Um blog de futebol-arte

Ouro para todos


Por Luiz Zanin Oricchio

Que pena, acabou! Com essa bela cerimônia de encerramento, bem brasileira, damos adeus à Olimpíada. A nossa Olimpíada.

Nem preciso dizer o quanto se enganaram as pitonisas do caos, sempre assanhadas a cada vez que o país enfrenta um desafio. Na Copa foi a mesma coisa. E fizemos uma grande Copa do Mundo, apesar do vexame da seleção.

Agora conseguimos o primeiro ouro olímpico no futebol. Foi um jogo suado, dramático, tendo de ir aos pênaltis. Parece coisa ensaiada por algum deus zombeteiro. O mesmo Neymar, que levara vaia e despertara suspeitas em jogos anteriores, fez a última e decisiva cobrança.

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Isso vai resolver os problemas do futebol brasileiro? Claro que não. Mas deixa o clima mais desanuviado, talvez.

A vitória no vôlei foi sensacional. De arrepiar. Me emocionei demais.

Houve as derrotas. As mais doídas, a dos rapazes do basquete e a das moças do futebol.

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Em compensação houve aquela primeira medalha olímpica com a Rafaela Silva. E depois a do Thiago no salto de vara. E as três da canoagem.

Não sejamos nacionalistas, pelo menos não de maneira tola. Olimpíada é fato internacional e gênios do esporte estiveram por aqui. Houve o momento Phelps, fantástico. E Bolt, o privilégio de ver esse jamaicano encerrar a sua carreira olímpica no Brasil, com três vitórias demolidoras, nos 100m, nos 200m e no revezamento.

Houve algum problema na organização? Sim, como sempre há em evento desse tamanho. Alguma baixaria? Que tal a dos nadadores americanos?

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Vamos nos amolar com isso? Ora, faz parte. O importante é que a festa foi linda, mostrou competições históricas, que não vão sair da nossa memória. Quem gosta de esportes curtiu demais essas duas semanas.

Eu gostaria de ser otimista e dizer que, depois de tudo isso, estaríamos curados para sempre do nosso complexo de vira-latas. Mas não acredito muito nisso. Talvez seja um dado estrutural da nossa formação e não algo circunstancial como pensava o criador da expressão, um certo Nelson Rodrigues.

Ou talvez, e isso me ocorre agora, o Complexo de Vira-latas, uma síndrome de fundir a cuca do Dr. Freud, faça parte de alguma estratégia política mais sabida, para que o povo nunca desenvolva confiança plena em si mesmo.

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Esse é o maior lugar-comum esportivo do mundo: quando falta confiança não dá para fazer nada, não se dá um chute certo, não se corre direito, não se encara nenhum adversário olhando-o nos olhos. Sem confiança, diria Nelson Rodrigues, não se atravessa nem uma rua para chupar um picolé.

Então talvez faça parte de uma estratégia do poder manter as pessoas sob eterna desconfiança em si mesmas. Condenadas ao subdesenvolvimento. Despojadas da confiança em si, sentindo-se sempre inferiores, as pessoas tornam-se presas mais domesticáveis, facilmente manipuláveis por demagogos ou golpistas de todo gênero.

Dar um jeito nisso é mais complicado do que ganhar um ouro olímpico. É trabalho nosso do dia a dia, trabalho de gerações.

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Mas já seria um pequeno (grande) passo curtir esse belo momento esportivo e vivê-lo plenamente. E a luta continua.

 

Que pena, acabou! Com essa bela cerimônia de encerramento, bem brasileira, damos adeus à Olimpíada. A nossa Olimpíada.

Nem preciso dizer o quanto se enganaram as pitonisas do caos, sempre assanhadas a cada vez que o país enfrenta um desafio. Na Copa foi a mesma coisa. E fizemos uma grande Copa do Mundo, apesar do vexame da seleção.

Agora conseguimos o primeiro ouro olímpico no futebol. Foi um jogo suado, dramático, tendo de ir aos pênaltis. Parece coisa ensaiada por algum deus zombeteiro. O mesmo Neymar, que levara vaia e despertara suspeitas em jogos anteriores, fez a última e decisiva cobrança.

Isso vai resolver os problemas do futebol brasileiro? Claro que não. Mas deixa o clima mais desanuviado, talvez.

A vitória no vôlei foi sensacional. De arrepiar. Me emocionei demais.

Houve as derrotas. As mais doídas, a dos rapazes do basquete e a das moças do futebol.

