Por que tantos tenistas não querem a vacina contra a covid-19?


Apesar das possíveis consequências se não forem vacinados - a doença em si e a perda da renda, além de oportunidades para jogar -, os tenistas vêm sendo teimosamente lentos a se imunizarem

Por Ben Rothenberg
Atualização:

Quando a Associação de Tênis dos EUA anunciou na sexta-feira que será exigida a comprovação de vacinação contra o coronavírus para todos os espectadores a partir dos 12 anos para entrarem na Billie Jean King National Tennis Center, ampliou-se o abismo entre o público e os tenistas que eles esperam ver jogar no Aberto dos EUA.

Agora, a probabilidade de que os adultos nas arquibancadas tenham sido vacinados será duas vezes maior que em relação aos jogadores: a WTA, a associação feminina, anunciou que “cerca de 50%” de suas jogadoras foram vacinadas, enquanto a ATP Tour, dos homens, informou que suas taxas de vacinação foram “pouco acima de 50%”.

Tsitsipas causou polêmica na Grécia, no início de agosto, ao dizer que só se imunizaria caso fosse obrigatório para seguir nas competições Foto: Valery Hache/AFP
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Apesar das possíveis consequências por não terem se vacinado - pegar a doença, evidentemente, mas também a impossibilidade de jogar e ganhar dinheiro - os tenistas têm se mostrado teimosamente lentos na aceitação à vacinação, embora muitos tenham perdido oportunidades de jogar em grandes torneios por testarem positivo. Enquanto alguns jogadores se mostram abertamente céticos quanto à necessidade de se vacinar por serem pessoas jovens e saudáveis, alguns simplesmente não a consideraram tão importante.

O veterano Gilles Simon, que foi desqualificado no Aberto dos EUA na sexta-feira por “motivos médicos”, confirmou em uma entrevista ao jornal L’Équipe que foi retirado do torneio porque não havia sido vacinado. O treinador de Simon, Etienne Laforgue, testou positivo para o coronavírus depois de sua chegada a Nova York, e Simon foi desqualificado porque foi considerado um “contato próximo”.

“Eu não era contra (a vacinação) a ponto de nunca me vacinar. Só estou falando que achei que não seria necessário ou urgente”, disse Simon ao jornal. Se tivesse sido vacinado, Simon teria a possibilidade de competir no torneio, realizando novos testes. “Na realidade, a covid-19 não me apavora”, prosseguiu. “Minha filosofia é basicamente: ‘Se você tem medo dela, vá se vacinar, se não, não’”.

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Agora, ele terá de se isolar em seu quarto de hotel por dez dias, segundo as diretrizes federais e da prefeitura de Nova York. Simon, 36 anos, e 103º no ranking, lamentou profundamente que o seu quarto de hotel, onde permanecerá durante, como admitiu, o seu último Aberto dos EUA, não tenha uma vista bonita. “Se a sua última lembrança de um Aberto dos Estados Unidos são dez dias em um quarto, não irá querer guardá-la”, ele disse.

A tenista de maior visibilidade que perderá o Aberto dos EUA deste ano por ter testado positivo para a covid é a quinta colocada no ranking, Sofia Kenin, que, apesar dos resultados frustrantes deste ano, continua sendo a americana com a melhor classificação em cada tour pelo sistema de ranking modificado por causa da pandemia. Kenin disse que testou positivo apesar de ter sido vacinada. “Felizmente, eu me vacinei e, por isso, os meus sintomas são bastante brandos”, acrescentou.

Muitos tenistas puderam aproveitar os programas de vacinação in loco montados pelos torneios durante as suas viagens. Ashleigh Barty, uma das melhores classificadas, cujo país natal, a Austrália, demorou a dar início à campanha de vacinação, pôde ser vacinada em abril em um torneio em Charleston, Carolina do Sul. Antes disso, Ashleigh quis ter a certeza de que não estava furando a fila. “Era importante para mim, sabendo que os mais vulneráveis poderiam conseguir ser vacinados antes”, afirmou em abril.

