Com todos os jogadores de Utah Jazz e New Orleans Pelicans ajoelhados durante a execução do hino americano e vestidos com camisetas com a frase "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam, em inglês), a temporada 2019/2020 da NBA teve a sua retomada na noite de quinta-feira. O mesmo foi feito no jogo seguinte entre os dois times de Los Angeles, os Lakers e os Clippers. Tudo liberado pela direção da liga em meio à pandemia do novo coronavírus e aos protestos por igualdade racial e contra brutalidade policial que têm acontecido em várias cidades do país.
A NBA permitiu que os jogadores optassem por escolher frases de impacto social para estampar a parte de trás de seus uniformes, no lugar do nome, na retomada da competição dentro da "bolha" criada pela liga no complexo Wide World of Sports, pertencente à Disney, em Orlando. Entre os mais de 350 jogadores dos 22 times que estão na Flórida, 285 escolheram usar uma frase ou palavra. Entre elas, “equality” (igualdade, em português) foi a mais escolhida pelos atletas.
“Black Lives Matter” foi a segunda colocada, de acordo com Michele Roberts, executiva da Associação dos Jogadores da NBA (NBPA, na sigla em inglês). Outros termos que serão utilizados são: “Diga seus nomes”, “Vote”, “Eu não consigo respirar”, “Justiça”, “Paz”, “Liberdade”, “Basta", “Poder para as pessoas”, “Justiça agora” e “Diga o nome dela”.
A dirigente revelou ainda que 17 atletas optaram por usar seus próprios nomes nas camisas. Um deles é LeBron James, dos Lakers. "Hoje (quinta-feira) fomos além do basquete. Entendemos o que está acontecendo na sociedade e estamos usando a plataforma que é a NBA para divulgar uma mensagem. É um bom começo", afirmou o astro da equipe da Califórnia.
Lebron James, astro dos Los Angeles Lakers
"Estou feliz que (os jogadores) estejam unidos, mas quero deixar claro que se alguém não quiser se ajoelhar porque o hino significa algo para ele, essa pessoa não deve ser vista como uma vilã", pediu Charles Barkley, um dos maiores atletas da NBA e que hoje é comentarista.
As ações dos jogadores, que assim se juntam às manifestações de apoio ao movimento "Black Lives Matter", que surgiram após a morte do afro-americano George Floyd, asfixiado pelo joelho de um polícia branco em maio passado, na cidade de Minneapolis, não foram alvo de qualquer sanção por parte da NBA.
"Respeito o ato e o protesto pacífico pela justiça social e, nestas circunstâncias únicas, não será aplicada a regra que exige que os jogadores estejam de pé durante o hino", afirmou Adam Silver, o comissário da liga.