Tá russo! Derrota para a Alemanha me persegue até no táxi


Todo dia, um 7 a 1 diferente. No último mês, teve um em russo e teve outro a uns 30 mil pés de altitude

Por Marcio Dolzan e Kazan

Logo no início da Copa do Mundo, depois de cobrir o jogo Portugal x Espanha, eu me vi do lado de fora do Fisht Stadium, às 2h30 da madrugada, com uma indagação que me acompanhava: “e agora?”. Eu precisava voltar ao hotel sem saber direito onde ele ficava e correndo o risco de o taxista me dar uma volta (em vários sentidos). Aí, eu fiz o que manda a cartilha: joguei no Google Maps o nome do hotel para saber mais ou menos a distância de onde estava, peguei o aplicativo de tradução e fui negociar com o taxista.

+ Tá russo! Valores invertidos na Fifa

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+ Tá russo! Uma cidade parada no tempo, que parece não ter saído da URSS

+ Tá russo! Avião na Rússia é um enorme exercício de paciência

O problema é que aquele seria o primeiro táxi que eu pegaria na Rússia e eu, tal qual um volante substituto na seleção brasileira em mata-mata, não tinha muita noção do que viria pela frente. Se o motorista me dissesse que a viagem até lá custaria, sei lá, 5 mil rublos (algo como R$ 300), eu provavelmente faria cara de quem estava achando aquilo muito caro e diria “quatro e quinhentos está muito bem pago, mas tudo bem”. 

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Tráfego.Sem noção de preço de táxi, o melhor é negociar Foto: Maxim Shemetov/Reuters

Foi aí que o rapaz fez o preço da viagem. “Sua corrida vai custar mil trezentos e cinquenta rublos”, ele me disse - ou seja, eu pagaria em torno de R$ 80.

Beleza, aceitei. No trajeto, quase 3 horas da manhã, o motorista decidiu conversar comigo quando descobriu que eu era brasileiro. Pegou o aplicativo de tradução e digitou com uma mão enquanto dirigia com a outra. 

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Do lado de fora, os guardrails da autoestrada passavam rente à porta. Do lado de dentro, eu pensava que finalmente descobriria como funciona um seguro saúde em viagens internacionais. Aí o taxista me mostrou o que havia escrito na tela do celular. 

“Lamento muito o que aconteceu com o Brasil na última Copa.”

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Ou seja, minha primeira viagem de táxi em Sochi foi com um russo lembrando do 7 a 1 enquanto ele dirigia com uma mão na madrugada. Era praticamente um inferno de Dante.

Volantes de carro ou de futebol à parte, semana passada embarquei num voo a Moscou logo após a classificação da Rússia sobre a Espanha quando um nativo do país da Copa se sentou ao meu lado no avião. Ele nitidamente havia acompanhado o jogo do boteco. Estava bastante animado, viu minha credencial de jornalista e perguntou de onde eu era. Falei que era do Brasil. 

Ele arregalou os olhos, abriu um sorriso que emitiu uns cinco decigramas de álcool na cabine do nosso Airbus e desatou a conversar em inglês sobre grandes esportistas brasileiros.

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“Pelé, muito bom, muito bom!”, disse Igor - ele se chamava Igor. “Ayrton Senna, muito bom, muito bom!”, continuou. Perguntei sobre o que ele achava de Nelson Piquet: “Piquet? Muito bom, muito bom. Mas ele é espanhol, não é?”.

O Igor estava animado com a vitória da Rússia sobre a Espanha. Foi aí que ele franziu o cenho. Olhou para mim sério e perguntou quem eu achava melhor, se Messi ou se Cristiano Ronaldo. “Messi”, respondi de pronto. Ele me estendeu a mão e me cumprimentou. Na sequência, declarou sua torcida nesta Copa do Mundo: “Estou torcendo para o Brasil. Brasil muito bom, muito bom!”.

Por um momento, bateu um orgulhinho nacional. Ao que o Igor emendou: “e como vocês encararam a derrota para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014?”.

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Todo dia, um 7 a 1 diferente. No último mês, teve um em russo e teve outro a uns 30 mil pés de altitude. 