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Gilles Simon não pôde seguir na disputa do US Open Foto: REUTERS/Edgar Su

A insistência de Simon de que a vacinação deveria continuar sendo uma questão de escolha tem o apoio de ambos os setores do tênis mundial embora incentivem os tenistas a preferir a vacinação. Outros esportes têm tido mais sucesso em fazer com que os seus atletas se vacinem.

A WNBA, liga de basquete feminino norte-americano, informou em junho que 99% de suas jogadoras haviam sido vacinadas. Os jogadores da MLS, da principal liga de futebol do país, disse em julho que estava “perto dos 95%”. Esta semana, a NFL, a liga de futebol americano, anunciou que havia chegado a uma taxa de vacinação de cerca de 93%. Michele Roberts, diretora executiva da National Basketball Players Association (associação dos jogadores da NBA), afirmou em julho que 90% dos jogadores da liga foram vacinados. Este mês, a NHL, de hóquei, disse que a sua taxa de vacinação era de 85%, e que o seu sindicato advertiu os jogadores não vacinados de que poderiam perder seus salários, se testassem positivo.

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No tênis, onde cada jogador é um atleta independente, não existe uma união de jogadores para encorajar um comportamento unificado, e nenhum diretor ou dono de franquia para encorajar a vacinação para o benefício competitivo da equipe. Entretanto, outros esportes individuais ainda estão à frente do tênis: a PGA, a associação dos jogadores de golfe, informou no início deste mês que a sua taxa de vacinação entre os jogadores estava “acima de 70%”.

“Embora respeitemos o direito de livre escolha de cada um, também acreditamos que cada jogador tem um papel a desempenhar ajudando o grupo mais amplo a atingir um nível seguro de imunidade”, afirmou a ATP em uma declaração, “Fazendo isso, permitirá que abrandemos as restrições no local em benefício de todos no torneio”.

A WTA comunicou que “acredita profundamente na vacina e encoraja todo mundo a tomá-la“, e estabeleceu como objetivo que 85% das jogadoras deverão ser vacinadas até o final do ano. Mas “não exige que as jogadoras tomem uma dose pois esta é uma decisão pessoal, que nós respeitamos”    .

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Stefanos Tsitsipas, o terceiro colocado do ranking, provocou polêmica na Grécia, seu país natal, no início desse mês, ao afirmar que só seria vacinado se isso fosse exigido para continuar competindo. “Não vejo nenhuma razão para alguém da minha idade fazer isso”, disse Tsitsipas, de 23 anos. “Ainda não foi testada suficientemente e tem efeitos colaterais. Enquanto não for obrigatória, cada um pode decidir por si”.

Giannis Oikonomou, um porta-voz do governo grego, disse que Tsitsipas “não tem nem o conhecimento nem os estudos e tampouco um trabalho de pesquisa que lhe permita formar uma opinião” a respeito da necessidade da vacinação, e acrescentou que os atletas, pessoas amplamente admiradas, deveriam se mostrar “duplamente cuidadosos ao expressar tais pontos de vista” .

O número 1 do ranking masculino, Novak Djokovic, foi o centro das atenções por seu comportamento em questões de saúde durante a pandemia e se recusou a revelar a sua situação quanto à vacinação. Djokovic disse que é uma “decisão pessoal”, quando perguntaram sobre os protocolos de vacinação na sexta-feira. “Se alguém quer ou não tomar uma vacina, cabe exclusivamente a ele”, disse. “Espero que as coisas continuem assim”. / Tradução de Anna Capovilla

Quando a Associação de Tênis dos EUA anunciou na sexta-feira que será exigida a comprovação de vacinação contra o coronavírus para todos os espectadores a partir dos 12 anos para entrarem na Billie Jean King National Tennis Center, ampliou-se o abismo entre o público e os tenistas que eles esperam ver jogar no Aberto dos EUA.

Agora, a probabilidade de que os adultos nas arquibancadas tenham sido vacinados será duas vezes maior que em relação aos jogadores: a WTA, a associação feminina, anunciou que “cerca de 50%” de suas jogadoras foram vacinadas, enquanto a ATP Tour, dos homens, informou que suas taxas de vacinação foram “pouco acima de 50%”.

