Reportagem sobre pagamento de calote bilionário de Moçambique e Venezuela é de 2018


Brasil pagou dívida de R$ 1,16 bilhão das duas nações com o BNDES e o Credit Suisse durante governo de Michel Temer

Por Pedro Prata

Atualizada às 14h24 de 11 de agosto de 2020.

Um boato resgata uma reportagem antiga da TV Brasil para sugerir que o governo Bolsonaro terá de arcar com calote internacional de R$ 1,16 bilhão de Moçambique e Venezuela. Na verdade, o valor foi pago pelo País em 2018, na gestão de Michel Temer. O Estadão Verifica checou esta publicação após ela ser compartilhada 246,3 mil vezes no Facebook.

"Uma das heranças malditas deixadas por Lula: governo Bolsonaro terá de pagar R$ 1,16 bilhão por ter sido fiador da Venezuela e de Moçambique e os caloteiros não pagaram!", diz o post. Ele acompanha uma reportagem da TV Brasil sobre o assunto. O Estadão Verifica procurou a reportagem no YouTube da emissora pública e identificou que ela foi veiculada em 3 de maio de 2018.

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Conforme publicado pelo Estadão em 2 de maio de 2018, o Congresso Nacional aprovou Projeto de Lei (PLN 8/2018) para abrir crédito de R$ 1.164.674.954,00 para pagar a dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Credit Suisse. A operação foi necessária porque o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), vinculado ao Ministério da Economia, era o avalista das operações. Isto quer dizer que o órgão se responsabilizou pelo pagamento caso Venezuela e Moçambique não pagassem.

A abertura de crédito suplementar foi publicada no Diário Oficial da União em 7 de maio de 2018. O prazo para pagamento do crédito era até o dia 8.

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Reportagem da TV Brasil foi veiculada em maio de 2018. Foto: Reprodução

O FGE possuía dinheiro em caixa para pagar o débito. Porém, como a verba não estava incluída no Orçamento, o desembolso não poderia ser feito. Havia ainda o impeditivo do teto de gastos, que exigia o cancelamento de outras despesas para que a cobertura do calote entrasse no lugar. O governo optou por reduzir a previsão de gastos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) com o seguro-desemprego.

Os principais argumentos dos aliados a favor da aprovação do remanejamento de recursos era de que o não pagamento prejudicaria a imagem do Brasil e poderia prejudicar novas exportações de empresas brasileiras, já que o FGE ficaria impedido de garantir novas operações junto a bancos até a regularização. Também poderia inviabilizar a participação de companhias nacionais em licitações no exterior.

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À época da aprovação do PLN, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o Brasil precisaria cobrar o recurso dos dois países. "Mas a verdade é que o FGE garantiu esse valor. Quando o país não paga, paga o país que garantiu. Isso é uma regra mundial. Infelizmente, quando se fez o empréstimo, não se teve o cuidado de verificar a possibilidade de pagamento tanto de Moçambique quanto da Venezuela", falou Jucá à Agência Senado.

Os empréstimos foram concedidos a Moçambique entre os anos de 2009 e 2012 para a construção do aeroporto de Nacala. Já para a Venezuela, foram feitos de 2009 a 2016, para obras nos segmentos de infraestrutura e alimentício. As informações são do Ministério da Economia.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

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Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Atualizada às 14h24 de 11 de agosto de 2020.

Um boato resgata uma reportagem antiga da TV Brasil para sugerir que o governo Bolsonaro terá de arcar com calote internacional de R$ 1,16 bilhão de Moçambique e Venezuela. Na verdade, o valor foi pago pelo País em 2018, na gestão de Michel Temer. O Estadão Verifica checou esta publicação após ela ser compartilhada 246,3 mil vezes no Facebook.

"Uma das heranças malditas deixadas por Lula: governo Bolsonaro terá de pagar R$ 1,16 bilhão por ter sido fiador da Venezuela e de Moçambique e os caloteiros não pagaram!", diz o post. Ele acompanha uma reportagem da TV Brasil sobre o assunto. O Estadão Verifica procurou a reportagem no YouTube da emissora pública e identificou que ela foi veiculada em 3 de maio de 2018.

