Post exagera importância de convite ao Brasil para a Cúpula das Américas


Embora o post acerte em dizer que o governo norte-americano chamou Jair Bolsonaro (PL) para o evento, o convite não denota prestígio porque o Brasil é membro da Organização dos Estados Americanos (OEA), o que já garantiria a participação na Cúpula

Por Projeto Comprova

Esta checagem foi produzida por jornalistas da coalizão do Comprova. Leia mais sobre nossa parceria aqui.

Conteúdo investigado: Tuíte traz uma montagem com imagens dos rostos dos presidentes Jair Bolsonaro e Joe Biden, uma ao lado da outra. O conteúdo é acompanhado da legenda: "Biden pede pinico (sic) e convida Bolsonaro a ir à Cúpula das Américas. O mundo se rende à importância do Brasil".

Onde foi publicado: Twitter.

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Conclusão do Comprova: É enganosa uma publicação no Twitter que afirma que "o mundo se rende à importância do Brasil", fazendo referência ao convite feito pelo governo dos Estados Unidos a Bolsonaro para participar da Cúpula das Américas.

 

Apesar de Biden, de fato, ter chamado o presidente brasileiro para o evento que reúne periodicamente os líderes das Américas do Norte, do Sul, Central e do Caribe, o convite não pode ser considerado notável porque, sendo um país membro da OEA, o Brasil teria participação garantida.

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Comentários no post indicam que muitas pessoas entenderam que o convite seria importante. "Estão respeitando o Brasil como merece e deve. O capitão é duro e o Brasil agora tem dono, nós patriotas e comandados por um grande brasileiro", escreveu um dos usuários. "Falaram que o líder Bolsonaro estava isolado e agora imploram a ida dele!", "Biden só chamou o Bolsonaro para ajudar porque sabe que ele vence as eleições no Brasil e irá precisar do Brasil lá na frente", disseram outros.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos de maior alcance nas redes sociais. Até o dia 8 de junho, a publicação teve mais de 2,6 mil interações entre comentários, curtidas e compartilhamentos.

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O que diz o autor da publicação: O Comprova entrou em contato com o autor do tuíte por meio de uma comentário na rede social, uma vez que seu perfil não autoriza o envio de mensagens diretas; o autor, no entanto, não respondeu ao nosso contato.

Como verificamos: O Comprova buscou informações sobre o funcionamento e o objetivo da Cúpula das Américas em sites oficiais como o da OEA, do Departamento de Estado dos Estados Unidos, da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, além de notícias da imprensa brasileira (Folha de S.PauloG1Correio BrazilienseEstadão).

A equipe também buscou a OEA, o Departamento de Estado dos Estados Unidos e a Casa Branca a fim de entender como é realizado o processo de convocação dos países que participam da reunião.

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Por fim, a equipe conversou com a coordenadora do curso de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e consultora da Comissão de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP), Fernanda Magnotta, que fez uma análise sobre a participação do Brasil no encontro deste ano.

A Cúpula das Américas

O evento é uma reunião periódica entre 35 governantes de países da América e do Caribe, que tem como objetivo a discussão de questões políticas comuns e a construção de uma visão compartilhada para enfrentar os desafios enfrentados pelos países da região.

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A cúpula ocorre aproximadamente uma vez a cada três anos e é a única reunião de todos os líderes da América e Caribe.

Além dos governantes, cada encontro é formado pelo Grupo de Revisão da Implementação de Cúpulas (Gric), pelo Grupo de Trabalho Conjunto de Cúpulas - composto por 13 instituições regionais e internacionais que fornecem assistência técnica durante a negociação dos temas da Cúpula -, por organizações da sociedade civil, representantes de comunidades indígenas, líderes cívicos, empresários e jovens empreendedores.

A nação que sedia a reunião atua como presidente do processo das Cúpulas e o anfitrião anterior atua como vice-presidente.

