Do front da luta contra a Aids: como Mandela lidou com a morte do filho e a epidemia do HIV na África


Por adrianacarranca

"Meu filho morreu de Aids", disse Nelson Mandela em uma coletiva de imprensa na tarde da morte de seu primogênito, fruto do primeiro casamento com Evelyn Mase. Era o último filho homem de Mandela ainda vivo - o caçula morreu em um acidente de carro quando o líder sul-africano ainda estava preso.

Makgatho Lewanika Mandela, advogado e pai de quatro filhos, perdeu a luta contra a Aids no dia 6 de janeiro de 2005, aos 54 anos. Naqueles tempos, 5,6 milhões de sul-africanos portadores do vírus HIV viviam seu próprio apartheid, segregados ou com medo de serem descobertos.

Durante seu governo, Mandela pouco fez pela Aids - havia outras prioridades que considerava mais urgentes, ele próprio teria confessado mais tarde. Além disso, a Aids era um tabu. Mas a doença do filho mudou a sua perspectiva e Mandela foi uma das primeiras figuras públicas da África do Sul a admitir a doença na família, o que representou uma guinada na forma como os sul-africanos lidavam com os infectados. O governo já não podia mais ignorar a epidemia à sua porta. Ele se tornou um dos principais ativistas pela universalização do tratamento e distribuição de antirretrovirais.

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O mundo acordou para a epidemia do vírus HIV. Mas a Aids ainda é a principal causa de morte na África subsaariana. Mata mais do que a soma de todas as guerras ou a fome. Só compete em letalidade com outras epidemias, como a da malária e da diarreia - doenças facilmente evitáveis, mas que a miséria condena à morte.

Das 35,3 milhões de pessoas que vivem com o vírus HIV hoje, 25 milhões estão na África subsaariana. Isso significa que 71% de todos os infectados no mundo vivem na região, embora ela concentre apenas 12% da população mundial. O número de pessoas vivendo com o vírus HIV hoje na África subsaariana - 25 milhões - é o mesmo que a estimativa de africanos feitos escravos ao longo de quatro séculos - como a escravidão, a doença leva predominantemente pessoas em idade ativa, entre 15 e 49 anos. A África do Sul de Mandela ainda concentra o maior número de infectados no mundo (4,3 milhões de pessoas). Tem também o maior programa de distribuição de remédios. Mas há outros problemas que afetam diretamente a letalidade da doença nessa parte do mundo.

Na África subsaariana a falta de estradas dificulta a distribuição dos remédios - em muitos lugares, a impossibilita. Se os recebem, os moradores não têm como conservá-los porque não há energia elétrica na maior parte dos países da região. As longas distâncias e a falta de transporte tornam inviável o acesso diário aos postos de saúde, quando existem. E quando existem, são insuficientes, precários e concentrados nos centros urbanos. Muitos só procuram um médico quando os sintomas já lhes são insuportáveis e, então, é tarde demais. Na África subsaariana não se morre, portanto, disso ou daquilo, mas da falta de tudo - até mesmo de uma chance de ter acesso a um tratamento que está disponível, mas não chega a todos. Morre-se de miséria.

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Foto: Eric Miller/MSF

 

"Meu filho morreu de Aids", disse Nelson Mandela em uma coletiva de imprensa na tarde da morte de seu primogênito, fruto do primeiro casamento com Evelyn Mase. Era o último filho homem de Mandela ainda vivo - o caçula morreu em um acidente de carro quando o líder sul-africano ainda estava preso.

Makgatho Lewanika Mandela, advogado e pai de quatro filhos, perdeu a luta contra a Aids no dia 6 de janeiro de 2005, aos 54 anos. Naqueles tempos, 5,6 milhões de sul-africanos portadores do vírus HIV viviam seu próprio apartheid, segregados ou com medo de serem descobertos.

