ANÁLISE: O ‘compre agora e pague depois’ pode sair caro para Trump


A mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém mostra o princípio que norteia a política externa do presidente Donald Trump: tomar decisões espalhafatosas de política externa visando sua base eleitoral

Por Adam Taylor e W.POST

A mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém mostra o princípio que norteia a política externa do presidente Donald Trump: tomar decisões espalhafatosas de política externa visando sua base eleitoral, mas que parecem trazer dores de cabeça diplomáticas e problemas de longo prazo. Pode ser chamada de “compre agora, pague depois” – uma frase a ser aplicada tanto literalmente quanto em sentido figurado. 

+ Faixa de Gaza registra conflitos no dia da abertura da embaixada americana em Jerusalém

"Em nome do 45.º presidente dos EUA, saudamos oficialmente, pela primeira vez, a embaixada dos Estados Unidos, aqui em Jerusalém, a capital de Israel", declarou Ivanka Foto: AP Photo/Sebastian Scheiner
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Trump, como muitos presidentes antes dele, assumiu o cargo prometendo trabalho duro e uma nova abordagem do conflito entre israelenses e palestinos que finalmente levaria à paz. Em vez disso, o governo ainda não revelou seu plano de paz e autoridades palestinas rejeitam conversar com os americanos desde que ele anunciou a mudança da embaixada. Sinal de que os EUA podem estar desacreditados como parte neutra em qualquer acordo, tornando ainda mais difícil encontrar uma solução duradoura. 

A visão de curto prazo de Trump não se limita ao conflito israelense-palestino. Sua decisão de se retirar do acordo nuclear com o Irã, em vez de renegociá-lo, deixou muitos observadores com a sensação de que ele não tem um “plano B.” 

Palestinos e israelenses entram em confronto no dia da abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém

1 | 10

Palestinos e israelenses entram em confronto

Foto: AFP PHOTO / Thomas COEX
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Palestinos e israelenses entram em confronto

Foto: EFE/Abed Al Hashlamoun
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Palestinos e israelenses entram em confronto

Foto: AFP PHOTO / Mohammed ABED
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Palestinos e israelenses entram em confronto

Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Palestinos e israelenses entram em confronto

Foto: AFP PHOTO / MAHMUD HAMS
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Foto: AFP PHOTO / Mohammed ABED
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Foto: AFP PHOTO / Thomas COEX
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Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Palestinos e israelenses entram em confronto

Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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A pressão de Trump para as negociações de paz com o líder norte-coreano Kim Jong-un também pode revelar o mesmo tipo de pensamento. Trump deve se encontrar Kim em 12 de junho, um evento que dará a Trump grande cobertura televisiva que ele quer.

Mas um acordo com a Coreia do Norte acabará sendo um assunto complicado. Trump terá de lidar não só com a desnuclearização, mas também com o apoio econômico a Pyongyang, garantias de segurança e outras questões.

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Vários palestinos ficaram feridos e pelo menos sete mortes já foram registradas em confrontos com soldados israelenses nesta segunda-feira na fronteira entra a Faixa de Gaza e Israel. Os protestos ocorrem horas antes da inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

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Analistas como Paul Musgrave e Dan Nexon acreditam que a comunidade de política externa nos EUA se tornou politicamente polarizada nos últimos anos. Está muito mais difícil criar um consenso sobre qualquer tipo de acordo internacional, o que leva a um risco maior de que as principais decisões sejam revogados por um governo posterior. A abordagem apressada e de curto prazo é arriscada. Se “compre agora, pague depois” realmente for o plano de Trump, o preço final pode ser muito maior do que imaginamos. / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

A mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém mostra o princípio que norteia a política externa do presidente Donald Trump: tomar decisões espalhafatosas de política externa visando sua base eleitoral, mas que parecem trazer dores de cabeça diplomáticas e problemas de longo prazo. Pode ser chamada de “compre agora, pague depois” – uma frase a ser aplicada tanto literalmente quanto em sentido figurado. 

