Artigo: Como a Rússia se beneficia com o WikiLeaks


Putin, que entrou em atrito várias vezes com Hillary quando ela era secretária de Estado de Obama

Por JO BECKER, STEVEN ERLANGER e ERIC SCHMITT

Editor do WikiLeaks, Julian Assange ganhou fama global em 2010 ao divulgar enormes quantidades de mensagens altamente secretas dos Estados Unidos, mostrando os bastidores das guerras do Afeganistão e Iraque e manobras diplomáticas do país, às vezes, cínicas, em todo o mundo. 

No entanto, uma ausência notável nas críticas de Assange é uma outra superpotência, a Rússia, e seu presidente, Vladimir Putin, que dificilmente se enquadrariam no ideal de transparência de Assange. O governo de Putin ataca duramente a dissidência – espionando, prendendo e, segundo críticos, às vezes assassinando opositores – enquanto consolida o controle da mídia e da internet. 

Assange concede entrevista na embaixada do Equador em Londres em agosto de 2014 Foto: REUTERS/John Stillwell/Pool
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Agora, Assange e WikiLeaks estão de volta aos holofotes, sacudindo o panorama internacional com novas revelações e a promessa de que vem mais por aí. 

Em julho, o WikiLeaks divulgou 20 mil e-mails do Comitê Nacional Democrata. Funcionários americanos acreditam, com alto grau de probabilidade, que o material do Partido Democrata tenha sido hackeado pelo governo russo, suspeitando o mesmo em relação aos códigos. Isso leva a uma indagação: terá o WikiLeaks se tornado um veículo para “lavar” material comprometedor reunido pela espionagem russa? E, ainda: qual a relação entre Assange e o Kremlin de Putin? 

Essas perguntas ganham importância ao sugerirem o proeminente papel da Rússia na corrida presidencial americana. Putin, que entrou em atrito várias vezes com Hillary quando ela era secretária de Estado, elogiou publicamente Trump – que devolveu o cumprimento propondo relações mais próximas com a Rússia e falando bem da anexação da Crimeia por Putin. 

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Em entrevista exclusiva ao jornal "Estado", Julian Assange, editor do WikiLeaks, afirma que possui um "material muito interessante" sobre o Brasil

No início do WikiLeaks, Assange informou que estava motivado pelo desejo de usar “a criptografia para proteger os direitos humanos”, com foque em governos autoritários como o da Rússia. 

Mas um exame do New York Times das atividades do WikiLeaks durante os anos de Assange no exílio constatou um quadro diferente: seja por convicção, conveniência ou coincidência, os vazamentos do WikiLeaks, ao lado de muitas declarações de Assange, têm com frequência favorecido a Rússia em detrimento do Ocidente. 

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Ao NYT, Assange disse que Hillary e os democratas estavam “brandindo em relação à Rússia uma histeria neomacarthista”. Não há “provas concretas” de que o material que o WikiLeaks publica venha de agências de informações, afirmou ele. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

Editor do WikiLeaks, Julian Assange ganhou fama global em 2010 ao divulgar enormes quantidades de mensagens altamente secretas dos Estados Unidos, mostrando os bastidores das guerras do Afeganistão e Iraque e manobras diplomáticas do país, às vezes, cínicas, em todo o mundo. 

No entanto, uma ausência notável nas críticas de Assange é uma outra superpotência, a Rússia, e seu presidente, Vladimir Putin, que dificilmente se enquadrariam no ideal de transparência de Assange. O governo de Putin ataca duramente a dissidência – espionando, prendendo e, segundo críticos, às vezes assassinando opositores – enquanto consolida o controle da mídia e da internet. 

Assange concede entrevista na embaixada do Equador em Londres em agosto de 2014 Foto: REUTERS/John Stillwell/Pool

Agora, Assange e WikiLeaks estão de volta aos holofotes, sacudindo o panorama internacional com novas revelações e a promessa de que vem mais por aí. 

Em julho, o WikiLeaks divulgou 20 mil e-mails do Comitê Nacional Democrata. Funcionários americanos acreditam, com alto grau de probabilidade, que o material do Partido Democrata tenha sido hackeado pelo governo russo, suspeitando o mesmo em relação aos códigos. Isso leva a uma indagação: terá o WikiLeaks se tornado um veículo para “lavar” material comprometedor reunido pela espionagem russa? E, ainda: qual a relação entre Assange e o Kremlin de Putin? 

Essas perguntas ganham importância ao sugerirem o proeminente papel da Rússia na corrida presidencial americana. Putin, que entrou em atrito várias vezes com Hillary quando ela era secretária de Estado, elogiou publicamente Trump – que devolveu o cumprimento propondo relações mais próximas com a Rússia e falando bem da anexação da Crimeia por Putin. 

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Em entrevista exclusiva ao jornal "Estado", Julian Assange, editor do WikiLeaks, afirma que possui um "material muito interessante" sobre o Brasil

No início do WikiLeaks, Assange informou que estava motivado pelo desejo de usar “a criptografia para proteger os direitos humanos”, com foque em governos autoritários como o da Rússia. 

Mas um exame do New York Times das atividades do WikiLeaks durante os anos de Assange no exílio constatou um quadro diferente: seja por convicção, conveniência ou coincidência, os vazamentos do WikiLeaks, ao lado de muitas declarações de Assange, têm com frequência favorecido a Rússia em detrimento do Ocidente. 

