Alta do petróleo paga nova corrida armamentista no Oriente Médio


Somente a Arábia Saudita está investindo US$ 130 bilhões em programas militares e o Brasil leva um pedaço do bolo

A nova área de tensão do mundo é uma velha, muito velha, zona de risco. Os países ricos do Oriente Médio voltaram a crescer em ritmo acelerado desde 2015, sustentados por um novo ciclo de elevação dos preços internacionais do petróleo e do gás, associado à crescente atividade financeira dos bancos regionais. 

Forças sauditas disparam contra rebeldes houthis no Iêmen; sistema Astros-II, da Avibras, será modernizado Foto: REUTERS/Stringer

O fenômeno permite que os governos locais se empenhem em uma ampla corrida às armas. Caso emblemático, só a Arábia Saudita está investindo US$ 130 bilhões em programas militares – US$ 110 bilhões dos quais dirigidos apenas aos acordos comerciais firmados com os EUA, com execução prevista para durar dez anos. Algumas das encomendas envolvem produtos cujas tecnologias ainda estão em desenvolvimento. 

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Israel também está gastando um total de US$ 3 bilhões apenas no recebimento de 20 caças F-35 Lightning. A França está mandando supersônicos Rafale-C3 para o Egito. Outras transações, do Reino Unido, Alemanha e Itália, são tratadas sob segredo. 

O negócio é tão grande que em 2017 levou o presidente americano, Donald Trump, à capital saudita, Riad, para assinar os termos do entendimento bilateral com o rei Abdullah bin Abdul Aziz al-Saud. O processo envolve também fornecedores da Europa. 

O Brasil leva um pedaço significativo do bolo por meio do grupo Avibras Aeroespacial. A operação prevê a modernização de um lote estimado em 60 veículos do sistema Astros-II, lançador de foguetes de saturação, criado e produzido na empresa. 

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As forças sauditas operam a arma há cerca de 30 anos, usadas em combate nas guerras do Golfo, do Iraque e do Iêmen. Na nova configuração, as baterias vão ganhar capacidades digitais avançadas para permitir o emprego de munições mais modernas, como o míssil de cruzeiro MTC-300, de 300 quilômetros de alcance. A Avibras estaria negociando um lote adicional da versão mais recente do conjunto, o Astros 2020. Tamanho e valor são mantidos em sigilo. A diretoria da Avibras não comentou a informação. 

Na aviação da Arábia ainda há outra oportunidade de médio prazo para a indústria brasileira de equipamentos de defesa. O plano reserva cerca de US$ 2 bilhões para a compra de uma frota de aviões de ataque leve e apoio à tropa em terra. A aviação saudita estaria propensa a esperar a escolha da Força Aérea americana que analisa aeronaves para seu uso nesse mesmo tipo de missão. O A-29 Super Tucano, da Embraer, participa da avaliação nos EUA e é considerado favorito: já foi selecionado pelo Pentágono para atuar contra o Taleban e o Estado Islâmico no Afeganistão

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Origem da crise

O crescimento da influência dos grupos radicais xiitas nos governos árabes, com apoio dos aiatolás do Irã, “está além da linha vermelha na escala de preocupações”, sustenta o analista iraniano Hosein Hussein. Refugiado “em um país europeu” desde 2010, ele considera “um desastre diplomático” a saída dos EUA do acordo de controle nuclear com o governo do presidente iraniano, Hassan Rohani. 

“Os radicais e a Guarda Revolucionária sob controle do líder religioso Ali Khamenei não precisam de muito mais para iniciar uma campanha anti-Ocidente e anti-Israel”, afirma. Hussein destaca como indicador da mudança na política externa do Irã a inauguração, em duas semanas, do complexo industrial de onde sairão as ultracentrífugas para a planta de enriquecimento de urânio em Natanz. O projeto estava sendo acompanhado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A organização foi afastada do projeto. 

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Nos termos do tratado de 2015, do qual Trump se retirou, o beneficiamento seria mantido em 3,5%, índice adequado ao uso civil – na geração de energia, por exemplo – podendo chegar a 20% para aplicações medicinais e científicas. Para alimentar armas atômicas o patamar é de 90%.

Para entender

As Forças Armadas americanas têm dado secretamente apoio à Arábia Saudita em sua guerra contra os rebeldes houthis no vizinho Iêmen. No final do ano passado, uma equipe das Forças Especiais chegou à fronteira da Arábia Saudita com o Iêmen e está ajudando a localizar e destruir depósitos de mísseis balísticos e locais de lançamento usados pelos rebeldes para atacar Riad e outras cidades sauditas. A informação revelada pelo New York Times desmente o Pentágono, segundo o qual a ajuda se limitava ao reabastecimento de aeronaves, logística e partilha de informações gerais.

