Corrupção contribuiu para crise em zona do euro, diz Transparência Internacional


Segundo organização, Grécia, Espanha, Itália e Portugal lideram lista de países que apresentam 'sérias deficiências'.

Por Marcia Bizzotto

A corrupção e a ineficácia dos sistemas públicos na Grécia, na Espanha, na Itália e em Portugal contribuíram para a crise fiscal que enfrentam atualmente esses países, afirma um relatório da organização Transparência Internacional (TI), publicado nesta quarta-feira em Bruxelas. O estudo "Dinheiro, política, poder: os riscos da corrupção na Europa" investigou mais de 300 instituições de 25 países do continente e concluiu que "nenhum deles sai dessa revisão de integridade com uma ficha de saúde completamente limpa". Grécia, Espanha, Itália e Portugal lideram a lista dos que apresentam "sérias deficiências", como falta de transparência, ineficácia e abusos de autoridade "enraizados" na administração pública, que carece de mecanismos e vontade política para prevenir e punir casos de corrupção, de acordo com o relatório. Por trás da crise Segundo a TI, cerca de 2% dos funcionários públicos gregos já foram submetidos a um procedimento disciplinar, porcentagem inferior ao número de denúncias de corrupção existentes no país. Em Portugal menos de 5% dos casos de corrupção levados à Justiça terminam com uma condenação. "A relação entre a corrupção e a atual crise financeira e fiscal nesses países (junto com Espanha e Itália) já não pode ser ignorada", afirma o relatório, que ressalta que "não são apenas as tradicionais formas de corrupção, como o suborno, que estão relacionadas a um pobre desempenho macroeconômico". Os quatro países que estão no centro da crise da zona do euro também sofrem com práticas consideradas legais mas não éticas, como tráfico de influência e uma relação muito estreita entre o poder público e o setor privado, derivada da falta de controle sobre os lobbies. "Todos esses fatores resultaram em uma forma mais sutil de manipulação política que influencia a tomada de decisões para beneficiar a poucos em detrimento de muitos", analisa a organização. Países ricos O relatório também chama a atenção para problemas de corrupção nos países considerados ricos, como Suíça e Suécia, onde não há regras sobre o financiamento de partidos políticos e é possível realizar doações anônimas. "Grandes doações privadas representam um risco para a democracia, particularmente quando envolvem companhias com grandes somas de dinheiro desenvolvendo uma estreita relação com partidos políticos e, portanto, ganhando significativa influência sobre as políticas de um país", adverte. A França falha ao não tornar públicas as declarações de renda de deputados, o que a TI considera "altamente problemático, já que significa que (esses documentos) não têm realmente valor como mecanismo de transparência pública". Já a Alemanha é, junto com a República Tcheca, o único país da União Europeia que não ratificou a convenção da ONU contra a corrupção, e seu sistema de financiamento de partidos políticos "está longe de ser exemplar", destaca o estudo. "Muitos na Europa estimam que a corrupção existe apenas em outros países, particularmente naqueles em desenvolvimento. Essa complacência é mal informada (...) e significa que a prevenção da corrupção não é uma prioridade política em muitos países da região", adverte. Para a TI, a crise "deveria servir como um alerta para que os países europeus reformem seus sistemas políticos de maneira que a corrupção e a má administração possam ser seriamente tratadas". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

