Após cúpula, Trump distorce fatos sobre relações entre EUA e Coreia do Norte


Presidente americano faz comentários a partir de informações falsas envolvendo Pyongyang e afirma que todos os restos mortais dos desaparecidos na guerra de 1953 serão repatriados

Por Redação

WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, encerrou seu compromisso em Cingapura com uma entrevista coletiva durante a qual fez declarações distorcendo fatos históricos e alimentando promessas impossíveis. Confira como sua versão se distancia dos fatos:

Trump: "O presidente Kim e eu acabamos de assinar uma declaração conjunta na qual ele reafirma seu compromisso inabalável para completar a desnuclearização da Península Coreana. Também concordamos em negociações vigorosas para implementar o acordo outro governo, que nunca começou [as negociações] e, portanto, nunca fez isso."

Durante a assinatura do acordo, os líderes deram declarações à imprensa. Trump disse que "os dois lados ficarão impressionados com o resultado da cúpula". Já o líder norte-coreano afirmou que "o mundo verá uma grande mudança". Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
continua após a publicidade

Fato: Trump erra ao sugerir que seu governo é o primeiro a negociar a desnuclearização com a Coreia do Norte. Os governos de Bill Clinton e George W. Bush também fizeram isso. Clinton chegou a um acordo para o desarmamento em 1994, que suspendeu a produção de plutônio do país por oito anos, congelando o que era, à época, um pequeno arsenal atômico. Bush já adotou um posicionamento mais rígido. O acordo de 1994 terminou em meio às suspeitas de que Pyongyang estava mantendo um programa secreto para enriquecimento de urânio. No entanto, Bush também buscou negociar. Algumas instalações nucleares foram temporariamente desativadas, mas as conversações não seguiram adiante em razão dos desentendimentos quanto à inspeção das instalações.

Trump: "Ele realmente mencionou o fato de que eles seguiram por um caminho no passado e, no fim das contas, como vocês sabem, nada foi feito. Em um dos casos, eles levaram bilhões de dólares do governo Clinton. Levaram bilhões de dólares e nada aconteceu. Ele disse sobre Clinton [que] 'Ele gastou US$ 3 bilhões e não conseguiu nada'".

Após a assinatura do acordo, os líderes deixaram a sala. O presidente norte-americano chegou a afirmar que "com certeza" irá convidar Kim para visitar a Casa Branca. Trump ainda reconheceu o líder norte-coreano como um “negociador muito inteligente e valioso”, que negocia em favor de seu povo e que ama o seu País”. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
continua após a publicidade

Fato: Os números estão incorretos. O governo Clinton e o governo Bush forneceram cerca de US$ 1,3 bilhão em assistência de 1995 a 2008, segundo diz o Serviço de Pesquisa do Congresso. Pouco mais da metade do dinheiro foi utilizado para alimentação e cerca de 40% foi aplicado no setor energético. Trump também erra ao dizer que "nada aconteceu" em troca. A Coreia do Norte parou de produzir plutônio por oito anos sob o acordo de 1994. Os resultados, no entanto, são indefinidos, já que mais tarde surgiram as suspeitas de que o país estava em busca do enriquecimento de urânio.

Trump, sobre as famílias de soldados desaparecidos na Guerra da Coreia: "Eles querem os restos mortais de seus pais e mães e de todas as pessoas que foram sequestradas naquela guerra realmente brutal, que ocorreu, em grande parte, na Coreia do Norte. E eu pedi isso hoje. E nós conseguimos. Então, para os milhares e milhares - acho que mais de 6 mil reconhecidos em termos de restos mortais - eles serão trazidos de volta.