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De acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, a primeira Cúpula das Américas foi convocada pelo então presidente americano Bill Clinton e ocorreu em dezembro de 1994, em Miami, na Flórida. O propósito da reunião era criar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

Desde então, sucederam-se oito edições: Santiago, Chile (1998); Cidade de Quebec, Canadá (2001); Mar del Plata, Argentina (2005); Port of Spain, Trinidad e Tobago (2009); Cartagena, Colômbia (2012); Cidade do Panamá, Panamá (2015) e Lima, Peru (2018).

Conforme consta no site da OEA, que atua como secretária técnica da Cúpula, alguns temas já discutidos em reuniões anteriores foram educação, o problema das drogas nas Américas, sustentabilidade ambiental, segurança energética, discriminação e criminalidade.

Participação do Brasil na Cúpula de 2022

Em 2022, a Cúpula das Américas está sendo sediada em Los Angeles, nos Estados Unidos, entre os dias 6 e 10 de junho. O tema desta nona edição é "Construindo um futuro sustentável, resiliente e equitativo".

Ao Comprova, a OEA e o Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmaram que é o país anfitrião, neste caso os Estados Unidos, que emite os convites para a Cúpula.

A única informação verdadeira do post aqui verificado é que, de fato, o governo norte-americano convidou Jair Bolsonaro para participar da reunião, como consta na declaração do assessor especial da Casa Branca: "Nesta manhã, em meu encontro com o presidente Bolsonaro, reiterei o nosso desejo de que o Brasil seja um participante ativo da Cúpula, pois reconhecemos a responsabilidade coletiva de avançar para um futuro mais inclusivo e próspero".

Em 26 de maio, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que Bolsonaro aceitou comparecer na reunião. O presidente brasileiro deve chegar aos Estados Unidos na quinta-feira, dia 9 de junho.

No entanto, na análise da coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP e consultora da Comissão de Relações Internacionais da OAB/SP, Fernanda Magnotta, o convite feito pelo governo dos Estados Unidos a Bolsonaro não é significativo porque o Brasil é um país membro da OEA, o que assegura participação na Cúpula.

"O Brasil ser convidado não representa muito, porque é uma praxe. Me parece que a expressão 'o mundo se rende à importância do Brasil' é uma tentativa de capitalizar politicamente, no contexto das eleições. O governo Bolsonaro tenta há tempos descolar um encontro bilateral com Biden, entre outras razões, para tentar contestar a ideia de que o país é um pária internacional e está isolado. Há uma lógica política doméstica", afirma Magnotta.

Ainda de acordo com a especialista, o encontro deste ano é bastante simbólico e esperado por dois motivos. O primeiro é que os Estados Unidos não sediavam a Cúpula desde a sua primeira edição e o segundo é que a última reunião foi considerada um fiasco diante da ausência de diversos líderes, como o próprio Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos.

Ausências no evento

Segundo informações divulgadas na imprensa (CNN BrasilCNNAgência ReutersPoder360) em 6 de junho, primeiro dia da Cúpula, o país anfitrião não convidou Cuba, Venezuela e Nicarágua por considerar que os países não possuem regimes democráticos.

A ausência dos convites gerou instabilidade diplomática e líderes de algumas nações confirmaram que não estarão presentes no evento. Conforme noticiou o G1, os presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador, de Honduras, Xiomara Castro, e da Guatemala, Alejandro Giammattei, anunciaram que recusaram o convite para participar do encontro.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou que não irá a Los Angeles se todos os outros líderes do hemisfério não forem ao evento, e o chefe de Estado do Uruguai, Luis Lacalle Pou, cancelou a viagem após testar positivo para a covid-19.

A Casa Branca foi procurada pelo Comprova, mas não retornou até o fechamento desta checagem.

Por que investigamos: O Comprova investiga conteúdos sobre pandemia, eleições e políticas públicas que atinjam grau de viralização nas redes sociais. Ao ser compartilhada por perfis que apoiam o presidente, a publicação investigada ajuda a promover a ideia de que a repercussão global do governo federal é de aclamação, sem informações que sustentem essa percepção.

