A mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém mostra o princípio que norteia a política externa do presidente Donald Trump: tomar decisões espalhafatosas de política externa visando sua base eleitoral, mas que parecem trazer dores de cabeça diplomáticas e problemas de longo prazo. Pode ser chamada de “compre agora, pague depois” – uma frase a ser aplicada tanto literalmente quanto em sentido figurado.
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Trump, como muitos presidentes antes dele, assumiu o cargo prometendo trabalho duro e uma nova abordagem do conflito entre israelenses e palestinos que finalmente levaria à paz. Em vez disso, o governo ainda não revelou seu plano de paz e autoridades palestinas rejeitam conversar com os americanos desde que ele anunciou a mudança da embaixada. Sinal de que os EUA podem estar desacreditados como parte neutra em qualquer acordo, tornando ainda mais difícil encontrar uma solução duradoura.
A visão de curto prazo de Trump não se limita ao conflito israelense-palestino. Sua decisão de se retirar do acordo nuclear com o Irã, em vez de renegociá-lo, deixou muitos observadores com a sensação de que ele não tem um “plano B.”
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A pressão de Trump para as negociações de paz com o líder norte-coreano Kim Jong-un também pode revelar o mesmo tipo de pensamento. Trump deve se encontrar Kim em 12 de junho, um evento que dará a Trump grande cobertura televisiva que ele quer.
Mas um acordo com a Coreia do Norte acabará sendo um assunto complicado. Trump terá de lidar não só com a desnuclearização, mas também com o apoio econômico a Pyongyang, garantias de segurança e outras questões.
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Vários palestinos ficaram feridos e pelo menos sete mortes já foram registradas em confrontos com soldados israelenses nesta segunda-feira na fronteira entra a Faixa de Gaza e Israel. Os protestos ocorrem horas antes da inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.
Analistas como Paul Musgrave e Dan Nexon acreditam que a comunidade de política externa nos EUA se tornou politicamente polarizada nos últimos anos. Está muito mais difícil criar um consenso sobre qualquer tipo de acordo internacional, o que leva a um risco maior de que as principais decisões sejam revogados por um governo posterior. A abordagem apressada e de curto prazo é arriscada. Se “compre agora, pague depois” realmente for o plano de Trump, o preço final pode ser muito maior do que imaginamos. / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO