Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Protesto dos jogadores contra torcedores por causa das agressões em treino do Figueirense é o primeiro passo


Nos jogos da 9ª rodada do Brasileirão, atletas cruzam os braços na saída de bola e, mesmo em silêncio, se fazem ouvir contra a violência no futebol

Por Robson Morelli

Foi apenas um passo, mas com um recado importante. Os jogadores do Brasileirão cruzaram os braços por 30 segundos no início das partidas da 9ª rodada da competição em protesto à invasão  de torcedores ao treino do Figueirense semana passada. O clube de Santa Catarina disputa a Série B. O protesto reuniu atletas da Série A, o que prova que o movimento está organizado e disposto a se fazer ouvir. Mesmo em silêncio, eles deram o recado. "É o nosso basta à violência. Somos racionais", disse o meia Hernanes, do São Paulo. Merece ser aplaudido.

 Foto: Estadão

Essa manifestação foi orquestrada pelos próprios jogadores, que se sentiram atingidos pelo que ocorreu em Santa Catarina. Já não era sem tempo. O jogador de futebol é cobrado para se expressar mais sobre as coisas do dia a dia de suas respectivas cidades, profissão e país, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos contra o racismo. Os jogadores brasileiros protestaram contra a violência aos colegas de profissão, mas contra eles próprios. Todos estão sujeitos a isso, dado o estágio em que se encontra o futebol.

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O basta dos jogadores vai crescer. Durante treino no Figueirense, cerca de 40 torcedores invadiram o campo armados com revólveres. Teve brigas e socos contra profissionais do clube. Óbvio, passou dos limites. E já vem passando há muito tempo. A violência da sociedade entrou para dentro dos estádios, contra jogadores, em caso de derrotas...

A CBF sabia que as manifestações iriam acontecer. Ela e a Fifa proíbem esse tipo de comportamento em situação normal. Foi liberado para os jogadores da Europa se manifestaram contra o racismo nos Estados Unidos no episódio do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), por exemplo. Ou seja, as causas justas estão tendo a participação de atletas sem qualquer represália a eles, como deve ser porque estão inseridos na sociedade antes de mais nada. Não devem continuar vivendo numa bolha.

O basta pode ter outras consequências, como paralisar o campeonato se casos como o que aconteceu no Figueirense continuar. Isso é melhor do que punir o time. Sou da opinião de que o clube desses torcedores briguentos deve ser excluído da competição só para punir seus seguidores. Concordo que isso pune o time, que nesse caso é vítima. Mas não via outra saída. Agora vejo. Na Argentina e Itália, por exemplo, jogadores são capazes de parar torneios se forem atingidos por questões das mais diversas, como falta de pagamento ou condições de trabalho.

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O jogador brasileiro, parece, está acordando para isso. Não é a primeira vez que isso ocorre. Precisa ser a mais contundente, no entanto. O atleta aprende a usar o que ele tem de melhor, sua dignidade. Se ele parar, não tem jogo, não tem futebol, não tem nada.

Foi apenas um passo, mas com um recado importante. Os jogadores do Brasileirão cruzaram os braços por 30 segundos no início das partidas da 9ª rodada da competição em protesto à invasão  de torcedores ao treino do Figueirense semana passada. O clube de Santa Catarina disputa a Série B. O protesto reuniu atletas da Série A, o que prova que o movimento está organizado e disposto a se fazer ouvir. Mesmo em silêncio, eles deram o recado. "É o nosso basta à violência. Somos racionais", disse o meia Hernanes, do São Paulo. Merece ser aplaudido.

 Foto: Estadão

Essa manifestação foi orquestrada pelos próprios jogadores, que se sentiram atingidos pelo que ocorreu em Santa Catarina. Já não era sem tempo. O jogador de futebol é cobrado para se expressar mais sobre as coisas do dia a dia de suas respectivas cidades, profissão e país, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos contra o racismo. Os jogadores brasileiros protestaram contra a violência aos colegas de profissão, mas contra eles próprios. Todos estão sujeitos a isso, dado o estágio em que se encontra o futebol.

O basta dos jogadores vai crescer. Durante treino no Figueirense, cerca de 40 torcedores invadiram o campo armados com revólveres. Teve brigas e socos contra profissionais do clube. Óbvio, passou dos limites. E já vem passando há muito tempo. A violência da sociedade entrou para dentro dos estádios, contra jogadores, em caso de derrotas...

A CBF sabia que as manifestações iriam acontecer. Ela e a Fifa proíbem esse tipo de comportamento em situação normal. Foi liberado para os jogadores da Europa se manifestaram contra o racismo nos Estados Unidos no episódio do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), por exemplo. Ou seja, as causas justas estão tendo a participação de atletas sem qualquer represália a eles, como deve ser porque estão inseridos na sociedade antes de mais nada. Não devem continuar vivendo numa bolha.

O basta pode ter outras consequências, como paralisar o campeonato se casos como o que aconteceu no Figueirense continuar. Isso é melhor do que punir o time. Sou da opinião de que o clube desses torcedores briguentos deve ser excluído da competição só para punir seus seguidores. Concordo que isso pune o time, que nesse caso é vítima. Mas não via outra saída. Agora vejo. Na Argentina e Itália, por exemplo, jogadores são capazes de parar torneios se forem atingidos por questões das mais diversas, como falta de pagamento ou condições de trabalho.

