Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Copa América no Brasil expõe submissão de governos ao futebol, silêncio de atletas e falta de planejamento no combate à covid


Também deixa claro por meio de uma paixão nacional, o futebol, que o País continua dividido diante de um problema que nos assola há mais de um ano, as mortes por causa da doença

Por Robson Morelli

Receber uma competição de futebol internacional no Brasil quando os números apontam para situações crescentes da doença no País, falta de controle nos Estados e campanha de vacinação realizada em pouco mais de 20% da população  para a primeira dose expõe a submissão e apego do presidente Jair Bolsonaro ao futebol, a falta de planejamento para o combate da covid-19 de uma nação, o silêncio medíocre dos jogadores sul-americanos, sobretudo das estrelas como Messi, Suárez e Neymar, e a forma 'clandestina até' que se tomam decisões importantes no Brasil. Junta-se a isso o racha declarado e a quase nenhuma união entre os Estados brasileiros que se permitem receber as partidas da Copa América e os que não querem ver a disputa em suas terras por causa do avanço da pandemia.

 Foto: Estadão

Foto: Alejandro Domínguez, Jair Bolsonaro e Rogério Caboclo / Divulgação Copa América

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Esse Brasil foi a solução encontrada pela Conmebol para realizar o torneio de seleções da América, cujo campeão vai receber R$ 52 milhões. A CBF abriu as portas do País para a Copa América depois da concordância de Bolsonaro e do seu gabinete. Ninguém mais precisava então opinar. E assim foi feito até o anúncio oficial.

O futebol parou na Argentina, onde seria uma de suas sedes, porque os números da covid-19 aumentaram e bateram recordes nos últimos dias, perto de 35 mil contaminados, números proporcionalmente altos diante da população do país vizinho, que é de 45 milhões de habitantes. Então, o governo local deixou claro que não haveria atividade esportiva nos últimos dez dias. A Libertadores e a Sul-Americana receberam protocolos especiais para a realização de suas partidas, de modo que os times não ficassem nos países por mais de três dias e seguissem todas as regras de saúde exigidas. Mesmo assim, houve casos de contaminação, como a delegação do River Plate, que ficou com mais de 20 atletas com covid.

Para a Copa América isso não seria possível na Argentina. Então, sem a Colômbia, em convulsão popular, e com a Argentina vetada pela covid-19, a Conmebol se valeu do negacionismo do Brasil para trazer a competição para cá. O presidente da entidade, Alejandro Domínguez, não agradeceu ao povo brasileiro, mas sim ao presidente Jair Bolsonaro e ao colega Rogério Caboclo, da CBF. A Conmebol está alinhada com os métodos de segurança da pandemia no futebol usados pela CBF. Da mesma forma, a CBF tem o mesmo entendimento dos protocolos da Conmebol. Unha e carne. O projeto de a CBF se reaproximar da Conmebol está concretizado. O que isso significa, o futebol vai descobrir um dia.

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Diferentemente da Argentina, o futebol no Brasil não parou. Jogamos a Libertadores, os Estaduais, a Sul-Americana, a Copa do Brasil e ainda acabamos de começar o Campeonato Brasileiro, em suas principais divisões. Adoramos futebol. Todos os estádios estão com portões fechados. Portanto, a Copa América terá de ser da mesma fora. Os jogadores das seleções terão ainda de aceitar as 50 mil doses de vacinas da Pfizer e Coronavac conseguidas pela Conmebol por meio do governo do Uruguai. A entidade vai imunizar jogadores e membros das comissões técnicas. Serão 65 pessoas por seleção.

Não se sabe ainda se o Brasil terá de se preparar para hospedar as 9 seleções, uma vez que a brasileira ficará na Granja Comary, em Teresópolis. Se os times optarem em ficar nos Estados brasileiros, CTs e hotéis e restaurantes e colaboradores terão de ser arranjados de forma a atender os anfitriões. Não houve planejamento para nada disso. E a competição está prevista para começar dia 13 de junho. O Brasil gosta de receber bem, como fez na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016, mas com anos de preparação. A situação é diferente.

Nossos médicos estão há mais de 1 ano na luta contra a covid-19, cansados, e os hospitais voltam a ter ocupação de 80% em suas UTIs em algumas praças. Com mais visitantes estrangeiros, há o dever de ter mais cuidados e espaços de atendimento médico reservados. Há mais tensão. Há ainda a possibilidade de novas misturas do vírus com tantas pessoas de localidades diferentes. Portanto, há mais riscos. Riscos para jogadores e seus familiares, treinadores, colaboradores e para todos os envolvidos. O Brasil não precisava de mais esse problema para administrar.

