O naufrágio da humanidade


Por Adriana Carranca

Aos que a acusaram de violar a dignidade humana ao exibir a foto do menino sírio morto em uma praia da Turquia, Liz Sly, chefe da sucursal do Washington Post no Oriente Médio, sugeriu: "Leia sobre a Síria e tente encontrar ali alguma dignidade". Ela foi uma das primeiras a compartilhar a imagem. Mais de 2.300 mortes foram noticiadas este ano - dois afogados por hora no Mediterrâneo. Na semana passada, 4 crianças estavam entre os 71 asfixiados num caminhão na Áustria. A diferença é que, desta vez, o mundo foi obrigado a ver. De repente, os "imigrantes ilegais" não eram mais a horda de anônimos desocupados tentando tirar proveito da seguridade social da Europa ou roubar-lhes os empregos, como são vistos por muitos, mas um menino. Seu nome era Aylan Kurdi e ele tinha 3 anos. A tragédia agora tem um rosto, pálido e sem vida. Não era mais possível ignorá-la, porque aquela imagem tirou-nos o sono. A história do menino sintetiza a tragédia da guerra. Aylan não é o símbolo de uma crise na Europa, mas do drama sírio. Seu pequeno corpo na areia é o retrato mais visível do fracasso da diplomacia e da incompetência da política internacional em encontrar solução para um conflito que já deixou 250 mil mortos, entre os quais 12 mil crianças como ele. A guerra obrigou a deixar suas casas 11 milhões de sírios - metade da população de 22 milhões. É a maior tragédia humana em mais de quatro décadas e ela acontece diante dos nossos olhos. Mas só a enxergamos quando desembarcou nos portos europeus, enquanto a crise se aprofundava do outro lado do Mediterrâneo longe das vistas desse mundo míope. As ondas migratórias que chegam ao continente são marolas de um tsunami que atingiu o Oriente Médio. Pelo menos 6,5 milhões de sírios continuam no país, deslocados de um lugar para outro ao som dos bombardeios - frequentemente, mais de uma vez. Outros 4 milhões atravessaram as fronteiras para o Líbano, Jordânia, Turquia e Iraque, expurgados pela violência, a opressão e a desesperança. Apenas uma pequena parcela disso chega às portas da Europa - e esses são os que ainda têm algo como R$ 23 mil para pagar a atravessadores. Os mais pobres e miseráveis ficam para trás. Fluxo. A Turquia calcula que receberá 1,9 milhão de refugiados - o dobro dos 800 mil que a Alemanha prometeu abrigar este ano. O bloco europeu recebeu 219 mil no ano passado; outros 300 mil chegaram entre janeiro e agosto, enquanto no Líbano e Jordânia já são mais de dois milhões. Outros 250 mil acumulam-se na região curda do Iraque, também em guerra, somando-se a outros dois milhões de deslocados iraquianos. O influxo de desesperados teve impacto sem igual sobre a economia, os serviços sociais e a infraestrutura destes países. No Líbano, representou aumento de 33% da população. Em 2013, o Alto-Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) já alertava o Conselho de Segurança sobre o aprofundamento da crise nos países vizinhos da Síria. A comunidade internacional ignorou o apelo, como se não fosse problema seu. Ocorre que é. Ilegais são os países que se recusam a aceitá-los, violando o direito a asilo, protegido por leis e tratados internacionais. Sem solução para a guerra na Síria, é improvável que voltarão para casa no curto prazo. O tempo no exílio e as sucessivas migrações em busca da sobrevivência consomem seus recursos. António Guterres, chefe do Acnur, comparou a situação dos refugiados com os que caem em uma areia movediça. "Cada vez que eles se movem, afundam ainda mais."  