Tsitsipas causou polêmica na Grécia, no início de agosto, ao dizer que só se imunizaria caso fosse obrigatório para seguir nas competições Foto: Valery Hache/AFP

Apesar das possíveis consequências por não terem se vacinado - pegar a doença, evidentemente, mas também a impossibilidade de jogar e ganhar dinheiro - os tenistas têm se mostrado teimosamente lentos na aceitação à vacinação, embora muitos tenham perdido oportunidades de jogar em grandes torneios por testarem positivo. Enquanto alguns jogadores se mostram abertamente céticos quanto à necessidade de se vacinar por serem pessoas jovens e saudáveis, alguns simplesmente não a consideraram tão importante.

O veterano Gilles Simon, que foi desqualificado no Aberto dos EUA na sexta-feira por “motivos médicos”, confirmou em uma entrevista ao jornal L’Équipe que foi retirado do torneio porque não havia sido vacinado. O treinador de Simon, Etienne Laforgue, testou positivo para o coronavírus depois de sua chegada a Nova York, e Simon foi desqualificado porque foi considerado um “contato próximo”.

“Eu não era contra (a vacinação) a ponto de nunca me vacinar. Só estou falando que achei que não seria necessário ou urgente”, disse Simon ao jornal. Se tivesse sido vacinado, Simon teria a possibilidade de competir no torneio, realizando novos testes. “Na realidade, a covid-19 não me apavora”, prosseguiu. “Minha filosofia é basicamente: ‘Se você tem medo dela, vá se vacinar, se não, não’”.

Agora, ele terá de se isolar em seu quarto de hotel por dez dias, segundo as diretrizes federais e da prefeitura de Nova York. Simon, 36 anos, e 103º no ranking, lamentou profundamente que o seu quarto de hotel, onde permanecerá durante, como admitiu, o seu último Aberto dos EUA, não tenha uma vista bonita. “Se a sua última lembrança de um Aberto dos Estados Unidos são dez dias em um quarto, não irá querer guardá-la”, ele disse.

A tenista de maior visibilidade que perderá o Aberto dos EUA deste ano por ter testado positivo para a covid é a quinta colocada no ranking, Sofia Kenin, que, apesar dos resultados frustrantes deste ano, continua sendo a americana com a melhor classificação em cada tour pelo sistema de ranking modificado por causa da pandemia. Kenin disse que testou positivo apesar de ter sido vacinada. “Felizmente, eu me vacinei e, por isso, os meus sintomas são bastante brandos”, acrescentou.

Muitos tenistas puderam aproveitar os programas de vacinação in loco montados pelos torneios durante as suas viagens. Ashleigh Barty, uma das melhores classificadas, cujo país natal, a Austrália, demorou a dar início à campanha de vacinação, pôde ser vacinada em abril em um torneio em Charleston, Carolina do Sul. Antes disso, Ashleigh quis ter a certeza de que não estava furando a fila. “Era importante para mim, sabendo que os mais vulneráveis poderiam conseguir ser vacinados antes”, afirmou em abril.

Gilles Simon não pôde seguir na disputa do US Open Foto: REUTERS/Edgar Su

A insistência de Simon de que a vacinação deveria continuar sendo uma questão de escolha tem o apoio de ambos os setores do tênis mundial embora incentivem os tenistas a preferir a vacinação. Outros esportes têm tido mais sucesso em fazer com que os seus atletas se vacinem.

A WNBA, liga de basquete feminino norte-americano, informou em junho que 99% de suas jogadoras haviam sido vacinadas. Os jogadores da MLS, da principal liga de futebol do país, disse em julho que estava “perto dos 95%”. Esta semana, a NFL, a liga de futebol americano, anunciou que havia chegado a uma taxa de vacinação de cerca de 93%. Michele Roberts, diretora executiva da National Basketball Players Association (associação dos jogadores da NBA), afirmou em julho que 90% dos jogadores da liga foram vacinados. Este mês, a NHL, de hóquei, disse que a sua taxa de vacinação era de 85%, e que o seu sindicato advertiu os jogadores não vacinados de que poderiam perder seus salários, se testassem positivo.