Receber uma competição de futebol internacional no Brasil quando os números apontam para situações crescentes da doença no País, falta de controle nos Estados e campanha de vacinação realizada em pouco mais de 20% da população  para a primeira dose expõe a submissão e apego do presidente Jair Bolsonaro ao futebol, a falta de planejamento para o combate da covid-19 de uma nação, o silêncio medíocre dos jogadores sul-americanos, sobretudo das estrelas como Messi, Suárez e Neymar, e a forma 'clandestina até' que se tomam decisões importantes no Brasil. Junta-se a isso o racha declarado e a quase nenhuma união entre os Estados brasileiros que se permitem receber as partidas da Copa América e os que não querem ver a disputa em suas terras por causa do avanço da pandemia.

 Foto: Estadão

Foto: Alejandro Domínguez, Jair Bolsonaro e Rogério Caboclo / Divulgação Copa América

Esse Brasil foi a solução encontrada pela Conmebol para realizar o torneio de seleções da América, cujo campeão vai receber R$ 52 milhões. A CBF abriu as portas do País para a Copa América depois da concordância de Bolsonaro e do seu gabinete. Ninguém mais precisava então opinar. E assim foi feito até o anúncio oficial.

O futebol parou na Argentina, onde seria uma de suas sedes, porque os números da covid-19 aumentaram e bateram recordes nos últimos dias, perto de 35 mil contaminados, números proporcionalmente altos diante da população do país vizinho, que é de 45 milhões de habitantes. Então, o governo local deixou claro que não haveria atividade esportiva nos últimos dez dias. A Libertadores e a Sul-Americana receberam protocolos especiais para a realização de suas partidas, de modo que os times não ficassem nos países por mais de três dias e seguissem todas as regras de saúde exigidas. Mesmo assim, houve casos de contaminação, como a delegação do River Plate, que ficou com mais de 20 atletas com covid.

Para a Copa América isso não seria possível na Argentina. Então, sem a Colômbia, em convulsão popular, e com a Argentina vetada pela covid-19, a Conmebol se valeu do negacionismo do Brasil para trazer a competição para cá. O presidente da entidade, Alejandro Domínguez, não agradeceu ao povo brasileiro, mas sim ao presidente Jair Bolsonaro e ao colega Rogério Caboclo, da CBF. A Conmebol está alinhada com os métodos de segurança da pandemia no futebol usados pela CBF. Da mesma forma, a CBF tem o mesmo entendimento dos protocolos da Conmebol. Unha e carne. O projeto de a CBF se reaproximar da Conmebol está concretizado. O que isso significa, o futebol vai descobrir um dia.

Diferentemente da Argentina, o futebol no Brasil não parou. Jogamos a Libertadores, os Estaduais, a Sul-Americana, a Copa do Brasil e ainda acabamos de começar o Campeonato Brasileiro, em suas principais divisões. Adoramos futebol. Todos os estádios estão com portões fechados. Portanto, a Copa América terá de ser da mesma fora. Os jogadores das seleções terão ainda de aceitar as 50 mil doses de vacinas da Pfizer e Coronavac conseguidas pela Conmebol por meio do governo do Uruguai. A entidade vai imunizar jogadores e membros das comissões técnicas. Serão 65 pessoas por seleção.

Não se sabe ainda se o Brasil terá de se preparar para hospedar as 9 seleções, uma vez que a brasileira ficará na Granja Comary, em Teresópolis. Se os times optarem em ficar nos Estados brasileiros, CTs e hotéis e restaurantes e colaboradores terão de ser arranjados de forma a atender os anfitriões. Não houve planejamento para nada disso. E a competição está prevista para começar dia 13 de junho. O Brasil gosta de receber bem, como fez na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016, mas com anos de preparação. A situação é diferente.

Nossos médicos estão há mais de 1 ano na luta contra a covid-19, cansados, e os hospitais voltam a ter ocupação de 80% em suas UTIs em algumas praças. Com mais visitantes estrangeiros, há o dever de ter mais cuidados e espaços de atendimento médico reservados. Há mais tensão. Há ainda a possibilidade de novas misturas do vírus com tantas pessoas de localidades diferentes. Portanto, há mais riscos. Riscos para jogadores e seus familiares, treinadores, colaboradores e para todos os envolvidos. O Brasil não precisava de mais esse problema para administrar.