Durante seu governo, Mandela pouco fez pela Aids - havia outras prioridades que considerava mais urgentes, ele próprio teria confessado mais tarde. Além disso, a Aids era um tabu. Mas a doença do filho mudou a sua perspectiva e Mandela foi uma das primeiras figuras públicas da África do Sul a admitir a doença na família, o que representou uma guinada na forma como os sul-africanos lidavam com os infectados. O governo já não podia mais ignorar a epidemia à sua porta. Ele se tornou um dos principais ativistas pela universalização do tratamento e distribuição de antirretrovirais.

O mundo acordou para a epidemia do vírus HIV. Mas a Aids ainda é a principal causa de morte na África subsaariana. Mata mais do que a soma de todas as guerras ou a fome. Só compete em letalidade com outras epidemias, como a da malária e da diarreia - doenças facilmente evitáveis, mas que a miséria condena à morte.

Das 35,3 milhões de pessoas que vivem com o vírus HIV hoje, 25 milhões estão na África subsaariana. Isso significa que 71% de todos os infectados no mundo vivem na região, embora ela concentre apenas 12% da população mundial. O número de pessoas vivendo com o vírus HIV hoje na África subsaariana - 25 milhões - é o mesmo que a estimativa de africanos feitos escravos ao longo de quatro séculos - como a escravidão, a doença leva predominantemente pessoas em idade ativa, entre 15 e 49 anos. A África do Sul de Mandela ainda concentra o maior número de infectados no mundo (4,3 milhões de pessoas). Tem também o maior programa de distribuição de remédios. Mas há outros problemas que afetam diretamente a letalidade da doença nessa parte do mundo.

Na África subsaariana a falta de estradas dificulta a distribuição dos remédios - em muitos lugares, a impossibilita. Se os recebem, os moradores não têm como conservá-los porque não há energia elétrica na maior parte dos países da região. As longas distâncias e a falta de transporte tornam inviável o acesso diário aos postos de saúde, quando existem. E quando existem, são insuficientes, precários e concentrados nos centros urbanos. Muitos só procuram um médico quando os sintomas já lhes são insuportáveis e, então, é tarde demais. Na África subsaariana não se morre, portanto, disso ou daquilo, mas da falta de tudo - até mesmo de uma chance de ter acesso a um tratamento que está disponível, mas não chega a todos. Morre-se de miséria.

Foto: Eric Miller/MSF

 

"Meu filho morreu de Aids", disse Nelson Mandela em uma coletiva de imprensa na tarde da morte de seu primogênito, fruto do primeiro casamento com Evelyn Mase. Era o último filho homem de Mandela ainda vivo - o caçula morreu em um acidente de carro quando o líder sul-africano ainda estava preso.

Makgatho Lewanika Mandela, advogado e pai de quatro filhos, perdeu a luta contra a Aids no dia 6 de janeiro de 2005, aos 54 anos. Naqueles tempos, 5,6 milhões de sul-africanos portadores do vírus HIV viviam seu próprio apartheid, segregados ou com medo de serem descobertos.

Durante seu governo, Mandela pouco fez pela Aids - havia outras prioridades que considerava mais urgentes, ele próprio teria confessado mais tarde. Além disso, a Aids era um tabu. Mas a doença do filho mudou a sua perspectiva e Mandela foi uma das primeiras figuras públicas da África do Sul a admitir a doença na família, o que representou uma guinada na forma como os sul-africanos lidavam com os infectados. O governo já não podia mais ignorar a epidemia à sua porta. Ele se tornou um dos principais ativistas pela universalização do tratamento e distribuição de antirretrovirais.

O mundo acordou para a epidemia do vírus HIV. Mas a Aids ainda é a principal causa de morte na África subsaariana. Mata mais do que a soma de todas as guerras ou a fome. Só compete em letalidade com outras epidemias, como a da malária e da diarreia - doenças facilmente evitáveis, mas que a miséria condena à morte.

Das 35,3 milhões de pessoas que vivem com o vírus HIV hoje, 25 milhões estão na África subsaariana. Isso significa que 71% de todos os infectados no mundo vivem na região, embora ela concentre apenas 12% da população mundial. O número de pessoas vivendo com o vírus HIV hoje na África subsaariana - 25 milhões - é o mesmo que a estimativa de africanos feitos escravos ao longo de quatro séculos - como a escravidão, a doença leva predominantemente pessoas em idade ativa, entre 15 e 49 anos. A África do Sul de Mandela ainda concentra o maior número de infectados no mundo (4,3 milhões de pessoas). Tem também o maior programa de distribuição de remédios. Mas há outros problemas que afetam diretamente a letalidade da doença nessa parte do mundo.

