Terremoto faz militares voltarem à vida dos chilenos


Intervenção de soldados após terremoto está sendo elogiada pela população e pela mídiado país

Por Marcia Carmo

Por causa do terremoto de 27 de fevereiro, os militares voltaram a ter destaque na vida dos chilenos, pela primeira vez desde o retorno da democracia ao Chile, há 20 anos. Nos dias posteriores ao desastre, eles eram aplaudidos pelos moradores quando chegavam aos lugares arrasados pelo tsunami que se sucedeu aos tremores. Os militares foram recebidos com entusiasmo na cidade de Concepción, por exemplo, na região de Biobio, alvo de saques e de posterior toque de recolher - medida que não era adotada desde os anos 80. "O Exército não pode sair daqui de forma alguma. Precisamos dos militares aqui até que tudo esteja realmente normalizado", disse, neste domingo, a prefeita de Concepción, Jacqueline Van Rysselberghe. A ação dos soldados recebeu apoio de um dos políticos oposi tores do regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990). "Precisamos da ajuda dos militares. Que venham e serão bem-vindos", disse Guillermo Carrillo, que naquela época integrou o movimento de esquerda Frente Patriótica Manuel Rodríguez. A localidade onde Carrillo nasceu, Lota, está entre as arrasadas pelo desastre. Os militares foram elogiados também pela mídia local. Uma apresentadora da TVN (TV Chile), a principal do país, disse que tinha se comovido com a imagem de um soldado dando comida na boca de uma menina de uma família desabrigada em Concepción. Televisão

Com sua intervenção após a tragédia, os militares ganharam espaço na mídia. O programa de TV realizado para arrecadar fundos para as vítimas dos tremores e ondas gigantes, que foi ao ar na sexta-feira e no sábado, foi aberto com a imagem de militares em navios percorrendo as regiões em calamidade.

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"Queremos agradecer a todos vocês", disse o apresentador do programa especial. Um soldado disse diante das câmeras de televisão que depois de "tantos anos de desprestígio" chegava o "reconhecimento".

Em desastres anteriores, os militares não foram chamados ou estiveram limitados ao papel de apoio, como recordou à BBC Brasil o professor de ciências políticas da Universidade do Chile, Guillermo Holzmann.

Foi o que ocorreu num terremoto em 1997, no norte do país, e nas operações de evacuação dos moradores que residiam próximo ao vulcão Chaitén, no sul do país, que entrou em erupção no ano passado.

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"O golpe militar (de 1973) teve um preço muito alto para o país. E nestas duas décadas de governo da Concertación (frente de centro-esquerda), as autoridades preferiram que os militares ocupassem papel menor", disse Holzmann.

Há informações de que a presidente Michelle Bachelet teria relutado em decretar as áreas afetadas como de "catástrofe", por causa da aversão aos 17 anos de regime militar comandado por Pinochet.

Nas ruas de Santiago, é possível detectar a simpatia pela ação militar, mas com ressalvas: "A prova de que a presença dos 'milicos' foi importante foi a devolução dos produtos saqueados. Aqui nós já sabemos que com eles não se brinca. Mas não votaria neles", disse o comerciante Valério Gómez.

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Holzmann interpretou que a sociedade aprovou a operação dos soldados nestes dias pós-terremoto, mas não significa "de jeito nenhum" que os chilenos queiram que os militares voltem ao poder.

No fim-de-semana, chefes militares disseram que o Exército controla as áreas destruídas. "O toque de recolher vai continuar enquanto for necessário na região de Biobio", disse o general Guillermo Ramírez.

 

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Por causa do terremoto de 27 de fevereiro, os militares voltaram a ter destaque na vida dos chilenos, pela primeira vez desde o retorno da democracia ao Chile, há 20 anos. Nos dias posteriores ao desastre, eles eram aplaudidos pelos moradores quando chegavam aos lugares arrasados pelo tsunami que se sucedeu aos tremores. Os militares foram recebidos com entusiasmo na cidade de Concepción, por exemplo, na região de Biobio, alvo de saques e de posterior toque de recolher - medida que não era adotada desde os anos 80. "O Exército não pode sair daqui de forma alguma. Precisamos dos militares aqui até que tudo esteja realmente normalizado", disse, neste domingo, a prefeita de Concepción, Jacqueline Van Rysselberghe. A ação dos soldados recebeu apoio de um dos políticos oposi tores do regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990). "Precisamos da ajuda dos militares. Que venham e serão bem-vindos", disse Guillermo Carrillo, que naquela época integrou o movimento de esquerda Frente Patriótica Manuel Rodríguez. A localidade onde Carrillo nasceu, Lota, está entre as arrasadas pelo desastre. Os militares foram elogiados também pela mídia local. Uma apresentadora da TVN (TV Chile), a principal do país, disse que tinha se comovido com a imagem de um soldado dando comida na boca de uma menina de uma família desabrigada em Concepción. Televisão

Com sua intervenção após a tragédia, os militares ganharam espaço na mídia. O programa de TV realizado para arrecadar fundos para as vítimas dos tremores e ondas gigantes, que foi ao ar na sexta-feira e no sábado, foi aberto com a imagem de militares em navios percorrendo as regiões em calamidade.

