Autoridades federais e estaduais de Nova Jersey, nos EUA, expressaram na segunda-feira, 24, sua rejeição à possibilidade de que o presidente da Líbia, Muammar Kadafi, erga a tradicional tenda beduína em uma propriedade do governo líbio em Englewood, cidade localizada no estado e muito próxima a Nova York, onde o chefe do país árabe estará em setembro por conta da Assembleia Geral da ONU.
O senador democrata por Nova Jersey, Frank R. Lautenberg, pediu ao Departamento de Estado americano que restrinja o visto do líder líbio às imediações do complexo da ONU à zona de Manhattan onde fica a sede das Nações Unidas. "Dados os acontecimentos recentes, acho que o Departamento de Estado deve se assegurar de que a visita do coronel Kadafi aos EUA se limitará unicamente a assuntos oficiais da ONU e que não poderá viajar livremente", disse em comunicado de imprensa.
Lautenberg se referiu à recepção heroica do governo líbio a Abdel Baset al-Megrahi, responsável pelo atentado à bomba a um avião em 1988 que deixou 270 mortos na cidade escocesa de Lockerbie e que foi solto pela Escócia "para morrer em seu país". A atitude foi duramente criticada pelo governo americano. O senador se mostrou "particularmente preocupado" com o aparente interesse do líder líbio em ficar em uma área onde moram parentes da vítima do ataque.
O Departamento de Estado disse em Washington que está em contato com as Nações Unidas e as autoridades locais de Nova York para saber onde Kadafi permanecerá durante sua visita, mas assegurou que ainda não foi tomada nenhuma decisão a respeito.
Kadafi deve discursar no dia 23 de setembro na abertura da 64ª Assembleia Geral da ONU, que será presidida pelo diplomata líbio Ali Treki.