Receber uma competição de futebol internacional no Brasil quando os números apontam para situações crescentes da doença no País, falta de controle nos Estados e campanha de vacinação realizada em pouco mais de 20% da população  para a primeira dose expõe a submissão e apego do presidente Jair Bolsonaro ao futebol, a falta de planejamento para o combate da covid-19 de uma nação, o silêncio medíocre dos jogadores sul-americanos, sobretudo das estrelas como Messi, Suárez e Neymar, e a forma 'clandestina até' que se tomam decisões importantes no Brasil. Junta-se a isso o racha declarado e a quase nenhuma união entre os Estados brasileiros que se permitem receber as partidas da Copa América e os que não querem ver a disputa em suas terras por causa do avanço da pandemia.

 Foto: Estadão

Foto: Alejandro Domínguez, Jair Bolsonaro e Rogério Caboclo / Divulgação Copa América

Esse Brasil foi a solução encontrada pela Conmebol para realizar o torneio de seleções da América, cujo campeão vai receber R$ 52 milhões. A CBF abriu as portas do País para a Copa América depois da concordância de Bolsonaro e do seu gabinete. Ninguém mais precisava então opinar. E assim foi feito até o anúncio oficial.

O futebol parou na Argentina, onde seria uma de suas sedes, porque os números da covid-19 aumentaram e bateram recordes nos últimos dias, perto de 35 mil contaminados, números proporcionalmente altos diante da população do país vizinho, que é de 45 milhões de habitantes. Então, o governo local deixou claro que não haveria atividade esportiva nos últimos dez dias. A Libertadores e a Sul-Americana receberam protocolos especiais para a realização de suas partidas, de modo que os times não ficassem nos países por mais de três dias e seguissem todas as regras de saúde exigidas. Mesmo assim, houve casos de contaminação, como a delegação do River Plate, que ficou com mais de 20 atletas com covid.

Para a Copa América isso não seria possível na Argentina. Então, sem a Colômbia, em convulsão popular, e com a Argentina vetada pela covid-19, a Conmebol se valeu do negacionismo do Brasil para trazer a competição para cá. O presidente da entidade, Alejandro Domínguez, não agradeceu ao povo brasileiro, mas sim ao presidente Jair Bolsonaro e ao colega Rogério Caboclo, da CBF. A Conmebol está alinhada com os métodos de segurança da pandemia no futebol usados pela CBF. Da mesma forma, a CBF tem o mesmo entendimento dos protocolos da Conmebol. Unha e carne. O projeto de a CBF se reaproximar da Conmebol está concretizado. O que isso significa, o futebol vai descobrir um dia.

Diferentemente da Argentina, o futebol no Brasil não parou. Jogamos a Libertadores, os Estaduais, a Sul-Americana, a Copa do Brasil e ainda acabamos de começar o Campeonato Brasileiro, em suas principais divisões. Adoramos futebol. Todos os estádios estão com portões fechados. Portanto, a Copa América terá de ser da mesma fora. Os jogadores das seleções terão ainda de aceitar as 50 mil doses de vacinas da Pfizer e Coronavac conseguidas pela Conmebol por meio do governo do Uruguai. A entidade vai imunizar jogadores e membros das comissões técnicas. Serão 65 pessoas por seleção.

Não se sabe ainda se o Brasil terá de se preparar para hospedar as 9 seleções, uma vez que a brasileira ficará na Granja Comary, em Teresópolis. Se os times optarem em ficar nos Estados brasileiros, CTs e hotéis e restaurantes e colaboradores terão de ser arranjados de forma a atender os anfitriões. Não houve planejamento para nada disso. E a competição está prevista para começar dia 13 de junho. O Brasil gosta de receber bem, como fez na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016, mas com anos de preparação. A situação é diferente.

Nossos médicos estão há mais de 1 ano na luta contra a covid-19, cansados, e os hospitais voltam a ter ocupação de 80% em suas UTIs em algumas praças. Com mais visitantes estrangeiros, há o dever de ter mais cuidados e espaços de atendimento médico reservados. Há mais tensão. Há ainda a possibilidade de novas misturas do vírus com tantas pessoas de localidades diferentes. Portanto, há mais riscos. Riscos para jogadores e seus familiares, treinadores, colaboradores e para todos os envolvidos. O Brasil não precisava de mais esse problema para administrar.