A nova área de tensão do mundo é uma velha, muito velha, zona de risco. Os países ricos do Oriente Médio voltaram a crescer em ritmo acelerado desde 2015, sustentados por um novo ciclo de elevação dos preços internacionais do petróleo e do gás, associado à crescente atividade financeira dos bancos regionais. 

Forças sauditas disparam contra rebeldes houthis no Iêmen; sistema Astros-II, da Avibras, será modernizado Foto: REUTERS/Stringer

O fenômeno permite que os governos locais se empenhem em uma ampla corrida às armas. Caso emblemático, só a Arábia Saudita está investindo US$ 130 bilhões em programas militares – US$ 110 bilhões dos quais dirigidos apenas aos acordos comerciais firmados com os EUA, com execução prevista para durar dez anos. Algumas das encomendas envolvem produtos cujas tecnologias ainda estão em desenvolvimento. 

Israel também está gastando um total de US$ 3 bilhões apenas no recebimento de 20 caças F-35 Lightning. A França está mandando supersônicos Rafale-C3 para o Egito. Outras transações, do Reino Unido, Alemanha e Itália, são tratadas sob segredo. 

O negócio é tão grande que em 2017 levou o presidente americano, Donald Trump, à capital saudita, Riad, para assinar os termos do entendimento bilateral com o rei Abdullah bin Abdul Aziz al-Saud. O processo envolve também fornecedores da Europa. 

O Brasil leva um pedaço significativo do bolo por meio do grupo Avibras Aeroespacial. A operação prevê a modernização de um lote estimado em 60 veículos do sistema Astros-II, lançador de foguetes de saturação, criado e produzido na empresa. 

As forças sauditas operam a arma há cerca de 30 anos, usadas em combate nas guerras do Golfo, do Iraque e do Iêmen. Na nova configuração, as baterias vão ganhar capacidades digitais avançadas para permitir o emprego de munições mais modernas, como o míssil de cruzeiro MTC-300, de 300 quilômetros de alcance. A Avibras estaria negociando um lote adicional da versão mais recente do conjunto, o Astros 2020. Tamanho e valor são mantidos em sigilo. A diretoria da Avibras não comentou a informação. 

Na aviação da Arábia ainda há outra oportunidade de médio prazo para a indústria brasileira de equipamentos de defesa. O plano reserva cerca de US$ 2 bilhões para a compra de uma frota de aviões de ataque leve e apoio à tropa em terra. A aviação saudita estaria propensa a esperar a escolha da Força Aérea americana que analisa aeronaves para seu uso nesse mesmo tipo de missão. O A-29 Super Tucano, da Embraer, participa da avaliação nos EUA e é considerado favorito: já foi selecionado pelo Pentágono para atuar contra o Taleban e o Estado Islâmico no Afeganistão

Origem da crise

O crescimento da influência dos grupos radicais xiitas nos governos árabes, com apoio dos aiatolás do Irã, “está além da linha vermelha na escala de preocupações”, sustenta o analista iraniano Hosein Hussein. Refugiado “em um país europeu” desde 2010, ele considera “um desastre diplomático” a saída dos EUA do acordo de controle nuclear com o governo do presidente iraniano, Hassan Rohani. 

“Os radicais e a Guarda Revolucionária sob controle do líder religioso Ali Khamenei não precisam de muito mais para iniciar uma campanha anti-Ocidente e anti-Israel”, afirma. Hussein destaca como indicador da mudança na política externa do Irã a inauguração, em duas semanas, do complexo industrial de onde sairão as ultracentrífugas para a planta de enriquecimento de urânio em Natanz. O projeto estava sendo acompanhado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A organização foi afastada do projeto. 

Nos termos do tratado de 2015, do qual Trump se retirou, o beneficiamento seria mantido em 3,5%, índice adequado ao uso civil – na geração de energia, por exemplo – podendo chegar a 20% para aplicações medicinais e científicas. Para alimentar armas atômicas o patamar é de 90%.

Para entender

As Forças Armadas americanas têm dado secretamente apoio à Arábia Saudita em sua guerra contra os rebeldes houthis no vizinho Iêmen. No final do ano passado, uma equipe das Forças Especiais chegou à fronteira da Arábia Saudita com o Iêmen e está ajudando a localizar e destruir depósitos de mísseis balísticos e locais de lançamento usados pelos rebeldes para atacar Riad e outras cidades sauditas. A informação revelada pelo New York Times desmente o Pentágono, segundo o qual a ajuda se limitava ao reabastecimento de aeronaves, logística e partilha de informações gerais.