Fato: Trump exagera no número de desaparecidos e encobre as possibilidades certamente impossíveis de localizar os restos mortais de "todas as pessoas" mais de seis décadas depois da Guerra da Coreia. Dos quase 7,8 mil soldados americanos desaparecidos no conflito, cerca de 5,3 mil se perderam na Coreia do Norte. Milhares também desapareceram na Coreia do Sul, apesar da estreita aliança e histórico de cooperação do país com os EUA. Coreia do Norte e EUA permanecem tecnicamente em guerra porque os combates de 1950-1953 terminaram com um armistício, e não um tratado de paz. Mas de 1996 a 2005, equipes de busca militar conjunta dos EUA e Coreia do Norte conduziram 33 operações de recuperação e resgataram 229 conjuntos de restos mortais americanos. O documento assinado na terça-feira inclui a retomada dos trabalhos para repatriar os restos mortais dos prisioneiros desaparecidos no conflito.

continua após a publicidade

Trump: "Eu me lembro de ouvir no rádio sobre um evento nuclear que ocorreu - 8,8 na escala Richter. Anunciaram um terremoto enorme, sabe, que um terremoto tinha ocorrido na Ásia. Disseram que era na Coreia do Norte e então descobriram que era um teste nuclear. Eu nunca tinha ouvido falar de uma escala Richter na casa de oito."

Fato: A Coreia do Norte não teve nenhum terremoto no ano passado neste nível de severidade. Esta não é a primeira vez que Trump deturpa o episódio. Em setembro, o país testou o que chamou de bomba de hidrogênio, causando um abalo subterrâneo tão forte que foi registrado como um terremoto de magnitude 6,3 graus. Outros testes nucleares no ano passado foram associados a eventos sísmicos menores. Um terremoto de escala 8,8 seria 316 vezes maior e liberaria 5,6 mil vezes mais energia do que um de escala 6,3. / AP

O encontro de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura

1 | 31

Coreia do Norte

Foto: AFP Photo/Saul Loeb
2 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Evan Vucci
3 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Evan Vucci
4 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
5 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Saul Loeb/AFP
6 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Tyrone Siu
7 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
8 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
9 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
10 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Bloomberg photo by SeongJoon Cho
11 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
12 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
13 | 31

Trump e Kim se reúnem em hotel em Cingapura.

Foto: Saul Loeb/AFP
14 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
15 | 31

Coreia do Norte

Foto: AFP PHOTO / Jung Yeon-je
16 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
17 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Saul Loeb/AFP
18 | 31

Coreia do Norte

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
19 | 31

O encontro entre Trump e Kim Jong-un

Foto: REUTERS/Toya Sarno Jordan
20 | 31

O encontro de Trump e Kim Jong-un

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
21 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
22 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: KCNA via REUTERS
23 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Doug Mills/The New York Times
24 | 31

Fazendo história

25 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Wong Maye-E
26 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
27 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
28 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
29 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
30 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
31 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Athit Perawongmetha

WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, encerrou seu compromisso em Cingapura com uma entrevista coletiva durante a qual fez declarações distorcendo fatos históricos e alimentando promessas impossíveis. Confira como sua versão se distancia dos fatos:

Trump: "O presidente Kim e eu acabamos de assinar uma declaração conjunta na qual ele reafirma seu compromisso inabalável para completar a desnuclearização da Península Coreana. Também concordamos em negociações vigorosas para implementar o acordo outro governo, que nunca começou [as negociações] e, portanto, nunca fez isso."

Durante a assinatura do acordo, os líderes deram declarações à imprensa. Trump disse que "os dois lados ficarão impressionados com o resultado da cúpula". Já o líder norte-coreano afirmou que "o mundo verá uma grande mudança". Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

Fato: Trump erra ao sugerir que seu governo é o primeiro a negociar a desnuclearização com a Coreia do Norte. Os governos de Bill Clinton e George W. Bush também fizeram isso. Clinton chegou a um acordo para o desarmamento em 1994, que suspendeu a produção de plutônio do país por oito anos, congelando o que era, à época, um pequeno arsenal atômico. Bush já adotou um posicionamento mais rígido. O acordo de 1994 terminou em meio às suspeitas de que Pyongyang estava mantendo um programa secreto para enriquecimento de urânio. No entanto, Bush também buscou negociar. Algumas instalações nucleares foram temporariamente desativadas, mas as conversações não seguiram adiante em razão dos desentendimentos quanto à inspeção das instalações.

Trump: "Ele realmente mencionou o fato de que eles seguiram por um caminho no passado e, no fim das contas, como vocês sabem, nada foi feito. Em um dos casos, eles levaram bilhões de dólares do governo Clinton. Levaram bilhões de dólares e nada aconteceu. Ele disse sobre Clinton [que] 'Ele gastou US$ 3 bilhões e não conseguiu nada'".

