Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|A seleção precisa se salvar mesmo a despeito de tudo o que a envolve nesse momento


Corrupção, falcatruas, medo de ser preso, mandos e desmandos. Nada disso pode matar o Brasil, embora é cada vez mais comum ouvir nas ruas que o País deveria ficar fora da Copa do Mundo da Rússia, fato inédito na história do Brasil, se isso acontecer

Por Robson Morelli

Adoro Fortaleza. Estive lá nas duas vezes em que a seleção brasileira jogou no Castelão pela Copa do Mundo. Foi lá que Neymar deixou o campo sem saber ainda que havia fratura as vértebras para dar entrada no hospital após aquela falta forte de Zuñiga na partida contra a Colômbia. Corri para o local antes mesmo de a partida acabar e dei um plantão básico na porta do hospital. Cheguei a entrar com a ajuda de uma fonte, mas depois o cerco se fechou e todos os repórteres tiveram de esperar por informações do lado de fora. Havia muita gente, a maioria moradores do bairro na esperança de ver o craque. A Copa acabou em Fortaleza para Neymar. Sem ele, o Brasil não teve forças para continuar como se comprovou mais tarde num dos piores, talvez o pior, episódios do futebol brasileiro.

 

A CBF e Dunga escolheram Fortaleza para mandar seu primeiro jogo das Eliminatórias em casa. Nesta terça, o time encara a Venezuela no mesmo Castelão em que Neymar foi covardemente atingido pelas costas. Há um motivo para isso. Acredita-se que o torcedor da cidade é mais hospitaleiro com o time, que não vaia nem cobra. No Rio e em São Paulo, por exemplo, Dunga imagina que a seleção seria mais pressionada, vaiada até. Primeiro, parece um absurdo subestimar a capacidade do povo de Fortaleza de entender e criticar o Brasil nesse momento. De norte a sul do País, todos olham para a seleção e não enxergam nada. Podem até ver bons jogadores, mas sabem, inclusive o cearense, que não há um time capaz de empolgar nem mesmo o já empolgado nordestino. Empolgado com a vida, com o trabalho, com a simplicidade, com o que lhe sobra do Brasil. Mas não com a seleção.

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Daí a indignação de achar que o Brasil em Fortaleza se dará melhor do que o Brasil em Porto Alegre ou Belo Horizonte, onde o time apanhou da Alemanha por 7 a 1, diga-se. A CBF tem de pensar menos no folclore do futebol e mais em escolher as pessoas certas e capazes para mudar o cenário. Escolher Fortaleza seria ótimo não fosse pelos motivos alegados. Os jogadores se acham em condições de reverter esse quadro. Concordo com eles, salvo um ou outro, mas aí é preferência. O problema é no comando, na forma de Dunga pensar o futebol, na pouca coragem que tem de mandar o Brasil para cima dos rivais, aqui ou fora, sempre como medo de perder, na insistência em ter um meio de campo limitado, preso, burocrático a maior parte do tempo. Contra o Chile, na primeira derrota em estreias em Eliminatórias, a seleção foi tímida. Parecia jogar pelo empate ou por uma bola. Dessa forma, permite que todos se igualem com a gente. Nossos jogadores são melhores. Mas nosso time é como os outros, talvez inferior a alguns. E todos se sentem em condições de derrotar a seleção brasileira.

 

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A seleção também não pode viver a reboque dos problemas da CBF, sofrer com as acusações de corrupção e de um presidente com medo de ser preso. Está tudo errado. O andar de cima está podre. Imagino que se fosse em outros tempos, muitos jogadores já teriam se rebelado. Imagino que Sócrates e Casagrande, ícones da Democracia Corintiana, não aceitariam vestir a camisa do Brasil nessas condições. E outros também.

 

Na onda dos mandatários ameaçados de deixar o cargo, Marco Polo del Nero é mais um deles. A desconfiança é grande sobre sua honra, mesmo sem ter nada provado. Sabe que seu nome ronda a CPI do Futebol em Brasília, e que ele será chamado a depor na hora certa. Certamente. A corrupção se espalhou pelo futebol. Todos resolveram mexer no que não é deles, fazer laços ilícitos, corromper e se deixar corromper na certeza de que nunca seriam pegos. As provas vão aparecendo e a imprensa ávida por dar a notícia. O cerco vai se fechando. Seleção nenhuma passa impune a isso. Daí o desejo de muita gente de ver o Brasil fracassar em campo na esperança de que algo mude. Ficar fora de uma Copa poderia ser a gota d'água desse copo quase cheio. Não. Entendo que o povo brasileiro, o torcedor, não pode pagar mais esse preço. O cenário é perfeito para renúncias, trocas, limpezas, recusas. E salvando a seleção.