Conforme publicado pelo Estadão em 2 de maio de 2018, o Congresso Nacional aprovou Projeto de Lei (PLN 8/2018) para abrir crédito de R$ 1.164.674.954,00 para pagar a dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Credit Suisse. A operação foi necessária porque o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), vinculado ao Ministério da Economia, era o avalista das operações. Isto quer dizer que o órgão se responsabilizou pelo pagamento caso Venezuela e Moçambique não pagassem.

A abertura de crédito suplementar foi publicada no Diário Oficial da União em 7 de maio de 2018. O prazo para pagamento do crédito era até o dia 8.

Reportagem da TV Brasil foi veiculada em maio de 2018. Foto: Reprodução

O FGE possuía dinheiro em caixa para pagar o débito. Porém, como a verba não estava incluída no Orçamento, o desembolso não poderia ser feito. Havia ainda o impeditivo do teto de gastos, que exigia o cancelamento de outras despesas para que a cobertura do calote entrasse no lugar. O governo optou por reduzir a previsão de gastos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) com o seguro-desemprego.

Os principais argumentos dos aliados a favor da aprovação do remanejamento de recursos era de que o não pagamento prejudicaria a imagem do Brasil e poderia prejudicar novas exportações de empresas brasileiras, já que o FGE ficaria impedido de garantir novas operações junto a bancos até a regularização. Também poderia inviabilizar a participação de companhias nacionais em licitações no exterior.

À época da aprovação do PLN, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o Brasil precisaria cobrar o recurso dos dois países. "Mas a verdade é que o FGE garantiu esse valor. Quando o país não paga, paga o país que garantiu. Isso é uma regra mundial. Infelizmente, quando se fez o empréstimo, não se teve o cuidado de verificar a possibilidade de pagamento tanto de Moçambique quanto da Venezuela", falou Jucá à Agência Senado.

Os empréstimos foram concedidos a Moçambique entre os anos de 2009 e 2012 para a construção do aeroporto de Nacala. Já para a Venezuela, foram feitos de 2009 a 2016, para obras nos segmentos de infraestrutura e alimentício. As informações são do Ministério da Economia.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Atualizada às 14h24 de 11 de agosto de 2020.

Um boato resgata uma reportagem antiga da TV Brasil para sugerir que o governo Bolsonaro terá de arcar com calote internacional de R$ 1,16 bilhão de Moçambique e Venezuela. Na verdade, o valor foi pago pelo País em 2018, na gestão de Michel Temer. O Estadão Verifica checou esta publicação após ela ser compartilhada 246,3 mil vezes no Facebook.

"Uma das heranças malditas deixadas por Lula: governo Bolsonaro terá de pagar R$ 1,16 bilhão por ter sido fiador da Venezuela e de Moçambique e os caloteiros não pagaram!", diz o post. Ele acompanha uma reportagem da TV Brasil sobre o assunto. O Estadão Verifica procurou a reportagem no YouTube da emissora pública e identificou que ela foi veiculada em 3 de maio de 2018.

Conforme publicado pelo Estadão em 2 de maio de 2018, o Congresso Nacional aprovou Projeto de Lei (PLN 8/2018) para abrir crédito de R$ 1.164.674.954,00 para pagar a dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Credit Suisse. A operação foi necessária porque o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), vinculado ao Ministério da Economia, era o avalista das operações. Isto quer dizer que o órgão se responsabilizou pelo pagamento caso Venezuela e Moçambique não pagassem.

A abertura de crédito suplementar foi publicada no Diário Oficial da União em 7 de maio de 2018. O prazo para pagamento do crédito era até o dia 8.

Reportagem da TV Brasil foi veiculada em maio de 2018. Foto: Reprodução

O FGE possuía dinheiro em caixa para pagar o débito. Porém, como a verba não estava incluída no Orçamento, o desembolso não poderia ser feito. Havia ainda o impeditivo do teto de gastos, que exigia o cancelamento de outras despesas para que a cobertura do calote entrasse no lugar. O governo optou por reduzir a previsão de gastos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) com o seguro-desemprego.

