A Assembleia Geral da ONU iniciou nesta segunda-feira, 29, uma reunião de urgência para analisar a situação em Honduras, depois do golpe de Estado que no domingo derrubou o presidente do país, Manuel Zelaya, e discutir possíveis medidas para facilitar seu retorno ao poder.
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"É com o coração triste e indignado que abro esta sessão plenária para discutir o golpe de Estado que interrompeu a ordem democrática e constitucional do presidente José Manuel Zelaya na República de Honduras", disse o presidente da Assembleia Geral, o nicaraguense Miguel D'Escoto, no início do ato.
O ex-chanceler disse que convocou a reunião após receber vários pedidos de países-membros do organismo para que se discutisse nesse fórum multilateral "este atroz atentado contra a democracia hondurenha".
"Como nicaraguense, me sinto envergonhado que se dê um golpe de Estado na América Central durante minha Presidência da Assembleia Geral", disse. Além disso, pediu que os países atuem "para nos assegurar de que este ato infame em Honduras termine em fracasso absoluto".
D'Escoto disse que enviou a Zelaya um convite para que vá pessoalmente à Assembleia Geral expor a situação em seu país.
O embaixador hondurenho na ONU, Jorge Arturo Reyna, agradeceu em seu discurso a solidariedade da comunidade internacional com seu Governo, e destacou a rejeição internacional generalizada que seguiu a detenção e deportação de Zelaya.
"Era uma história que pensávamos estar terminada, mas, de novo, forças que se opõem à vontade popular e à democracia reapareceram", disse.
O escritório de coordenação do Movimento de Países Não-Alinhados (Noal) expressou antes do início da reunião sua "mais enérgica condenação" à ação das Forças Armadas hondurenhas.
"Ao reafirmar seu apego aos princípios e propósitos que regem o Movimento de Países Não-Alinhados, incluindo o princípio de rejeição à mudança inconstitucional de Governos, o escritório de coordenação chama a comunidade internacional a condenar firmemente a ação golpista", disse o Noal, em comunicado divulgado em Nova York.