Adoro Fortaleza. Estive lá nas duas vezes em que a seleção brasileira jogou no Castelão pela Copa do Mundo. Foi lá que Neymar deixou o campo sem saber ainda que havia fratura as vértebras para dar entrada no hospital após aquela falta forte de Zuñiga na partida contra a Colômbia. Corri para o local antes mesmo de a partida acabar e dei um plantão básico na porta do hospital. Cheguei a entrar com a ajuda de uma fonte, mas depois o cerco se fechou e todos os repórteres tiveram de esperar por informações do lado de fora. Havia muita gente, a maioria moradores do bairro na esperança de ver o craque. A Copa acabou em Fortaleza para Neymar. Sem ele, o Brasil não teve forças para continuar como se comprovou mais tarde num dos piores, talvez o pior, episódios do futebol brasileiro.

 

A CBF e Dunga escolheram Fortaleza para mandar seu primeiro jogo das Eliminatórias em casa. Nesta terça, o time encara a Venezuela no mesmo Castelão em que Neymar foi covardemente atingido pelas costas. Há um motivo para isso. Acredita-se que o torcedor da cidade é mais hospitaleiro com o time, que não vaia nem cobra. No Rio e em São Paulo, por exemplo, Dunga imagina que a seleção seria mais pressionada, vaiada até. Primeiro, parece um absurdo subestimar a capacidade do povo de Fortaleza de entender e criticar o Brasil nesse momento. De norte a sul do País, todos olham para a seleção e não enxergam nada. Podem até ver bons jogadores, mas sabem, inclusive o cearense, que não há um time capaz de empolgar nem mesmo o já empolgado nordestino. Empolgado com a vida, com o trabalho, com a simplicidade, com o que lhe sobra do Brasil. Mas não com a seleção.

 

Daí a indignação de achar que o Brasil em Fortaleza se dará melhor do que o Brasil em Porto Alegre ou Belo Horizonte, onde o time apanhou da Alemanha por 7 a 1, diga-se. A CBF tem de pensar menos no folclore do futebol e mais em escolher as pessoas certas e capazes para mudar o cenário. Escolher Fortaleza seria ótimo não fosse pelos motivos alegados. Os jogadores se acham em condições de reverter esse quadro. Concordo com eles, salvo um ou outro, mas aí é preferência. O problema é no comando, na forma de Dunga pensar o futebol, na pouca coragem que tem de mandar o Brasil para cima dos rivais, aqui ou fora, sempre como medo de perder, na insistência em ter um meio de campo limitado, preso, burocrático a maior parte do tempo. Contra o Chile, na primeira derrota em estreias em Eliminatórias, a seleção foi tímida. Parecia jogar pelo empate ou por uma bola. Dessa forma, permite que todos se igualem com a gente. Nossos jogadores são melhores. Mas nosso time é como os outros, talvez inferior a alguns. E todos se sentem em condições de derrotar a seleção brasileira.

 

A seleção também não pode viver a reboque dos problemas da CBF, sofrer com as acusações de corrupção e de um presidente com medo de ser preso. Está tudo errado. O andar de cima está podre. Imagino que se fosse em outros tempos, muitos jogadores já teriam se rebelado. Imagino que Sócrates e Casagrande, ícones da Democracia Corintiana, não aceitariam vestir a camisa do Brasil nessas condições. E outros também.

 

Na onda dos mandatários ameaçados de deixar o cargo, Marco Polo del Nero é mais um deles. A desconfiança é grande sobre sua honra, mesmo sem ter nada provado. Sabe que seu nome ronda a CPI do Futebol em Brasília, e que ele será chamado a depor na hora certa. Certamente. A corrupção se espalhou pelo futebol. Todos resolveram mexer no que não é deles, fazer laços ilícitos, corromper e se deixar corromper na certeza de que nunca seriam pegos. As provas vão aparecendo e a imprensa ávida por dar a notícia. O cerco vai se fechando. Seleção nenhuma passa impune a isso. Daí o desejo de muita gente de ver o Brasil fracassar em campo na esperança de que algo mude. Ficar fora de uma Copa poderia ser a gota d'água desse copo quase cheio. Não. Entendo que o povo brasileiro, o torcedor, não pode pagar mais esse preço. O cenário é perfeito para renúncias, trocas, limpezas, recusas. E salvando a seleção.

