela, seria difícil exigir um compromisso de jogadores que "tem outro país no coração". 

Em 2010, quando o time francês fracassou na Copa do Mundo e jogadores e comissão técnica entraram em choque em pleno torneio, não foram poucas as vozes que insinuaram que o problema estava relacionado com a presença de "estrangeiros" no grupo. 

França em festa: veja como foi a chegada dos bicampeões mundiais em Paris

1 | 9

França comemora o bicampeonato mundial

Foto: Bertran Guay/AFP
2 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier / Reuters
3 | 9

Festa em Paris

Foto: Bob Edme/AP
4 | 9

Festa em Paris

Foto: Lionel Bonaentura/AFP
5 | 9

Festa em Paris

Foto: Eric Feferberg Pool/AP
6 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier/Reuters
7 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier/Reuters
8 | 9

Festa em Paris

Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP
9 | 9

Festa em Paris

Foto: Charly Triballeau/AFP

Críticos também alertam que colocar no futebol a responsabilidade por superar as feridas da sociedade não é a solução. 20 anos depois de Zinedine Zidane vencer pela primeira vez a Copa, o racha social e o debate sobre a imigração apenas se aprofundou e movimentos de extrema-direita ganharam força. 

Lloris prefere dar atenção ao que a conquista pode representar. "Podemos estar orgulhosos. Por trás desse sucesso, não está apenas um simples esporte. É também o sucesso da França. Todos os franceses se sentem identificados com esse time", declarou.

O goleiro campeão também falou sobre o controle emocional de um time jovem em momentos difíceis da Copa. "As vezes, precisamos fazer prova de inteligência e é isso que fizeram nossos jogadores. Claro, os mais velhos estavam também ali para ajudar, e me incluo nesse grupo", disse o capitão de 31 anos. "Os mais velhos estão presentes para assumir suas responsabilidades e falar as coisas certas", insistiu. 

Para ele, dos sete jogos disputados pela França, a final foi a mais tensa e difícil. "Sabíamos que seria assim", disse. "Perdemos uma final diante de nossos próprios torcedores, em 2016 na Eurocopa contra Portugal. Isso foi muito duro. Mas mostramos caráter. Para voltar dois anos depois, em uma competição ainda mais forte e ganhar, e vencer, isso mostra que o futebol francês tem recursos, que está muito forte", comemorou. 

Lloris ainda deixa claro que a história dessa equipe, agora campeã, não terminou. "Trata-se de um time muito, muito jovem", completou.

"Esse sucesso não é apenas de um simples esporte". O alerta é de Hugo Lloris, capitão da seleção campeã do mundo na Copa da Rússia e o quarto goleiro na história a levantar a taça mais cobiçada do planeta. Numa conversa com o Estado e um pequeno grupo de jornalistas franceses, Lloris deixou claro que espera que a vitória de um time repleto de filhos de imigrantes terá um impacto importante, num momento em que a França e a Europa vivem um debate sobre quem é merecedor de ser cidadão e o como lidar com o fenômeno da imigração. 

+ Após título na Rússia, seleção da França é recebida com festa em Paris

+ Na Rússia, garotos colocam a seleção francesa no topo do mundo

Numa seleção francesa que é em parte o espelho da nova sociedade europeia, com imigrantes, Hugo Lloris é o representante de uma parcela de classe alta do país. Filho de banqueiro de Mônaco e uma advogada de sucesso, ele cresceu longe da periferia de Mbappé.

O goleiro Lloris com o presidente da França, Emmanuel Macron, no dia seguinte da conquista da Copa do Mundo Foto: Philippe Wojazer/Reuters

Mas sabe do papel que seu time hoje tem, em um debate sobre identidade e sobre quem pode ou não permanecer na Europa. 78% dos jogadores da seleção francesa tem origens estrangeiras. 50% deles são muçulmanos. 

"O futebol tem um poder enorme sobre a sociedade", disse. "É difícil ainda de entender o que ainda pode ocorrer em termos de impacto (pela conquista da Copa). Mas vimos um pouco do que isso pode ser capaz de acontecer quando, depois do jogo contra a Bélgica, um povo todo se uniu", disse. "Foi incrível ver um povo unido atrás de um símbolo, de uma bandeira, que era a da França", afirmou. 

A conquista, porém, ocorre num momento de tensão social. Marine Le Pen, que hoje usa a seleção para comemorar as cores da França, já deixou claro no passado que questionava a presença de "estrangeiros" no time. Segundo ela, seria difícil exigir um compromisso de jogadores que "tem outro país no coração". 

Em 2010, quando o time francês fracassou na Copa do Mundo e jogadores e comissão técnica entraram em choque em pleno torneio, não foram poucas as vozes que insinuaram que o problema estava relacionado com a presença de "estrangeiros" no grupo. 

França em festa: veja como foi a chegada dos bicampeões mundiais em Paris

1 | 9

França comemora o bicampeonato mundial

Foto: Bertran Guay/AFP
2 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier / Reuters
3 | 9

Festa em Paris

Foto: Bob Edme/AP
4 | 9

Festa em Paris

Foto: Lionel Bonaentura/AFP
5 | 9

Festa em Paris

Foto: Eric Feferberg Pool/AP
6 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier/Reuters
7 | 9

Festa em Paris

Foto: Jean Paul Pelissier/Reuters
8 | 9

Festa em Paris

Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP
9 | 9

Festa em Paris

Foto: Charly Triballeau/AFP

Críticos também alertam que colocar no futebol a responsabilidade por superar as feridas da sociedade não é a solução. 20 anos depois de Zinedine Zidane vencer pela primeira vez a Copa, o racha social e o debate sobre a imigração apenas se aprofundou e movimentos de extrema-direita ganharam força. 

Lloris prefere dar atenção ao que a conquista pode representar. "Podemos estar orgulhosos. Por trás desse sucesso, não está apenas um simples esporte. É também o sucesso da França. Todos os franceses se sentem identificados com esse time", declarou.

O goleiro campeão também falou sobre o controle emocional de um time jovem em momentos difíceis da Copa. "As vezes, precisamos fazer prova de inteligência e é isso que fizeram nossos jogadores. Claro, os mais velhos estavam também ali para ajudar, e me incluo nesse grupo", disse o capitão de 31 anos. "Os mais velhos estão presentes para assumir suas responsabilidades e falar as coisas certas", insistiu. 

Para ele, dos sete jogos disputados pela França, a final foi a mais tensa e difícil. "Sabíamos que seria assim", disse. "Perdemos uma final diante de nossos próprios torcedores, em 2016 na Eurocopa contra Portugal. Isso foi muito duro. Mas mostramos caráter. Para voltar dois anos depois, em uma competição ainda mais forte e ganhar, e vencer, isso mostra que o futebol francês tem recursos, que está muito forte", comemorou. 

Lloris ainda deixa claro que a história dessa equipe, agora campeã, não terminou. "Trata-se de um time muito, muito jovem", completou.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.