No tênis, onde cada jogador é um atleta independente, não existe uma união de jogadores para encorajar um comportamento unificado, e nenhum diretor ou dono de franquia para encorajar a vacinação para o benefício competitivo da equipe. Entretanto, outros esportes individuais ainda estão à frente do tênis: a PGA, a associação dos jogadores de golfe, informou no início deste mês que a sua taxa de vacinação entre os jogadores estava “acima de 70%”.

“Embora respeitemos o direito de livre escolha de cada um, também acreditamos que cada jogador tem um papel a desempenhar ajudando o grupo mais amplo a atingir um nível seguro de imunidade”, afirmou a ATP em uma declaração, “Fazendo isso, permitirá que abrandemos as restrições no local em benefício de todos no torneio”.

A WTA comunicou que “acredita profundamente na vacina e encoraja todo mundo a tomá-la“, e estabeleceu como objetivo que 85% das jogadoras deverão ser vacinadas até o final do ano. Mas “não exige que as jogadoras tomem uma dose pois esta é uma decisão pessoal, que nós respeitamos”    .

Stefanos Tsitsipas, o terceiro colocado do ranking, provocou polêmica na Grécia, seu país natal, no início desse mês, ao afirmar que só seria vacinado se isso fosse exigido para continuar competindo. “Não vejo nenhuma razão para alguém da minha idade fazer isso”, disse Tsitsipas, de 23 anos. “Ainda não foi testada suficientemente e tem efeitos colaterais. Enquanto não for obrigatória, cada um pode decidir por si”.

Giannis Oikonomou, um porta-voz do governo grego, disse que Tsitsipas “não tem nem o conhecimento nem os estudos e tampouco um trabalho de pesquisa que lhe permita formar uma opinião” a respeito da necessidade da vacinação, e acrescentou que os atletas, pessoas amplamente admiradas, deveriam se mostrar “duplamente cuidadosos ao expressar tais pontos de vista” .

O número 1 do ranking masculino, Novak Djokovic, foi o centro das atenções por seu comportamento em questões de saúde durante a pandemia e se recusou a revelar a sua situação quanto à vacinação. Djokovic disse que é uma “decisão pessoal”, quando perguntaram sobre os protocolos de vacinação na sexta-feira. “Se alguém quer ou não tomar uma vacina, cabe exclusivamente a ele”, disse. “Espero que as coisas continuem assim”. / Tradução de Anna Capovilla

Quando a Associação de Tênis dos EUA anunciou na sexta-feira que será exigida a comprovação de vacinação contra o coronavírus para todos os espectadores a partir dos 12 anos para entrarem na Billie Jean King National Tennis Center, ampliou-se o abismo entre o público e os tenistas que eles esperam ver jogar no Aberto dos EUA.

Agora, a probabilidade de que os adultos nas arquibancadas tenham sido vacinados será duas vezes maior que em relação aos jogadores: a WTA, a associação feminina, anunciou que “cerca de 50%” de suas jogadoras foram vacinadas, enquanto a ATP Tour, dos homens, informou que suas taxas de vacinação foram “pouco acima de 50%”.

Tsitsipas causou polêmica na Grécia, no início de agosto, ao dizer que só se imunizaria caso fosse obrigatório para seguir nas competições Foto: Valery Hache/AFP

Apesar das possíveis consequências por não terem se vacinado - pegar a doença, evidentemente, mas também a impossibilidade de jogar e ganhar dinheiro - os tenistas têm se mostrado teimosamente lentos na aceitação à vacinação, embora muitos tenham perdido oportunidades de jogar em grandes torneios por testarem positivo. Enquanto alguns jogadores se mostram abertamente céticos quanto à necessidade de se vacinar por serem pessoas jovens e saudáveis, alguns simplesmente não a consideraram tão importante.

O veterano Gilles Simon, que foi desqualificado no Aberto dos EUA na sexta-feira por “motivos médicos”, confirmou em uma entrevista ao jornal L’Équipe que foi retirado do torneio porque não havia sido vacinado. O treinador de Simon, Etienne Laforgue, testou positivo para o coronavírus depois de sua chegada a Nova York, e Simon foi desqualificado porque foi considerado um “contato próximo”.