Após a assinatura do acordo, os líderes deixaram a sala. O presidente norte-americano chegou a afirmar que "com certeza" irá convidar Kim para visitar a Casa Branca. Trump ainda reconheceu o líder norte-coreano como um “negociador muito inteligente e valioso”, que negocia em favor de seu povo e que ama o seu País”. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

Fato: Os números estão incorretos. O governo Clinton e o governo Bush forneceram cerca de US$ 1,3 bilhão em assistência de 1995 a 2008, segundo diz o Serviço de Pesquisa do Congresso. Pouco mais da metade do dinheiro foi utilizado para alimentação e cerca de 40% foi aplicado no setor energético. Trump também erra ao dizer que "nada aconteceu" em troca. A Coreia do Norte parou de produzir plutônio por oito anos sob o acordo de 1994. Os resultados, no entanto, são indefinidos, já que mais tarde surgiram as suspeitas de que o país estava em busca do enriquecimento de urânio.

Trump, sobre as famílias de soldados desaparecidos na Guerra da Coreia: "Eles querem os restos mortais de seus pais e mães e de todas as pessoas que foram sequestradas naquela guerra realmente brutal, que ocorreu, em grande parte, na Coreia do Norte. E eu pedi isso hoje. E nós conseguimos. Então, para os milhares e milhares - acho que mais de 6 mil reconhecidos em termos de restos mortais - eles serão trazidos de volta.

Fato: Trump exagera no número de desaparecidos e encobre as possibilidades certamente impossíveis de localizar os restos mortais de "todas as pessoas" mais de seis décadas depois da Guerra da Coreia. Dos quase 7,8 mil soldados americanos desaparecidos no conflito, cerca de 5,3 mil se perderam na Coreia do Norte. Milhares também desapareceram na Coreia do Sul, apesar da estreita aliança e histórico de cooperação do país com os EUA. Coreia do Norte e EUA permanecem tecnicamente em guerra porque os combates de 1950-1953 terminaram com um armistício, e não um tratado de paz. Mas de 1996 a 2005, equipes de busca militar conjunta dos EUA e Coreia do Norte conduziram 33 operações de recuperação e resgataram 229 conjuntos de restos mortais americanos. O documento assinado na terça-feira inclui a retomada dos trabalhos para repatriar os restos mortais dos prisioneiros desaparecidos no conflito.

Trump: "Eu me lembro de ouvir no rádio sobre um evento nuclear que ocorreu - 8,8 na escala Richter. Anunciaram um terremoto enorme, sabe, que um terremoto tinha ocorrido na Ásia. Disseram que era na Coreia do Norte e então descobriram que era um teste nuclear. Eu nunca tinha ouvido falar de uma escala Richter na casa de oito."

Fato: A Coreia do Norte não teve nenhum terremoto no ano passado neste nível de severidade. Esta não é a primeira vez que Trump deturpa o episódio. Em setembro, o país testou o que chamou de bomba de hidrogênio, causando um abalo subterrâneo tão forte que foi registrado como um terremoto de magnitude 6,3 graus. Outros testes nucleares no ano passado foram associados a eventos sísmicos menores. Um terremoto de escala 8,8 seria 316 vezes maior e liberaria 5,6 mil vezes mais energia do que um de escala 6,3. / AP

O encontro de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura

1 | 31

Coreia do Norte

Foto: AFP Photo/Saul Loeb
2 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Evan Vucci
3 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Evan Vucci
4 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
5 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Saul Loeb/AFP
6 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Tyrone Siu
7 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
8 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
9 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
10 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Bloomberg photo by SeongJoon Cho
11 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
12 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
13 | 31

Trump e Kim se reúnem em hotel em Cingapura.

