Artigo: Estratégia de Steve Bannon para vencer


Plano do Partido Republicano parece ser o de transformar a eleição de meio de mandato em uma série de disputas locais

Por FAREED ZAKARIA
Atualização:

O Partido Republicano está enfrentando débeis perspectivas nas próximas eleições de meio de mandato. Mas não precisa ser assim, diz Steve Bannon, o principal ideólogo da onda populista que levou Donald Trump à Casa Branca. “Se os republicanos continuarem no rumo em que estão”, disse-me Bannon na quinta-feira, “perderão 40 cadeiras na Câmara e o presidente Trump será destituído”.

+ Bannon se retrata por declarações sobre filho de Trump em livro

Steve Bannonfoi um personagempoderosona campanha eleitoral e no governo durante os primeiros meses, defendendo um nacionalismo de linha dura e abalando a política nacional e internacional dos EUA Foto: Jim Lo Scalzo/EFE
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Ele apresentou uma alternativa que me parece inteligente, e é uma estratégia que o próprio Trump parece instintivamente entender. Bannon estava em Roma para dar apoio à insólita coalizão de populistas e nacionalistas que, juntos, conquistaram metade dos votos na recente eleição italiana. Bannon encara esse tipo de coalizão – uma mistura de esquerda e direita, idosos e jovens – como sua meta para os EUA. “A Europa está mais ou menos um ano à frente dos EUA.

Podemos ver movimentos populistas e nacionalistas com a reforma (aqui). Pode-se começar por ver os adeptos de Bernie Sanders unidos à mobilização de Trump que realmente se torna uma força política dominante na política americana. (Esta coluna tem como base uma entrevista transmitida ao vivo comigo na CNN e uma conversa posterior.)

A estratégia do Partido Republicano, por enquanto, parece ser a de transformar a eleição de metade do mandato do presidente, numa série de disputas locais com foco no corte de impostos e na economia saudável. Bannon encara isso como fundamentalmente equivocado. “É preciso nacionalizar a eleição”, disse. Bannon entende que os eleitores são movidos mais por instinto do que pelo raciocínio para uma análise instável sobre impostos. “Esta será uma (eleição) emocional – ou você está com Nancy Pelosi (líder democrata na Câmara) ou com Donald Trump. A segunda corrida presidencial de Trump será em 6 de novembro.”

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Bannon está mais focado na questão da imigração, pois atinge tanto corações quanto mentes. “A imigração não se refere apenas à soberania. É sobre empregos.” Ele acredita que a coalizão Trump pode atrair mais de um terço dos adeptos de Bernie Sanders, que vêm o comércio e a imigração como responsáveis por criar uma concorrência desleal para empregos, particularmente para os negros e hispânicos da classe trabalhadora.

Ele defende que se faça um apelo direto a tais eleitores: “Você não vai ser capaz de levar a comunidade hispânica e negra do sistema STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) que é ensinado na escola primária, às nossas melhores escolas de engenharia. Para os grandes empregos no Vale do Silício, a menos que se comece a limitar a concessão dos vistos H-1B (de trabalhos temporários para estrangeiros com baixa escolarização) e essa concorrência desleal do leste da Ásia e do sul da Ásia.”

Agora isso me parece totalmente errado. A razão pela qual não há suficientes alunos negros e de origem hispânica no Vale do Silício tem muito mais a ver com um sistema educacional lamentável, especialmente para as crianças mais pobres, do que o modesto número de imigrantes asiáticos qualificados que recebem vistos de trabalho. O resultado mais provável de limitar esses vistos é que os imigrantes mais talentosos simplesmente irão para outros lugares e criarão empresas de sucesso. E, de fato, existem muitas evidências de que isso já está acontecendo.

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As livrarias de Washington tiveram um movimento intenso nesta sexta-feira com o lançamento do livro "Fire and Fury: Inside the Trump White House", de Michael Wolff, sobre o primeiro ano de Donald Trump na Casa Branca.

Mas Bannon está correto de que esta é uma estratégia eleitoral brilhante. A ideia de maiores controles de imigração tem inegável apelo generalizado. O Partido Democrata está muito à esquerda em muitas dessas questões o que só reforça a imagem de um partido mais preocupado com etnia, identidade e multiculturalismo do que o Estado de direito.