A nova área de tensão do mundo é uma velha, muito velha, zona de risco. Os países ricos do Oriente Médio voltaram a crescer em ritmo acelerado desde 2015, sustentados por um novo ciclo de elevação dos preços internacionais do petróleo e do gás, associado à crescente atividade financeira dos bancos regionais. 

Forças sauditas disparam contra rebeldes houthis no Iêmen; sistema Astros-II, da Avibras, será modernizado Foto: REUTERS/Stringer

O fenômeno permite que os governos locais se empenhem em uma ampla corrida às armas. Caso emblemático, só a Arábia Saudita está investindo US$ 130 bilhões em programas militares – US$ 110 bilhões dos quais dirigidos apenas aos acordos comerciais firmados com os EUA, com execução prevista para durar dez anos. Algumas das encomendas envolvem produtos cujas tecnologias ainda estão em desenvolvimento. 

Israel também está gastando um total de US$ 3 bilhões apenas no recebimento de 20 caças F-35 Lightning. A França está mandando supersônicos Rafale-C3 para o Egito. Outras transações, do Reino Unido, Alemanha e Itália, são tratadas sob segredo. 

O negócio é tão grande que em 2017 levou o presidente americano, Donald Trump, à capital saudita, Riad, para assinar os termos do entendimento bilateral com o rei Abdullah bin Abdul Aziz al-Saud. O processo envolve também fornecedores da Europa. 

O Brasil leva um pedaço significativo do bolo por meio do grupo Avibras Aeroespacial. A operação prevê a modernização de um lote estimado em 60 veículos do sistema Astros-II, lançador de foguetes de saturação, criado e produzido na empresa. 

As forças sauditas operam a arma há cerca de 30 anos, usadas em combate nas guerras do Golfo, do Iraque e do Iêmen. Na nova configuração, as baterias vão ganhar capacidades digitais avançadas para permitir o emprego de munições mais modernas, como o míssil de cruzeiro MTC-300, de 300 quilômetros de alcance. A Avibras estaria negociando um lote adicional da versão mais recente do conjunto, o Astros 2020. Tamanho e valor são mantidos em sigilo. A diretoria da Avibras não comentou a informação. 

Na aviação da Arábia ainda há outra oportunidade de médio prazo para a indústria brasileira de equipamentos de defesa. O plano reserva cerca de US$ 2 bilhões para a compra de uma frota de aviões de ataque leve e apoio à tropa em terra. A aviação saudita estaria propensa a esperar a escolha da Força Aérea americana que analisa aeronaves para seu uso nesse mesmo tipo de missão. O A-29 Super Tucano, da Embraer, participa da avaliação nos EUA e é considerado favorito: já foi selecionado pelo Pentágono para atuar contra o Taleban e o Estado Islâmico no Afeganistão

Origem da crise

O crescimento da influência dos grupos radicais xiitas nos governos árabes, com apoio dos aiatolás do Irã, “está além da linha vermelha na escala de preocupações”, sustenta o analista iraniano Hosein Hussein. Refugiado “em um país europeu” desde 2010, ele considera “um desastre diplomático” a saída dos EUA do acordo de controle nuclear com o governo do presidente iraniano, Hassan Rohani. 

“Os radicais e a Guarda Revolucionária sob controle do líder religioso Ali Khamenei não precisam de muito mais para iniciar uma campanha anti-Ocidente e anti-Israel”, afirma. Hussein destaca como indicador da mudança na política externa do Irã a inauguração, em duas semanas, do complexo industrial de onde sairão as ultracentrífugas para a planta de enriquecimento de urânio em Natanz. O projeto estava sendo acompanhado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A organização foi afastada do projeto. 

Nos termos do tratado de 2015, do qual Trump se retirou, o beneficiamento seria mantido em 3,5%, índice adequado ao uso civil – na geração de energia, por exemplo – podendo chegar a 20% para aplicações medicinais e científicas. Para alimentar armas atômicas o patamar é de 90%.

Para entender

As Forças Armadas americanas têm dado secretamente apoio à Arábia Saudita em sua guerra contra os rebeldes houthis no vizinho Iêmen. No final do ano passado, uma equipe das Forças Especiais chegou à fronteira da Arábia Saudita com o Iêmen e está ajudando a localizar e destruir depósitos de mísseis balísticos e locais de lançamento usados pelos rebeldes para atacar Riad e outras cidades sauditas. A informação revelada pelo New York Times desmente o Pentágono, segundo o qual a ajuda se limitava ao reabastecimento de aeronaves, logística e partilha de informações gerais.

