Análise: Ainda não é a hora de fazer soar os tambores da guerra


Uma intervenção militar na Venezuela seria cara e de longa duração e só faria sentido se fosse executada por uma coalizão regional

As questões estratégicas dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, para a Venezuela não têm nada de muito secreto. A Casa Branca quer usar os bons contatos dos militares brasileiros com os oficiais venezuelanos – centenas deles passaram pelas escolas de formação e especialização no Brasil e mantêm amigos no comando da tropa. 

Bolsonaro e Trump ao fim da entrevista na Casa Branca Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

O Departamento de Estado e o Pentágono adorariam dispor dos dados de inteligência coletados pelo governo a respeito de Caracas nos vários níveis do sistema nacional de informações, uma rede de 33 organismos. Ajudaria na compreensão do processo de desgaste de Nicolás Maduro e na identificação das alas das Forças Armadas que identificam na administração bolivariana as causas da crise social e econômica. 

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A disposição de Trump em considerar todas as alternativas para a crise, acenando com a mais extrema, a da intervenção direta, só é bem recebida por Bolsonaro e seus generais até o momento do uso da força. 

Na prática, uma ação desse tipo, muito cara e de longa duração, só faria sentido se fosse executada por uma coalizão de efetivos regionais liderada pelos EUA. Não seria fácil. Basta olhar para o mapa da Venezuela: o país ocupa 916.400 quilômetros quadrados de área continental, tem 32 milhões de habitantes, 115 mil combatentes mais 400 mil milicianos armados. 

O país faz fronteiras sensíveis com a Colômbia, o Brasil, a Guiana e ilhas do Caribe. O território é complexo, alternando selva amazônica, savanas, planícies e parte da Cordilheira dos Andes. Teoricamente, os Estados Unidos poderiam lançar um ataque aéreo intenso para paralisar a infraestrutura e neutralizar as principais bases da Venezuela. 

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Entretanto, para isso, teriam de deslocar um porta-aviões nuclear para a área, ativar tratados de cooperação com Estados caribenhos, negociar apoios brasileiro e colombiano. E, claro, contar com a ineficiência da defesa venezuelana. Muito complicado.

A movimentação implicaria discussões e uma grande operação logística. Uma referência do tamanho do problema: a formação da aliança empregada na Guerra do Golfo de 1991 faz 28 anos, consumiu cinco meses de preparativos envolvendo forças de 34 países e cerca de 950 mil soldados – 73% americanos – ao longo dos seis meses de luta. Custou cerca de US$ 61,5 bilhões.

O custo é um obstáculo sério. Os equipamentos são raros e caros. Os deslocamentos, instalações no terreno, estabelecimento de linhas de suprimento e de suporte ao pessoal precisam de dinheiro farto.

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Por exemplo: a conta dos 10 meses da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro bateu em aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Os soldados do Exército e da Marinha saíam de bases fixas, seguiam para suas casas, não tinham despesas extras além das previstas. Nada que se assemelhasse a um conflito.

Ou seja, há vários argumentos, políticos e financeiros, para fazer crer que falar em intervenção é uma tática usada como forma de pressão, e não uma hipótese concreta que poderia ser colocada em prática num prazo curto de tempo.

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Um dos assuntos abordados entre o presidente Jair Bolsonaro e seu colega americano Donald Trump foi a crise na Venezuela. Antes da reunião com Trump, Bolsonaro esteve com o secretário-geral da Organização dos Estados Americano, Luis Almagro, em Washington. Eles conversaram sobre a crise na Venezuela, os desafios para a democracia, direitos humanos, desenvolvimento e segurança, segundo relatos de Almagro.

As questões estratégicas dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, para a Venezuela não têm nada de muito secreto. A Casa Branca quer usar os bons contatos dos militares brasileiros com os oficiais venezuelanos – centenas deles passaram pelas escolas de formação e especialização no Brasil e mantêm amigos no comando da tropa. 

Bolsonaro e Trump ao fim da entrevista na Casa Branca Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

O Departamento de Estado e o Pentágono adorariam dispor dos dados de inteligência coletados pelo governo a respeito de Caracas nos vários níveis do sistema nacional de informações, uma rede de 33 organismos. Ajudaria na compreensão do processo de desgaste de Nicolás Maduro e na identificação das alas das Forças Armadas que identificam na administração bolivariana as causas da crise social e econômica. 

A disposição de Trump em considerar todas as alternativas para a crise, acenando com a mais extrema, a da intervenção direta, só é bem recebida por Bolsonaro e seus generais até o momento do uso da força. 