Os principais argumentos dos aliados a favor da aprovação do remanejamento de recursos era de que o não pagamento prejudicaria a imagem do Brasil e poderia prejudicar novas exportações de empresas brasileiras, já que o FGE ficaria impedido de garantir novas operações junto a bancos até a regularização. Também poderia inviabilizar a participação de companhias nacionais em licitações no exterior.

À época da aprovação do PLN, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o Brasil precisaria cobrar o recurso dos dois países. "Mas a verdade é que o FGE garantiu esse valor. Quando o país não paga, paga o país que garantiu. Isso é uma regra mundial. Infelizmente, quando se fez o empréstimo, não se teve o cuidado de verificar a possibilidade de pagamento tanto de Moçambique quanto da Venezuela", falou Jucá à Agência Senado.

Os empréstimos foram concedidos a Moçambique entre os anos de 2009 e 2012 para a construção do aeroporto de Nacala. Já para a Venezuela, foram feitos de 2009 a 2016, para obras nos segmentos de infraestrutura e alimentício. As informações são do Ministério da Economia.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Atualizada às 14h24 de 11 de agosto de 2020.

Um boato resgata uma reportagem antiga da TV Brasil para sugerir que o governo Bolsonaro terá de arcar com calote internacional de R$ 1,16 bilhão de Moçambique e Venezuela. Na verdade, o valor foi pago pelo País em 2018, na gestão de Michel Temer. O Estadão Verifica checou esta publicação após ela ser compartilhada 246,3 mil vezes no Facebook.

"Uma das heranças malditas deixadas por Lula: governo Bolsonaro terá de pagar R$ 1,16 bilhão por ter sido fiador da Venezuela e de Moçambique e os caloteiros não pagaram!", diz o post. Ele acompanha uma reportagem da TV Brasil sobre o assunto. O Estadão Verifica procurou a reportagem no YouTube da emissora pública e identificou que ela foi veiculada em 3 de maio de 2018.

Conforme publicado pelo Estadão em 2 de maio de 2018, o Congresso Nacional aprovou Projeto de Lei (PLN 8/2018) para abrir crédito de R$ 1.164.674.954,00 para pagar a dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Credit Suisse. A operação foi necessária porque o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), vinculado ao Ministério da Economia, era o avalista das operações. Isto quer dizer que o órgão se responsabilizou pelo pagamento caso Venezuela e Moçambique não pagassem.

A abertura de crédito suplementar foi publicada no Diário Oficial da União em 7 de maio de 2018. O prazo para pagamento do crédito era até o dia 8.

Reportagem da TV Brasil foi veiculada em maio de 2018. Foto: Reprodução

O FGE possuía dinheiro em caixa para pagar o débito. Porém, como a verba não estava incluída no Orçamento, o desembolso não poderia ser feito. Havia ainda o impeditivo do teto de gastos, que exigia o cancelamento de outras despesas para que a cobertura do calote entrasse no lugar. O governo optou por reduzir a previsão de gastos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) com o seguro-desemprego.

Os principais argumentos dos aliados a favor da aprovação do remanejamento de recursos era de que o não pagamento prejudicaria a imagem do Brasil e poderia prejudicar novas exportações de empresas brasileiras, já que o FGE ficaria impedido de garantir novas operações junto a bancos até a regularização. Também poderia inviabilizar a participação de companhias nacionais em licitações no exterior.

À época da aprovação do PLN, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o Brasil precisaria cobrar o recurso dos dois países. "Mas a verdade é que o FGE garantiu esse valor. Quando o país não paga, paga o país que garantiu. Isso é uma regra mundial. Infelizmente, quando se fez o empréstimo, não se teve o cuidado de verificar a possibilidade de pagamento tanto de Moçambique quanto da Venezuela", falou Jucá à Agência Senado.

Os empréstimos foram concedidos a Moçambique entre os anos de 2009 e 2012 para a construção do aeroporto de Nacala. Já para a Venezuela, foram feitos de 2009 a 2016, para obras nos segmentos de infraestrutura e alimentício. As informações são do Ministério da Economia.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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