Foto: Saul Loeb/AFP
14 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
15 | 31

Coreia do Norte

Foto: AFP PHOTO / Jung Yeon-je
16 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
17 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Saul Loeb/AFP
18 | 31

Coreia do Norte

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
19 | 31

O encontro entre Trump e Kim Jong-un

Foto: REUTERS/Toya Sarno Jordan
20 | 31

O encontro de Trump e Kim Jong-un

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
21 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
22 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: KCNA via REUTERS
23 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Doug Mills/The New York Times
24 | 31

Fazendo história

25 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Wong Maye-E
26 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
27 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
28 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
29 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
30 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
31 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Athit Perawongmetha

WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, encerrou seu compromisso em Cingapura com uma entrevista coletiva durante a qual fez declarações distorcendo fatos históricos e alimentando promessas impossíveis. Confira como sua versão se distancia dos fatos:

Trump: "O presidente Kim e eu acabamos de assinar uma declaração conjunta na qual ele reafirma seu compromisso inabalável para completar a desnuclearização da Península Coreana. Também concordamos em negociações vigorosas para implementar o acordo outro governo, que nunca começou [as negociações] e, portanto, nunca fez isso."

Durante a assinatura do acordo, os líderes deram declarações à imprensa. Trump disse que "os dois lados ficarão impressionados com o resultado da cúpula". Já o líder norte-coreano afirmou que "o mundo verá uma grande mudança". Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

Fato: Trump erra ao sugerir que seu governo é o primeiro a negociar a desnuclearização com a Coreia do Norte. Os governos de Bill Clinton e George W. Bush também fizeram isso. Clinton chegou a um acordo para o desarmamento em 1994, que suspendeu a produção de plutônio do país por oito anos, congelando o que era, à época, um pequeno arsenal atômico. Bush já adotou um posicionamento mais rígido. O acordo de 1994 terminou em meio às suspeitas de que Pyongyang estava mantendo um programa secreto para enriquecimento de urânio. No entanto, Bush também buscou negociar. Algumas instalações nucleares foram temporariamente desativadas, mas as conversações não seguiram adiante em razão dos desentendimentos quanto à inspeção das instalações.

Trump: "Ele realmente mencionou o fato de que eles seguiram por um caminho no passado e, no fim das contas, como vocês sabem, nada foi feito. Em um dos casos, eles levaram bilhões de dólares do governo Clinton. Levaram bilhões de dólares e nada aconteceu. Ele disse sobre Clinton [que] 'Ele gastou US$ 3 bilhões e não conseguiu nada'".

Após a assinatura do acordo, os líderes deixaram a sala. O presidente norte-americano chegou a afirmar que "com certeza" irá convidar Kim para visitar a Casa Branca. Trump ainda reconheceu o líder norte-coreano como um “negociador muito inteligente e valioso”, que negocia em favor de seu povo e que ama o seu País”. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

Fato: Os números estão incorretos. O governo Clinton e o governo Bush forneceram cerca de US$ 1,3 bilhão em assistência de 1995 a 2008, segundo diz o Serviço de Pesquisa do Congresso. Pouco mais da metade do dinheiro foi utilizado para alimentação e cerca de 40% foi aplicado no setor energético. Trump também erra ao dizer que "nada aconteceu" em troca. A Coreia do Norte parou de produzir plutônio por oito anos sob o acordo de 1994. Os resultados, no entanto, são indefinidos, já que mais tarde surgiram as suspeitas de que o país estava em busca do enriquecimento de urânio.

Trump, sobre as famílias de soldados desaparecidos na Guerra da Coreia: "Eles querem os restos mortais de seus pais e mães e de todas as pessoas que foram sequestradas naquela guerra realmente brutal, que ocorreu, em grande parte, na Coreia do Norte. E eu pedi isso hoje. E nós conseguimos. Então, para os milhares e milhares - acho que mais de 6 mil reconhecidos em termos de restos mortais - eles serão trazidos de volta.

Fato: Trump exagera no número de desaparecidos e encobre as possibilidades certamente impossíveis de localizar os restos mortais de "todas as pessoas" mais de seis décadas depois da Guerra da Coreia. Dos quase 7,8 mil soldados americanos desaparecidos no conflito, cerca de 5,3 mil se perderam na Coreia do Norte. Milhares também desapareceram na Coreia do Sul, apesar da estreita aliança e histórico de cooperação do país com os EUA. Coreia do Norte e EUA permanecem tecnicamente em guerra porque os combates de 1950-1953 terminaram com um armistício, e não um tratado de paz. Mas de 1996 a 2005, equipes de busca militar conjunta dos EUA e Coreia do Norte conduziram 33 operações de recuperação e resgataram 229 conjuntos de restos mortais americanos. O documento assinado na terça-feira inclui a retomada dos trabalhos para repatriar os restos mortais dos prisioneiros desaparecidos no conflito.