"Queremos agradecer a todos vocês", disse o apresentador do programa especial. Um soldado disse diante das câmeras de televisão que depois de "tantos anos de desprestígio" chegava o "reconhecimento".

Em desastres anteriores, os militares não foram chamados ou estiveram limitados ao papel de apoio, como recordou à BBC Brasil o professor de ciências políticas da Universidade do Chile, Guillermo Holzmann.

Foi o que ocorreu num terremoto em 1997, no norte do país, e nas operações de evacuação dos moradores que residiam próximo ao vulcão Chaitén, no sul do país, que entrou em erupção no ano passado.

"O golpe militar (de 1973) teve um preço muito alto para o país. E nestas duas décadas de governo da Concertación (frente de centro-esquerda), as autoridades preferiram que os militares ocupassem papel menor", disse Holzmann.

Há informações de que a presidente Michelle Bachelet teria relutado em decretar as áreas afetadas como de "catástrofe", por causa da aversão aos 17 anos de regime militar comandado por Pinochet.

Nas ruas de Santiago, é possível detectar a simpatia pela ação militar, mas com ressalvas: "A prova de que a presença dos 'milicos' foi importante foi a devolução dos produtos saqueados. Aqui nós já sabemos que com eles não se brinca. Mas não votaria neles", disse o comerciante Valério Gómez.

Holzmann interpretou que a sociedade aprovou a operação dos soldados nestes dias pós-terremoto, mas não significa "de jeito nenhum" que os chilenos queiram que os militares voltem ao poder.

No fim-de-semana, chefes militares disseram que o Exército controla as áreas destruídas. "O toque de recolher vai continuar enquanto for necessário na região de Biobio", disse o general Guillermo Ramírez.

 

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Por causa do terremoto de 27 de fevereiro, os militares voltaram a ter destaque na vida dos chilenos, pela primeira vez desde o retorno da democracia ao Chile, há 20 anos. Nos dias posteriores ao desastre, eles eram aplaudidos pelos moradores quando chegavam aos lugares arrasados pelo tsunami que se sucedeu aos tremores. Os militares foram recebidos com entusiasmo na cidade de Concepción, por exemplo, na região de Biobio, alvo de saques e de posterior toque de recolher - medida que não era adotada desde os anos 80. "O Exército não pode sair daqui de forma alguma. Precisamos dos militares aqui até que tudo esteja realmente normalizado", disse, neste domingo, a prefeita de Concepción, Jacqueline Van Rysselberghe. A ação dos soldados recebeu apoio de um dos políticos oposi tores do regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990). "Precisamos da ajuda dos militares. Que venham e serão bem-vindos", disse Guillermo Carrillo, que naquela época integrou o movimento de esquerda Frente Patriótica Manuel Rodríguez. A localidade onde Carrillo nasceu, Lota, está entre as arrasadas pelo desastre. Os militares foram elogiados também pela mídia local. Uma apresentadora da TVN (TV Chile), a principal do país, disse que tinha se comovido com a imagem de um soldado dando comida na boca de uma menina de uma família desabrigada em Concepción. Televisão

Com sua intervenção após a tragédia, os militares ganharam espaço na mídia. O programa de TV realizado para arrecadar fundos para as vítimas dos tremores e ondas gigantes, que foi ao ar na sexta-feira e no sábado, foi aberto com a imagem de militares em navios percorrendo as regiões em calamidade.

"Queremos agradecer a todos vocês", disse o apresentador do programa especial. Um soldado disse diante das câmeras de televisão que depois de "tantos anos de desprestígio" chegava o "reconhecimento".

Em desastres anteriores, os militares não foram chamados ou estiveram limitados ao papel de apoio, como recordou à BBC Brasil o professor de ciências políticas da Universidade do Chile, Guillermo Holzmann.

Foi o que ocorreu num terremoto em 1997, no norte do país, e nas operações de evacuação dos moradores que residiam próximo ao vulcão Chaitén, no sul do país, que entrou em erupção no ano passado.

