O presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, pediu desculpas ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, depois de reprendê-lo novamente por seu papel na crise política hondurenha causada pela deposição de Manuel Zelaya.
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"Peço desculpas ao senhor Insulza, falo honestamente, de todo coração", expressou Micheletti, em mensagem à missão de chanceleres da OEA e ao titular desse organismo, a quem recebeu na Casa Presidencial.
"Deixou-nos totalmente entristecidos a vez que o senhor veio aqui (em julho); no entanto, hoje o recebemos com todo nosso carinho, com todo nosso respeito e com toda a admiração por sua luta na OEA", acrescentou.
Hoje, pouco antes de pedir desculpas a Insulza, Micheletti tinha acusado o secretário-geral da OEA de que, naquele momento, "não ouviu ninguém" e "veio mandar neste país".
"Isso não é concebível para um país, embora sejamos o mais pobre da América. Nós temos dignidade, queremos um pouco de respeito de todos, como estamos obrigados a respeitar vocês", disse.
O encontro de hoje foi o primeiro contato direto entre Micheletti e representantes da OEA, que, em 4 de julho, suspendeu Honduras por não reinstalar Zelaya na Presidência, que foi derrubado em 28 de junho, quando o Parlamento designou o atual líder.
Micheletti e outros funcionários de seu Governo indicaram que Insulza não ouviu todas as opiniões sobre a crise quando visitou Honduras, em 3 de julho, e foi parcial no relatório que apresentou no dia seguinte à Assembleia Geral que suspendeu o país.
Há mais de duas semanas, Micheletti adiou em uma primeira ocasião a chegada da delegação da OEA, rejeitando que fosse integrada por Insulza, mas, no fim, o aceitou como observador.