Onde Bannon é analítico e histórico, Trump é instintivo. Mas o presidente parece ver a situação da mesma forma. Escrevi no mês passado que Trump tentaria usar a imigração nas eleições de meio de mandato e acrescentei: “Não se surpreenda se Trump também se decidir por alguns confrontos com atletas negros”. Nas últimas semanas, o presidente sugeriu que os jogadores de futebol que protestam em silêncio pela violência policial contra os negros deveriam deixar o país.

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Bannon acha que Trump está apenas começando a nacionalizar a eleição em torno da imigração. Ele prevê que a próxima grande batalha será sobre o muro proposto ao longo da fronteira entre os EUA e o México. “O muro não é apenas um símbolo emblemático. O paredão é absolutamente fundamental para seu programa.”

Infelizmente, mas não com surpresa, Bannon não acha que a luta e o rancor nos EUA vão desvanecer tão cedo. “A batalha entre os nacionalistas e os favoráveis à globalização está nas raízes fundamentais do que os EUA são e do que serão”, afirmou. “Isso é muito saudável, e acho que vai durar muito tempo. Temos muito mais brigas e muito mais cicatrizes para superar.” / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

O Partido Republicano está enfrentando débeis perspectivas nas próximas eleições de meio de mandato. Mas não precisa ser assim, diz Steve Bannon, o principal ideólogo da onda populista que levou Donald Trump à Casa Branca. “Se os republicanos continuarem no rumo em que estão”, disse-me Bannon na quinta-feira, “perderão 40 cadeiras na Câmara e o presidente Trump será destituído”.

+ Bannon se retrata por declarações sobre filho de Trump em livro

Steve Bannonfoi um personagempoderosona campanha eleitoral e no governo durante os primeiros meses, defendendo um nacionalismo de linha dura e abalando a política nacional e internacional dos EUA Foto: Jim Lo Scalzo/EFE

Ele apresentou uma alternativa que me parece inteligente, e é uma estratégia que o próprio Trump parece instintivamente entender. Bannon estava em Roma para dar apoio à insólita coalizão de populistas e nacionalistas que, juntos, conquistaram metade dos votos na recente eleição italiana. Bannon encara esse tipo de coalizão – uma mistura de esquerda e direita, idosos e jovens – como sua meta para os EUA. “A Europa está mais ou menos um ano à frente dos EUA.

Podemos ver movimentos populistas e nacionalistas com a reforma (aqui). Pode-se começar por ver os adeptos de Bernie Sanders unidos à mobilização de Trump que realmente se torna uma força política dominante na política americana. (Esta coluna tem como base uma entrevista transmitida ao vivo comigo na CNN e uma conversa posterior.)

A estratégia do Partido Republicano, por enquanto, parece ser a de transformar a eleição de metade do mandato do presidente, numa série de disputas locais com foco no corte de impostos e na economia saudável. Bannon encara isso como fundamentalmente equivocado. “É preciso nacionalizar a eleição”, disse. Bannon entende que os eleitores são movidos mais por instinto do que pelo raciocínio para uma análise instável sobre impostos. “Esta será uma (eleição) emocional – ou você está com Nancy Pelosi (líder democrata na Câmara) ou com Donald Trump. A segunda corrida presidencial de Trump será em 6 de novembro.”

Bannon está mais focado na questão da imigração, pois atinge tanto corações quanto mentes. “A imigração não se refere apenas à soberania. É sobre empregos.” Ele acredita que a coalizão Trump pode atrair mais de um terço dos adeptos de Bernie Sanders, que vêm o comércio e a imigração como responsáveis por criar uma concorrência desleal para empregos, particularmente para os negros e hispânicos da classe trabalhadora.

Ele defende que se faça um apelo direto a tais eleitores: “Você não vai ser capaz de levar a comunidade hispânica e negra do sistema STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) que é ensinado na escola primária, às nossas melhores escolas de engenharia. Para os grandes empregos no Vale do Silício, a menos que se comece a limitar a concessão dos vistos H-1B (de trabalhos temporários para estrangeiros com baixa escolarização) e essa concorrência desleal do leste da Ásia e do sul da Ásia.”

