Cada vez mais isolado, Assad ameaça o Ocidente


A ditadura em Damasco está inquieta e as potências ocidentais deveriam criar coragem para aumentar a pressão sobre o governo sírio

Por GILLES, LAPOUGE, É CORRESPONDENTE EM PARIS, GILLES, LAPOUGE e É CORRESPONDENTE EM PARIS

ArtigoEm declaração ao jornal britânico Sunday Telegraph, Bashar Assad fez uma ameaça ao Ocidente. "Querem abraçar um outro Afeganistão?", questionou. "Ou gostariam de dezenas de Afeganistões?" Assad não é um falastrão. Há sete meses, milhões de pessoas revoltadas atacam seu regime. Ele se cala. Os revoltosos, heróis que desafiam um Estado que os abate, não são ouvidos por uma simples razão: o poder rechaçou todos os jornalistas estrangeiros. Na Síria - país evoluído, culto, refinado, vivo, encantador -, impera um silêncio assustador. Contudo, por baixo do arame farpado que a estrangula, a Síria deixa passar o alarido do terror, os gritos dos assassinados, os ventos da morte. Mais de 3 mil manifestantes já foram massacrados. Por que o presidente sírio resolveu se manifestar e lançar esses ultimatos? Estaria se sentindo com força? Provavelmente não. Suas ameaças deixam transparecer muita incerteza. Até agora, a Síria estava curiosamente protegida pelos combates que se travavam nos outros países da primavera árabe: Tunísia, depois Egito e Líbia. O Ocidente mobilizou-se no caso dos três países, mas não está disposto a comprar uma nova briga no Oriente Médio. O Ocidente não pode se lançar em uma nova guerra contra um adversário mais temido do que a Líbia, correndo o risco de desestabilizar toda uma região na qual Israel está no centro. Hoje, soldados americanos e franceses começam a deixar o Afeganistão e a guerra da Líbia terminou. Conclusão: o Ocidente retomará sua capacidade de ação. A morte miserável de Muamar Kadafi, encurralado por seus compatriotas, a derrota de Zine Abidine Ben Ali, na Tunísia, e de Hosni Mubarak, no Egito, deixaram os ditadores da região preocupados. O heroísmo dos manifestantes sírios e o cinismo dos dirigentes de Damasco, pouco a pouco, levaram a maior parte dos países vizinhos a abandonar a neutralidade - entre eles, Estados árabes e muçulmanos. A Turquia, a maior potência da região, dirigida por um governo islâmico moderado, colocou-se do lado da oposição síria. A Liga Árabe, encarregada de uma mediação, elevou a voz contra Assad. No domingo, após reunião da Liga, em Doha, o premiê do Catar, Hamad bin Jassim bin Jaber al-Thani, reagiu asperamente a Assad e prometeu "uma grande tempestade no Oriente Médio". O secretário-geral da Liga, Nabil al-Arabi, exigiu o fim imediato da violência, a retirada dos tanques das ruas e um diálogo com a oposição. Essa reação dos dirigentes do alto escalão é ainda mais angustiante para os governantes sírios, uma vez que a opinião pública árabe e muçulmana tende a ficar do lado dos revoltosos. Para cidadãos do Marrocos, Líbano, Jordânia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes, Assad é ainda mais desprezível do que o detestado Kadafi. Observamos ainda uma outra mudança considerável: os chineses e os russos, que no início de outubro bloquearam uma resolução na ONU proposta por países ocidentais, também evoluíram. Wu Sike, emissário chinês para o Oriente Médio, exigiu que Damasco ponha fim a essa "situação perigosa". Em Moscou, ainda persiste o apoio ao presidente sírio, mas com relutância. É nesse cenário que devemos decifrar as ameaças proferidas por Assad, como um sinal de inquietação. O Ocidente deverá se sentir encorajado e aumentar a pressão sobre o governo da Síria. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

