A presidente da Argentina, Cristina Fernández, integrará a comitiva internacional que na quinta-feira acompanhará o presidente derrubado de Honduras, Manuel Zelaya, em seu retorno a Tegucigalpa, informaram nesta terça-feira, 30, porta-vozes do governo argentino. Em "repúdio ao golpe de Estado" em Honduras, Cristina também decidiu "adiar" o envio a Tegucigalpa do novo embaixador argentino na capital hondurenha, destaca um comunicado da chancelaria. "A posse do novo embaixador designado era iminente, já que o governo de Zelaya tinha aprovado" sua indicação, ressaltou o Ministério das Relações Exteriores argentino.
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Fontes da chancelaria disseram à Agência Efe que o embaixador designado para representar o país em Honduras é um "diplomata de carreira". "Desta maneira, o governo tomou a decisão de suspender a posse do novo embaixador de nosso país diante de um governo ilegítimo até que o governo democrático de Zelaya reassuma", acrescenta a nota oficial.
Por sua vez, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou nesta terça, em Manágua (Nicarágua), que "por prudência" não acompanhará Zelaya na viagem que este fará de volta a Honduras. "Eu gostaria ir ao lado de 'Mel' (Manuel Zelaya), mas não devo, porque dizem que eu sou o culpado de tudo (da crise em Honduras). Então, minha presença (em Tegucigalpa) pode ser tomada como desculpa para atos violentos", disse Chávez no aeroporto internacional de Manágua, onde ontem participou de uma reunião da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba).
Segundo a estatal Rádio Nicarágua, Chávez afirmou que, se acompanhasse Zelaya, não "seria estranho" se um franco-atirador bem treinado atirasse contra o presidente hondurenho e a delegação que o acompanhará. "Então, não devo (ir a Honduras). Quero, mas não devo. Alguém deve ser prudente", insistiu. Chávez, porém, afirmou que seu chanceler, Nicolás Maduro, "ficou às ordens" para fazer acompanhara Zelaya.
Além disso, Chávez advertiu o presidente nomeado pelo Congresso hondurenho, Roberto Micheletti, sobre qualquer agressão. Se ocorrer "uma agressão de 'Goriletti' - em alusão a Micheletti - contra Manuel Zelaya ou contra aqueles que o acompanharem", os países da Alba não ficarão de "braços cruzados", declarou.