“Eu não era contra (a vacinação) a ponto de nunca me vacinar. Só estou falando que achei que não seria necessário ou urgente”, disse Simon ao jornal. Se tivesse sido vacinado, Simon teria a possibilidade de competir no torneio, realizando novos testes. “Na realidade, a covid-19 não me apavora”, prosseguiu. “Minha filosofia é basicamente: ‘Se você tem medo dela, vá se vacinar, se não, não’”.

Agora, ele terá de se isolar em seu quarto de hotel por dez dias, segundo as diretrizes federais e da prefeitura de Nova York. Simon, 36 anos, e 103º no ranking, lamentou profundamente que o seu quarto de hotel, onde permanecerá durante, como admitiu, o seu último Aberto dos EUA, não tenha uma vista bonita. “Se a sua última lembrança de um Aberto dos Estados Unidos são dez dias em um quarto, não irá querer guardá-la”, ele disse.

A tenista de maior visibilidade que perderá o Aberto dos EUA deste ano por ter testado positivo para a covid é a quinta colocada no ranking, Sofia Kenin, que, apesar dos resultados frustrantes deste ano, continua sendo a americana com a melhor classificação em cada tour pelo sistema de ranking modificado por causa da pandemia. Kenin disse que testou positivo apesar de ter sido vacinada. “Felizmente, eu me vacinei e, por isso, os meus sintomas são bastante brandos”, acrescentou.

Muitos tenistas puderam aproveitar os programas de vacinação in loco montados pelos torneios durante as suas viagens. Ashleigh Barty, uma das melhores classificadas, cujo país natal, a Austrália, demorou a dar início à campanha de vacinação, pôde ser vacinada em abril em um torneio em Charleston, Carolina do Sul. Antes disso, Ashleigh quis ter a certeza de que não estava furando a fila. “Era importante para mim, sabendo que os mais vulneráveis poderiam conseguir ser vacinados antes”, afirmou em abril.

Gilles Simon não pôde seguir na disputa do US Open Foto: REUTERS/Edgar Su

A insistência de Simon de que a vacinação deveria continuar sendo uma questão de escolha tem o apoio de ambos os setores do tênis mundial embora incentivem os tenistas a preferir a vacinação. Outros esportes têm tido mais sucesso em fazer com que os seus atletas se vacinem.

A WNBA, liga de basquete feminino norte-americano, informou em junho que 99% de suas jogadoras haviam sido vacinadas. Os jogadores da MLS, da principal liga de futebol do país, disse em julho que estava “perto dos 95%”. Esta semana, a NFL, a liga de futebol americano, anunciou que havia chegado a uma taxa de vacinação de cerca de 93%. Michele Roberts, diretora executiva da National Basketball Players Association (associação dos jogadores da NBA), afirmou em julho que 90% dos jogadores da liga foram vacinados. Este mês, a NHL, de hóquei, disse que a sua taxa de vacinação era de 85%, e que o seu sindicato advertiu os jogadores não vacinados de que poderiam perder seus salários, se testassem positivo.

No tênis, onde cada jogador é um atleta independente, não existe uma união de jogadores para encorajar um comportamento unificado, e nenhum diretor ou dono de franquia para encorajar a vacinação para o benefício competitivo da equipe. Entretanto, outros esportes individuais ainda estão à frente do tênis: a PGA, a associação dos jogadores de golfe, informou no início deste mês que a sua taxa de vacinação entre os jogadores estava “acima de 70%”.

“Embora respeitemos o direito de livre escolha de cada um, também acreditamos que cada jogador tem um papel a desempenhar ajudando o grupo mais amplo a atingir um nível seguro de imunidade”, afirmou a ATP em uma declaração, “Fazendo isso, permitirá que abrandemos as restrições no local em benefício de todos no torneio”.

A WTA comunicou que “acredita profundamente na vacina e encoraja todo mundo a tomá-la“, e estabeleceu como objetivo que 85% das jogadoras deverão ser vacinadas até o final do ano. Mas “não exige que as jogadoras tomem uma dose pois esta é uma decisão pessoal, que nós respeitamos”    .