A nova área de tensão do mundo é uma velha, muito velha, zona de risco. Os países ricos do Oriente Médio voltaram a crescer em ritmo acelerado desde 2015, sustentados por um novo ciclo de elevação dos preços internacionais do petróleo e do gás, associado à crescente atividade financeira dos bancos regionais. 

Forças sauditas disparam contra rebeldes houthis no Iêmen; sistema Astros-II, da Avibras, será modernizado Foto: REUTERS/Stringer

O fenômeno permite que os governos locais se empenhem em uma ampla corrida às armas. Caso emblemático, só a Arábia Saudita está investindo US$ 130 bilhões em programas militares – US$ 110 bilhões dos quais dirigidos apenas aos acordos comerciais firmados com os EUA, com execução prevista para durar dez anos. Algumas das encomendas envolvem produtos cujas tecnologias ainda estão em desenvolvimento. 

Israel também está gastando um total de US$ 3 bilhões apenas no recebimento de 20 caças F-35 Lightning. A França está mandando supersônicos Rafale-C3 para o Egito. Outras transações, do Reino Unido, Alemanha e Itália, são tratadas sob segredo. 

O negócio é tão grande que em 2017 levou o presidente americano, Donald Trump, à capital saudita, Riad, para assinar os termos do entendimento bilateral com o rei Abdullah bin Abdul Aziz al-Saud. O processo envolve também fornecedores da Europa. 

O Brasil leva um pedaço significativo do bolo por meio do grupo Avibras Aeroespacial. A operação prevê a modernização de um lote estimado em 60 veículos do sistema Astros-II, lançador de foguetes de saturação, criado e produzido na empresa. 

As forças sauditas operam a arma há cerca de 30 anos, usadas em combate nas guerras do Golfo, do Iraque e do Iêmen. Na nova configuração, as baterias vão ganhar capacidades digitais avançadas para permitir o emprego de munições mais modernas, como o míssil de cruzeiro MTC-300, de 300 quilômetros de alcance. A Avibras estaria negociando um lote adicional da versão mais recente do conjunto, o Astros 2020. Tamanho e valor são mantidos em sigilo. A diretoria da Avibras não comentou a informação. 

Na aviação da Arábia ainda há outra oportunidade de médio prazo para a indústria brasileira de equipamentos de defesa. O plano reserva cerca de US$ 2 bilhões para a compra de uma frota de aviões de ataque leve e apoio à tropa em terra. A aviação saudita estaria propensa a esperar a escolha da Força Aérea americana que analisa aeronaves para seu uso nesse mesmo tipo de missão. O A-29 Super Tucano, da Embraer, participa da avaliação nos EUA e é considerado favorito: já foi selecionado pelo Pentágono para atuar contra o Taleban e o Estado Islâmico no Afeganistão

Origem da crise

O crescimento da influência dos grupos radicais xiitas nos governos árabes, com apoio dos aiatolás do Irã, “está além da linha vermelha na escala de preocupações”, sustenta o analista iraniano Hosein Hussein. Refugiado “em um país europeu” desde 2010, ele considera “um desastre diplomático” a saída dos EUA do acordo de controle nuclear com o governo do presidente iraniano, Hassan Rohani. 

“Os radicais e a Guarda Revolucionária sob controle do líder religioso Ali Khamenei não precisam de muito mais para iniciar uma campanha anti-Ocidente e anti-Israel”, afirma. Hussein destaca como indicador da mudança na política externa do Irã a inauguração, em duas semanas, do complexo industrial de onde sairão as ultracentrífugas para a planta de enriquecimento de urânio em Natanz. O projeto estava sendo acompanhado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A organização foi afastada do projeto. 

Nos termos do tratado de 2015, do qual Trump se retirou, o beneficiamento seria mantido em 3,5%, índice adequado ao uso civil – na geração de energia, por exemplo – podendo chegar a 20% para aplicações medicinais e científicas. Para alimentar armas atômicas o patamar é de 90%.

Para entender

As Forças Armadas americanas têm dado secretamente apoio à Arábia Saudita em sua guerra contra os rebeldes houthis no vizinho Iêmen. No final do ano passado, uma equipe das Forças Especiais chegou à fronteira da Arábia Saudita com o Iêmen e está ajudando a localizar e destruir depósitos de mísseis balísticos e locais de lançamento usados pelos rebeldes para atacar Riad e outras cidades sauditas. A informação revelada pelo New York Times desmente o Pentágono, segundo o qual a ajuda se limitava ao reabastecimento de aeronaves, logística e partilha de informações gerais.

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