MOSCOU - Os relatos de que o presidente dos EUA, Donald Trump, revelou informações altamente secretas sobre uma operação planejada do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) para o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, são "falsos", disse o Ministério de Relações Exteriores russo, segundo a agência de notícias Interfax, nesta terça-feira, 16.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a questão da suposta divulgação de informações por Trump não merece ser confirmada ou negada, qualificando-a de "nonsense".
"Para nós, isso não é uma questão, é nonsense", disse Peskov quando questionado sobre os relatos divulgados pelo jornal The Washington Post. "Não é uma questão que merece ser confirmada ou negada."
A Casa Branca também qualificou como "falsa" a informação publicada pelo Post. "O artigo é falso", afirmou em um breve pronunciamento o assessor de segurança nacional da Casa Branca, o tenente-general H.R. McMaster, que assegurou que Trump não revelou "fontes, métodos ou operações militares" a Lavrov, apesar de a publicação não mencionar essa informação.
Segundo o jornal, Trump repassou a Lavrov informações relacionadas à possibilidade de que os jihadistas utilizem laptops para realizar algum tipo de ataque terrorista em voos comerciais, afirmações às quais McMaster não se referiu.
A informação foi proporcionada por um país aliado dos EUA e seu conteúdo é tão secreto que nem sequer outros de seus parceiros receberam esses tipos de dados, segundo as fontes citadas pelo Post e confirmadas pelo The New York Times.
"Eu estava lá, isso não aconteceu", reforçou McMaster, que, no entanto, admitiu que Trump e Lavrov falaram sobre um "leque de ameaças comuns", incluindo "ameaças à aviação comercial".
Também participou do encontro entre Trump e Lavrov na quarta-feira 10 o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, que negou que se tenha falado sobre "fontes, métodos ou operações militares".
Segundo o Post, a Casa Branca imediatamente informou à Agência Central de Inteligência (CIA) e à Agência de Segurança Nacional (NSA) para reduzir o impacto das revelações que poderia afetar a capacidade de Washington e seus aliados para detectar novas ameaças.
A reunião de Trump com os enviados russos foi vista como um problema de imagem inoportuno por ter acontecido um dia depois de o presidente demitir o diretor do FBI (Polícia Federal americana), James Comey, que liderava a investigação sobre a possível influência do Kremlin nas eleições de 2016. / REUTERS e EFE