Aos que a acusaram de violar a dignidade humana ao exibir a foto do menino sírio morto em uma praia da Turquia, Liz Sly, chefe da sucursal do Washington Post no Oriente Médio, sugeriu: "Leia sobre a Síria e tente encontrar ali alguma dignidade". Ela foi uma das primeiras a compartilhar a imagem. Mais de 2.300 mortes foram noticiadas este ano - dois afogados por hora no Mediterrâneo. Na semana passada, 4 crianças estavam entre os 71 asfixiados num caminhão na Áustria. A diferença é que, desta vez, o mundo foi obrigado a ver. De repente, os "imigrantes ilegais" não eram mais a horda de anônimos desocupados tentando tirar proveito da seguridade social da Europa ou roubar-lhes os empregos, como são vistos por muitos, mas um menino. Seu nome era Aylan Kurdi e ele tinha 3 anos. A tragédia agora tem um rosto, pálido e sem vida. Não era mais possível ignorá-la, porque aquela imagem tirou-nos o sono. A história do menino sintetiza a tragédia da guerra. Aylan não é o símbolo de uma crise na Europa, mas do drama sírio. Seu pequeno corpo na areia é o retrato mais visível do fracasso da diplomacia e da incompetência da política internacional em encontrar solução para um conflito que já deixou 250 mil mortos, entre os quais 12 mil crianças como ele. A guerra obrigou a deixar suas casas 11 milhões de sírios - metade da população de 22 milhões. É a maior tragédia humana em mais de quatro décadas e ela acontece diante dos nossos olhos. Mas só a enxergamos quando desembarcou nos portos europeus, enquanto a crise se aprofundava do outro lado do Mediterrâneo longe das vistas desse mundo míope. As ondas migratórias que chegam ao continente são marolas de um tsunami que atingiu o Oriente Médio. Pelo menos 6,5 milhões de sírios continuam no país, deslocados de um lugar para outro ao som dos bombardeios - frequentemente, mais de uma vez. Outros 4 milhões atravessaram as fronteiras para o Líbano, Jordânia, Turquia e Iraque, expurgados pela violência, a opressão e a desesperança. Apenas uma pequena parcela disso chega às portas da Europa - e esses são os que ainda têm algo como R$ 23 mil para pagar a atravessadores. Os mais pobres e miseráveis ficam para trás. Fluxo. A Turquia calcula que receberá 1,9 milhão de refugiados - o dobro dos 800 mil que a Alemanha prometeu abrigar este ano. O bloco europeu recebeu 219 mil no ano passado; outros 300 mil chegaram entre janeiro e agosto, enquanto no Líbano e Jordânia já são mais de dois milhões. Outros 250 mil acumulam-se na região curda do Iraque, também em guerra, somando-se a outros dois milhões de deslocados iraquianos. O influxo de desesperados teve impacto sem igual sobre a economia, os serviços sociais e a infraestrutura destes países. No Líbano, representou aumento de 33% da população. Em 2013, o Alto-Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) já alertava o Conselho de Segurança sobre o aprofundamento da crise nos países vizinhos da Síria. A comunidade internacional ignorou o apelo, como se não fosse problema seu. Ocorre que é. Ilegais são os países que se recusam a aceitá-los, violando o direito a asilo, protegido por leis e tratados internacionais. Sem solução para a guerra na Síria, é improvável que voltarão para casa no curto prazo. O tempo no exílio e as sucessivas migrações em busca da sobrevivência consomem seus recursos. António Guterres, chefe do Acnur, comparou a situação dos refugiados com os que caem em uma areia movediça. "Cada vez que eles se movem, afundam ainda mais."  

Aos que a acusaram de violar a dignidade humana ao exibir a foto do menino sírio morto em uma praia da Turquia, Liz Sly, chefe da sucursal do Washington Post no Oriente Médio, sugeriu: "Leia sobre a Síria e tente encontrar ali alguma dignidade". Ela foi uma das primeiras a compartilhar a imagem. Mais de 2.300 mortes foram noticiadas este ano - dois afogados por hora no Mediterrâneo. Na semana passada, 4 crianças estavam entre os 71 asfixiados num caminhão na Áustria. A diferença é que, desta vez, o mundo foi obrigado a ver. De repente, os "imigrantes ilegais" não eram mais a horda de anônimos desocupados tentando tirar proveito da seguridade social da Europa ou roubar-lhes os empregos, como são vistos por muitos, mas um menino. Seu nome era Aylan Kurdi e ele tinha 3 anos. A tragédia agora tem um rosto, pálido e sem vida. Não era mais possível ignorá-la, porque aquela imagem tirou-nos o sono. A história do menino sintetiza a tragédia da guerra. Aylan não é o símbolo de uma crise na Europa, mas do drama sírio. Seu pequeno corpo na areia é o retrato mais visível do fracasso da diplomacia e da incompetência da política internacional em encontrar solução para um conflito que já deixou 250 mil mortos, entre os quais 12 mil crianças como ele. A guerra obrigou a deixar suas casas 11 milhões de sírios - metade da população de 22 milhões. É a maior tragédia humana em mais de quatro décadas e ela acontece diante dos nossos olhos. Mas só a enxergamos quando desembarcou nos portos europeus, enquanto a crise se aprofundava do outro lado do Mediterrâneo longe das vistas desse mundo míope. As ondas migratórias que chegam ao continente são marolas de um tsunami que atingiu o Oriente Médio. Pelo menos 6,5 milhões de sírios continuam no país, deslocados de um lugar para outro ao som dos bombardeios - frequentemente, mais de uma vez. Outros 4 milhões atravessaram as fronteiras para o Líbano, Jordânia, Turquia e Iraque, expurgados pela violência, a opressão e a desesperança. Apenas uma pequena parcela disso chega às portas da Europa - e esses são os que ainda têm algo como R$ 23 mil para pagar a atravessadores. Os mais pobres e miseráveis ficam para trás. Fluxo. A Turquia calcula que receberá 1,9 milhão de refugiados - o dobro dos 800 mil que a Alemanha prometeu abrigar este ano. O bloco europeu recebeu 219 mil no ano passado; outros 300 mil chegaram entre janeiro e agosto, enquanto no Líbano e Jordânia já são mais de dois milhões. Outros 250 mil acumulam-se na região curda do Iraque, também em guerra, somando-se a outros dois milhões de deslocados iraquianos. O influxo de desesperados teve impacto sem igual sobre a economia, os serviços sociais e a infraestrutura destes países. No Líbano, representou aumento de 33% da população. Em 2013, o Alto-Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) já alertava o Conselho de Segurança sobre o aprofundamento da crise nos países vizinhos da Síria. A comunidade internacional ignorou o apelo, como se não fosse problema seu. Ocorre que é. Ilegais são os países que se recusam a aceitá-los, violando o direito a asilo, protegido por leis e tratados internacionais. Sem solução para a guerra na Síria, é improvável que voltarão para casa no curto prazo. O tempo no exílio e as sucessivas migrações em busca da sobrevivência consomem seus recursos. António Guterres, chefe do Acnur, comparou a situação dos refugiados com os que caem em uma areia movediça. "Cada vez que eles se movem, afundam ainda mais."  