Outras checagens sobre o tema: Anteriormente, o Projeto Comprova mostrou que era enganoso post comparando falas de Biden e Bolsonaro sobre uso de máscaras e que uma enquete popular não oficializava Jair Bolsonaro como Personalidade do Ano na revista Time.

Esta checagem foi produzida por jornalistas da coalizão do Comprova. Leia mais sobre nossa parceria aqui.

Conteúdo investigado: Tuíte traz uma montagem com imagens dos rostos dos presidentes Jair Bolsonaro e Joe Biden, uma ao lado da outra. O conteúdo é acompanhado da legenda: "Biden pede pinico (sic) e convida Bolsonaro a ir à Cúpula das Américas. O mundo se rende à importância do Brasil".

Onde foi publicado: Twitter.

Conclusão do Comprova: É enganosa uma publicação no Twitter que afirma que "o mundo se rende à importância do Brasil", fazendo referência ao convite feito pelo governo dos Estados Unidos a Bolsonaro para participar da Cúpula das Américas.

 

Apesar de Biden, de fato, ter chamado o presidente brasileiro para o evento que reúne periodicamente os líderes das Américas do Norte, do Sul, Central e do Caribe, o convite não pode ser considerado notável porque, sendo um país membro da OEA, o Brasil teria participação garantida.

Comentários no post indicam que muitas pessoas entenderam que o convite seria importante. "Estão respeitando o Brasil como merece e deve. O capitão é duro e o Brasil agora tem dono, nós patriotas e comandados por um grande brasileiro", escreveu um dos usuários. "Falaram que o líder Bolsonaro estava isolado e agora imploram a ida dele!", "Biden só chamou o Bolsonaro para ajudar porque sabe que ele vence as eleições no Brasil e irá precisar do Brasil lá na frente", disseram outros.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos de maior alcance nas redes sociais. Até o dia 8 de junho, a publicação teve mais de 2,6 mil interações entre comentários, curtidas e compartilhamentos.

O que diz o autor da publicação: O Comprova entrou em contato com o autor do tuíte por meio de uma comentário na rede social, uma vez que seu perfil não autoriza o envio de mensagens diretas; o autor, no entanto, não respondeu ao nosso contato.

Como verificamos: O Comprova buscou informações sobre o funcionamento e o objetivo da Cúpula das Américas em sites oficiais como o da OEA, do Departamento de Estado dos Estados Unidos, da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, além de notícias da imprensa brasileira (Folha de S.PauloG1Correio BrazilienseEstadão).

A equipe também buscou a OEA, o Departamento de Estado dos Estados Unidos e a Casa Branca a fim de entender como é realizado o processo de convocação dos países que participam da reunião.

Por fim, a equipe conversou com a coordenadora do curso de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e consultora da Comissão de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP), Fernanda Magnotta, que fez uma análise sobre a participação do Brasil no encontro deste ano.

A Cúpula das Américas

O evento é uma reunião periódica entre 35 governantes de países da América e do Caribe, que tem como objetivo a discussão de questões políticas comuns e a construção de uma visão compartilhada para enfrentar os desafios enfrentados pelos países da região.

A cúpula ocorre aproximadamente uma vez a cada três anos e é a única reunião de todos os líderes da América e Caribe.

Além dos governantes, cada encontro é formado pelo Grupo de Revisão da Implementação de Cúpulas (Gric), pelo Grupo de Trabalho Conjunto de Cúpulas - composto por 13 instituições regionais e internacionais que fornecem assistência técnica durante a negociação dos temas da Cúpula -, por organizações da sociedade civil, representantes de comunidades indígenas, líderes cívicos, empresários e jovens empreendedores.

A nação que sedia a reunião atua como presidente do processo das Cúpulas e o anfitrião anterior atua como vice-presidente.

De acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, a primeira Cúpula das Américas foi convocada pelo então presidente americano Bill Clinton e ocorreu em dezembro de 1994, em Miami, na Flórida. O propósito da reunião era criar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

Desde então, sucederam-se oito edições: Santiago, Chile (1998); Cidade de Quebec, Canadá (2001); Mar del Plata, Argentina (2005); Port of Spain, Trinidad e Tobago (2009); Cartagena, Colômbia (2012); Cidade do Panamá, Panamá (2015) e Lima, Peru (2018).

Conforme consta no site da OEA, que atua como secretária técnica da Cúpula, alguns temas já discutidos em reuniões anteriores foram educação, o problema das drogas nas Américas, sustentabilidade ambiental, segurança energética, discriminação e criminalidade.

Participação do Brasil na Cúpula de 2022

Em 2022, a Cúpula das Américas está sendo sediada em Los Angeles, nos Estados Unidos, entre os dias 6 e 10 de junho. O tema desta nona edição é "Construindo um futuro sustentável, resiliente e equitativo".

Ao Comprova, a OEA e o Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmaram que é o país anfitrião, neste caso os Estados Unidos, que emite os convites para a Cúpula.

A única informação verdadeira do post aqui verificado é que, de fato, o governo norte-americano convidou Jair Bolsonaro para participar da reunião, como consta na declaração do assessor especial da Casa Branca: "Nesta manhã, em meu encontro com o presidente Bolsonaro, reiterei o nosso desejo de que o Brasil seja um participante ativo da Cúpula, pois reconhecemos a responsabilidade coletiva de avançar para um futuro mais inclusivo e próspero".

Em 26 de maio, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que Bolsonaro aceitou comparecer na reunião. O presidente brasileiro deve chegar aos Estados Unidos na quinta-feira, dia 9 de junho.

No entanto, na análise da coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP e consultora da Comissão de Relações Internacionais da OAB/SP, Fernanda Magnotta, o convite feito pelo governo dos Estados Unidos a Bolsonaro não é significativo porque o Brasil é um país membro da OEA, o que assegura participação na Cúpula.

"O Brasil ser convidado não representa muito, porque é uma praxe. Me parece que a expressão 'o mundo se rende à importância do Brasil' é uma tentativa de capitalizar politicamente, no contexto das eleições. O governo Bolsonaro tenta há tempos descolar um encontro bilateral com Biden, entre outras razões, para tentar contestar a ideia de que o país é um pária internacional e está isolado. Há uma lógica política doméstica", afirma Magnotta.

Ainda de acordo com a especialista, o encontro deste ano é bastante simbólico e esperado por dois motivos. O primeiro é que os Estados Unidos não sediavam a Cúpula desde a sua primeira edição e o segundo é que a última reunião foi considerada um fiasco diante da ausência de diversos líderes, como o próprio Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos.

Ausências no evento

Segundo informações divulgadas na imprensa (CNN BrasilCNNAgência ReutersPoder360) em 6 de junho, primeiro dia da Cúpula, o país anfitrião não convidou Cuba, Venezuela e Nicarágua por considerar que os países não possuem regimes democráticos.

A ausência dos convites gerou instabilidade diplomática e líderes de algumas nações confirmaram que não estarão presentes no evento. Conforme noticiou o G1, os presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador, de Honduras, Xiomara Castro, e da Guatemala, Alejandro Giammattei, anunciaram que recusaram o convite para participar do encontro.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou que não irá a Los Angeles se todos os outros líderes do hemisfério não forem ao evento, e o chefe de Estado do Uruguai, Luis Lacalle Pou, cancelou a viagem após testar positivo para a covid-19.

A Casa Branca foi procurada pelo Comprova, mas não retornou até o fechamento desta checagem.

Por que investigamos: O Comprova investiga conteúdos sobre pandemia, eleições e políticas públicas que atinjam grau de viralização nas redes sociais. Ao ser compartilhada por perfis que apoiam o presidente, a publicação investigada ajuda a promover a ideia de que a repercussão global do governo federal é de aclamação, sem informações que sustentem essa percepção.