*MARCIO DOLZAN É REPÓRTER DO ‘ESTADÃO’

Veja as melhores imagens da Copa do Mundo na Rússia

1 | 39

Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
2 | 39

Pós-Copa

Foto: Antonio Bronic / Reuters
3 | 39

32º dia

Foto: Franck Fife / AFP
4 | 39

32º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
5 | 39

31º DIA

Foto: Tolga Bozoglu/EFE
6 | 39

29º dia

Foto: Sérgio Perez / Reuters
7 | 39

28º dia

Foto: Carl Recine / Reuters
8 | 39

28º dia

Foto: Carl Recine/Reuters
9 | 39

28º dia

Foto: Grigory Dukor/Reuters
10 | 39

28º dia

Foto: Lavandeira Jr./EFE
11 | 39

27º dia

Foto: Gabriel Bouys/AFP
12 | 39

24º dia

Foto: Peter Powell/EFE
13 | 39

24º dia

Foto: Facundo Arrizabalaga/EFE
14 | 39

22º dia

Foto: Henry Romero / Reuters
15 | 39

21º dia

Foto: Johannes Eisele / AFP
16 | 39

20º dia

Foto: Yuri Kochetkov/EFE
17 | 39

20º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
18 | 39

20º dia

Foto: Martin Meissner / AP
19 | 39

20º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
20 | 39

19º dia

Foto: Wilton Júnior / Estadão
21 | 39

18º dia

Foto: Darren Staples/Reuters
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18º dia

Foto: David Vincent/AP
23 | 39

15º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
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15º dia

Foto: Toru Hanai / Reuters
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14º dia

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Foto: Andrew Couldridge / Reuters
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14º dia

Foto: Lee Jin-man / AP
28 | 39

13º dia

Foto: Henry Romero/Reuters
29 | 39

12º dia

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
30 | 39

Décimo dia

Foto: Jewel Samad/AFP
31 | 39

Oitavo dia

Foto: Damir Sagolj / Reuters
32 | 39

Oitavo dia

Foto: Anatoly Maltsev / EFE
33 | 39

Sexto dia

Foto: Maxim Shemetov / Reuters
34 | 39

Sexto dia

Foto: Jason Cairnduff/Reuters
35 | 39

Quarto dia

Foto: Carl Recine/Reuters
36 | 39

Primeiro dia

Foto: Christian Hartmann / Reuters
37 | 39

Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
38 | 39

Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
39 | 39

Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Logo no início da Copa do Mundo, depois de cobrir o jogo Portugal x Espanha, eu me vi do lado de fora do Fisht Stadium, às 2h30 da madrugada, com uma indagação que me acompanhava: “e agora?”. Eu precisava voltar ao hotel sem saber direito onde ele ficava e correndo o risco de o taxista me dar uma volta (em vários sentidos). Aí, eu fiz o que manda a cartilha: joguei no Google Maps o nome do hotel para saber mais ou menos a distância de onde estava, peguei o aplicativo de tradução e fui negociar com o taxista.

+ Tá russo! Valores invertidos na Fifa

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+ Tá russo! Avião na Rússia é um enorme exercício de paciência

O problema é que aquele seria o primeiro táxi que eu pegaria na Rússia e eu, tal qual um volante substituto na seleção brasileira em mata-mata, não tinha muita noção do que viria pela frente. Se o motorista me dissesse que a viagem até lá custaria, sei lá, 5 mil rublos (algo como R$ 300), eu provavelmente faria cara de quem estava achando aquilo muito caro e diria “quatro e quinhentos está muito bem pago, mas tudo bem”. 

Tráfego.Sem noção de preço de táxi, o melhor é negociar Foto: Maxim Shemetov/Reuters

Foi aí que o rapaz fez o preço da viagem. “Sua corrida vai custar mil trezentos e cinquenta rublos”, ele me disse - ou seja, eu pagaria em torno de R$ 80.

Beleza, aceitei. No trajeto, quase 3 horas da manhã, o motorista decidiu conversar comigo quando descobriu que eu era brasileiro. Pegou o aplicativo de tradução e digitou com uma mão enquanto dirigia com a outra. 

Do lado de fora, os guardrails da autoestrada passavam rente à porta. Do lado de dentro, eu pensava que finalmente descobriria como funciona um seguro saúde em viagens internacionais. Aí o taxista me mostrou o que havia escrito na tela do celular. 

“Lamento muito o que aconteceu com o Brasil na última Copa.”

Ou seja, minha primeira viagem de táxi em Sochi foi com um russo lembrando do 7 a 1 enquanto ele dirigia com uma mão na madrugada. Era praticamente um inferno de Dante.

