O torcedor sentado na ala sul da arquibancada da Arena Condá, estádio da Chapecoense, observa o gramado vazio e sonha com um gol que o seu time não levou. Sonha que nos acréscimos do jogo decisivo contra o San Lorenzo, o goleiro Danilo não conseguiu evitar o gol adversário e que, por consequência, ahistória tivesse terminado ali. Ele sonha até com a indignação, o palavrão e a decepção do dia seguinte. Dores suportáveis para todos aqueles que estão acostumados com o perde e ganha do futebol. "Mas Danilo fez uma defesa milagrosa. Nao foi gol. Não foi gol e a gente começou a viver um sonho. Um sonho que virou pesadelo", diz o estudante de agronomia Guilherme Batista Filho, 18 anos. Ao lado de Batista, Gabriel abraça o pai e chora. O menino joga na escolinha da Chapecoense, meio campista habilidoso, futuro atleta. "Não acreditei quando meu pai me contou. Hoje é o dia mais triste que eu já vivi", fala o garoto de 11 anos.
Confira imagens do acidente de avião do time da Chapecoense
Sobreviventes do acidente
Foto: Felipe Rau/ Estadão ▲Sobreviventes do acidente
Foto: Felipe Rau/ Estadão ▲Sobreviventes do acidente
Foto: Felipe Rau/ Estadão ▲Destroços do avião
Foto: AP Photo/ Luis Benavides ▲Destroços do avião
Foto: AFP Photo/ Raul Arboleda ▲Destroços do avião
Foto: AFP Photo/ Raul Arboleda ▲Destroços do avião
Foto: AFP Photo/ Raul Arboleda ▲Destroços do avião
Foto: Reprodução/ Twitter ▲Destroços do avião
Foto: Frady Builes/Reuters ▲Destroços do avião
Foto: Fernando Vergara/AP ▲Alan Ruschel
Foto: EFE/LUIS EDUARDO NORIEGA ▲Alan Ruschel
Foto: EFE/ Luis Eduardo Noriega ▲Alan Ruschel
Foto: EFE/LUIS EDUARDO NORIEGA ▲Neto
Foto: AFP Photo/ Luis Acosta ▲Neto
Foto: AFP Photo/ Luis Acosta ▲Rafael Henze
Foto: EFE/LUIS EDUARDO NORIEGA ▲Rafael Henze
Foto: EFE/LUIS EDUARDO NORIEGA ▲Resgate de corpos
Foto: AP Photo/ Luis Benavides ▲Resgate de corpos
Foto: AFP Photo/ Raul Arboleda ▲Resgate de corpos
Foto: AFP Photo/ Raul Arboleda ▲Resgate de corpos
Foto: AFP Photo ▲Resgate de corpos
Foto: Fernando Vergara/AP ▲Resgate de corpos
Foto: Mauricio Castañeda/EFE ▲Caixas-pretas
Foto: Reprodução/Twitter ▲Aeronave
Foto: Reprodução/ Twitter ▲Arena Condá
Foto: Gabriela Biló/Estadão ▲Torcedora mirim
Foto: Nilton Fukuda/ Estadão ▲Arena Condá
Foto: André Penner/AP ▲Arena Condá
Foto: Gabriela Biló/Estadão ▲Arena Condá
Foto: Renato Padilha/ Futura Press ▲Arena Condá
Foto: Paulo Withaker/ Reutes ▲Arena Condá
Foto: Paulo Whitaker/ Reuters ▲Torcedores na Arena Condá
Foto: Nilton Fukuda/ Estadão ▲Vestiário na Arena Condá
Foto: Gabriela Biló/Estadão ▲Vestiário da Chapecoense
Foto: Gabriela Biló/Estadão ▲Demerson evita vestiário do time da Chapecoense: 'Dá uma dor'
Foto: Gabriela Biló|Estadão ▲Arena Condá
Foto: Reprodução/ Twitter ▲Arena Condá
Foto: Reprodução/ Twitter ▲Arena Condá
Foto: AFP ▲Arena Condá
Foto: Gabriela Biló/Estadão ▲Arena Condá
Foto: AFP ▲Arena Condá
Foto: Paulo Whitaker/Reuters ▲Arena Condá
Foto: Paulo Whitaker/Reuters ▲Arena Condá
Foto: Paulo Whitaker/Reuters ▲Missa
Foto: Fernando Bizerra Jr/EFE ▲Missa
Foto: Nelson Almeida/AFP ▲Cidade de Chapecó
Foto: Paulo Whitaker/Reuters ▲Cidade de Chapecó
Foto: Reprodução/ Twitter ▲Cidade de Chapecó
Foto: Paulo Whitaker/Reuters ▲Cidade de Chapecó
Foto: Luis Lopes/Estadão ▲Cidade de Chapecó
Foto: Paulo Whitaker/Reuters ▲Brasília
Foto: Joedson Alves/EFE ▲Torcedor mirim
Foto: Gabriela Bilo/ Estadão ▲Torcedores da Chapecoense
Foto: EFE/ Fernando Bizerra Jr. ▲Torcedoras da Chapecoense
Foto: Gabriela Bilo/ Estadão ▲Torcedores rezam na Arena Condá
Foto: Gabriela Bilo/ Estadão ▲Torcedor Mirim
Foto: Gabriela Bilo ▲Torcedor Mirim
Foto: Gabriela Bilo/ Estadão ▲Torcedores na Arena Condá
Foto: Nilton Fukuda/ Estadão ▲Torcedoras da Chapecoense
Foto: Nilton Fukuda/ Estadão ▲Torcedores na Arena Condá
Foto: Reuters/ Paulo Whitaker ▲Torcedores na Arena Condá
Foto: Nilton Fukuda/ Estadão ▲'Não podemos desistir agora', afirma funcionário da Arena Condá
Foto: Gabriela Biló|Estadão ▲'Ele estava com um pressentimento ruim', conta viúva
Foto: Gabriela Biló|Estadão ▲Torcedor mirim
Foto: Reuters/ Paulo Whitaker ▲Torcedores na Arena Condá
Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr. ▲Mesmo quem viveu mais do que isso tem concordado com o menino e colocado essa dor numa prateleira bem alta. "Sou corintiana. Moro aqui, mas sou corintiana. A primeira vez que estive nesse estádio foi pra ver o jogo do Corinthians contra a Chape. Não consegui ingresso pra sentar ao lado da torcida do meu time. Então, fiquei no meio da torcida da Chape. Nesse dia, o Corinthians ganhou. Mas a Chape ganhou uma torcedora apaixonada. E eu ganhei uma família", diz Ivone Becker, 70 anos. Silencioso, elegantemente vestido, estava outro convertido à Chapeconse, o Haitiano Gueery Bassard, 32 anos. Ele, que saiu do seu país fugindo de tragédias naturais e políticas, encontrou no time de futebol um conforto. "Eu jogava bola no Haiti. O futebol do Chapecoense me faz lembrar do meu próprio país", diz. Bassard chora ao conectar o seu país com o time de futebol. Perto da tragédia esteve Fernando de Lima Cásper, presidente da torcida organizada da Chapecoense. "Eu tentei muito estar naquele voo. Eu pedi para diretoria. Eu quase consegui. Mas tive problemas para tirar o passaporte e acabei ficando", conta Lima - que também rememora a defesa milagrosa de Danilo e se emociona. "Se aquela bola entra seria uma dor. Uma dor diferente. Uma dor que iria acabar na próxima rodada ou temporada do futebol. Agora, não. Essa dor é diferente. É mil vezes pior", fala.