Em compensação houve aquela primeira medalha olímpica com a Rafaela Silva. E depois a do Thiago no salto de vara. E as três da canoagem.

Não sejamos nacionalistas, pelo menos não de maneira tola. Olimpíada é fato internacional e gênios do esporte estiveram por aqui. Houve o momento Phelps, fantástico. E Bolt, o privilégio de ver esse jamaicano encerrar a sua carreira olímpica no Brasil, com três vitórias demolidoras, nos 100m, nos 200m e no revezamento.

Houve algum problema na organização? Sim, como sempre há em evento desse tamanho. Alguma baixaria? Que tal a dos nadadores americanos?

Vamos nos amolar com isso? Ora, faz parte. O importante é que a festa foi linda, mostrou competições históricas, que não vão sair da nossa memória. Quem gosta de esportes curtiu demais essas duas semanas.

Eu gostaria de ser otimista e dizer que, depois de tudo isso, estaríamos curados para sempre do nosso complexo de vira-latas. Mas não acredito muito nisso. Talvez seja um dado estrutural da nossa formação e não algo circunstancial como pensava o criador da expressão, um certo Nelson Rodrigues.

Ou talvez, e isso me ocorre agora, o Complexo de Vira-latas, uma síndrome de fundir a cuca do Dr. Freud, faça parte de alguma estratégia política mais sabida, para que o povo nunca desenvolva confiança plena em si mesmo.

Esse é o maior lugar-comum esportivo do mundo: quando falta confiança não dá para fazer nada, não se dá um chute certo, não se corre direito, não se encara nenhum adversário olhando-o nos olhos. Sem confiança, diria Nelson Rodrigues, não se atravessa nem uma rua para chupar um picolé.

Então talvez faça parte de uma estratégia do poder manter as pessoas sob eterna desconfiança em si mesmas. Condenadas ao subdesenvolvimento. Despojadas da confiança em si, sentindo-se sempre inferiores, as pessoas tornam-se presas mais domesticáveis, facilmente manipuláveis por demagogos ou golpistas de todo gênero.

Dar um jeito nisso é mais complicado do que ganhar um ouro olímpico. É trabalho nosso do dia a dia, trabalho de gerações.

Mas já seria um pequeno (grande) passo curtir esse belo momento esportivo e vivê-lo plenamente. E a luta continua.

 

Que pena, acabou! Com essa bela cerimônia de encerramento, bem brasileira, damos adeus à Olimpíada. A nossa Olimpíada.

Nem preciso dizer o quanto se enganaram as pitonisas do caos, sempre assanhadas a cada vez que o país enfrenta um desafio. Na Copa foi a mesma coisa. E fizemos uma grande Copa do Mundo, apesar do vexame da seleção.

Agora conseguimos o primeiro ouro olímpico no futebol. Foi um jogo suado, dramático, tendo de ir aos pênaltis. Parece coisa ensaiada por algum deus zombeteiro. O mesmo Neymar, que levara vaia e despertara suspeitas em jogos anteriores, fez a última e decisiva cobrança.

Isso vai resolver os problemas do futebol brasileiro? Claro que não. Mas deixa o clima mais desanuviado, talvez.

A vitória no vôlei foi sensacional. De arrepiar. Me emocionei demais.

Houve as derrotas. As mais doídas, a dos rapazes do basquete e a das moças do futebol.

Em compensação houve aquela primeira medalha olímpica com a Rafaela Silva. E depois a do Thiago no salto de vara. E as três da canoagem.

Não sejamos nacionalistas, pelo menos não de maneira tola. Olimpíada é fato internacional e gênios do esporte estiveram por aqui. Houve o momento Phelps, fantástico. E Bolt, o privilégio de ver esse jamaicano encerrar a sua carreira olímpica no Brasil, com três vitórias demolidoras, nos 100m, nos 200m e no revezamento.

Houve algum problema na organização? Sim, como sempre há em evento desse tamanho. Alguma baixaria? Que tal a dos nadadores americanos?

Vamos nos amolar com isso? Ora, faz parte. O importante é que a festa foi linda, mostrou competições históricas, que não vão sair da nossa memória. Quem gosta de esportes curtiu demais essas duas semanas.

Eu gostaria de ser otimista e dizer que, depois de tudo isso, estaríamos curados para sempre do nosso complexo de vira-latas. Mas não acredito muito nisso. Talvez seja um dado estrutural da nossa formação e não algo circunstancial como pensava o criador da expressão, um certo Nelson Rodrigues.