Ao NYT, Assange disse que Hillary e os democratas estavam “brandindo em relação à Rússia uma histeria neomacarthista”. Não há “provas concretas” de que o material que o WikiLeaks publica venha de agências de informações, afirmou ele. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

Editor do WikiLeaks, Julian Assange ganhou fama global em 2010 ao divulgar enormes quantidades de mensagens altamente secretas dos Estados Unidos, mostrando os bastidores das guerras do Afeganistão e Iraque e manobras diplomáticas do país, às vezes, cínicas, em todo o mundo. 

No entanto, uma ausência notável nas críticas de Assange é uma outra superpotência, a Rússia, e seu presidente, Vladimir Putin, que dificilmente se enquadrariam no ideal de transparência de Assange. O governo de Putin ataca duramente a dissidência – espionando, prendendo e, segundo críticos, às vezes assassinando opositores – enquanto consolida o controle da mídia e da internet. 

Assange concede entrevista na embaixada do Equador em Londres em agosto de 2014 Foto: REUTERS/John Stillwell/Pool

Agora, Assange e WikiLeaks estão de volta aos holofotes, sacudindo o panorama internacional com novas revelações e a promessa de que vem mais por aí. 

Em julho, o WikiLeaks divulgou 20 mil e-mails do Comitê Nacional Democrata. Funcionários americanos acreditam, com alto grau de probabilidade, que o material do Partido Democrata tenha sido hackeado pelo governo russo, suspeitando o mesmo em relação aos códigos. Isso leva a uma indagação: terá o WikiLeaks se tornado um veículo para “lavar” material comprometedor reunido pela espionagem russa? E, ainda: qual a relação entre Assange e o Kremlin de Putin? 

Essas perguntas ganham importância ao sugerirem o proeminente papel da Rússia na corrida presidencial americana. Putin, que entrou em atrito várias vezes com Hillary quando ela era secretária de Estado, elogiou publicamente Trump – que devolveu o cumprimento propondo relações mais próximas com a Rússia e falando bem da anexação da Crimeia por Putin. 

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Em entrevista exclusiva ao jornal "Estado", Julian Assange, editor do WikiLeaks, afirma que possui um "material muito interessante" sobre o Brasil

No início do WikiLeaks, Assange informou que estava motivado pelo desejo de usar “a criptografia para proteger os direitos humanos”, com foque em governos autoritários como o da Rússia. 

Mas um exame do New York Times das atividades do WikiLeaks durante os anos de Assange no exílio constatou um quadro diferente: seja por convicção, conveniência ou coincidência, os vazamentos do WikiLeaks, ao lado de muitas declarações de Assange, têm com frequência favorecido a Rússia em detrimento do Ocidente. 

Ao NYT, Assange disse que Hillary e os democratas estavam “brandindo em relação à Rússia uma histeria neomacarthista”. Não há “provas concretas” de que o material que o WikiLeaks publica venha de agências de informações, afirmou ele. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

Editor do WikiLeaks, Julian Assange ganhou fama global em 2010 ao divulgar enormes quantidades de mensagens altamente secretas dos Estados Unidos, mostrando os bastidores das guerras do Afeganistão e Iraque e manobras diplomáticas do país, às vezes, cínicas, em todo o mundo. 

No entanto, uma ausência notável nas críticas de Assange é uma outra superpotência, a Rússia, e seu presidente, Vladimir Putin, que dificilmente se enquadrariam no ideal de transparência de Assange. O governo de Putin ataca duramente a dissidência – espionando, prendendo e, segundo críticos, às vezes assassinando opositores – enquanto consolida o controle da mídia e da internet. 

Assange concede entrevista na embaixada do Equador em Londres em agosto de 2014 Foto: REUTERS/John Stillwell/Pool

Agora, Assange e WikiLeaks estão de volta aos holofotes, sacudindo o panorama internacional com novas revelações e a promessa de que vem mais por aí. 

Em julho, o WikiLeaks divulgou 20 mil e-mails do Comitê Nacional Democrata. Funcionários americanos acreditam, com alto grau de probabilidade, que o material do Partido Democrata tenha sido hackeado pelo governo russo, suspeitando o mesmo em relação aos códigos. Isso leva a uma indagação: terá o WikiLeaks se tornado um veículo para “lavar” material comprometedor reunido pela espionagem russa? E, ainda: qual a relação entre Assange e o Kremlin de Putin? 

Essas perguntas ganham importância ao sugerirem o proeminente papel da Rússia na corrida presidencial americana. Putin, que entrou em atrito várias vezes com Hillary quando ela era secretária de Estado, elogiou publicamente Trump – que devolveu o cumprimento propondo relações mais próximas com a Rússia e falando bem da anexação da Crimeia por Putin. 

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Em entrevista exclusiva ao jornal "Estado", Julian Assange, editor do WikiLeaks, afirma que possui um "material muito interessante" sobre o Brasil

No início do WikiLeaks, Assange informou que estava motivado pelo desejo de usar “a criptografia para proteger os direitos humanos”, com foque em governos autoritários como o da Rússia. 

Mas um exame do New York Times das atividades do WikiLeaks durante os anos de Assange no exílio constatou um quadro diferente: seja por convicção, conveniência ou coincidência, os vazamentos do WikiLeaks, ao lado de muitas declarações de Assange, têm com frequência favorecido a Rússia em detrimento do Ocidente. 

Ao NYT, Assange disse que Hillary e os democratas estavam “brandindo em relação à Rússia uma histeria neomacarthista”. Não há “provas concretas” de que o material que o WikiLeaks publica venha de agências de informações, afirmou ele. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

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