Outras checagens sobre o tema: Anteriormente, o Projeto Comprova mostrou que era enganoso post comparando falas de Biden e Bolsonaro sobre uso de máscaras e que uma enquete popular não oficializava Jair Bolsonaro como Personalidade do Ano na revista Time.

Esta checagem foi produzida por jornalistas da coalizão do Comprova. Leia mais sobre nossa parceria aqui.

Conteúdo investigado: Tuíte traz uma montagem com imagens dos rostos dos presidentes Jair Bolsonaro e Joe Biden, uma ao lado da outra. O conteúdo é acompanhado da legenda: "Biden pede pinico (sic) e convida Bolsonaro a ir à Cúpula das Américas. O mundo se rende à importância do Brasil".

Onde foi publicado: Twitter.

Conclusão do Comprova: É enganosa uma publicação no Twitter que afirma que "o mundo se rende à importância do Brasil", fazendo referência ao convite feito pelo governo dos Estados Unidos a Bolsonaro para participar da Cúpula das Américas.

 

Apesar de Biden, de fato, ter chamado o presidente brasileiro para o evento que reúne periodicamente os líderes das Américas do Norte, do Sul, Central e do Caribe, o convite não pode ser considerado notável porque, sendo um país membro da OEA, o Brasil teria participação garantida.

Comentários no post indicam que muitas pessoas entenderam que o convite seria importante. "Estão respeitando o Brasil como merece e deve. O capitão é duro e o Brasil agora tem dono, nós patriotas e comandados por um grande brasileiro", escreveu um dos usuários. "Falaram que o líder Bolsonaro estava isolado e agora imploram a ida dele!", "Biden só chamou o Bolsonaro para ajudar porque sabe que ele vence as eleições no Brasil e irá precisar do Brasil lá na frente", disseram outros.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos de maior alcance nas redes sociais. Até o dia 8 de junho, a publicação teve mais de 2,6 mil interações entre comentários, curtidas e compartilhamentos.

O que diz o autor da publicação: O Comprova entrou em contato com o autor do tuíte por meio de uma comentário na rede social, uma vez que seu perfil não autoriza o envio de mensagens diretas; o autor, no entanto, não respondeu ao nosso contato.

Como verificamos: O Comprova buscou informações sobre o funcionamento e o objetivo da Cúpula das Américas em sites oficiais como o da OEA, do Departamento de Estado dos Estados Unidos, da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, além de notícias da imprensa brasileira (Folha de S.PauloG1Correio BrazilienseEstadão).

A equipe também buscou a OEA, o Departamento de Estado dos Estados Unidos e a Casa Branca a fim de entender como é realizado o processo de convocação dos países que participam da reunião.

Por fim, a equipe conversou com a coordenadora do curso de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e consultora da Comissão de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP), Fernanda Magnotta, que fez uma análise sobre a participação do Brasil no encontro deste ano.

A Cúpula das Américas

O evento é uma reunião periódica entre 35 governantes de países da América e do Caribe, que tem como objetivo a discussão de questões políticas comuns e a construção de uma visão compartilhada para enfrentar os desafios enfrentados pelos países da região.

A cúpula ocorre aproximadamente uma vez a cada três anos e é a única reunião de todos os líderes da América e Caribe.

Além dos governantes, cada encontro é formado pelo Grupo de Revisão da Implementação de Cúpulas (Gric), pelo Grupo de Trabalho Conjunto de Cúpulas - composto por 13 instituições regionais e internacionais que fornecem assistência técnica durante a negociação dos temas da Cúpula -, por organizações da sociedade civil, representantes de comunidades indígenas, líderes cívicos, empresários e jovens empreendedores.

A nação que sedia a reunião atua como presidente do processo das Cúpulas e o anfitrião anterior atua como vice-presidente.

De acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, a primeira Cúpula das Américas foi convocada pelo então presidente americano Bill Clinton e ocorreu em dezembro de 1994, em Miami, na Flórida. O propósito da reunião era criar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

Desde então, sucederam-se oito edições: Santiago, Chile (1998); Cidade de Quebec, Canadá (2001); Mar del Plata, Argentina (2005); Port of Spain, Trinidad e Tobago (2009); Cartagena, Colômbia (2012); Cidade do Panamá, Panamá (2015) e Lima, Peru (2018).