Ou talvez, e isso me ocorre agora, o Complexo de Vira-latas, uma síndrome de fundir a cuca do Dr. Freud, faça parte de alguma estratégia política mais sabida, para que o povo nunca desenvolva confiança plena em si mesmo.

Esse é o maior lugar-comum esportivo do mundo: quando falta confiança não dá para fazer nada, não se dá um chute certo, não se corre direito, não se encara nenhum adversário olhando-o nos olhos. Sem confiança, diria Nelson Rodrigues, não se atravessa nem uma rua para chupar um picolé.

Então talvez faça parte de uma estratégia do poder manter as pessoas sob eterna desconfiança em si mesmas. Condenadas ao subdesenvolvimento. Despojadas da confiança em si, sentindo-se sempre inferiores, as pessoas tornam-se presas mais domesticáveis, facilmente manipuláveis por demagogos ou golpistas de todo gênero.

Dar um jeito nisso é mais complicado do que ganhar um ouro olímpico. É trabalho nosso do dia a dia, trabalho de gerações.

Mas já seria um pequeno (grande) passo curtir esse belo momento esportivo e vivê-lo plenamente. E a luta continua.

 

Que pena, acabou! Com essa bela cerimônia de encerramento, bem brasileira, damos adeus à Olimpíada. A nossa Olimpíada.

Nem preciso dizer o quanto se enganaram as pitonisas do caos, sempre assanhadas a cada vez que o país enfrenta um desafio. Na Copa foi a mesma coisa. E fizemos uma grande Copa do Mundo, apesar do vexame da seleção.

Agora conseguimos o primeiro ouro olímpico no futebol. Foi um jogo suado, dramático, tendo de ir aos pênaltis. Parece coisa ensaiada por algum deus zombeteiro. O mesmo Neymar, que levara vaia e despertara suspeitas em jogos anteriores, fez a última e decisiva cobrança.

Isso vai resolver os problemas do futebol brasileiro? Claro que não. Mas deixa o clima mais desanuviado, talvez.

A vitória no vôlei foi sensacional. De arrepiar. Me emocionei demais.

Houve as derrotas. As mais doídas, a dos rapazes do basquete e a das moças do futebol.

Em compensação houve aquela primeira medalha olímpica com a Rafaela Silva. E depois a do Thiago no salto de vara. E as três da canoagem.

Não sejamos nacionalistas, pelo menos não de maneira tola. Olimpíada é fato internacional e gênios do esporte estiveram por aqui. Houve o momento Phelps, fantástico. E Bolt, o privilégio de ver esse jamaicano encerrar a sua carreira olímpica no Brasil, com três vitórias demolidoras, nos 100m, nos 200m e no revezamento.

Houve algum problema na organização? Sim, como sempre há em evento desse tamanho. Alguma baixaria? Que tal a dos nadadores americanos?

Vamos nos amolar com isso? Ora, faz parte. O importante é que a festa foi linda, mostrou competições históricas, que não vão sair da nossa memória. Quem gosta de esportes curtiu demais essas duas semanas.

Eu gostaria de ser otimista e dizer que, depois de tudo isso, estaríamos curados para sempre do nosso complexo de vira-latas. Mas não acredito muito nisso. Talvez seja um dado estrutural da nossa formação e não algo circunstancial como pensava o criador da expressão, um certo Nelson Rodrigues.

Ou talvez, e isso me ocorre agora, o Complexo de Vira-latas, uma síndrome de fundir a cuca do Dr. Freud, faça parte de alguma estratégia política mais sabida, para que o povo nunca desenvolva confiança plena em si mesmo.

Esse é o maior lugar-comum esportivo do mundo: quando falta confiança não dá para fazer nada, não se dá um chute certo, não se corre direito, não se encara nenhum adversário olhando-o nos olhos. Sem confiança, diria Nelson Rodrigues, não se atravessa nem uma rua para chupar um picolé.

Então talvez faça parte de uma estratégia do poder manter as pessoas sob eterna desconfiança em si mesmas. Condenadas ao subdesenvolvimento. Despojadas da confiança em si, sentindo-se sempre inferiores, as pessoas tornam-se presas mais domesticáveis, facilmente manipuláveis por demagogos ou golpistas de todo gênero.

Dar um jeito nisso é mais complicado do que ganhar um ouro olímpico. É trabalho nosso do dia a dia, trabalho de gerações.

Mas já seria um pequeno (grande) passo curtir esse belo momento esportivo e vivê-lo plenamente. E a luta continua.

 

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