Aos que a acusaram de violar a dignidade humana ao exibir a foto do menino sírio morto em uma praia da Turquia, Liz Sly, chefe da sucursal do Washington Post no Oriente Médio, sugeriu: "Leia sobre a Síria e tente encontrar ali alguma dignidade". Ela foi uma das primeiras a compartilhar a imagem. Mais de 2.300 mortes foram noticiadas este ano - dois afogados por hora no Mediterrâneo. Na semana passada, 4 crianças estavam entre os 71 asfixiados num caminhão na Áustria. A diferença é que, desta vez, o mundo foi obrigado a ver. De repente, os "imigrantes ilegais" não eram mais a horda de anônimos desocupados tentando tirar proveito da seguridade social da Europa ou roubar-lhes os empregos, como são vistos por muitos, mas um menino. Seu nome era Aylan Kurdi e ele tinha 3 anos. A tragédia agora tem um rosto, pálido e sem vida. Não era mais possível ignorá-la, porque aquela imagem tirou-nos o sono. A história do menino sintetiza a tragédia da guerra. Aylan não é o símbolo de uma crise na Europa, mas do drama sírio. Seu pequeno corpo na areia é o retrato mais visível do fracasso da diplomacia e da incompetência da política internacional em encontrar solução para um conflito que já deixou 250 mil mortos, entre os quais 12 mil crianças como ele. A guerra obrigou a deixar suas casas 11 milhões de sírios - metade da população de 22 milhões. É a maior tragédia humana em mais de quatro décadas e ela acontece diante dos nossos olhos. Mas só a enxergamos quando desembarcou nos portos europeus, enquanto a crise se aprofundava do outro lado do Mediterrâneo longe das vistas desse mundo míope. As ondas migratórias que chegam ao continente são marolas de um tsunami que atingiu o Oriente Médio. Pelo menos 6,5 milhões de sírios continuam no país, deslocados de um lugar para outro ao som dos bombardeios - frequentemente, mais de uma vez. Outros 4 milhões atravessaram as fronteiras para o Líbano, Jordânia, Turquia e Iraque, expurgados pela violência, a opressão e a desesperança. Apenas uma pequena parcela disso chega às portas da Europa - e esses são os que ainda têm algo como R$ 23 mil para pagar a atravessadores. Os mais pobres e miseráveis ficam para trás. Fluxo. A Turquia calcula que receberá 1,9 milhão de refugiados - o dobro dos 800 mil que a Alemanha prometeu abrigar este ano. O bloco europeu recebeu 219 mil no ano passado; outros 300 mil chegaram entre janeiro e agosto, enquanto no Líbano e Jordânia já são mais de dois milhões. Outros 250 mil acumulam-se na região curda do Iraque, também em guerra, somando-se a outros dois milhões de deslocados iraquianos. O influxo de desesperados teve impacto sem igual sobre a economia, os serviços sociais e a infraestrutura destes países. No Líbano, representou aumento de 33% da população. Em 2013, o Alto-Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) já alertava o Conselho de Segurança sobre o aprofundamento da crise nos países vizinhos da Síria. A comunidade internacional ignorou o apelo, como se não fosse problema seu. Ocorre que é. Ilegais são os países que se recusam a aceitá-los, violando o direito a asilo, protegido por leis e tratados internacionais. Sem solução para a guerra na Síria, é improvável que voltarão para casa no curto prazo. O tempo no exílio e as sucessivas migrações em busca da sobrevivência consomem seus recursos. António Guterres, chefe do Acnur, comparou a situação dos refugiados com os que caem em uma areia movediça. "Cada vez que eles se movem, afundam ainda mais."  

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.