ArtigoEm declaração ao jornal britânico Sunday Telegraph, Bashar Assad fez uma ameaça ao Ocidente. "Querem abraçar um outro Afeganistão?", questionou. "Ou gostariam de dezenas de Afeganistões?" Assad não é um falastrão. Há sete meses, milhões de pessoas revoltadas atacam seu regime. Ele se cala. Os revoltosos, heróis que desafiam um Estado que os abate, não são ouvidos por uma simples razão: o poder rechaçou todos os jornalistas estrangeiros. Na Síria - país evoluído, culto, refinado, vivo, encantador -, impera um silêncio assustador. Contudo, por baixo do arame farpado que a estrangula, a Síria deixa passar o alarido do terror, os gritos dos assassinados, os ventos da morte. Mais de 3 mil manifestantes já foram massacrados. Por que o presidente sírio resolveu se manifestar e lançar esses ultimatos? Estaria se sentindo com força? Provavelmente não. Suas ameaças deixam transparecer muita incerteza. Até agora, a Síria estava curiosamente protegida pelos combates que se travavam nos outros países da primavera árabe: Tunísia, depois Egito e Líbia. O Ocidente mobilizou-se no caso dos três países, mas não está disposto a comprar uma nova briga no Oriente Médio. O Ocidente não pode se lançar em uma nova guerra contra um adversário mais temido do que a Líbia, correndo o risco de desestabilizar toda uma região na qual Israel está no centro. Hoje, soldados americanos e franceses começam a deixar o Afeganistão e a guerra da Líbia terminou. Conclusão: o Ocidente retomará sua capacidade de ação. A morte miserável de Muamar Kadafi, encurralado por seus compatriotas, a derrota de Zine Abidine Ben Ali, na Tunísia, e de Hosni Mubarak, no Egito, deixaram os ditadores da região preocupados. O heroísmo dos manifestantes sírios e o cinismo dos dirigentes de Damasco, pouco a pouco, levaram a maior parte dos países vizinhos a abandonar a neutralidade - entre eles, Estados árabes e muçulmanos. A Turquia, a maior potência da região, dirigida por um governo islâmico moderado, colocou-se do lado da oposição síria. A Liga Árabe, encarregada de uma mediação, elevou a voz contra Assad. No domingo, após reunião da Liga, em Doha, o premiê do Catar, Hamad bin Jassim bin Jaber al-Thani, reagiu asperamente a Assad e prometeu "uma grande tempestade no Oriente Médio". O secretário-geral da Liga, Nabil al-Arabi, exigiu o fim imediato da violência, a retirada dos tanques das ruas e um diálogo com a oposição. Essa reação dos dirigentes do alto escalão é ainda mais angustiante para os governantes sírios, uma vez que a opinião pública árabe e muçulmana tende a ficar do lado dos revoltosos. Para cidadãos do Marrocos, Líbano, Jordânia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes, Assad é ainda mais desprezível do que o detestado Kadafi. Observamos ainda uma outra mudança considerável: os chineses e os russos, que no início de outubro bloquearam uma resolução na ONU proposta por países ocidentais, também evoluíram. Wu Sike, emissário chinês para o Oriente Médio, exigiu que Damasco ponha fim a essa "situação perigosa". Em Moscou, ainda persiste o apoio ao presidente sírio, mas com relutância. É nesse cenário que devemos decifrar as ameaças proferidas por Assad, como um sinal de inquietação. O Ocidente deverá se sentir encorajado e aumentar a pressão sobre o governo da Síria. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

ArtigoEm declaração ao jornal britânico Sunday Telegraph, Bashar Assad fez uma ameaça ao Ocidente. "Querem abraçar um outro Afeganistão?", questionou. "Ou gostariam de dezenas de Afeganistões?" Assad não é um falastrão. Há sete meses, milhões de pessoas revoltadas atacam seu regime. Ele se cala. Os revoltosos, heróis que desafiam um Estado que os abate, não são ouvidos por uma simples razão: o poder rechaçou todos os jornalistas estrangeiros. Na Síria - país evoluído, culto, refinado, vivo, encantador -, impera um silêncio assustador. Contudo, por baixo do arame farpado que a estrangula, a Síria deixa passar o alarido do terror, os gritos dos assassinados, os ventos da morte. Mais de 3 mil manifestantes já foram massacrados. Por que o presidente sírio resolveu se manifestar e lançar esses ultimatos? Estaria se sentindo com força? Provavelmente não. Suas ameaças deixam transparecer muita incerteza. Até agora, a Síria estava curiosamente protegida pelos combates que se travavam nos outros países da primavera árabe: Tunísia, depois Egito e Líbia. O Ocidente mobilizou-se no caso dos três países, mas não está disposto a comprar uma nova briga no Oriente Médio. O Ocidente não pode se lançar em uma nova guerra contra um adversário mais temido do que a Líbia, correndo o risco de desestabilizar toda uma região na qual Israel está no centro. Hoje, soldados americanos e franceses começam a deixar o Afeganistão e a guerra da Líbia terminou. Conclusão: o Ocidente retomará sua capacidade de ação. A morte miserável de Muamar Kadafi, encurralado por seus compatriotas, a derrota de Zine Abidine Ben Ali, na Tunísia, e de Hosni Mubarak, no Egito, deixaram os ditadores da região preocupados. O heroísmo dos manifestantes sírios e o cinismo dos dirigentes de Damasco, pouco a pouco, levaram a maior parte dos países vizinhos a abandonar a neutralidade - entre eles, Estados árabes e muçulmanos. A Turquia, a maior potência da região, dirigida por um governo islâmico moderado, colocou-se do lado da oposição síria. A Liga Árabe, encarregada de uma mediação, elevou a voz contra Assad. No domingo, após reunião da Liga, em Doha, o premiê do Catar, Hamad bin Jassim bin Jaber al-Thani, reagiu asperamente a Assad e prometeu "uma grande tempestade no Oriente Médio". O secretário-geral da Liga, Nabil al-Arabi, exigiu o fim imediato da violência, a retirada dos tanques das ruas e um diálogo com a oposição. Essa reação dos dirigentes do alto escalão é ainda mais angustiante para os governantes sírios, uma vez que a opinião pública árabe e muçulmana tende a ficar do lado dos revoltosos. Para cidadãos do Marrocos, Líbano, Jordânia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes, Assad é ainda mais desprezível do que o detestado Kadafi. Observamos ainda uma outra mudança considerável: os chineses e os russos, que no início de outubro bloquearam uma resolução na ONU proposta por países ocidentais, também evoluíram. Wu Sike, emissário chinês para o Oriente Médio, exigiu que Damasco ponha fim a essa "situação perigosa". Em Moscou, ainda persiste o apoio ao presidente sírio, mas com relutância. É nesse cenário que devemos decifrar as ameaças proferidas por Assad, como um sinal de inquietação. O Ocidente deverá se sentir encorajado e aumentar a pressão sobre o governo da Síria. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

