NOVA YORK - O presidente do Irã, Hassan Rohani, disse nesta quinta-feira, 25, acreditar que fechará o mais rápido possível um acordo definitivo sobre o programa nuclear iraniano, mas alertou que para isso as potências internacionais devem evitar "exigências excessivas" nas negociações em curso.
"Ninguém pode duvidar que o compromisso e o acordo nesse assunto vão ser bons para todos", disse Rohani no segundo dia da Assembleia-Geral da ONU. Para ele, um acordo oferece ao Ocidente uma "oportunidade histórica" para demonstrar que não se opõe ao progresso dos países do Oriente Médio. "Chegar a um acordo com o Irã seria um avanço para o Ocidente, mostrando que respeitam o direito de avanço de outros países."
O presidente iraniano se mostrou confiante na possibilidade de conseguir um pacto dentro dos prazos fixados e assegurou que isso criaria uma "atmosfera totalmente diferente" que permitiria dar um impulso à cooperação em outros assuntos, como a luta contra o extremismo.
Rohani, que criticou as sanções internacionais impostas a seu país, defendeu que "qualquer atraso" para fechar um acordo "aumentaria os custos", não só para o Irã, mas para a economia de toda a região e para as perspectivas de segurança.
Sobre as negociações em andamento, Rohani destacou a "seriedade e o otimismo" com o qual o diálogo avançou no último ano e afirmou que Teerã cumpriu com todos os compromissos. "Embora algumas observações e atos de nossos interlocutores tenham criado certas dúvidas sobre sua determinação e realismo, esperamos que as atuais negociações levem a um acordo final em um curto período de tempo."
As potências internacionais do Grupo 5+1 (formado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança, mais a Alemanha) e o Irã mantêm discussões paralelas à Assembleia-Geral para tentar chegar a um acordo. O objetivo das duas partes é pactuar uma solução antes de 24 de novembro, o que poria fim a anos de polêmica pelos temores do Ocidente sobre os possíveis fins militares do programa nuclear iraniano.
Rohani insistiu que o Irã está determinado a continuar com seu "programa nuclear pacífico", com o enriquecimento de urânio e o exercício em seu território de todos os "direitos" que tem no âmbito atômico com base na legislação internacional. / EFE