DAMASCO - O presidente da Síria, Bashar Assad, disse não haver "nenhuma opção além da vitória" na guerra civil do país, afirmando, em uma entrevista publicada nesta quinta-feira, 6, por um jornal da Croácia que o governo não conseguiu "obter resultados" com os grupos de oposição que participaram de conversas de paz recentes.
A entrevista ao diário Vecernji List parece ter sido realizada antes de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusar Assad de ultrapassar muitos limites com um ataque químico na terça-feira atribuído pelos americanos e por outros governos ao regime sírio.
Assad não foi questionado sobre o ataque na cidade de Khan Shikhoun, no noroeste sírio, como mostrou um texto da conversa publicado pela agência estatal de notícias síria Sana. O governo negou enfaticamente qualquer envolvimento.
Após mais de seis anos de conflito, o presidente sírio aparenta estar militarmente inatacável nas áreas do oeste do país onde se fortificou com a ajuda decisiva dos militares da Rússia e de milícias apoiadas pelo Irã vindas de toda a região.
A entrevista ressalta a confiança de Assad, que reiterou sua meta de impor uma derrota total à insurgência. Ele também reafirmou sua rejeição do federalismo almejado por grupos curdos no norte da Síria.
"Como disse algum tempo atrás, temos uma grande esperança que está se tornando maior; e esta esperança se baseia em nossa confiança, pois sem confiança não haveria nenhuma esperança. Seja como for, não temos nenhuma outra opção além da vitória".
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"Se não vencermos esta guerra, significa que a Síria será apagada do mapa. Não temos escolha ao enfrentar esta guerra, e é por isso que estamos confiantes, somos persistentes e estamos determinados", afirmou.
Nas últimas semanas os insurgentes realizaram duas de suas ofensivas mais ousadas em muitos meses, atacando em Damasco e o norte da cidade de Hama, controlada pelo governo. O Exército diz que os dois ataques foram repelidos.
Assad, citando as incursões rebeldes recentes, disse que "a oposição que existe é uma oposição jihadista no sentido pervertido da jihad". "É por isso que, na prática, não podemos chegar a nenhum resultado de fato (nas conversas) com esta parte da oposição". / REUTERS