Stefanos Tsitsipas, o terceiro colocado do ranking, provocou polêmica na Grécia, seu país natal, no início desse mês, ao afirmar que só seria vacinado se isso fosse exigido para continuar competindo. “Não vejo nenhuma razão para alguém da minha idade fazer isso”, disse Tsitsipas, de 23 anos. “Ainda não foi testada suficientemente e tem efeitos colaterais. Enquanto não for obrigatória, cada um pode decidir por si”.

Giannis Oikonomou, um porta-voz do governo grego, disse que Tsitsipas “não tem nem o conhecimento nem os estudos e tampouco um trabalho de pesquisa que lhe permita formar uma opinião” a respeito da necessidade da vacinação, e acrescentou que os atletas, pessoas amplamente admiradas, deveriam se mostrar “duplamente cuidadosos ao expressar tais pontos de vista” .

O número 1 do ranking masculino, Novak Djokovic, foi o centro das atenções por seu comportamento em questões de saúde durante a pandemia e se recusou a revelar a sua situação quanto à vacinação. Djokovic disse que é uma “decisão pessoal”, quando perguntaram sobre os protocolos de vacinação na sexta-feira. “Se alguém quer ou não tomar uma vacina, cabe exclusivamente a ele”, disse. “Espero que as coisas continuem assim”. / Tradução de Anna Capovilla

Quando a Associação de Tênis dos EUA anunciou na sexta-feira que será exigida a comprovação de vacinação contra o coronavírus para todos os espectadores a partir dos 12 anos para entrarem na Billie Jean King National Tennis Center, ampliou-se o abismo entre o público e os tenistas que eles esperam ver jogar no Aberto dos EUA.

Agora, a probabilidade de que os adultos nas arquibancadas tenham sido vacinados será duas vezes maior que em relação aos jogadores: a WTA, a associação feminina, anunciou que “cerca de 50%” de suas jogadoras foram vacinadas, enquanto a ATP Tour, dos homens, informou que suas taxas de vacinação foram “pouco acima de 50%”.

Tsitsipas causou polêmica na Grécia, no início de agosto, ao dizer que só se imunizaria caso fosse obrigatório para seguir nas competições Foto: Valery Hache/AFP

Apesar das possíveis consequências por não terem se vacinado - pegar a doença, evidentemente, mas também a impossibilidade de jogar e ganhar dinheiro - os tenistas têm se mostrado teimosamente lentos na aceitação à vacinação, embora muitos tenham perdido oportunidades de jogar em grandes torneios por testarem positivo. Enquanto alguns jogadores se mostram abertamente céticos quanto à necessidade de se vacinar por serem pessoas jovens e saudáveis, alguns simplesmente não a consideraram tão importante.

O veterano Gilles Simon, que foi desqualificado no Aberto dos EUA na sexta-feira por “motivos médicos”, confirmou em uma entrevista ao jornal L’Équipe que foi retirado do torneio porque não havia sido vacinado. O treinador de Simon, Etienne Laforgue, testou positivo para o coronavírus depois de sua chegada a Nova York, e Simon foi desqualificado porque foi considerado um “contato próximo”.

“Eu não era contra (a vacinação) a ponto de nunca me vacinar. Só estou falando que achei que não seria necessário ou urgente”, disse Simon ao jornal. Se tivesse sido vacinado, Simon teria a possibilidade de competir no torneio, realizando novos testes. “Na realidade, a covid-19 não me apavora”, prosseguiu. “Minha filosofia é basicamente: ‘Se você tem medo dela, vá se vacinar, se não, não’”.

Agora, ele terá de se isolar em seu quarto de hotel por dez dias, segundo as diretrizes federais e da prefeitura de Nova York. Simon, 36 anos, e 103º no ranking, lamentou profundamente que o seu quarto de hotel, onde permanecerá durante, como admitiu, o seu último Aberto dos EUA, não tenha uma vista bonita. “Se a sua última lembrança de um Aberto dos Estados Unidos são dez dias em um quarto, não irá querer guardá-la”, ele disse.

A tenista de maior visibilidade que perderá o Aberto dos EUA deste ano por ter testado positivo para a covid é a quinta colocada no ranking, Sofia Kenin, que, apesar dos resultados frustrantes deste ano, continua sendo a americana com a melhor classificação em cada tour pelo sistema de ranking modificado por causa da pandemia. Kenin disse que testou positivo apesar de ter sido vacinada. “Felizmente, eu me vacinei e, por isso, os meus sintomas são bastante brandos”, acrescentou.