+ Faixa de Gaza registra conflitos no dia da abertura da embaixada americana em Jerusalém

"Em nome do 45.º presidente dos EUA, saudamos oficialmente, pela primeira vez, a embaixada dos Estados Unidos, aqui em Jerusalém, a capital de Israel", declarou Ivanka Foto: AP Photo/Sebastian Scheiner

Trump, como muitos presidentes antes dele, assumiu o cargo prometendo trabalho duro e uma nova abordagem do conflito entre israelenses e palestinos que finalmente levaria à paz. Em vez disso, o governo ainda não revelou seu plano de paz e autoridades palestinas rejeitam conversar com os americanos desde que ele anunciou a mudança da embaixada. Sinal de que os EUA podem estar desacreditados como parte neutra em qualquer acordo, tornando ainda mais difícil encontrar uma solução duradoura. 

A visão de curto prazo de Trump não se limita ao conflito israelense-palestino. Sua decisão de se retirar do acordo nuclear com o Irã, em vez de renegociá-lo, deixou muitos observadores com a sensação de que ele não tem um “plano B.” 

Palestinos e israelenses entram em confronto no dia da abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém

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A pressão de Trump para as negociações de paz com o líder norte-coreano Kim Jong-un também pode revelar o mesmo tipo de pensamento. Trump deve se encontrar Kim em 12 de junho, um evento que dará a Trump grande cobertura televisiva que ele quer.

Mas um acordo com a Coreia do Norte acabará sendo um assunto complicado. Trump terá de lidar não só com a desnuclearização, mas também com o apoio econômico a Pyongyang, garantias de segurança e outras questões.

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Vários palestinos ficaram feridos e pelo menos sete mortes já foram registradas em confrontos com soldados israelenses nesta segunda-feira na fronteira entra a Faixa de Gaza e Israel. Os protestos ocorrem horas antes da inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

Analistas como Paul Musgrave e Dan Nexon acreditam que a comunidade de política externa nos EUA se tornou politicamente polarizada nos últimos anos. Está muito mais difícil criar um consenso sobre qualquer tipo de acordo internacional, o que leva a um risco maior de que as principais decisões sejam revogados por um governo posterior. A abordagem apressada e de curto prazo é arriscada. Se “compre agora, pague depois” realmente for o plano de Trump, o preço final pode ser muito maior do que imaginamos. / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

A mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém mostra o princípio que norteia a política externa do presidente Donald Trump: tomar decisões espalhafatosas de política externa visando sua base eleitoral, mas que parecem trazer dores de cabeça diplomáticas e problemas de longo prazo. Pode ser chamada de “compre agora, pague depois” – uma frase a ser aplicada tanto literalmente quanto em sentido figurado. 

+ Faixa de Gaza registra conflitos no dia da abertura da embaixada americana em Jerusalém

"Em nome do 45.º presidente dos EUA, saudamos oficialmente, pela primeira vez, a embaixada dos Estados Unidos, aqui em Jerusalém, a capital de Israel", declarou Ivanka Foto: AP Photo/Sebastian Scheiner

Trump, como muitos presidentes antes dele, assumiu o cargo prometendo trabalho duro e uma nova abordagem do conflito entre israelenses e palestinos que finalmente levaria à paz. Em vez disso, o governo ainda não revelou seu plano de paz e autoridades palestinas rejeitam conversar com os americanos desde que ele anunciou a mudança da embaixada. Sinal de que os EUA podem estar desacreditados como parte neutra em qualquer acordo, tornando ainda mais difícil encontrar uma solução duradoura. 

A visão de curto prazo de Trump não se limita ao conflito israelense-palestino. Sua decisão de se retirar do acordo nuclear com o Irã, em vez de renegociá-lo, deixou muitos observadores com a sensação de que ele não tem um “plano B.” 