Volantes de carro ou de futebol à parte, semana passada embarquei num voo a Moscou logo após a classificação da Rússia sobre a Espanha quando um nativo do país da Copa se sentou ao meu lado no avião. Ele nitidamente havia acompanhado o jogo do boteco. Estava bastante animado, viu minha credencial de jornalista e perguntou de onde eu era. Falei que era do Brasil. 

Ele arregalou os olhos, abriu um sorriso que emitiu uns cinco decigramas de álcool na cabine do nosso Airbus e desatou a conversar em inglês sobre grandes esportistas brasileiros.

“Pelé, muito bom, muito bom!”, disse Igor - ele se chamava Igor. “Ayrton Senna, muito bom, muito bom!”, continuou. Perguntei sobre o que ele achava de Nelson Piquet: “Piquet? Muito bom, muito bom. Mas ele é espanhol, não é?”.

O Igor estava animado com a vitória da Rússia sobre a Espanha. Foi aí que ele franziu o cenho. Olhou para mim sério e perguntou quem eu achava melhor, se Messi ou se Cristiano Ronaldo. “Messi”, respondi de pronto. Ele me estendeu a mão e me cumprimentou. Na sequência, declarou sua torcida nesta Copa do Mundo: “Estou torcendo para o Brasil. Brasil muito bom, muito bom!”.

Por um momento, bateu um orgulhinho nacional. Ao que o Igor emendou: “e como vocês encararam a derrota para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014?”.

Todo dia, um 7 a 1 diferente. No último mês, teve um em russo e teve outro a uns 30 mil pés de altitude. 

*MARCIO DOLZAN É REPÓRTER DO ‘ESTADÃO’

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1 | 39

Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
2 | 39

Pós-Copa

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3 | 39

32º dia

Foto: Franck Fife / AFP
4 | 39

32º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
5 | 39

31º DIA

Foto: Tolga Bozoglu/EFE
6 | 39

29º dia

Foto: Sérgio Perez / Reuters
7 | 39

28º dia

Foto: Carl Recine / Reuters
8 | 39

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Foto: Grigory Dukor/Reuters
10 | 39

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Foto: Lavandeira Jr./EFE
11 | 39

27º dia

Foto: Gabriel Bouys/AFP
12 | 39

24º dia

Foto: Peter Powell/EFE
13 | 39

24º dia

Foto: Facundo Arrizabalaga/EFE
14 | 39

22º dia

Foto: Henry Romero / Reuters
15 | 39

21º dia

Foto: Johannes Eisele / AFP
16 | 39

20º dia

Foto: Yuri Kochetkov/EFE
17 | 39

20º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
18 | 39

20º dia

Foto: Martin Meissner / AP
19 | 39

20º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
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19º dia

Foto: Wilton Júnior / Estadão
21 | 39

18º dia

Foto: Darren Staples/Reuters
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18º dia

Foto: David Vincent/AP
23 | 39

15º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
24 | 39

15º dia

Foto: Toru Hanai / Reuters
25 | 39

14º dia

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
26 | 39

14º dia

Foto: Andrew Couldridge / Reuters
27 | 39

14º dia

Foto: Lee Jin-man / AP
28 | 39

13º dia

Foto: Henry Romero/Reuters
29 | 39

12º dia

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
30 | 39

Décimo dia

Foto: Jewel Samad/AFP
31 | 39

Oitavo dia

Foto: Damir Sagolj / Reuters
32 | 39

Oitavo dia

Foto: Anatoly Maltsev / EFE
33 | 39

Sexto dia

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34 | 39

Sexto dia

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35 | 39

Quarto dia

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36 | 39

Primeiro dia

Foto: Christian Hartmann / Reuters
37 | 39

Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
38 | 39

Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
39 | 39

Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Logo no início da Copa do Mundo, depois de cobrir o jogo Portugal x Espanha, eu me vi do lado de fora do Fisht Stadium, às 2h30 da madrugada, com uma indagação que me acompanhava: “e agora?”. Eu precisava voltar ao hotel sem saber direito onde ele ficava e correndo o risco de o taxista me dar uma volta (em vários sentidos). Aí, eu fiz o que manda a cartilha: joguei no Google Maps o nome do hotel para saber mais ou menos a distância de onde estava, peguei o aplicativo de tradução e fui negociar com o taxista.

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+ Tá russo! Avião na Rússia é um enorme exercício de paciência

O problema é que aquele seria o primeiro táxi que eu pegaria na Rússia e eu, tal qual um volante substituto na seleção brasileira em mata-mata, não tinha muita noção do que viria pela frente. Se o motorista me dissesse que a viagem até lá custaria, sei lá, 5 mil rublos (algo como R$ 300), eu provavelmente faria cara de quem estava achando aquilo muito caro e diria “quatro e quinhentos está muito bem pago, mas tudo bem”. 

