A informação de que a presidente e sua comitiva passaram o fim de semana de 25/26 de janeiro em Lisboa só foi divulgada 24 horas depois de sua chegada à cidade e quando o grupo já havia decolado com destino a Cuba. Ainda assim, a parada em Portugal só veio à tona depois de o Estado revelar a informação, no sábado. Até então, a previsão era a de que a presidente faria escala nos Estados Unidos a caminho de Cuba.
Dilma pode ter pago a conta do restaurante Eleven com seu dinheiro, mas foram os contribuintes que bancaram os 45 quartos dos hotéis Ritz e Tivoli usados por ela e sua comitiva no fim de semana lisboeta. No primeiro, onde a presidente ficou, a diária de um quarto comum para o próximo sábado está em US$ 460 _o preço de uma suíte é de US$ 957. O Tivoli é mais modesto e cobra US$ 165.
A presidente já deu inúmeras mostras de que se sente desconfortável com o escrutínio da imprensa sobre suas viagens internacionais e os gastos que elas envolvem. Mas ela goste ou não, um dos papeis da imprensa em uma democracia é a fiscalização do poder público. Ao sonegar a agenda da presidente à imprensa -e à população- o governo impede que essa atribuição seja desenvolvida de maneira eficaz, com prejuízo para todo o país.