Agora isso me parece totalmente errado. A razão pela qual não há suficientes alunos negros e de origem hispânica no Vale do Silício tem muito mais a ver com um sistema educacional lamentável, especialmente para as crianças mais pobres, do que o modesto número de imigrantes asiáticos qualificados que recebem vistos de trabalho. O resultado mais provável de limitar esses vistos é que os imigrantes mais talentosos simplesmente irão para outros lugares e criarão empresas de sucesso. E, de fato, existem muitas evidências de que isso já está acontecendo.

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Mas Bannon está correto de que esta é uma estratégia eleitoral brilhante. A ideia de maiores controles de imigração tem inegável apelo generalizado. O Partido Democrata está muito à esquerda em muitas dessas questões o que só reforça a imagem de um partido mais preocupado com etnia, identidade e multiculturalismo do que o Estado de direito.

Onde Bannon é analítico e histórico, Trump é instintivo. Mas o presidente parece ver a situação da mesma forma. Escrevi no mês passado que Trump tentaria usar a imigração nas eleições de meio de mandato e acrescentei: “Não se surpreenda se Trump também se decidir por alguns confrontos com atletas negros”. Nas últimas semanas, o presidente sugeriu que os jogadores de futebol que protestam em silêncio pela violência policial contra os negros deveriam deixar o país.

Bannon acha que Trump está apenas começando a nacionalizar a eleição em torno da imigração. Ele prevê que a próxima grande batalha será sobre o muro proposto ao longo da fronteira entre os EUA e o México. “O muro não é apenas um símbolo emblemático. O paredão é absolutamente fundamental para seu programa.”

Infelizmente, mas não com surpresa, Bannon não acha que a luta e o rancor nos EUA vão desvanecer tão cedo. “A batalha entre os nacionalistas e os favoráveis à globalização está nas raízes fundamentais do que os EUA são e do que serão”, afirmou. “Isso é muito saudável, e acho que vai durar muito tempo. Temos muito mais brigas e muito mais cicatrizes para superar.” / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

O Partido Republicano está enfrentando débeis perspectivas nas próximas eleições de meio de mandato. Mas não precisa ser assim, diz Steve Bannon, o principal ideólogo da onda populista que levou Donald Trump à Casa Branca. “Se os republicanos continuarem no rumo em que estão”, disse-me Bannon na quinta-feira, “perderão 40 cadeiras na Câmara e o presidente Trump será destituído”.

+ Bannon se retrata por declarações sobre filho de Trump em livro

Steve Bannonfoi um personagempoderosona campanha eleitoral e no governo durante os primeiros meses, defendendo um nacionalismo de linha dura e abalando a política nacional e internacional dos EUA Foto: Jim Lo Scalzo/EFE

Ele apresentou uma alternativa que me parece inteligente, e é uma estratégia que o próprio Trump parece instintivamente entender. Bannon estava em Roma para dar apoio à insólita coalizão de populistas e nacionalistas que, juntos, conquistaram metade dos votos na recente eleição italiana. Bannon encara esse tipo de coalizão – uma mistura de esquerda e direita, idosos e jovens – como sua meta para os EUA. “A Europa está mais ou menos um ano à frente dos EUA.

Podemos ver movimentos populistas e nacionalistas com a reforma (aqui). Pode-se começar por ver os adeptos de Bernie Sanders unidos à mobilização de Trump que realmente se torna uma força política dominante na política americana. (Esta coluna tem como base uma entrevista transmitida ao vivo comigo na CNN e uma conversa posterior.)

A estratégia do Partido Republicano, por enquanto, parece ser a de transformar a eleição de metade do mandato do presidente, numa série de disputas locais com foco no corte de impostos e na economia saudável. Bannon encara isso como fundamentalmente equivocado. “É preciso nacionalizar a eleição”, disse. Bannon entende que os eleitores são movidos mais por instinto do que pelo raciocínio para uma análise instável sobre impostos. “Esta será uma (eleição) emocional – ou você está com Nancy Pelosi (líder democrata na Câmara) ou com Donald Trump. A segunda corrida presidencial de Trump será em 6 de novembro.”