Conforme consta no site da OEA, que atua como secretária técnica da Cúpula, alguns temas já discutidos em reuniões anteriores foram educação, o problema das drogas nas Américas, sustentabilidade ambiental, segurança energética, discriminação e criminalidade.

Participação do Brasil na Cúpula de 2022

Em 2022, a Cúpula das Américas está sendo sediada em Los Angeles, nos Estados Unidos, entre os dias 6 e 10 de junho. O tema desta nona edição é "Construindo um futuro sustentável, resiliente e equitativo".

Ao Comprova, a OEA e o Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmaram que é o país anfitrião, neste caso os Estados Unidos, que emite os convites para a Cúpula.

A única informação verdadeira do post aqui verificado é que, de fato, o governo norte-americano convidou Jair Bolsonaro para participar da reunião, como consta na declaração do assessor especial da Casa Branca: "Nesta manhã, em meu encontro com o presidente Bolsonaro, reiterei o nosso desejo de que o Brasil seja um participante ativo da Cúpula, pois reconhecemos a responsabilidade coletiva de avançar para um futuro mais inclusivo e próspero".

Em 26 de maio, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que Bolsonaro aceitou comparecer na reunião. O presidente brasileiro deve chegar aos Estados Unidos na quinta-feira, dia 9 de junho.

No entanto, na análise da coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP e consultora da Comissão de Relações Internacionais da OAB/SP, Fernanda Magnotta, o convite feito pelo governo dos Estados Unidos a Bolsonaro não é significativo porque o Brasil é um país membro da OEA, o que assegura participação na Cúpula.

"O Brasil ser convidado não representa muito, porque é uma praxe. Me parece que a expressão 'o mundo se rende à importância do Brasil' é uma tentativa de capitalizar politicamente, no contexto das eleições. O governo Bolsonaro tenta há tempos descolar um encontro bilateral com Biden, entre outras razões, para tentar contestar a ideia de que o país é um pária internacional e está isolado. Há uma lógica política doméstica", afirma Magnotta.

Ainda de acordo com a especialista, o encontro deste ano é bastante simbólico e esperado por dois motivos. O primeiro é que os Estados Unidos não sediavam a Cúpula desde a sua primeira edição e o segundo é que a última reunião foi considerada um fiasco diante da ausência de diversos líderes, como o próprio Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos.

Ausências no evento

Segundo informações divulgadas na imprensa (CNN BrasilCNNAgência ReutersPoder360) em 6 de junho, primeiro dia da Cúpula, o país anfitrião não convidou Cuba, Venezuela e Nicarágua por considerar que os países não possuem regimes democráticos.

A ausência dos convites gerou instabilidade diplomática e líderes de algumas nações confirmaram que não estarão presentes no evento. Conforme noticiou o G1, os presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador, de Honduras, Xiomara Castro, e da Guatemala, Alejandro Giammattei, anunciaram que recusaram o convite para participar do encontro.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou que não irá a Los Angeles se todos os outros líderes do hemisfério não forem ao evento, e o chefe de Estado do Uruguai, Luis Lacalle Pou, cancelou a viagem após testar positivo para a covid-19.

A Casa Branca foi procurada pelo Comprova, mas não retornou até o fechamento desta checagem.

Por que investigamos: O Comprova investiga conteúdos sobre pandemia, eleições e políticas públicas que atinjam grau de viralização nas redes sociais. Ao ser compartilhada por perfis que apoiam o presidente, a publicação investigada ajuda a promover a ideia de que a repercussão global do governo federal é de aclamação, sem informações que sustentem essa percepção.

Outras checagens sobre o tema: Anteriormente, o Projeto Comprova mostrou que era enganoso post comparando falas de Biden e Bolsonaro sobre uso de máscaras e que uma enquete popular não oficializava Jair Bolsonaro como Personalidade do Ano na revista Time.