Na prática, uma ação desse tipo, muito cara e de longa duração, só faria sentido se fosse executada por uma coalizão de efetivos regionais liderada pelos EUA. Não seria fácil. Basta olhar para o mapa da Venezuela: o país ocupa 916.400 quilômetros quadrados de área continental, tem 32 milhões de habitantes, 115 mil combatentes mais 400 mil milicianos armados. 

O país faz fronteiras sensíveis com a Colômbia, o Brasil, a Guiana e ilhas do Caribe. O território é complexo, alternando selva amazônica, savanas, planícies e parte da Cordilheira dos Andes. Teoricamente, os Estados Unidos poderiam lançar um ataque aéreo intenso para paralisar a infraestrutura e neutralizar as principais bases da Venezuela. 

Entretanto, para isso, teriam de deslocar um porta-aviões nuclear para a área, ativar tratados de cooperação com Estados caribenhos, negociar apoios brasileiro e colombiano. E, claro, contar com a ineficiência da defesa venezuelana. Muito complicado.

A movimentação implicaria discussões e uma grande operação logística. Uma referência do tamanho do problema: a formação da aliança empregada na Guerra do Golfo de 1991 faz 28 anos, consumiu cinco meses de preparativos envolvendo forças de 34 países e cerca de 950 mil soldados – 73% americanos – ao longo dos seis meses de luta. Custou cerca de US$ 61,5 bilhões.

O custo é um obstáculo sério. Os equipamentos são raros e caros. Os deslocamentos, instalações no terreno, estabelecimento de linhas de suprimento e de suporte ao pessoal precisam de dinheiro farto.

Por exemplo: a conta dos 10 meses da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro bateu em aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Os soldados do Exército e da Marinha saíam de bases fixas, seguiam para suas casas, não tinham despesas extras além das previstas. Nada que se assemelhasse a um conflito.

Ou seja, há vários argumentos, políticos e financeiros, para fazer crer que falar em intervenção é uma tática usada como forma de pressão, e não uma hipótese concreta que poderia ser colocada em prática num prazo curto de tempo.

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Um dos assuntos abordados entre o presidente Jair Bolsonaro e seu colega americano Donald Trump foi a crise na Venezuela. Antes da reunião com Trump, Bolsonaro esteve com o secretário-geral da Organização dos Estados Americano, Luis Almagro, em Washington. Eles conversaram sobre a crise na Venezuela, os desafios para a democracia, direitos humanos, desenvolvimento e segurança, segundo relatos de Almagro.

As questões estratégicas dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, para a Venezuela não têm nada de muito secreto. A Casa Branca quer usar os bons contatos dos militares brasileiros com os oficiais venezuelanos – centenas deles passaram pelas escolas de formação e especialização no Brasil e mantêm amigos no comando da tropa. 

Bolsonaro e Trump ao fim da entrevista na Casa Branca Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

O Departamento de Estado e o Pentágono adorariam dispor dos dados de inteligência coletados pelo governo a respeito de Caracas nos vários níveis do sistema nacional de informações, uma rede de 33 organismos. Ajudaria na compreensão do processo de desgaste de Nicolás Maduro e na identificação das alas das Forças Armadas que identificam na administração bolivariana as causas da crise social e econômica. 

A disposição de Trump em considerar todas as alternativas para a crise, acenando com a mais extrema, a da intervenção direta, só é bem recebida por Bolsonaro e seus generais até o momento do uso da força. 

Na prática, uma ação desse tipo, muito cara e de longa duração, só faria sentido se fosse executada por uma coalizão de efetivos regionais liderada pelos EUA. Não seria fácil. Basta olhar para o mapa da Venezuela: o país ocupa 916.400 quilômetros quadrados de área continental, tem 32 milhões de habitantes, 115 mil combatentes mais 400 mil milicianos armados. 

O país faz fronteiras sensíveis com a Colômbia, o Brasil, a Guiana e ilhas do Caribe. O território é complexo, alternando selva amazônica, savanas, planícies e parte da Cordilheira dos Andes. Teoricamente, os Estados Unidos poderiam lançar um ataque aéreo intenso para paralisar a infraestrutura e neutralizar as principais bases da Venezuela. 

Entretanto, para isso, teriam de deslocar um porta-aviões nuclear para a área, ativar tratados de cooperação com Estados caribenhos, negociar apoios brasileiro e colombiano. E, claro, contar com a ineficiência da defesa venezuelana. Muito complicado.

A movimentação implicaria discussões e uma grande operação logística. Uma referência do tamanho do problema: a formação da aliança empregada na Guerra do Golfo de 1991 faz 28 anos, consumiu cinco meses de preparativos envolvendo forças de 34 países e cerca de 950 mil soldados – 73% americanos – ao longo dos seis meses de luta. Custou cerca de US$ 61,5 bilhões.