Bannon está mais focado na questão da imigração, pois atinge tanto corações quanto mentes. “A imigração não se refere apenas à soberania. É sobre empregos.” Ele acredita que a coalizão Trump pode atrair mais de um terço dos adeptos de Bernie Sanders, que vêm o comércio e a imigração como responsáveis por criar uma concorrência desleal para empregos, particularmente para os negros e hispânicos da classe trabalhadora.

Ele defende que se faça um apelo direto a tais eleitores: “Você não vai ser capaz de levar a comunidade hispânica e negra do sistema STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) que é ensinado na escola primária, às nossas melhores escolas de engenharia. Para os grandes empregos no Vale do Silício, a menos que se comece a limitar a concessão dos vistos H-1B (de trabalhos temporários para estrangeiros com baixa escolarização) e essa concorrência desleal do leste da Ásia e do sul da Ásia.”

Agora isso me parece totalmente errado. A razão pela qual não há suficientes alunos negros e de origem hispânica no Vale do Silício tem muito mais a ver com um sistema educacional lamentável, especialmente para as crianças mais pobres, do que o modesto número de imigrantes asiáticos qualificados que recebem vistos de trabalho. O resultado mais provável de limitar esses vistos é que os imigrantes mais talentosos simplesmente irão para outros lugares e criarão empresas de sucesso. E, de fato, existem muitas evidências de que isso já está acontecendo.

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As livrarias de Washington tiveram um movimento intenso nesta sexta-feira com o lançamento do livro "Fire and Fury: Inside the Trump White House", de Michael Wolff, sobre o primeiro ano de Donald Trump na Casa Branca.

Mas Bannon está correto de que esta é uma estratégia eleitoral brilhante. A ideia de maiores controles de imigração tem inegável apelo generalizado. O Partido Democrata está muito à esquerda em muitas dessas questões o que só reforça a imagem de um partido mais preocupado com etnia, identidade e multiculturalismo do que o Estado de direito.

Onde Bannon é analítico e histórico, Trump é instintivo. Mas o presidente parece ver a situação da mesma forma. Escrevi no mês passado que Trump tentaria usar a imigração nas eleições de meio de mandato e acrescentei: “Não se surpreenda se Trump também se decidir por alguns confrontos com atletas negros”. Nas últimas semanas, o presidente sugeriu que os jogadores de futebol que protestam em silêncio pela violência policial contra os negros deveriam deixar o país.

Bannon acha que Trump está apenas começando a nacionalizar a eleição em torno da imigração. Ele prevê que a próxima grande batalha será sobre o muro proposto ao longo da fronteira entre os EUA e o México. “O muro não é apenas um símbolo emblemático. O paredão é absolutamente fundamental para seu programa.”

Infelizmente, mas não com surpresa, Bannon não acha que a luta e o rancor nos EUA vão desvanecer tão cedo. “A batalha entre os nacionalistas e os favoráveis à globalização está nas raízes fundamentais do que os EUA são e do que serão”, afirmou. “Isso é muito saudável, e acho que vai durar muito tempo. Temos muito mais brigas e muito mais cicatrizes para superar.” / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

O Partido Republicano está enfrentando débeis perspectivas nas próximas eleições de meio de mandato. Mas não precisa ser assim, diz Steve Bannon, o principal ideólogo da onda populista que levou Donald Trump à Casa Branca. “Se os republicanos continuarem no rumo em que estão”, disse-me Bannon na quinta-feira, “perderão 40 cadeiras na Câmara e o presidente Trump será destituído”.

+ Bannon se retrata por declarações sobre filho de Trump em livro

Steve Bannonfoi um personagempoderosona campanha eleitoral e no governo durante os primeiros meses, defendendo um nacionalismo de linha dura e abalando a política nacional e internacional dos EUA Foto: Jim Lo Scalzo/EFE

Ele apresentou uma alternativa que me parece inteligente, e é uma estratégia que o próprio Trump parece instintivamente entender. Bannon estava em Roma para dar apoio à insólita coalizão de populistas e nacionalistas que, juntos, conquistaram metade dos votos na recente eleição italiana. Bannon encara esse tipo de coalizão – uma mistura de esquerda e direita, idosos e jovens – como sua meta para os EUA. “A Europa está mais ou menos um ano à frente dos EUA.