Trump: "Eu me lembro de ouvir no rádio sobre um evento nuclear que ocorreu - 8,8 na escala Richter. Anunciaram um terremoto enorme, sabe, que um terremoto tinha ocorrido na Ásia. Disseram que era na Coreia do Norte e então descobriram que era um teste nuclear. Eu nunca tinha ouvido falar de uma escala Richter na casa de oito."

Fato: A Coreia do Norte não teve nenhum terremoto no ano passado neste nível de severidade. Esta não é a primeira vez que Trump deturpa o episódio. Em setembro, o país testou o que chamou de bomba de hidrogênio, causando um abalo subterrâneo tão forte que foi registrado como um terremoto de magnitude 6,3 graus. Outros testes nucleares no ano passado foram associados a eventos sísmicos menores. Um terremoto de escala 8,8 seria 316 vezes maior e liberaria 5,6 mil vezes mais energia do que um de escala 6,3. / AP

O encontro de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura

1 | 31

Coreia do Norte

Foto: AFP Photo/Saul Loeb
2 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Evan Vucci
3 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Evan Vucci
4 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
5 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Saul Loeb/AFP
6 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Tyrone Siu
7 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
8 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
9 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
10 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Bloomberg photo by SeongJoon Cho
11 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
12 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
13 | 31

Trump e Kim se reúnem em hotel em Cingapura.

Foto: Saul Loeb/AFP
14 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
15 | 31

Coreia do Norte

Foto: AFP PHOTO / Jung Yeon-je
16 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
17 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Saul Loeb/AFP
18 | 31

Coreia do Norte

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
19 | 31

O encontro entre Trump e Kim Jong-un

Foto: REUTERS/Toya Sarno Jordan
20 | 31

O encontro de Trump e Kim Jong-un

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
21 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
22 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: KCNA via REUTERS
23 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Doug Mills/The New York Times
24 | 31

Fazendo história

25 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Wong Maye-E
26 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
27 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
28 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
29 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
30 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
31 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Athit Perawongmetha

WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, encerrou seu compromisso em Cingapura com uma entrevista coletiva durante a qual fez declarações distorcendo fatos históricos e alimentando promessas impossíveis. Confira como sua versão se distancia dos fatos:

Trump: "O presidente Kim e eu acabamos de assinar uma declaração conjunta na qual ele reafirma seu compromisso inabalável para completar a desnuclearização da Península Coreana. Também concordamos em negociações vigorosas para implementar o acordo outro governo, que nunca começou [as negociações] e, portanto, nunca fez isso."

Durante a assinatura do acordo, os líderes deram declarações à imprensa. Trump disse que "os dois lados ficarão impressionados com o resultado da cúpula". Já o líder norte-coreano afirmou que "o mundo verá uma grande mudança". Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

Fato: Trump erra ao sugerir que seu governo é o primeiro a negociar a desnuclearização com a Coreia do Norte. Os governos de Bill Clinton e George W. Bush também fizeram isso. Clinton chegou a um acordo para o desarmamento em 1994, que suspendeu a produção de plutônio do país por oito anos, congelando o que era, à época, um pequeno arsenal atômico. Bush já adotou um posicionamento mais rígido. O acordo de 1994 terminou em meio às suspeitas de que Pyongyang estava mantendo um programa secreto para enriquecimento de urânio. No entanto, Bush também buscou negociar. Algumas instalações nucleares foram temporariamente desativadas, mas as conversações não seguiram adiante em razão dos desentendimentos quanto à inspeção das instalações.

Trump: "Ele realmente mencionou o fato de que eles seguiram por um caminho no passado e, no fim das contas, como vocês sabem, nada foi feito. Em um dos casos, eles levaram bilhões de dólares do governo Clinton. Levaram bilhões de dólares e nada aconteceu. Ele disse sobre Clinton [que] 'Ele gastou US$ 3 bilhões e não conseguiu nada'".