O jogador brasileiro, parece, está acordando para isso. Não é a primeira vez que isso ocorre. Precisa ser a mais contundente, no entanto. O atleta aprende a usar o que ele tem de melhor, sua dignidade. Se ele parar, não tem jogo, não tem futebol, não tem nada.

Foi apenas um passo, mas com um recado importante. Os jogadores do Brasileirão cruzaram os braços por 30 segundos no início das partidas da 9ª rodada da competição em protesto à invasão  de torcedores ao treino do Figueirense semana passada. O clube de Santa Catarina disputa a Série B. O protesto reuniu atletas da Série A, o que prova que o movimento está organizado e disposto a se fazer ouvir. Mesmo em silêncio, eles deram o recado. "É o nosso basta à violência. Somos racionais", disse o meia Hernanes, do São Paulo. Merece ser aplaudido.

 Foto: Estadão

Essa manifestação foi orquestrada pelos próprios jogadores, que se sentiram atingidos pelo que ocorreu em Santa Catarina. Já não era sem tempo. O jogador de futebol é cobrado para se expressar mais sobre as coisas do dia a dia de suas respectivas cidades, profissão e país, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos contra o racismo. Os jogadores brasileiros protestaram contra a violência aos colegas de profissão, mas contra eles próprios. Todos estão sujeitos a isso, dado o estágio em que se encontra o futebol.

O basta dos jogadores vai crescer. Durante treino no Figueirense, cerca de 40 torcedores invadiram o campo armados com revólveres. Teve brigas e socos contra profissionais do clube. Óbvio, passou dos limites. E já vem passando há muito tempo. A violência da sociedade entrou para dentro dos estádios, contra jogadores, em caso de derrotas...

A CBF sabia que as manifestações iriam acontecer. Ela e a Fifa proíbem esse tipo de comportamento em situação normal. Foi liberado para os jogadores da Europa se manifestaram contra o racismo nos Estados Unidos no episódio do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), por exemplo. Ou seja, as causas justas estão tendo a participação de atletas sem qualquer represália a eles, como deve ser porque estão inseridos na sociedade antes de mais nada. Não devem continuar vivendo numa bolha.

O basta pode ter outras consequências, como paralisar o campeonato se casos como o que aconteceu no Figueirense continuar. Isso é melhor do que punir o time. Sou da opinião de que o clube desses torcedores briguentos deve ser excluído da competição só para punir seus seguidores. Concordo que isso pune o time, que nesse caso é vítima. Mas não via outra saída. Agora vejo. Na Argentina e Itália, por exemplo, jogadores são capazes de parar torneios se forem atingidos por questões das mais diversas, como falta de pagamento ou condições de trabalho.

O jogador brasileiro, parece, está acordando para isso. Não é a primeira vez que isso ocorre. Precisa ser a mais contundente, no entanto. O atleta aprende a usar o que ele tem de melhor, sua dignidade. Se ele parar, não tem jogo, não tem futebol, não tem nada.

Foi apenas um passo, mas com um recado importante. Os jogadores do Brasileirão cruzaram os braços por 30 segundos no início das partidas da 9ª rodada da competição em protesto à invasão  de torcedores ao treino do Figueirense semana passada. O clube de Santa Catarina disputa a Série B. O protesto reuniu atletas da Série A, o que prova que o movimento está organizado e disposto a se fazer ouvir. Mesmo em silêncio, eles deram o recado. "É o nosso basta à violência. Somos racionais", disse o meia Hernanes, do São Paulo. Merece ser aplaudido.

 Foto: Estadão

Essa manifestação foi orquestrada pelos próprios jogadores, que se sentiram atingidos pelo que ocorreu em Santa Catarina. Já não era sem tempo. O jogador de futebol é cobrado para se expressar mais sobre as coisas do dia a dia de suas respectivas cidades, profissão e país, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos contra o racismo. Os jogadores brasileiros protestaram contra a violência aos colegas de profissão, mas contra eles próprios. Todos estão sujeitos a isso, dado o estágio em que se encontra o futebol.

O basta dos jogadores vai crescer. Durante treino no Figueirense, cerca de 40 torcedores invadiram o campo armados com revólveres. Teve brigas e socos contra profissionais do clube. Óbvio, passou dos limites. E já vem passando há muito tempo. A violência da sociedade entrou para dentro dos estádios, contra jogadores, em caso de derrotas...

A CBF sabia que as manifestações iriam acontecer. Ela e a Fifa proíbem esse tipo de comportamento em situação normal. Foi liberado para os jogadores da Europa se manifestaram contra o racismo nos Estados Unidos no episódio do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), por exemplo. Ou seja, as causas justas estão tendo a participação de atletas sem qualquer represália a eles, como deve ser porque estão inseridos na sociedade antes de mais nada. Não devem continuar vivendo numa bolha.

O basta pode ter outras consequências, como paralisar o campeonato se casos como o que aconteceu no Figueirense continuar. Isso é melhor do que punir o time. Sou da opinião de que o clube desses torcedores briguentos deve ser excluído da competição só para punir seus seguidores. Concordo que isso pune o time, que nesse caso é vítima. Mas não via outra saída. Agora vejo. Na Argentina e Itália, por exemplo, jogadores são capazes de parar torneios se forem atingidos por questões das mais diversas, como falta de pagamento ou condições de trabalho.

O jogador brasileiro, parece, está acordando para isso. Não é a primeira vez que isso ocorre. Precisa ser a mais contundente, no entanto. O atleta aprende a usar o que ele tem de melhor, sua dignidade. Se ele parar, não tem jogo, não tem futebol, não tem nada.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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