TEGUCIGALPA- Os advogados do ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya pediram nesta terça-feira, 21, que um tribunal de justiça de Honduras anule os dois processos nos quais ele é acusado de corrupção.
Após chamar a Justiça hondurenha de "parcial" e "manipulada", Zelaya afirmou hoje que não abandonará seu exílio na República Dominicana para retornar a Honduras até que as acusações contra ele por crimes de corrupção sejam retiradas.
"Ninguém está seguro em Honduras e não existem sinais de que se pretenda fazer justiça", afirmou Zelaya em um e-mail a Associated Press, no qual chamou de "jogo político" a decisão do presidente Porfirio Lobo de designar três advogados do governo para defendê-lo em ausência.
"Ratificamos nossa disposição a regressar imediatamente a nossa terra no momento em que sejam retiradas as acusações contra mim (...) e os administradores da justiça são parciais e manipulados por interesses particulares, e confessaram sua posição a favor do golpe de Estado", afirmou o ex-presidente.
A Procuradoria de Honduras acusou Zelaya de sete crimes, cinco de caráter político e dois por fraude e falsificação de documentos públicos para supostamente sacar cerca de US$ 3 milhões do Banco Central do país.
Cerca de 12 funcionários de Zelaya foram acusados pelos mesmos crimes. O ex-presidente viajou a Santo Domingo em janeiro com um salvoconduto concedido por Lobo, que assumiu o poder neste mês.
Zelaya ficou refugiado por mais de três meses na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, depois de ter sido deposto do poder em junho de 2009.