O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta sexta-feira, 24, que, há uma semana, estendeu "com gosto" a mão a seu colega dos Estados Unidos, Barack Obama, na Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago, mas advertiu que "o império está vivinho e se mexendo". "Ele fez um gesto e eu tenho que reconhecê-lo", disse Chávez, ao revelar que foi Obama quem se aproximou momentos antes da abertura da cúpula.
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"Na despedida, me disse: 'Bye bye, my friend' ('Adeus, meu amigo'), e eu lhe disse: 'Bye bye, Obama' ('Adeus, Obama'); mas que ninguém se engane, ali está o império vivinho e se mexendo", sustentou o presidente venezuelano durante um pronunciamento televisionado. No entanto, Chávez admitiu esperar que Obama "seja a dignidade de sua raça e o último presidente imperialista dos Estados Unidos."
O chefe de Estado da Venezuela também contou que presenteou Obama com o livro As Veias Abertas da América Latina, do uruguaio Eduardo Galeano, como forma de resposta a um comentário do americano de que preferia falar do futuro e não do passado, algo com o qual disse não estar de acordo por ser "contra as leis da natureza". "Não se pode entender o presente sem o passado", ressaltou Chávez.
Venezuela e EUA suspenderam suas relações diplomáticas em setembro de 2008 por causa da expulsão do embaixador americano em Caracas, Patrick Duddy, em "solidariedade" a uma ação similar tomada pelo presidente da Bolívia e estreito aliado de Chávez, Evo Morales.
O governo do ex-presidente americano George W. Bush respondeu expulsando o embaixador da Venezuela em Washington, Bernardo Álvarez, o qual será substituído pelo atual representante venezuelano na Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton, anunciou Chávez em Trinidad e Tobago.