Muitos tenistas puderam aproveitar os programas de vacinação in loco montados pelos torneios durante as suas viagens. Ashleigh Barty, uma das melhores classificadas, cujo país natal, a Austrália, demorou a dar início à campanha de vacinação, pôde ser vacinada em abril em um torneio em Charleston, Carolina do Sul. Antes disso, Ashleigh quis ter a certeza de que não estava furando a fila. “Era importante para mim, sabendo que os mais vulneráveis poderiam conseguir ser vacinados antes”, afirmou em abril.

Gilles Simon não pôde seguir na disputa do US Open Foto: REUTERS/Edgar Su

A insistência de Simon de que a vacinação deveria continuar sendo uma questão de escolha tem o apoio de ambos os setores do tênis mundial embora incentivem os tenistas a preferir a vacinação. Outros esportes têm tido mais sucesso em fazer com que os seus atletas se vacinem.

A WNBA, liga de basquete feminino norte-americano, informou em junho que 99% de suas jogadoras haviam sido vacinadas. Os jogadores da MLS, da principal liga de futebol do país, disse em julho que estava “perto dos 95%”. Esta semana, a NFL, a liga de futebol americano, anunciou que havia chegado a uma taxa de vacinação de cerca de 93%. Michele Roberts, diretora executiva da National Basketball Players Association (associação dos jogadores da NBA), afirmou em julho que 90% dos jogadores da liga foram vacinados. Este mês, a NHL, de hóquei, disse que a sua taxa de vacinação era de 85%, e que o seu sindicato advertiu os jogadores não vacinados de que poderiam perder seus salários, se testassem positivo.

No tênis, onde cada jogador é um atleta independente, não existe uma união de jogadores para encorajar um comportamento unificado, e nenhum diretor ou dono de franquia para encorajar a vacinação para o benefício competitivo da equipe. Entretanto, outros esportes individuais ainda estão à frente do tênis: a PGA, a associação dos jogadores de golfe, informou no início deste mês que a sua taxa de vacinação entre os jogadores estava “acima de 70%”.

“Embora respeitemos o direito de livre escolha de cada um, também acreditamos que cada jogador tem um papel a desempenhar ajudando o grupo mais amplo a atingir um nível seguro de imunidade”, afirmou a ATP em uma declaração, “Fazendo isso, permitirá que abrandemos as restrições no local em benefício de todos no torneio”.

A WTA comunicou que “acredita profundamente na vacina e encoraja todo mundo a tomá-la“, e estabeleceu como objetivo que 85% das jogadoras deverão ser vacinadas até o final do ano. Mas “não exige que as jogadoras tomem uma dose pois esta é uma decisão pessoal, que nós respeitamos”    .

Stefanos Tsitsipas, o terceiro colocado do ranking, provocou polêmica na Grécia, seu país natal, no início desse mês, ao afirmar que só seria vacinado se isso fosse exigido para continuar competindo. “Não vejo nenhuma razão para alguém da minha idade fazer isso”, disse Tsitsipas, de 23 anos. “Ainda não foi testada suficientemente e tem efeitos colaterais. Enquanto não for obrigatória, cada um pode decidir por si”.

Giannis Oikonomou, um porta-voz do governo grego, disse que Tsitsipas “não tem nem o conhecimento nem os estudos e tampouco um trabalho de pesquisa que lhe permita formar uma opinião” a respeito da necessidade da vacinação, e acrescentou que os atletas, pessoas amplamente admiradas, deveriam se mostrar “duplamente cuidadosos ao expressar tais pontos de vista” .

O número 1 do ranking masculino, Novak Djokovic, foi o centro das atenções por seu comportamento em questões de saúde durante a pandemia e se recusou a revelar a sua situação quanto à vacinação. Djokovic disse que é uma “decisão pessoal”, quando perguntaram sobre os protocolos de vacinação na sexta-feira. “Se alguém quer ou não tomar uma vacina, cabe exclusivamente a ele”, disse. “Espero que as coisas continuem assim”. / Tradução de Anna Capovilla

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