Esta checagem foi produzida por jornalistas da coalizão do Comprova. Leia mais sobre nossa parceria aqui.

Conteúdo investigado: Tuíte traz uma montagem com imagens dos rostos dos presidentes Jair Bolsonaro e Joe Biden, uma ao lado da outra. O conteúdo é acompanhado da legenda: "Biden pede pinico (sic) e convida Bolsonaro a ir à Cúpula das Américas. O mundo se rende à importância do Brasil".

Onde foi publicado: Twitter.

Conclusão do Comprova: É enganosa uma publicação no Twitter que afirma que "o mundo se rende à importância do Brasil", fazendo referência ao convite feito pelo governo dos Estados Unidos a Bolsonaro para participar da Cúpula das Américas.

 

Apesar de Biden, de fato, ter chamado o presidente brasileiro para o evento que reúne periodicamente os líderes das Américas do Norte, do Sul, Central e do Caribe, o convite não pode ser considerado notável porque, sendo um país membro da OEA, o Brasil teria participação garantida.

Comentários no post indicam que muitas pessoas entenderam que o convite seria importante. "Estão respeitando o Brasil como merece e deve. O capitão é duro e o Brasil agora tem dono, nós patriotas e comandados por um grande brasileiro", escreveu um dos usuários. "Falaram que o líder Bolsonaro estava isolado e agora imploram a ida dele!", "Biden só chamou o Bolsonaro para ajudar porque sabe que ele vence as eleições no Brasil e irá precisar do Brasil lá na frente", disseram outros.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos de maior alcance nas redes sociais. Até o dia 8 de junho, a publicação teve mais de 2,6 mil interações entre comentários, curtidas e compartilhamentos.

O que diz o autor da publicação: O Comprova entrou em contato com o autor do tuíte por meio de uma comentário na rede social, uma vez que seu perfil não autoriza o envio de mensagens diretas; o autor, no entanto, não respondeu ao nosso contato.

Como verificamos: O Comprova buscou informações sobre o funcionamento e o objetivo da Cúpula das Américas em sites oficiais como o da OEA, do Departamento de Estado dos Estados Unidos, da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, além de notícias da imprensa brasileira (Folha de S.PauloG1Correio BrazilienseEstadão).

A equipe também buscou a OEA, o Departamento de Estado dos Estados Unidos e a Casa Branca a fim de entender como é realizado o processo de convocação dos países que participam da reunião.

Por fim, a equipe conversou com a coordenadora do curso de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e consultora da Comissão de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP), Fernanda Magnotta, que fez uma análise sobre a participação do Brasil no encontro deste ano.

A Cúpula das Américas

O evento é uma reunião periódica entre 35 governantes de países da América e do Caribe, que tem como objetivo a discussão de questões políticas comuns e a construção de uma visão compartilhada para enfrentar os desafios enfrentados pelos países da região.

A cúpula ocorre aproximadamente uma vez a cada três anos e é a única reunião de todos os líderes da América e Caribe.

Além dos governantes, cada encontro é formado pelo Grupo de Revisão da Implementação de Cúpulas (Gric), pelo Grupo de Trabalho Conjunto de Cúpulas - composto por 13 instituições regionais e internacionais que fornecem assistência técnica durante a negociação dos temas da Cúpula -, por organizações da sociedade civil, representantes de comunidades indígenas, líderes cívicos, empresários e jovens empreendedores.

A nação que sedia a reunião atua como presidente do processo das Cúpulas e o anfitrião anterior atua como vice-presidente.

De acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, a primeira Cúpula das Américas foi convocada pelo então presidente americano Bill Clinton e ocorreu em dezembro de 1994, em Miami, na Flórida. O propósito da reunião era criar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

Desde então, sucederam-se oito edições: Santiago, Chile (1998); Cidade de Quebec, Canadá (2001); Mar del Plata, Argentina (2005); Port of Spain, Trinidad e Tobago (2009); Cartagena, Colômbia (2012); Cidade do Panamá, Panamá (2015) e Lima, Peru (2018).

