Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|A nova geração de treinadores, que é boa, precisa dar um passo para trás e voltar melhor


Há espaço para técnicos bons no futebol brasileiro, sejam eles mais experientes ou em começo de carreira

Por Robson Morelli

Começamos o ano, e terminamos a temporada passada, rasgando elogios aos treinadores novos que assumiram times grandes do Brasil. Parecia, até então, um caminho sem volta. A maioria dos técnicos vinha de trabalhos razoáveis e demonstrava muita caixa para trilhar caminhos vencedores. Talvez tenhamos exagerado nesses comentários e apostas, todos nós, inclusive o torcedor, passando pelos dirigentes que o contrataram. A turma de 207, apenas Carille trabalhou com sobras e a contento, ganhando títulos e formando times competitivos. Os demais pisaram na bola.

ALEX SILVA/ESTADÃO Foto: Estadão
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Jair Ventura não foi bem no Santos.Roger Machado deixou a desejar no Palmeiras.Zé Ricardo foi mal no Vasco e no Flamengo.Rogério Ceni fracassou no São Paulo.Fernando Diniz nada conseguiu no Atlético-PR.Osmar Loss, da turma de 2018, samba no Corinthians.

Há outros que ficaram pelo caminho. Ocorre que todos esses assumiram times importantes sem a devida preparação, sem 'comer grama', sem experiência, sem bater a cabeça. E aí perderam o emprego. Ceni deu dois passos para trás, assumiu o Fortaleza e mantêm o time na liderança da Série B. Vai sair de lá mais maduro para o cargo, mais experiente e mais rodado. Os demais talvez tenham pulado etapas e precisam desse mesmo caminho tomado por Ceni, mais humildade e desafios. Menos arrogância. Mais trabalho.

Ninguém chega atrasado e vai na janelinha. No futebol, é muito difícil pular etapas, a não ser que o profissional seja um fora de série, diferente, acima da média. Mesmo assim, poucos treinadores avançaram sem chegar de categorias menores. O próprio Zidane, antes de assumir o Real Madrid, trabalhou no Real B. É claro que cada um tem sua história e as histórias nunca serão iguais. Mas essa história de "nova geração" de técnicos nasceu prematura no futebol brasileiro. Era preciso dar mais tempo a esses técnicos. E todos nós sabemos que cartola nenhum tem coragem de manter seus treinadores quando a coisa não anda bem.

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O resultado é um Jair Ventura desempregado. Um Roger Machado sem clube. E todos eles podem render e contribuir muito para o nosso futebol.

Na outra ponta, os cartolas voltam a se render ao trabalho de treinadores mais experientes, como Felipão no Palmeiras, Carpegiani, no Vitória, Mano Menezes, no Cruzeiro, Renato Gaúcho, no Grêmio... Há outros por aí. O fato é que o novo e o não tão novo assim podem e precisam conviver juntos. É preciso também ter em quem se espelhar, olhar, aprender. Isso vale para todas as profissões. Um técnico não pode excluir o outro. Simples assim.

 

Começamos o ano, e terminamos a temporada passada, rasgando elogios aos treinadores novos que assumiram times grandes do Brasil. Parecia, até então, um caminho sem volta. A maioria dos técnicos vinha de trabalhos razoáveis e demonstrava muita caixa para trilhar caminhos vencedores. Talvez tenhamos exagerado nesses comentários e apostas, todos nós, inclusive o torcedor, passando pelos dirigentes que o contrataram. A turma de 207, apenas Carille trabalhou com sobras e a contento, ganhando títulos e formando times competitivos. Os demais pisaram na bola.

ALEX SILVA/ESTADÃO Foto: Estadão

Jair Ventura não foi bem no Santos.Roger Machado deixou a desejar no Palmeiras.Zé Ricardo foi mal no Vasco e no Flamengo.Rogério Ceni fracassou no São Paulo.Fernando Diniz nada conseguiu no Atlético-PR.Osmar Loss, da turma de 2018, samba no Corinthians.

Há outros que ficaram pelo caminho. Ocorre que todos esses assumiram times importantes sem a devida preparação, sem 'comer grama', sem experiência, sem bater a cabeça. E aí perderam o emprego. Ceni deu dois passos para trás, assumiu o Fortaleza e mantêm o time na liderança da Série B. Vai sair de lá mais maduro para o cargo, mais experiente e mais rodado. Os demais talvez tenham pulado etapas e precisam desse mesmo caminho tomado por Ceni, mais humildade e desafios. Menos arrogância. Mais trabalho.

Ninguém chega atrasado e vai na janelinha. No futebol, é muito difícil pular etapas, a não ser que o profissional seja um fora de série, diferente, acima da média. Mesmo assim, poucos treinadores avançaram sem chegar de categorias menores. O próprio Zidane, antes de assumir o Real Madrid, trabalhou no Real B. É claro que cada um tem sua história e as histórias nunca serão iguais. Mas essa história de "nova geração" de técnicos nasceu prematura no futebol brasileiro. Era preciso dar mais tempo a esses técnicos. E todos nós sabemos que cartola nenhum tem coragem de manter seus treinadores quando a coisa não anda bem.

O resultado é um Jair Ventura desempregado. Um Roger Machado sem clube. E todos eles podem render e contribuir muito para o nosso futebol.

Na outra ponta, os cartolas voltam a se render ao trabalho de treinadores mais experientes, como Felipão no Palmeiras, Carpegiani, no Vitória, Mano Menezes, no Cruzeiro, Renato Gaúcho, no Grêmio... Há outros por aí. O fato é que o novo e o não tão novo assim podem e precisam conviver juntos. É preciso também ter em quem se espelhar, olhar, aprender. Isso vale para todas as profissões. Um técnico não pode excluir o outro. Simples assim.