Na África subsaariana a falta de estradas dificulta a distribuição dos remédios - em muitos lugares, a impossibilita. Se os recebem, os moradores não têm como conservá-los porque não há energia elétrica na maior parte dos países da região. As longas distâncias e a falta de transporte tornam inviável o acesso diário aos postos de saúde, quando existem. E quando existem, são insuficientes, precários e concentrados nos centros urbanos. Muitos só procuram um médico quando os sintomas já lhes são insuportáveis e, então, é tarde demais. Na África subsaariana não se morre, portanto, disso ou daquilo, mas da falta de tudo - até mesmo de uma chance de ter acesso a um tratamento que está disponível, mas não chega a todos. Morre-se de miséria.

Foto: Eric Miller/MSF

 

"Meu filho morreu de Aids", disse Nelson Mandela em uma coletiva de imprensa na tarde da morte de seu primogênito, fruto do primeiro casamento com Evelyn Mase. Era o último filho homem de Mandela ainda vivo - o caçula morreu em um acidente de carro quando o líder sul-africano ainda estava preso.

Makgatho Lewanika Mandela, advogado e pai de quatro filhos, perdeu a luta contra a Aids no dia 6 de janeiro de 2005, aos 54 anos. Naqueles tempos, 5,6 milhões de sul-africanos portadores do vírus HIV viviam seu próprio apartheid, segregados ou com medo de serem descobertos.

Durante seu governo, Mandela pouco fez pela Aids - havia outras prioridades que considerava mais urgentes, ele próprio teria confessado mais tarde. Além disso, a Aids era um tabu. Mas a doença do filho mudou a sua perspectiva e Mandela foi uma das primeiras figuras públicas da África do Sul a admitir a doença na família, o que representou uma guinada na forma como os sul-africanos lidavam com os infectados. O governo já não podia mais ignorar a epidemia à sua porta. Ele se tornou um dos principais ativistas pela universalização do tratamento e distribuição de antirretrovirais.

O mundo acordou para a epidemia do vírus HIV. Mas a Aids ainda é a principal causa de morte na África subsaariana. Mata mais do que a soma de todas as guerras ou a fome. Só compete em letalidade com outras epidemias, como a da malária e da diarreia - doenças facilmente evitáveis, mas que a miséria condena à morte.

Das 35,3 milhões de pessoas que vivem com o vírus HIV hoje, 25 milhões estão na África subsaariana. Isso significa que 71% de todos os infectados no mundo vivem na região, embora ela concentre apenas 12% da população mundial. O número de pessoas vivendo com o vírus HIV hoje na África subsaariana - 25 milhões - é o mesmo que a estimativa de africanos feitos escravos ao longo de quatro séculos - como a escravidão, a doença leva predominantemente pessoas em idade ativa, entre 15 e 49 anos. A África do Sul de Mandela ainda concentra o maior número de infectados no mundo (4,3 milhões de pessoas). Tem também o maior programa de distribuição de remédios. Mas há outros problemas que afetam diretamente a letalidade da doença nessa parte do mundo.

Na África subsaariana a falta de estradas dificulta a distribuição dos remédios - em muitos lugares, a impossibilita. Se os recebem, os moradores não têm como conservá-los porque não há energia elétrica na maior parte dos países da região. As longas distâncias e a falta de transporte tornam inviável o acesso diário aos postos de saúde, quando existem. E quando existem, são insuficientes, precários e concentrados nos centros urbanos. Muitos só procuram um médico quando os sintomas já lhes são insuportáveis e, então, é tarde demais. Na África subsaariana não se morre, portanto, disso ou daquilo, mas da falta de tudo - até mesmo de uma chance de ter acesso a um tratamento que está disponível, mas não chega a todos. Morre-se de miséria.

Foto: Eric Miller/MSF

 

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