Receber uma competição de futebol internacional no Brasil quando os números apontam para situações crescentes da doença no País, falta de controle nos Estados e campanha de vacinação realizada em pouco mais de 20% da população  para a primeira dose expõe a submissão e apego do presidente Jair Bolsonaro ao futebol, a falta de planejamento para o combate da covid-19 de uma nação, o silêncio medíocre dos jogadores sul-americanos, sobretudo das estrelas como Messi, Suárez e Neymar, e a forma 'clandestina até' que se tomam decisões importantes no Brasil. Junta-se a isso o racha declarado e a quase nenhuma união entre os Estados brasileiros que se permitem receber as partidas da Copa América e os que não querem ver a disputa em suas terras por causa do avanço da pandemia.

 Foto: Estadão

Foto: Alejandro Domínguez, Jair Bolsonaro e Rogério Caboclo / Divulgação Copa América

Esse Brasil foi a solução encontrada pela Conmebol para realizar o torneio de seleções da América, cujo campeão vai receber R$ 52 milhões. A CBF abriu as portas do País para a Copa América depois da concordância de Bolsonaro e do seu gabinete. Ninguém mais precisava então opinar. E assim foi feito até o anúncio oficial.

O futebol parou na Argentina, onde seria uma de suas sedes, porque os números da covid-19 aumentaram e bateram recordes nos últimos dias, perto de 35 mil contaminados, números proporcionalmente altos diante da população do país vizinho, que é de 45 milhões de habitantes. Então, o governo local deixou claro que não haveria atividade esportiva nos últimos dez dias. A Libertadores e a Sul-Americana receberam protocolos especiais para a realização de suas partidas, de modo que os times não ficassem nos países por mais de três dias e seguissem todas as regras de saúde exigidas. Mesmo assim, houve casos de contaminação, como a delegação do River Plate, que ficou com mais de 20 atletas com covid.

Para a Copa América isso não seria possível na Argentina. Então, sem a Colômbia, em convulsão popular, e com a Argentina vetada pela covid-19, a Conmebol se valeu do negacionismo do Brasil para trazer a competição para cá. O presidente da entidade, Alejandro Domínguez, não agradeceu ao povo brasileiro, mas sim ao presidente Jair Bolsonaro e ao colega Rogério Caboclo, da CBF. A Conmebol está alinhada com os métodos de segurança da pandemia no futebol usados pela CBF. Da mesma forma, a CBF tem o mesmo entendimento dos protocolos da Conmebol. Unha e carne. O projeto de a CBF se reaproximar da Conmebol está concretizado. O que isso significa, o futebol vai descobrir um dia.

Diferentemente da Argentina, o futebol no Brasil não parou. Jogamos a Libertadores, os Estaduais, a Sul-Americana, a Copa do Brasil e ainda acabamos de começar o Campeonato Brasileiro, em suas principais divisões. Adoramos futebol. Todos os estádios estão com portões fechados. Portanto, a Copa América terá de ser da mesma fora. Os jogadores das seleções terão ainda de aceitar as 50 mil doses de vacinas da Pfizer e Coronavac conseguidas pela Conmebol por meio do governo do Uruguai. A entidade vai imunizar jogadores e membros das comissões técnicas. Serão 65 pessoas por seleção.

Não se sabe ainda se o Brasil terá de se preparar para hospedar as 9 seleções, uma vez que a brasileira ficará na Granja Comary, em Teresópolis. Se os times optarem em ficar nos Estados brasileiros, CTs e hotéis e restaurantes e colaboradores terão de ser arranjados de forma a atender os anfitriões. Não houve planejamento para nada disso. E a competição está prevista para começar dia 13 de junho. O Brasil gosta de receber bem, como fez na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016, mas com anos de preparação. A situação é diferente.

Nossos médicos estão há mais de 1 ano na luta contra a covid-19, cansados, e os hospitais voltam a ter ocupação de 80% em suas UTIs em algumas praças. Com mais visitantes estrangeiros, há o dever de ter mais cuidados e espaços de atendimento médico reservados. Há mais tensão. Há ainda a possibilidade de novas misturas do vírus com tantas pessoas de localidades diferentes. Portanto, há mais riscos. Riscos para jogadores e seus familiares, treinadores, colaboradores e para todos os envolvidos. O Brasil não precisava de mais esse problema para administrar.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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