 

Começamos o ano, e terminamos a temporada passada, rasgando elogios aos treinadores novos que assumiram times grandes do Brasil. Parecia, até então, um caminho sem volta. A maioria dos técnicos vinha de trabalhos razoáveis e demonstrava muita caixa para trilhar caminhos vencedores. Talvez tenhamos exagerado nesses comentários e apostas, todos nós, inclusive o torcedor, passando pelos dirigentes que o contrataram. A turma de 207, apenas Carille trabalhou com sobras e a contento, ganhando títulos e formando times competitivos. Os demais pisaram na bola.

ALEX SILVA/ESTADÃO Foto: Estadão

Jair Ventura não foi bem no Santos.Roger Machado deixou a desejar no Palmeiras.Zé Ricardo foi mal no Vasco e no Flamengo.Rogério Ceni fracassou no São Paulo.Fernando Diniz nada conseguiu no Atlético-PR.Osmar Loss, da turma de 2018, samba no Corinthians.

Há outros que ficaram pelo caminho. Ocorre que todos esses assumiram times importantes sem a devida preparação, sem 'comer grama', sem experiência, sem bater a cabeça. E aí perderam o emprego. Ceni deu dois passos para trás, assumiu o Fortaleza e mantêm o time na liderança da Série B. Vai sair de lá mais maduro para o cargo, mais experiente e mais rodado. Os demais talvez tenham pulado etapas e precisam desse mesmo caminho tomado por Ceni, mais humildade e desafios. Menos arrogância. Mais trabalho.

Ninguém chega atrasado e vai na janelinha. No futebol, é muito difícil pular etapas, a não ser que o profissional seja um fora de série, diferente, acima da média. Mesmo assim, poucos treinadores avançaram sem chegar de categorias menores. O próprio Zidane, antes de assumir o Real Madrid, trabalhou no Real B. É claro que cada um tem sua história e as histórias nunca serão iguais. Mas essa história de "nova geração" de técnicos nasceu prematura no futebol brasileiro. Era preciso dar mais tempo a esses técnicos. E todos nós sabemos que cartola nenhum tem coragem de manter seus treinadores quando a coisa não anda bem.

O resultado é um Jair Ventura desempregado. Um Roger Machado sem clube. E todos eles podem render e contribuir muito para o nosso futebol.

Na outra ponta, os cartolas voltam a se render ao trabalho de treinadores mais experientes, como Felipão no Palmeiras, Carpegiani, no Vitória, Mano Menezes, no Cruzeiro, Renato Gaúcho, no Grêmio... Há outros por aí. O fato é que o novo e o não tão novo assim podem e precisam conviver juntos. É preciso também ter em quem se espelhar, olhar, aprender. Isso vale para todas as profissões. Um técnico não pode excluir o outro. Simples assim.

 

Começamos o ano, e terminamos a temporada passada, rasgando elogios aos treinadores novos que assumiram times grandes do Brasil. Parecia, até então, um caminho sem volta. A maioria dos técnicos vinha de trabalhos razoáveis e demonstrava muita caixa para trilhar caminhos vencedores. Talvez tenhamos exagerado nesses comentários e apostas, todos nós, inclusive o torcedor, passando pelos dirigentes que o contrataram. A turma de 207, apenas Carille trabalhou com sobras e a contento, ganhando títulos e formando times competitivos. Os demais pisaram na bola.

ALEX SILVA/ESTADÃO Foto: Estadão

Jair Ventura não foi bem no Santos.Roger Machado deixou a desejar no Palmeiras.Zé Ricardo foi mal no Vasco e no Flamengo.Rogério Ceni fracassou no São Paulo.Fernando Diniz nada conseguiu no Atlético-PR.Osmar Loss, da turma de 2018, samba no Corinthians.

Há outros que ficaram pelo caminho. Ocorre que todos esses assumiram times importantes sem a devida preparação, sem 'comer grama', sem experiência, sem bater a cabeça. E aí perderam o emprego. Ceni deu dois passos para trás, assumiu o Fortaleza e mantêm o time na liderança da Série B. Vai sair de lá mais maduro para o cargo, mais experiente e mais rodado. Os demais talvez tenham pulado etapas e precisam desse mesmo caminho tomado por Ceni, mais humildade e desafios. Menos arrogância. Mais trabalho.

Ninguém chega atrasado e vai na janelinha. No futebol, é muito difícil pular etapas, a não ser que o profissional seja um fora de série, diferente, acima da média. Mesmo assim, poucos treinadores avançaram sem chegar de categorias menores. O próprio Zidane, antes de assumir o Real Madrid, trabalhou no Real B. É claro que cada um tem sua história e as histórias nunca serão iguais. Mas essa história de "nova geração" de técnicos nasceu prematura no futebol brasileiro. Era preciso dar mais tempo a esses técnicos. E todos nós sabemos que cartola nenhum tem coragem de manter seus treinadores quando a coisa não anda bem.

O resultado é um Jair Ventura desempregado. Um Roger Machado sem clube. E todos eles podem render e contribuir muito para o nosso futebol.

Na outra ponta, os cartolas voltam a se render ao trabalho de treinadores mais experientes, como Felipão no Palmeiras, Carpegiani, no Vitória, Mano Menezes, no Cruzeiro, Renato Gaúcho, no Grêmio... Há outros por aí. O fato é que o novo e o não tão novo assim podem e precisam conviver juntos. É preciso também ter em quem se espelhar, olhar, aprender. Isso vale para todas as profissões. Um técnico não pode excluir o outro. Simples assim.

 

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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