A corrupção e a ineficácia dos sistemas públicos na Grécia, na Espanha, na Itália e em Portugal contribuíram para a crise fiscal que enfrentam atualmente esses países, afirma um relatório da organização Transparência Internacional (TI), publicado nesta quarta-feira em Bruxelas. O estudo "Dinheiro, política, poder: os riscos da corrupção na Europa" investigou mais de 300 instituições de 25 países do continente e concluiu que "nenhum deles sai dessa revisão de integridade com uma ficha de saúde completamente limpa". Grécia, Espanha, Itália e Portugal lideram a lista dos que apresentam "sérias deficiências", como falta de transparência, ineficácia e abusos de autoridade "enraizados" na administração pública, que carece de mecanismos e vontade política para prevenir e punir casos de corrupção, de acordo com o relatório. Por trás da crise Segundo a TI, cerca de 2% dos funcionários públicos gregos já foram submetidos a um procedimento disciplinar, porcentagem inferior ao número de denúncias de corrupção existentes no país. Em Portugal menos de 5% dos casos de corrupção levados à Justiça terminam com uma condenação. "A relação entre a corrupção e a atual crise financeira e fiscal nesses países (junto com Espanha e Itália) já não pode ser ignorada", afirma o relatório, que ressalta que "não são apenas as tradicionais formas de corrupção, como o suborno, que estão relacionadas a um pobre desempenho macroeconômico". Os quatro países que estão no centro da crise da zona do euro também sofrem com práticas consideradas legais mas não éticas, como tráfico de influência e uma relação muito estreita entre o poder público e o setor privado, derivada da falta de controle sobre os lobbies. "Todos esses fatores resultaram em uma forma mais sutil de manipulação política que influencia a tomada de decisões para beneficiar a poucos em detrimento de muitos", analisa a organização. Países ricos O relatório também chama a atenção para problemas de corrupção nos países considerados ricos, como Suíça e Suécia, onde não há regras sobre o financiamento de partidos políticos e é possível realizar doações anônimas. "Grandes doações privadas representam um risco para a democracia, particularmente quando envolvem companhias com grandes somas de dinheiro desenvolvendo uma estreita relação com partidos políticos e, portanto, ganhando significativa influência sobre as políticas de um país", adverte. A França falha ao não tornar públicas as declarações de renda de deputados, o que a TI considera "altamente problemático, já que significa que (esses documentos) não têm realmente valor como mecanismo de transparência pública". Já a Alemanha é, junto com a República Tcheca, o único país da União Europeia que não ratificou a convenção da ONU contra a corrupção, e seu sistema de financiamento de partidos políticos "está longe de ser exemplar", destaca o estudo. "Muitos na Europa estimam que a corrupção existe apenas em outros países, particularmente naqueles em desenvolvimento. Essa complacência é mal informada (...) e significa que a prevenção da corrupção não é uma prioridade política em muitos países da região", adverte. Para a TI, a crise "deveria servir como um alerta para que os países europeus reformem seus sistemas políticos de maneira que a corrupção e a má administração possam ser seriamente tratadas". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

A corrupção e a ineficácia dos sistemas públicos na Grécia, na Espanha, na Itália e em Portugal contribuíram para a crise fiscal que enfrentam atualmente esses países, afirma um relatório da organização Transparência Internacional (TI), publicado nesta quarta-feira em Bruxelas. O estudo "Dinheiro, política, poder: os riscos da corrupção na Europa" investigou mais de 300 instituições de 25 países do continente e concluiu que "nenhum deles sai dessa revisão de integridade com uma ficha de saúde completamente limpa". Grécia, Espanha, Itália e Portugal lideram a lista dos que apresentam "sérias deficiências", como falta de transparência, ineficácia e abusos de autoridade "enraizados" na administração pública, que carece de mecanismos e vontade política para prevenir e punir casos de corrupção, de acordo com o relatório. Por trás da crise Segundo a TI, cerca de 2% dos funcionários públicos gregos já foram submetidos a um procedimento disciplinar, porcentagem inferior ao número de denúncias de corrupção existentes no país. Em Portugal menos de 5% dos casos de corrupção levados à Justiça terminam com uma condenação. "A relação entre a corrupção e a atual crise financeira e fiscal nesses países (junto com Espanha e Itália) já não pode ser ignorada", afirma o relatório, que ressalta que "não são apenas as tradicionais formas de corrupção, como o suborno, que estão relacionadas a um pobre desempenho macroeconômico". Os quatro países que estão no centro da crise da zona do euro também sofrem com práticas consideradas legais mas não éticas, como tráfico de influência e uma relação muito estreita entre o poder público e o setor privado, derivada da falta de controle sobre os lobbies. "Todos esses fatores resultaram em uma forma mais sutil de manipulação política que influencia a tomada de decisões para beneficiar a poucos em detrimento de muitos", analisa a organização. Países ricos O relatório também chama a atenção para problemas de corrupção nos países considerados ricos, como Suíça e Suécia, onde não há regras sobre o financiamento de partidos políticos e é possível realizar doações anônimas. "Grandes doações privadas representam um risco para a democracia, particularmente quando envolvem companhias com grandes somas de dinheiro desenvolvendo uma estreita relação com partidos políticos e, portanto, ganhando significativa influência sobre as políticas de um país", adverte. A França falha ao não tornar públicas as declarações de renda de deputados, o que a TI considera "altamente problemático, já que significa que (esses documentos) não têm realmente valor como mecanismo de transparência pública". Já a Alemanha é, junto com a República Tcheca, o único país da União Europeia que não ratificou a convenção da ONU contra a corrupção, e seu sistema de financiamento de partidos políticos "está longe de ser exemplar", destaca o estudo. "Muitos na Europa estimam que a corrupção existe apenas em outros países, particularmente naqueles em desenvolvimento. Essa complacência é mal informada (...) e significa que a prevenção da corrupção não é uma prioridade política em muitos países da região", adverte. Para a TI, a crise "deveria servir como um alerta para que os países europeus reformem seus sistemas políticos de maneira que a corrupção e a má administração possam ser seriamente tratadas". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