Tráfego.Sem noção de preço de táxi, o melhor é negociar Foto: Maxim Shemetov/Reuters

Foi aí que o rapaz fez o preço da viagem. “Sua corrida vai custar mil trezentos e cinquenta rublos”, ele me disse - ou seja, eu pagaria em torno de R$ 80.

Beleza, aceitei. No trajeto, quase 3 horas da manhã, o motorista decidiu conversar comigo quando descobriu que eu era brasileiro. Pegou o aplicativo de tradução e digitou com uma mão enquanto dirigia com a outra. 

Do lado de fora, os guardrails da autoestrada passavam rente à porta. Do lado de dentro, eu pensava que finalmente descobriria como funciona um seguro saúde em viagens internacionais. Aí o taxista me mostrou o que havia escrito na tela do celular. 

“Lamento muito o que aconteceu com o Brasil na última Copa.”

Ou seja, minha primeira viagem de táxi em Sochi foi com um russo lembrando do 7 a 1 enquanto ele dirigia com uma mão na madrugada. Era praticamente um inferno de Dante.

Volantes de carro ou de futebol à parte, semana passada embarquei num voo a Moscou logo após a classificação da Rússia sobre a Espanha quando um nativo do país da Copa se sentou ao meu lado no avião. Ele nitidamente havia acompanhado o jogo do boteco. Estava bastante animado, viu minha credencial de jornalista e perguntou de onde eu era. Falei que era do Brasil. 

Ele arregalou os olhos, abriu um sorriso que emitiu uns cinco decigramas de álcool na cabine do nosso Airbus e desatou a conversar em inglês sobre grandes esportistas brasileiros.

“Pelé, muito bom, muito bom!”, disse Igor - ele se chamava Igor. “Ayrton Senna, muito bom, muito bom!”, continuou. Perguntei sobre o que ele achava de Nelson Piquet: “Piquet? Muito bom, muito bom. Mas ele é espanhol, não é?”.

O Igor estava animado com a vitória da Rússia sobre a Espanha. Foi aí que ele franziu o cenho. Olhou para mim sério e perguntou quem eu achava melhor, se Messi ou se Cristiano Ronaldo. “Messi”, respondi de pronto. Ele me estendeu a mão e me cumprimentou. Na sequência, declarou sua torcida nesta Copa do Mundo: “Estou torcendo para o Brasil. Brasil muito bom, muito bom!”.

Por um momento, bateu um orgulhinho nacional. Ao que o Igor emendou: “e como vocês encararam a derrota para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014?”.

Todo dia, um 7 a 1 diferente. No último mês, teve um em russo e teve outro a uns 30 mil pés de altitude. 

*MARCIO DOLZAN É REPÓRTER DO ‘ESTADÃO’

Veja as melhores imagens da Copa do Mundo na Rússia

1 | 39

Pós-Copa

Foto: Thomas Samson / AFP
2 | 39

Pós-Copa

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3 | 39

32º dia

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4 | 39

32º dia

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5 | 39

31º DIA

Foto: Tolga Bozoglu/EFE
6 | 39

29º dia

Foto: Sérgio Perez / Reuters
7 | 39

28º dia

Foto: Carl Recine / Reuters
8 | 39

28º dia

Foto: Carl Recine/Reuters
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Foto: Lavandeira Jr./EFE
11 | 39

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Foto: Gabriel Bouys/AFP
12 | 39

24º dia

Foto: Peter Powell/EFE
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24º dia

Foto: Facundo Arrizabalaga/EFE
14 | 39

22º dia

Foto: Henry Romero / Reuters
15 | 39

21º dia

Foto: Johannes Eisele / AFP
16 | 39

20º dia

Foto: Yuri Kochetkov/EFE
17 | 39

20º dia

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
18 | 39

20º dia

Foto: Martin Meissner / AP
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20º dia

Foto: Gregorio Borgia / AP
20 | 39

19º dia

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21 | 39

18º dia

Foto: Darren Staples/Reuters
22 | 39

18º dia

Foto: David Vincent/AP
23 | 39

15º dia

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24 | 39

15º dia

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25 | 39

14º dia

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
26 | 39

14º dia

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27 | 39

14º dia

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28 | 39

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29 | 39

12º dia

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
30 | 39

Décimo dia

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31 | 39

Oitavo dia

Foto: Damir Sagolj / Reuters
32 | 39

Oitavo dia

Foto: Anatoly Maltsev / EFE
33 | 39

Sexto dia

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34 | 39

Sexto dia

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35 | 39

Quarto dia

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36 | 39

Primeiro dia

Foto: Christian Hartmann / Reuters
37 | 39

Pré-Copa (de 2026)