Após a assinatura do acordo, os líderes deixaram a sala. O presidente norte-americano chegou a afirmar que "com certeza" irá convidar Kim para visitar a Casa Branca. Trump ainda reconheceu o líder norte-coreano como um “negociador muito inteligente e valioso”, que negocia em favor de seu povo e que ama o seu País”. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

Fato: Os números estão incorretos. O governo Clinton e o governo Bush forneceram cerca de US$ 1,3 bilhão em assistência de 1995 a 2008, segundo diz o Serviço de Pesquisa do Congresso. Pouco mais da metade do dinheiro foi utilizado para alimentação e cerca de 40% foi aplicado no setor energético. Trump também erra ao dizer que "nada aconteceu" em troca. A Coreia do Norte parou de produzir plutônio por oito anos sob o acordo de 1994. Os resultados, no entanto, são indefinidos, já que mais tarde surgiram as suspeitas de que o país estava em busca do enriquecimento de urânio.

Trump, sobre as famílias de soldados desaparecidos na Guerra da Coreia: "Eles querem os restos mortais de seus pais e mães e de todas as pessoas que foram sequestradas naquela guerra realmente brutal, que ocorreu, em grande parte, na Coreia do Norte. E eu pedi isso hoje. E nós conseguimos. Então, para os milhares e milhares - acho que mais de 6 mil reconhecidos em termos de restos mortais - eles serão trazidos de volta.

Fato: Trump exagera no número de desaparecidos e encobre as possibilidades certamente impossíveis de localizar os restos mortais de "todas as pessoas" mais de seis décadas depois da Guerra da Coreia. Dos quase 7,8 mil soldados americanos desaparecidos no conflito, cerca de 5,3 mil se perderam na Coreia do Norte. Milhares também desapareceram na Coreia do Sul, apesar da estreita aliança e histórico de cooperação do país com os EUA. Coreia do Norte e EUA permanecem tecnicamente em guerra porque os combates de 1950-1953 terminaram com um armistício, e não um tratado de paz. Mas de 1996 a 2005, equipes de busca militar conjunta dos EUA e Coreia do Norte conduziram 33 operações de recuperação e resgataram 229 conjuntos de restos mortais americanos. O documento assinado na terça-feira inclui a retomada dos trabalhos para repatriar os restos mortais dos prisioneiros desaparecidos no conflito.

Trump: "Eu me lembro de ouvir no rádio sobre um evento nuclear que ocorreu - 8,8 na escala Richter. Anunciaram um terremoto enorme, sabe, que um terremoto tinha ocorrido na Ásia. Disseram que era na Coreia do Norte e então descobriram que era um teste nuclear. Eu nunca tinha ouvido falar de uma escala Richter na casa de oito."

Fato: A Coreia do Norte não teve nenhum terremoto no ano passado neste nível de severidade. Esta não é a primeira vez que Trump deturpa o episódio. Em setembro, o país testou o que chamou de bomba de hidrogênio, causando um abalo subterrâneo tão forte que foi registrado como um terremoto de magnitude 6,3 graus. Outros testes nucleares no ano passado foram associados a eventos sísmicos menores. Um terremoto de escala 8,8 seria 316 vezes maior e liberaria 5,6 mil vezes mais energia do que um de escala 6,3. / AP

O encontro de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura

1 | 31

Coreia do Norte

Foto: AFP Photo/Saul Loeb
2 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Evan Vucci
3 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Evan Vucci
4 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
5 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Saul Loeb/AFP
6 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Tyrone Siu
7 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
8 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
9 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
10 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Bloomberg photo by SeongJoon Cho
11 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
12 | 31

O encontro entre Kim e Trump

Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
13 | 31

Trump e Kim se reúnem em hotel em Cingapura.

Foto: Saul Loeb/AFP
14 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
15 | 31

Coreia do Norte

Foto: AFP PHOTO / Jung Yeon-je
16 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
17 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Saul Loeb/AFP
18 | 31

Coreia do Norte

Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
19 | 31

O encontro entre Trump e Kim Jong-un

Foto: REUTERS/Toya Sarno Jordan
20 | 31

O encontro de Trump e Kim Jong-un

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
21 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
22 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: KCNA via REUTERS
23 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: Doug Mills/The New York Times
24 | 31

Fazendo história

25 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: AP Photo/Wong Maye-E
26 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
27 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
28 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
29 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
30 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
31 | 31

O encontro entre Trump e Kim

Foto: REUTERS/Athit Perawongmetha

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.