O custo é um obstáculo sério. Os equipamentos são raros e caros. Os deslocamentos, instalações no terreno, estabelecimento de linhas de suprimento e de suporte ao pessoal precisam de dinheiro farto.

Por exemplo: a conta dos 10 meses da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro bateu em aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Os soldados do Exército e da Marinha saíam de bases fixas, seguiam para suas casas, não tinham despesas extras além das previstas. Nada que se assemelhasse a um conflito.

Ou seja, há vários argumentos, políticos e financeiros, para fazer crer que falar em intervenção é uma tática usada como forma de pressão, e não uma hipótese concreta que poderia ser colocada em prática num prazo curto de tempo.

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Um dos assuntos abordados entre o presidente Jair Bolsonaro e seu colega americano Donald Trump foi a crise na Venezuela. Antes da reunião com Trump, Bolsonaro esteve com o secretário-geral da Organização dos Estados Americano, Luis Almagro, em Washington. Eles conversaram sobre a crise na Venezuela, os desafios para a democracia, direitos humanos, desenvolvimento e segurança, segundo relatos de Almagro.

As questões estratégicas dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, para a Venezuela não têm nada de muito secreto. A Casa Branca quer usar os bons contatos dos militares brasileiros com os oficiais venezuelanos – centenas deles passaram pelas escolas de formação e especialização no Brasil e mantêm amigos no comando da tropa. 

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O Departamento de Estado e o Pentágono adorariam dispor dos dados de inteligência coletados pelo governo a respeito de Caracas nos vários níveis do sistema nacional de informações, uma rede de 33 organismos. Ajudaria na compreensão do processo de desgaste de Nicolás Maduro e na identificação das alas das Forças Armadas que identificam na administração bolivariana as causas da crise social e econômica. 

A disposição de Trump em considerar todas as alternativas para a crise, acenando com a mais extrema, a da intervenção direta, só é bem recebida por Bolsonaro e seus generais até o momento do uso da força. 

Na prática, uma ação desse tipo, muito cara e de longa duração, só faria sentido se fosse executada por uma coalizão de efetivos regionais liderada pelos EUA. Não seria fácil. Basta olhar para o mapa da Venezuela: o país ocupa 916.400 quilômetros quadrados de área continental, tem 32 milhões de habitantes, 115 mil combatentes mais 400 mil milicianos armados. 

O país faz fronteiras sensíveis com a Colômbia, o Brasil, a Guiana e ilhas do Caribe. O território é complexo, alternando selva amazônica, savanas, planícies e parte da Cordilheira dos Andes. Teoricamente, os Estados Unidos poderiam lançar um ataque aéreo intenso para paralisar a infraestrutura e neutralizar as principais bases da Venezuela. 

Entretanto, para isso, teriam de deslocar um porta-aviões nuclear para a área, ativar tratados de cooperação com Estados caribenhos, negociar apoios brasileiro e colombiano. E, claro, contar com a ineficiência da defesa venezuelana. Muito complicado.

A movimentação implicaria discussões e uma grande operação logística. Uma referência do tamanho do problema: a formação da aliança empregada na Guerra do Golfo de 1991 faz 28 anos, consumiu cinco meses de preparativos envolvendo forças de 34 países e cerca de 950 mil soldados – 73% americanos – ao longo dos seis meses de luta. Custou cerca de US$ 61,5 bilhões.

O custo é um obstáculo sério. Os equipamentos são raros e caros. Os deslocamentos, instalações no terreno, estabelecimento de linhas de suprimento e de suporte ao pessoal precisam de dinheiro farto.

Por exemplo: a conta dos 10 meses da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro bateu em aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Os soldados do Exército e da Marinha saíam de bases fixas, seguiam para suas casas, não tinham despesas extras além das previstas. Nada que se assemelhasse a um conflito.

Ou seja, há vários argumentos, políticos e financeiros, para fazer crer que falar em intervenção é uma tática usada como forma de pressão, e não uma hipótese concreta que poderia ser colocada em prática num prazo curto de tempo.

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Um dos assuntos abordados entre o presidente Jair Bolsonaro e seu colega americano Donald Trump foi a crise na Venezuela. Antes da reunião com Trump, Bolsonaro esteve com o secretário-geral da Organização dos Estados Americano, Luis Almagro, em Washington. Eles conversaram sobre a crise na Venezuela, os desafios para a democracia, direitos humanos, desenvolvimento e segurança, segundo relatos de Almagro.

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