Conforme consta no site da OEA, que atua como secretária técnica da Cúpula, alguns temas já discutidos em reuniões anteriores foram educação, o problema das drogas nas Américas, sustentabilidade ambiental, segurança energética, discriminação e criminalidade.

Participação do Brasil na Cúpula de 2022

Em 2022, a Cúpula das Américas está sendo sediada em Los Angeles, nos Estados Unidos, entre os dias 6 e 10 de junho. O tema desta nona edição é "Construindo um futuro sustentável, resiliente e equitativo".

Ao Comprova, a OEA e o Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmaram que é o país anfitrião, neste caso os Estados Unidos, que emite os convites para a Cúpula.

A única informação verdadeira do post aqui verificado é que, de fato, o governo norte-americano convidou Jair Bolsonaro para participar da reunião, como consta na declaração do assessor especial da Casa Branca: "Nesta manhã, em meu encontro com o presidente Bolsonaro, reiterei o nosso desejo de que o Brasil seja um participante ativo da Cúpula, pois reconhecemos a responsabilidade coletiva de avançar para um futuro mais inclusivo e próspero".

Em 26 de maio, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que Bolsonaro aceitou comparecer na reunião. O presidente brasileiro deve chegar aos Estados Unidos na quinta-feira, dia 9 de junho.

No entanto, na análise da coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP e consultora da Comissão de Relações Internacionais da OAB/SP, Fernanda Magnotta, o convite feito pelo governo dos Estados Unidos a Bolsonaro não é significativo porque o Brasil é um país membro da OEA, o que assegura participação na Cúpula.

"O Brasil ser convidado não representa muito, porque é uma praxe. Me parece que a expressão 'o mundo se rende à importância do Brasil' é uma tentativa de capitalizar politicamente, no contexto das eleições. O governo Bolsonaro tenta há tempos descolar um encontro bilateral com Biden, entre outras razões, para tentar contestar a ideia de que o país é um pária internacional e está isolado. Há uma lógica política doméstica", afirma Magnotta.

Ainda de acordo com a especialista, o encontro deste ano é bastante simbólico e esperado por dois motivos. O primeiro é que os Estados Unidos não sediavam a Cúpula desde a sua primeira edição e o segundo é que a última reunião foi considerada um fiasco diante da ausência de diversos líderes, como o próprio Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos.

Ausências no evento

Segundo informações divulgadas na imprensa (CNN BrasilCNNAgência ReutersPoder360) em 6 de junho, primeiro dia da Cúpula, o país anfitrião não convidou Cuba, Venezuela e Nicarágua por considerar que os países não possuem regimes democráticos.

A ausência dos convites gerou instabilidade diplomática e líderes de algumas nações confirmaram que não estarão presentes no evento. Conforme noticiou o G1, os presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador, de Honduras, Xiomara Castro, e da Guatemala, Alejandro Giammattei, anunciaram que recusaram o convite para participar do encontro.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou que não irá a Los Angeles se todos os outros líderes do hemisfério não forem ao evento, e o chefe de Estado do Uruguai, Luis Lacalle Pou, cancelou a viagem após testar positivo para a covid-19.

A Casa Branca foi procurada pelo Comprova, mas não retornou até o fechamento desta checagem.

Por que investigamos: O Comprova investiga conteúdos sobre pandemia, eleições e políticas públicas que atinjam grau de viralização nas redes sociais. Ao ser compartilhada por perfis que apoiam o presidente, a publicação investigada ajuda a promover a ideia de que a repercussão global do governo federal é de aclamação, sem informações que sustentem essa percepção.

Outras checagens sobre o tema: Anteriormente, o Projeto Comprova mostrou que era enganoso post comparando falas de Biden e Bolsonaro sobre uso de máscaras e que uma enquete popular não oficializava Jair Bolsonaro como Personalidade do Ano na revista Time.

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