Satélites de inteligência dos EUA e de ao menos dois países da Europa detectaram na segunda-feira um aumento da atividade no centro de operações nucleares de Yongbyong, na Coreia do Norte. A instalação tem coordenado as explosões de teste no site atômico de Punggye-ri, na região montanhosa do norte, perto da China.
Um ensaio no subsolo ou, pior, um evento combinado – o disparo de um artefato e o lançamento de um míssil de longo alcance a partir de Bukchang –, é o que o líder Kim Jong-un precisa fazer para, talvez, receber um gigantesco ataque aéreo contra a precária infraestrutura do país; os complexos de pesquisa nuclear no alto da lista.
Um cenário: de 100 a 150 mísseis Tomahawk, de cruzeiro e longo alcance, com 475 kg de explosivos cada um, despejados sobre centrais de energia, redes de comunicações, rodovias e estações digitais de dados, além claro, de bases militares. Na segunda leva, mega bombas de até 14 toneladas, capazes de penetrar 65 metros no solo antes de explodir, destruiriam o complexo estratégico.
Os meios para o bombardeio estão chegando desde sexta-feira à Península Coreana, quando o Grupo de Ataque 1 da Marinha dos EUA entrou na área, já em condição de alerta de combate. É uma flotilha, liderada pelo porta-aviões Carl Vinson, acompanhado por três navios lançadores de sete diferentes tipos de mísseis e torpedos, mais um, eventualmente dois, submarinos.
O Pentágono estuda o envio para a área de um segundo Grupo de Ataque, o número 5, do porta-aviões CVN-76 Ronald Reagan. A base regular do agrupamento é Yokosuka, na entrada da baía de Tóquio. Sem um agravamento da crise regional, o deslocamento só ocorreria depois do dia 13. A titânica presença de dois porta-aviões e seus navios de apoio é um forte fator de dissuasão. O recurso foi empregado com sucesso ali, bem perto. Em 1996, o então presidente Bill Clinton despachou para o Estreito de Taiwan dois Grupos de Ataque, em reação a testes de mísseis realizados pela China considerados ameaçadores para o equilíbrio de forças na Ásia.