"O golpe militar (de 1973) teve um preço muito alto para o país. E nestas duas décadas de governo da Concertación (frente de centro-esquerda), as autoridades preferiram que os militares ocupassem papel menor", disse Holzmann.

Há informações de que a presidente Michelle Bachelet teria relutado em decretar as áreas afetadas como de "catástrofe", por causa da aversão aos 17 anos de regime militar comandado por Pinochet.

Nas ruas de Santiago, é possível detectar a simpatia pela ação militar, mas com ressalvas: "A prova de que a presença dos 'milicos' foi importante foi a devolução dos produtos saqueados. Aqui nós já sabemos que com eles não se brinca. Mas não votaria neles", disse o comerciante Valério Gómez.

Holzmann interpretou que a sociedade aprovou a operação dos soldados nestes dias pós-terremoto, mas não significa "de jeito nenhum" que os chilenos queiram que os militares voltem ao poder.

No fim-de-semana, chefes militares disseram que o Exército controla as áreas destruídas. "O toque de recolher vai continuar enquanto for necessário na região de Biobio", disse o general Guillermo Ramírez.

 

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Por causa do terremoto de 27 de fevereiro, os militares voltaram a ter destaque na vida dos chilenos, pela primeira vez desde o retorno da democracia ao Chile, há 20 anos. Nos dias posteriores ao desastre, eles eram aplaudidos pelos moradores quando chegavam aos lugares arrasados pelo tsunami que se sucedeu aos tremores. Os militares foram recebidos com entusiasmo na cidade de Concepción, por exemplo, na região de Biobio, alvo de saques e de posterior toque de recolher - medida que não era adotada desde os anos 80. "O Exército não pode sair daqui de forma alguma. Precisamos dos militares aqui até que tudo esteja realmente normalizado", disse, neste domingo, a prefeita de Concepción, Jacqueline Van Rysselberghe. A ação dos soldados recebeu apoio de um dos políticos oposi tores do regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990). "Precisamos da ajuda dos militares. Que venham e serão bem-vindos", disse Guillermo Carrillo, que naquela época integrou o movimento de esquerda Frente Patriótica Manuel Rodríguez. A localidade onde Carrillo nasceu, Lota, está entre as arrasadas pelo desastre. Os militares foram elogiados também pela mídia local. Uma apresentadora da TVN (TV Chile), a principal do país, disse que tinha se comovido com a imagem de um soldado dando comida na boca de uma menina de uma família desabrigada em Concepción. Televisão

Com sua intervenção após a tragédia, os militares ganharam espaço na mídia. O programa de TV realizado para arrecadar fundos para as vítimas dos tremores e ondas gigantes, que foi ao ar na sexta-feira e no sábado, foi aberto com a imagem de militares em navios percorrendo as regiões em calamidade.

"Queremos agradecer a todos vocês", disse o apresentador do programa especial. Um soldado disse diante das câmeras de televisão que depois de "tantos anos de desprestígio" chegava o "reconhecimento".

Em desastres anteriores, os militares não foram chamados ou estiveram limitados ao papel de apoio, como recordou à BBC Brasil o professor de ciências políticas da Universidade do Chile, Guillermo Holzmann.

Foi o que ocorreu num terremoto em 1997, no norte do país, e nas operações de evacuação dos moradores que residiam próximo ao vulcão Chaitén, no sul do país, que entrou em erupção no ano passado.

"O golpe militar (de 1973) teve um preço muito alto para o país. E nestas duas décadas de governo da Concertación (frente de centro-esquerda), as autoridades preferiram que os militares ocupassem papel menor", disse Holzmann.

Há informações de que a presidente Michelle Bachelet teria relutado em decretar as áreas afetadas como de "catástrofe", por causa da aversão aos 17 anos de regime militar comandado por Pinochet.

Nas ruas de Santiago, é possível detectar a simpatia pela ação militar, mas com ressalvas: "A prova de que a presença dos 'milicos' foi importante foi a devolução dos produtos saqueados. Aqui nós já sabemos que com eles não se brinca. Mas não votaria neles", disse o comerciante Valério Gómez.

Holzmann interpretou que a sociedade aprovou a operação dos soldados nestes dias pós-terremoto, mas não significa "de jeito nenhum" que os chilenos queiram que os militares voltem ao poder.

No fim-de-semana, chefes militares disseram que o Exército controla as áreas destruídas. "O toque de recolher vai continuar enquanto for necessário na região de Biobio", disse o general Guillermo Ramírez.

 

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