Adoro Fortaleza. Estive lá nas duas vezes em que a seleção brasileira jogou no Castelão pela Copa do Mundo. Foi lá que Neymar deixou o campo sem saber ainda que havia fratura as vértebras para dar entrada no hospital após aquela falta forte de Zuñiga na partida contra a Colômbia. Corri para o local antes mesmo de a partida acabar e dei um plantão básico na porta do hospital. Cheguei a entrar com a ajuda de uma fonte, mas depois o cerco se fechou e todos os repórteres tiveram de esperar por informações do lado de fora. Havia muita gente, a maioria moradores do bairro na esperança de ver o craque. A Copa acabou em Fortaleza para Neymar. Sem ele, o Brasil não teve forças para continuar como se comprovou mais tarde num dos piores, talvez o pior, episódios do futebol brasileiro.

 

A CBF e Dunga escolheram Fortaleza para mandar seu primeiro jogo das Eliminatórias em casa. Nesta terça, o time encara a Venezuela no mesmo Castelão em que Neymar foi covardemente atingido pelas costas. Há um motivo para isso. Acredita-se que o torcedor da cidade é mais hospitaleiro com o time, que não vaia nem cobra. No Rio e em São Paulo, por exemplo, Dunga imagina que a seleção seria mais pressionada, vaiada até. Primeiro, parece um absurdo subestimar a capacidade do povo de Fortaleza de entender e criticar o Brasil nesse momento. De norte a sul do País, todos olham para a seleção e não enxergam nada. Podem até ver bons jogadores, mas sabem, inclusive o cearense, que não há um time capaz de empolgar nem mesmo o já empolgado nordestino. Empolgado com a vida, com o trabalho, com a simplicidade, com o que lhe sobra do Brasil. Mas não com a seleção.

 

Daí a indignação de achar que o Brasil em Fortaleza se dará melhor do que o Brasil em Porto Alegre ou Belo Horizonte, onde o time apanhou da Alemanha por 7 a 1, diga-se. A CBF tem de pensar menos no folclore do futebol e mais em escolher as pessoas certas e capazes para mudar o cenário. Escolher Fortaleza seria ótimo não fosse pelos motivos alegados. Os jogadores se acham em condições de reverter esse quadro. Concordo com eles, salvo um ou outro, mas aí é preferência. O problema é no comando, na forma de Dunga pensar o futebol, na pouca coragem que tem de mandar o Brasil para cima dos rivais, aqui ou fora, sempre como medo de perder, na insistência em ter um meio de campo limitado, preso, burocrático a maior parte do tempo. Contra o Chile, na primeira derrota em estreias em Eliminatórias, a seleção foi tímida. Parecia jogar pelo empate ou por uma bola. Dessa forma, permite que todos se igualem com a gente. Nossos jogadores são melhores. Mas nosso time é como os outros, talvez inferior a alguns. E todos se sentem em condições de derrotar a seleção brasileira.

 

A seleção também não pode viver a reboque dos problemas da CBF, sofrer com as acusações de corrupção e de um presidente com medo de ser preso. Está tudo errado. O andar de cima está podre. Imagino que se fosse em outros tempos, muitos jogadores já teriam se rebelado. Imagino que Sócrates e Casagrande, ícones da Democracia Corintiana, não aceitariam vestir a camisa do Brasil nessas condições. E outros também.

 

Na onda dos mandatários ameaçados de deixar o cargo, Marco Polo del Nero é mais um deles. A desconfiança é grande sobre sua honra, mesmo sem ter nada provado. Sabe que seu nome ronda a CPI do Futebol em Brasília, e que ele será chamado a depor na hora certa. Certamente. A corrupção se espalhou pelo futebol. Todos resolveram mexer no que não é deles, fazer laços ilícitos, corromper e se deixar corromper na certeza de que nunca seriam pegos. As provas vão aparecendo e a imprensa ávida por dar a notícia. O cerco vai se fechando. Seleção nenhuma passa impune a isso. Daí o desejo de muita gente de ver o Brasil fracassar em campo na esperança de que algo mude. Ficar fora de uma Copa poderia ser a gota d'água desse copo quase cheio. Não. Entendo que o povo brasileiro, o torcedor, não pode pagar mais esse preço. O cenário é perfeito para renúncias, trocas, limpezas, recusas. E salvando a seleção.