Palestinos e israelenses entram em confronto no dia da abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém

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A pressão de Trump para as negociações de paz com o líder norte-coreano Kim Jong-un também pode revelar o mesmo tipo de pensamento. Trump deve se encontrar Kim em 12 de junho, um evento que dará a Trump grande cobertura televisiva que ele quer.

Mas um acordo com a Coreia do Norte acabará sendo um assunto complicado. Trump terá de lidar não só com a desnuclearização, mas também com o apoio econômico a Pyongyang, garantias de segurança e outras questões.

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Vários palestinos ficaram feridos e pelo menos sete mortes já foram registradas em confrontos com soldados israelenses nesta segunda-feira na fronteira entra a Faixa de Gaza e Israel. Os protestos ocorrem horas antes da inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

Analistas como Paul Musgrave e Dan Nexon acreditam que a comunidade de política externa nos EUA se tornou politicamente polarizada nos últimos anos. Está muito mais difícil criar um consenso sobre qualquer tipo de acordo internacional, o que leva a um risco maior de que as principais decisões sejam revogados por um governo posterior. A abordagem apressada e de curto prazo é arriscada. Se “compre agora, pague depois” realmente for o plano de Trump, o preço final pode ser muito maior do que imaginamos. / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

A mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém mostra o princípio que norteia a política externa do presidente Donald Trump: tomar decisões espalhafatosas de política externa visando sua base eleitoral, mas que parecem trazer dores de cabeça diplomáticas e problemas de longo prazo. Pode ser chamada de “compre agora, pague depois” – uma frase a ser aplicada tanto literalmente quanto em sentido figurado. 

+ Faixa de Gaza registra conflitos no dia da abertura da embaixada americana em Jerusalém

"Em nome do 45.º presidente dos EUA, saudamos oficialmente, pela primeira vez, a embaixada dos Estados Unidos, aqui em Jerusalém, a capital de Israel", declarou Ivanka Foto: AP Photo/Sebastian Scheiner

Trump, como muitos presidentes antes dele, assumiu o cargo prometendo trabalho duro e uma nova abordagem do conflito entre israelenses e palestinos que finalmente levaria à paz. Em vez disso, o governo ainda não revelou seu plano de paz e autoridades palestinas rejeitam conversar com os americanos desde que ele anunciou a mudança da embaixada. Sinal de que os EUA podem estar desacreditados como parte neutra em qualquer acordo, tornando ainda mais difícil encontrar uma solução duradoura. 

A visão de curto prazo de Trump não se limita ao conflito israelense-palestino. Sua decisão de se retirar do acordo nuclear com o Irã, em vez de renegociá-lo, deixou muitos observadores com a sensação de que ele não tem um “plano B.” 

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A pressão de Trump para as negociações de paz com o líder norte-coreano Kim Jong-un também pode revelar o mesmo tipo de pensamento. Trump deve se encontrar Kim em 12 de junho, um evento que dará a Trump grande cobertura televisiva que ele quer.

Mas um acordo com a Coreia do Norte acabará sendo um assunto complicado. Trump terá de lidar não só com a desnuclearização, mas também com o apoio econômico a Pyongyang, garantias de segurança e outras questões.

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Vários palestinos ficaram feridos e pelo menos sete mortes já foram registradas em confrontos com soldados israelenses nesta segunda-feira na fronteira entra a Faixa de Gaza e Israel. Os protestos ocorrem horas antes da inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

Analistas como Paul Musgrave e Dan Nexon acreditam que a comunidade de política externa nos EUA se tornou politicamente polarizada nos últimos anos. Está muito mais difícil criar um consenso sobre qualquer tipo de acordo internacional, o que leva a um risco maior de que as principais decisões sejam revogados por um governo posterior. A abordagem apressada e de curto prazo é arriscada. Se “compre agora, pague depois” realmente for o plano de Trump, o preço final pode ser muito maior do que imaginamos. / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

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