A corrupção e a ineficácia dos sistemas públicos na Grécia, na Espanha, na Itália e em Portugal contribuíram para a crise fiscal que enfrentam atualmente esses países, afirma um relatório da organização Transparência Internacional (TI), publicado nesta quarta-feira em Bruxelas. O estudo "Dinheiro, política, poder: os riscos da corrupção na Europa" investigou mais de 300 instituições de 25 países do continente e concluiu que "nenhum deles sai dessa revisão de integridade com uma ficha de saúde completamente limpa". Grécia, Espanha, Itália e Portugal lideram a lista dos que apresentam "sérias deficiências", como falta de transparência, ineficácia e abusos de autoridade "enraizados" na administração pública, que carece de mecanismos e vontade política para prevenir e punir casos de corrupção, de acordo com o relatório. Por trás da crise Segundo a TI, cerca de 2% dos funcionários públicos gregos já foram submetidos a um procedimento disciplinar, porcentagem inferior ao número de denúncias de corrupção existentes no país. Em Portugal menos de 5% dos casos de corrupção levados à Justiça terminam com uma condenação. "A relação entre a corrupção e a atual crise financeira e fiscal nesses países (junto com Espanha e Itália) já não pode ser ignorada", afirma o relatório, que ressalta que "não são apenas as tradicionais formas de corrupção, como o suborno, que estão relacionadas a um pobre desempenho macroeconômico". Os quatro países que estão no centro da crise da zona do euro também sofrem com práticas consideradas legais mas não éticas, como tráfico de influência e uma relação muito estreita entre o poder público e o setor privado, derivada da falta de controle sobre os lobbies. "Todos esses fatores resultaram em uma forma mais sutil de manipulação política que influencia a tomada de decisões para beneficiar a poucos em detrimento de muitos", analisa a organização. Países ricos O relatório também chama a atenção para problemas de corrupção nos países considerados ricos, como Suíça e Suécia, onde não há regras sobre o financiamento de partidos políticos e é possível realizar doações anônimas. "Grandes doações privadas representam um risco para a democracia, particularmente quando envolvem companhias com grandes somas de dinheiro desenvolvendo uma estreita relação com partidos políticos e, portanto, ganhando significativa influência sobre as políticas de um país", adverte. A França falha ao não tornar públicas as declarações de renda de deputados, o que a TI considera "altamente problemático, já que significa que (esses documentos) não têm realmente valor como mecanismo de transparência pública". Já a Alemanha é, junto com a República Tcheca, o único país da União Europeia que não ratificou a convenção da ONU contra a corrupção, e seu sistema de financiamento de partidos políticos "está longe de ser exemplar", destaca o estudo. "Muitos na Europa estimam que a corrupção existe apenas em outros países, particularmente naqueles em desenvolvimento. Essa complacência é mal informada (...) e significa que a prevenção da corrupção não é uma prioridade política em muitos países da região", adverte. Para a TI, a crise "deveria servir como um alerta para que os países europeus reformem seus sistemas políticos de maneira que a corrupção e a má administração possam ser seriamente tratadas". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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