Adoro Fortaleza. Estive lá nas duas vezes em que a seleção brasileira jogou no Castelão pela Copa do Mundo. Foi lá que Neymar deixou o campo sem saber ainda que havia fratura as vértebras para dar entrada no hospital após aquela falta forte de Zuñiga na partida contra a Colômbia. Corri para o local antes mesmo de a partida acabar e dei um plantão básico na porta do hospital. Cheguei a entrar com a ajuda de uma fonte, mas depois o cerco se fechou e todos os repórteres tiveram de esperar por informações do lado de fora. Havia muita gente, a maioria moradores do bairro na esperança de ver o craque. A Copa acabou em Fortaleza para Neymar. Sem ele, o Brasil não teve forças para continuar como se comprovou mais tarde num dos piores, talvez o pior, episódios do futebol brasileiro.

 

A CBF e Dunga escolheram Fortaleza para mandar seu primeiro jogo das Eliminatórias em casa. Nesta terça, o time encara a Venezuela no mesmo Castelão em que Neymar foi covardemente atingido pelas costas. Há um motivo para isso. Acredita-se que o torcedor da cidade é mais hospitaleiro com o time, que não vaia nem cobra. No Rio e em São Paulo, por exemplo, Dunga imagina que a seleção seria mais pressionada, vaiada até. Primeiro, parece um absurdo subestimar a capacidade do povo de Fortaleza de entender e criticar o Brasil nesse momento. De norte a sul do País, todos olham para a seleção e não enxergam nada. Podem até ver bons jogadores, mas sabem, inclusive o cearense, que não há um time capaz de empolgar nem mesmo o já empolgado nordestino. Empolgado com a vida, com o trabalho, com a simplicidade, com o que lhe sobra do Brasil. Mas não com a seleção.

 

Daí a indignação de achar que o Brasil em Fortaleza se dará melhor do que o Brasil em Porto Alegre ou Belo Horizonte, onde o time apanhou da Alemanha por 7 a 1, diga-se. A CBF tem de pensar menos no folclore do futebol e mais em escolher as pessoas certas e capazes para mudar o cenário. Escolher Fortaleza seria ótimo não fosse pelos motivos alegados. Os jogadores se acham em condições de reverter esse quadro. Concordo com eles, salvo um ou outro, mas aí é preferência. O problema é no comando, na forma de Dunga pensar o futebol, na pouca coragem que tem de mandar o Brasil para cima dos rivais, aqui ou fora, sempre como medo de perder, na insistência em ter um meio de campo limitado, preso, burocrático a maior parte do tempo. Contra o Chile, na primeira derrota em estreias em Eliminatórias, a seleção foi tímida. Parecia jogar pelo empate ou por uma bola. Dessa forma, permite que todos se igualem com a gente. Nossos jogadores são melhores. Mas nosso time é como os outros, talvez inferior a alguns. E todos se sentem em condições de derrotar a seleção brasileira.

 

A seleção também não pode viver a reboque dos problemas da CBF, sofrer com as acusações de corrupção e de um presidente com medo de ser preso. Está tudo errado. O andar de cima está podre. Imagino que se fosse em outros tempos, muitos jogadores já teriam se rebelado. Imagino que Sócrates e Casagrande, ícones da Democracia Corintiana, não aceitariam vestir a camisa do Brasil nessas condições. E outros também.

 

Na onda dos mandatários ameaçados de deixar o cargo, Marco Polo del Nero é mais um deles. A desconfiança é grande sobre sua honra, mesmo sem ter nada provado. Sabe que seu nome ronda a CPI do Futebol em Brasília, e que ele será chamado a depor na hora certa. Certamente. A corrupção se espalhou pelo futebol. Todos resolveram mexer no que não é deles, fazer laços ilícitos, corromper e se deixar corromper na certeza de que nunca seriam pegos. As provas vão aparecendo e a imprensa ávida por dar a notícia. O cerco vai se fechando. Seleção nenhuma passa impune a isso. Daí o desejo de muita gente de ver o Brasil fracassar em campo na esperança de que algo mude. Ficar fora de uma Copa poderia ser a gota d'água desse copo quase cheio. Não. Entendo que o povo brasileiro, o torcedor, não pode pagar mais esse preço. O cenário é perfeito para renúncias, trocas, limpezas, recusas. E salvando a seleção.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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