WASHINGTON- O governo dos Estados Unidos se expressou nessa quarta-feira, 7, com cautela sobre o anúncio da libertação gradual de 52 presos políticos cubanos, ao afirmar que seria um passo "positivo", mas que ainda está tentando confirmar os detalhes da decisão.
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"Veríamos a libertação de presos como um desenvolvimento positivo, mas estamos buscando mais detalhes para confirmar o anúncio", disse à Agência Efe Virginia Staab, porta-voz do Departamento de Estado americano, em uma primeira reação à notícia.
O departamento dirigido pela secretária de Estado Hillary Clinton provavelmente emitirá nas próximas horas um comunicado sobre o anúncio da libertação.
Os diálogos entre a Igreja Católica e o governo de Raúl Castro em favor dos presos políticos colheu hoje seu principal fruto com o anúncio da libertação gradual de 52 condenados no período que ficou conhecido como Primavera Negra, em 2003.
Cinco desses 52 presos políticos serão libertados nas próximas horas e se mudarão para a Espanha, informou a Igreja Católica em comunicado.
Os outros 47 serão libertados nos próximos três ou quatro meses "e poderão sair do país", segundo o comunicado oficial do Arcebispado de Havana.
Além disso, seis presos políticos serão "aproximados" de suas províncias de residência.
OEA
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, qualificou hoje de "grande notícia" o anúncio da libertação gradual de 52 presos políticos cubanos.
"Me parece excelente. É uma grande notícia", disse Insulza em um encontro com agências de notícias, mas lembrou que "ainda há" presos políticos em Havana.
Insulza disse que a libertação de presos políticos "sempre é positiva", da mesma forma que o diálogo entre a Igreja Católica e o Governo de Raúl Castro.
O secretário-geral da OEA também valorizou o fato de o ministro de Assuntos Exteriores espanhol, Miguel Ángel Moratinos, ter ido a Cuba para apoiar e acompanhar o diálogo.
Insulza considerou, no entanto, que é "prematuro" prever que este gesto por parte de Havana produzirá uma mudança na posição da comunidade internacional sobre a ilha. "Dizer isso é prematuro", afirmou.