Podemos ver movimentos populistas e nacionalistas com a reforma (aqui). Pode-se começar por ver os adeptos de Bernie Sanders unidos à mobilização de Trump que realmente se torna uma força política dominante na política americana. (Esta coluna tem como base uma entrevista transmitida ao vivo comigo na CNN e uma conversa posterior.)

A estratégia do Partido Republicano, por enquanto, parece ser a de transformar a eleição de metade do mandato do presidente, numa série de disputas locais com foco no corte de impostos e na economia saudável. Bannon encara isso como fundamentalmente equivocado. “É preciso nacionalizar a eleição”, disse. Bannon entende que os eleitores são movidos mais por instinto do que pelo raciocínio para uma análise instável sobre impostos. “Esta será uma (eleição) emocional – ou você está com Nancy Pelosi (líder democrata na Câmara) ou com Donald Trump. A segunda corrida presidencial de Trump será em 6 de novembro.”

Bannon está mais focado na questão da imigração, pois atinge tanto corações quanto mentes. “A imigração não se refere apenas à soberania. É sobre empregos.” Ele acredita que a coalizão Trump pode atrair mais de um terço dos adeptos de Bernie Sanders, que vêm o comércio e a imigração como responsáveis por criar uma concorrência desleal para empregos, particularmente para os negros e hispânicos da classe trabalhadora.

Ele defende que se faça um apelo direto a tais eleitores: “Você não vai ser capaz de levar a comunidade hispânica e negra do sistema STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) que é ensinado na escola primária, às nossas melhores escolas de engenharia. Para os grandes empregos no Vale do Silício, a menos que se comece a limitar a concessão dos vistos H-1B (de trabalhos temporários para estrangeiros com baixa escolarização) e essa concorrência desleal do leste da Ásia e do sul da Ásia.”

Agora isso me parece totalmente errado. A razão pela qual não há suficientes alunos negros e de origem hispânica no Vale do Silício tem muito mais a ver com um sistema educacional lamentável, especialmente para as crianças mais pobres, do que o modesto número de imigrantes asiáticos qualificados que recebem vistos de trabalho. O resultado mais provável de limitar esses vistos é que os imigrantes mais talentosos simplesmente irão para outros lugares e criarão empresas de sucesso. E, de fato, existem muitas evidências de que isso já está acontecendo.

Seu navegador não suporta esse video.

As livrarias de Washington tiveram um movimento intenso nesta sexta-feira com o lançamento do livro "Fire and Fury: Inside the Trump White House", de Michael Wolff, sobre o primeiro ano de Donald Trump na Casa Branca.

Mas Bannon está correto de que esta é uma estratégia eleitoral brilhante. A ideia de maiores controles de imigração tem inegável apelo generalizado. O Partido Democrata está muito à esquerda em muitas dessas questões o que só reforça a imagem de um partido mais preocupado com etnia, identidade e multiculturalismo do que o Estado de direito.

Onde Bannon é analítico e histórico, Trump é instintivo. Mas o presidente parece ver a situação da mesma forma. Escrevi no mês passado que Trump tentaria usar a imigração nas eleições de meio de mandato e acrescentei: “Não se surpreenda se Trump também se decidir por alguns confrontos com atletas negros”. Nas últimas semanas, o presidente sugeriu que os jogadores de futebol que protestam em silêncio pela violência policial contra os negros deveriam deixar o país.

Bannon acha que Trump está apenas começando a nacionalizar a eleição em torno da imigração. Ele prevê que a próxima grande batalha será sobre o muro proposto ao longo da fronteira entre os EUA e o México. “O muro não é apenas um símbolo emblemático. O paredão é absolutamente fundamental para seu programa.”

Infelizmente, mas não com surpresa, Bannon não acha que a luta e o rancor nos EUA vão desvanecer tão cedo. “A batalha entre os nacionalistas e os favoráveis à globalização está nas raízes fundamentais do que os EUA são e do que serão”, afirmou. “Isso é muito saudável, e acho que vai durar muito tempo. Temos muito mais brigas e muito mais cicatrizes para superar.” / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

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