Foto: Kena Betancur / AFP
38 | 39

Pré-Copa

Foto: Bernd Wuesteneck / AFP
39 | 39

Pré-Copa

Foto: Anton Vaganov / Reuters

Logo no início da Copa do Mundo, depois de cobrir o jogo Portugal x Espanha, eu me vi do lado de fora do Fisht Stadium, às 2h30 da madrugada, com uma indagação que me acompanhava: “e agora?”. Eu precisava voltar ao hotel sem saber direito onde ele ficava e correndo o risco de o taxista me dar uma volta (em vários sentidos). Aí, eu fiz o que manda a cartilha: joguei no Google Maps o nome do hotel para saber mais ou menos a distância de onde estava, peguei o aplicativo de tradução e fui negociar com o taxista.

+ Tá russo! Valores invertidos na Fifa

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+ Tá russo! Avião na Rússia é um enorme exercício de paciência

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Tráfego.Sem noção de preço de táxi, o melhor é negociar Foto: Maxim Shemetov/Reuters

Foi aí que o rapaz fez o preço da viagem. “Sua corrida vai custar mil trezentos e cinquenta rublos”, ele me disse - ou seja, eu pagaria em torno de R$ 80.

Beleza, aceitei. No trajeto, quase 3 horas da manhã, o motorista decidiu conversar comigo quando descobriu que eu era brasileiro. Pegou o aplicativo de tradução e digitou com uma mão enquanto dirigia com a outra. 

Do lado de fora, os guardrails da autoestrada passavam rente à porta. Do lado de dentro, eu pensava que finalmente descobriria como funciona um seguro saúde em viagens internacionais. Aí o taxista me mostrou o que havia escrito na tela do celular. 

“Lamento muito o que aconteceu com o Brasil na última Copa.”

Ou seja, minha primeira viagem de táxi em Sochi foi com um russo lembrando do 7 a 1 enquanto ele dirigia com uma mão na madrugada. Era praticamente um inferno de Dante.

Volantes de carro ou de futebol à parte, semana passada embarquei num voo a Moscou logo após a classificação da Rússia sobre a Espanha quando um nativo do país da Copa se sentou ao meu lado no avião. Ele nitidamente havia acompanhado o jogo do boteco. Estava bastante animado, viu minha credencial de jornalista e perguntou de onde eu era. Falei que era do Brasil. 

Ele arregalou os olhos, abriu um sorriso que emitiu uns cinco decigramas de álcool na cabine do nosso Airbus e desatou a conversar em inglês sobre grandes esportistas brasileiros.

“Pelé, muito bom, muito bom!”, disse Igor - ele se chamava Igor. “Ayrton Senna, muito bom, muito bom!”, continuou. Perguntei sobre o que ele achava de Nelson Piquet: “Piquet? Muito bom, muito bom. Mas ele é espanhol, não é?”.

O Igor estava animado com a vitória da Rússia sobre a Espanha. Foi aí que ele franziu o cenho. Olhou para mim sério e perguntou quem eu achava melhor, se Messi ou se Cristiano Ronaldo. “Messi”, respondi de pronto. Ele me estendeu a mão e me cumprimentou. Na sequência, declarou sua torcida nesta Copa do Mundo: “Estou torcendo para o Brasil. Brasil muito bom, muito bom!”.

Por um momento, bateu um orgulhinho nacional. Ao que o Igor emendou: “e como vocês encararam a derrota para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014?”.

Todo dia, um 7 a 1 diferente. No último mês, teve um em russo e teve outro a uns 30 mil pés de altitude. 

*MARCIO DOLZAN É REPÓRTER DO ‘ESTADÃO’

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1 | 39

Pós-Copa

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2 | 39

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32º dia

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4 | 39

32º dia

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31º DIA

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11 | 39

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12 | 39

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14 | 39

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14º dia

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14º dia

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Oitavo dia

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32 | 39

Oitavo dia

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33 | 39

Sexto dia

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34 | 39

Sexto dia

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Quarto dia

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Primeiro dia

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37 | 39

Pré-Copa (de 2026)

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