PARIS - O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, declarou na tarde desta sexta-feira, 25, que o ataque ocorrido mais cedo em Paris foi "claramente um ato de terrorismo islâmico". Pelo menos duas pessoas ficaram feridas em um ataque a faca, ocorrido perto da antiga sede do jornal satírico Charlie Hebdo.
O ataque aconteceu no momento em que ocorre o julgamento dos atentados de janeiro de 2015, no qual um dos alvos foi o veículo de imprensa. Dois suspeitos foram presos.
"É a rua onde ficava o Charlie Hebdo, é o modo de operar dos terroristas islamitas, está claro, sem dúvida alguma, que é um novo ataque sangrento contra nosso país", disse o ministro à rede de TV France 2. O jornal Le Parisien noticiou que o caso vem sendo tratado como emergência absoluta pelas autoridades de segurança do país.
Um gabinete de crise foi formado, com a participação do primeiro-ministro Jean Castex e Darmanin, para acompanhar os desdobramentos. Durante a tarde (manhã, no Brasil), a unidade de contraterrorismo francesa abriu uma investigação para averiguar se houve participação de grupos terroristas.
O primeiro suspeito foi preso por volta das 12h30, horário local (7h30, horário de Brasília), nas proximidades da Bastilha. De acordo com pronunciamentos da promotoria antiterrorismo da França e do próprio primeiro-ministro, um segundo suspeito também foi preso. Apesar de não revelarem as identidades, as autoridades apontam que um deles seria o autor do ataque em si, enquanto o outro teria auxiliado.
Fontes policiais revelaram a jornalistas da agência de notícias Reuters que um facão e um cutelo foram encontrados na área. Também no local do incidente foi encontrado um pacote. As forças de segurança trataram o caso, inicialmente, como uma suspeita de bomba. Apesar disso, horas mais tarde, o laboratório central da polícia parisiense descartou a hipótese.
Equipes de elite da polícia francesa bloquearam ruas ao redor da cena do crime e chegaram a retirar os alunos de nove escolas enquanto as buscas pelos suspeitos ocorria. Uma recomendação foi emitida durante a operação para que as pessoas evitassem trafegar pela região./ AFP, REUTERS, AP E LE PARISIEN