ArtigoEm declaração ao jornal britânico Sunday Telegraph, Bashar Assad fez uma ameaça ao Ocidente. "Querem abraçar um outro Afeganistão?", questionou. "Ou gostariam de dezenas de Afeganistões?" Assad não é um falastrão. Há sete meses, milhões de pessoas revoltadas atacam seu regime. Ele se cala. Os revoltosos, heróis que desafiam um Estado que os abate, não são ouvidos por uma simples razão: o poder rechaçou todos os jornalistas estrangeiros. Na Síria - país evoluído, culto, refinado, vivo, encantador -, impera um silêncio assustador. Contudo, por baixo do arame farpado que a estrangula, a Síria deixa passar o alarido do terror, os gritos dos assassinados, os ventos da morte. Mais de 3 mil manifestantes já foram massacrados. Por que o presidente sírio resolveu se manifestar e lançar esses ultimatos? Estaria se sentindo com força? Provavelmente não. Suas ameaças deixam transparecer muita incerteza. Até agora, a Síria estava curiosamente protegida pelos combates que se travavam nos outros países da primavera árabe: Tunísia, depois Egito e Líbia. O Ocidente mobilizou-se no caso dos três países, mas não está disposto a comprar uma nova briga no Oriente Médio. O Ocidente não pode se lançar em uma nova guerra contra um adversário mais temido do que a Líbia, correndo o risco de desestabilizar toda uma região na qual Israel está no centro. Hoje, soldados americanos e franceses começam a deixar o Afeganistão e a guerra da Líbia terminou. Conclusão: o Ocidente retomará sua capacidade de ação. A morte miserável de Muamar Kadafi, encurralado por seus compatriotas, a derrota de Zine Abidine Ben Ali, na Tunísia, e de Hosni Mubarak, no Egito, deixaram os ditadores da região preocupados. O heroísmo dos manifestantes sírios e o cinismo dos dirigentes de Damasco, pouco a pouco, levaram a maior parte dos países vizinhos a abandonar a neutralidade - entre eles, Estados árabes e muçulmanos. A Turquia, a maior potência da região, dirigida por um governo islâmico moderado, colocou-se do lado da oposição síria. A Liga Árabe, encarregada de uma mediação, elevou a voz contra Assad. No domingo, após reunião da Liga, em Doha, o premiê do Catar, Hamad bin Jassim bin Jaber al-Thani, reagiu asperamente a Assad e prometeu "uma grande tempestade no Oriente Médio". O secretário-geral da Liga, Nabil al-Arabi, exigiu o fim imediato da violência, a retirada dos tanques das ruas e um diálogo com a oposição. Essa reação dos dirigentes do alto escalão é ainda mais angustiante para os governantes sírios, uma vez que a opinião pública árabe e muçulmana tende a ficar do lado dos revoltosos. Para cidadãos do Marrocos, Líbano, Jordânia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes, Assad é ainda mais desprezível do que o detestado Kadafi. Observamos ainda uma outra mudança considerável: os chineses e os russos, que no início de outubro bloquearam uma resolução na ONU proposta por países ocidentais, também evoluíram. Wu Sike, emissário chinês para o Oriente Médio, exigiu que Damasco ponha fim a essa "situação perigosa". Em Moscou, ainda persiste o apoio ao presidente sírio, mas com relutância. É nesse cenário que devemos decifrar as ameaças proferidas por Assad, como um sinal de inquietação. O Ocidente deverá se sentir encorajado e aumentar a pressão sobre o governo da Síria. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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