Cubanos esperam que visita papal ajude outras religiões


Presença de Francisco na ilha é percebida como ‘bênção’ por adeptos de crenças africanas

Por Felipe Corazza e HAVANA

Enquanto a Catedral de Havana passa pelos últimos retoques para receber o papa Francisco no fim da tarde de domingo, quando o pontífice fará uma visita e uma celebração com religiosos locais, Juana e Teresa, mãe e filha, observam fumando charutos e organizando sua mesa de trabalho a poucos metros da entrada do templo – um tabuleiro com cartas místicas, pedras, bonecos e outros apetrechos.

As duas são praticantes das religiões afro-cubanas – a santería é a principal delas –, mas oferecem ali apenas serviços de cartomancia.

'Santeras' fazem previsões sobre o futuro ao lado da Catedral de Havana Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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“Somos videntes. É um dom. Fala-se muita coisa ruim sobre as religiões afro-cubanas, mas não é verdade. Há pessoas ruins na santería como em qualquer lugar. Há pessoas malvadas com ou sem santos”, afirma Teresa, de 49 anos, 10 deles trabalhando ali com a mãe. Juana, de 79 anos, 38 deles dedicados à cartomancia, prefere não falar, mas assente com a cabeça a cada frase da filha.

De acordo com estatística da própria Igreja, cerca de 60% dos cubanos são batizados. Estima-se, porém, que um número semelhante pratique rituais da santería, que misturam elementos cristãos a religiões africanas.

O que esperam da visita do papa as “santeras da Catedral”? “Também somos parte da Igreja Católica. Não somos apenas videntes. O que pedimos são bênçãos. O embargo nos prejudicou muito, mas sabemos que as coisas podem mudar. Espero que o papa traga muitas bênçãos para os cubanos.”

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Apesar do otimismo, Teresa complementa a descrição das expectativas com uma dose de realismo. “Não é fácil, sabemos. Mas se a mudança não for para nós que seja para nossos filhos, nossos netos.”

Declarando em alta voz amor a Cuba, a vidente conclui que algo essencial falta na relação entre a ilha e o mundo: “A grande bênção que esperamos é dos EUA. Que nos abram as portas. Se pudéssemos viajar, sairíamos pelo mundo pedindo isso.” 

O presidente da associação cultural iorubá de Cuba e sacerdote da santería Manuel Pérez Andino tem expectativas mais altas para a visita. “Francisco está fazendo muitas mudanças favoráveis à humanidade, então, nos daria muito orgulho participar de uma atividade com ele”, afirmou. “Tomara que nosso convite seja aceito.”

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A visão de que o papa será favorável a todas as religiões em Cuba é compartilhada pelo maestro José Antonio Méndez, de 30 anos, chefe da orquestra que se apresentará na primeira missa de Francisco na ilha. “(A visita) confirma que podemos conviver em paz, seja qual for a ideologia, a maneira de pensar ou a religião.”

Enquanto a Catedral de Havana passa pelos últimos retoques para receber o papa Francisco no fim da tarde de domingo, quando o pontífice fará uma visita e uma celebração com religiosos locais, Juana e Teresa, mãe e filha, observam fumando charutos e organizando sua mesa de trabalho a poucos metros da entrada do templo – um tabuleiro com cartas místicas, pedras, bonecos e outros apetrechos.

As duas são praticantes das religiões afro-cubanas – a santería é a principal delas –, mas oferecem ali apenas serviços de cartomancia.

'Santeras' fazem previsões sobre o futuro ao lado da Catedral de Havana Foto: Eduardo Nicolau/Estadão

“Somos videntes. É um dom. Fala-se muita coisa ruim sobre as religiões afro-cubanas, mas não é verdade. Há pessoas ruins na santería como em qualquer lugar. Há pessoas malvadas com ou sem santos”, afirma Teresa, de 49 anos, 10 deles trabalhando ali com a mãe. Juana, de 79 anos, 38 deles dedicados à cartomancia, prefere não falar, mas assente com a cabeça a cada frase da filha.

De acordo com estatística da própria Igreja, cerca de 60% dos cubanos são batizados. Estima-se, porém, que um número semelhante pratique rituais da santería, que misturam elementos cristãos a religiões africanas.

O que esperam da visita do papa as “santeras da Catedral”? “Também somos parte da Igreja Católica. Não somos apenas videntes. O que pedimos são bênçãos. O embargo nos prejudicou muito, mas sabemos que as coisas podem mudar. Espero que o papa traga muitas bênçãos para os cubanos.”

Apesar do otimismo, Teresa complementa a descrição das expectativas com uma dose de realismo. “Não é fácil, sabemos. Mas se a mudança não for para nós que seja para nossos filhos, nossos netos.”

Declarando em alta voz amor a Cuba, a vidente conclui que algo essencial falta na relação entre a ilha e o mundo: “A grande bênção que esperamos é dos EUA. Que nos abram as portas. Se pudéssemos viajar, sairíamos pelo mundo pedindo isso.” 

O presidente da associação cultural iorubá de Cuba e sacerdote da santería Manuel Pérez Andino tem expectativas mais altas para a visita. “Francisco está fazendo muitas mudanças favoráveis à humanidade, então, nos daria muito orgulho participar de uma atividade com ele”, afirmou. “Tomara que nosso convite seja aceito.”

A visão de que o papa será favorável a todas as religiões em Cuba é compartilhada pelo maestro José Antonio Méndez, de 30 anos, chefe da orquestra que se apresentará na primeira missa de Francisco na ilha. “(A visita) confirma que podemos conviver em paz, seja qual for a ideologia, a maneira de pensar ou a religião.”

Enquanto a Catedral de Havana passa pelos últimos retoques para receber o papa Francisco no fim da tarde de domingo, quando o pontífice fará uma visita e uma celebração com religiosos locais, Juana e Teresa, mãe e filha, observam fumando charutos e organizando sua mesa de trabalho a poucos metros da entrada do templo – um tabuleiro com cartas místicas, pedras, bonecos e outros apetrechos.

As duas são praticantes das religiões afro-cubanas – a santería é a principal delas –, mas oferecem ali apenas serviços de cartomancia.

'Santeras' fazem previsões sobre o futuro ao lado da Catedral de Havana Foto: Eduardo Nicolau/Estadão

“Somos videntes. É um dom. Fala-se muita coisa ruim sobre as religiões afro-cubanas, mas não é verdade. Há pessoas ruins na santería como em qualquer lugar. Há pessoas malvadas com ou sem santos”, afirma Teresa, de 49 anos, 10 deles trabalhando ali com a mãe. Juana, de 79 anos, 38 deles dedicados à cartomancia, prefere não falar, mas assente com a cabeça a cada frase da filha.

De acordo com estatística da própria Igreja, cerca de 60% dos cubanos são batizados. Estima-se, porém, que um número semelhante pratique rituais da santería, que misturam elementos cristãos a religiões africanas.

O que esperam da visita do papa as “santeras da Catedral”? “Também somos parte da Igreja Católica. Não somos apenas videntes. O que pedimos são bênçãos. O embargo nos prejudicou muito, mas sabemos que as coisas podem mudar. Espero que o papa traga muitas bênçãos para os cubanos.”

Apesar do otimismo, Teresa complementa a descrição das expectativas com uma dose de realismo. “Não é fácil, sabemos. Mas se a mudança não for para nós que seja para nossos filhos, nossos netos.”

Declarando em alta voz amor a Cuba, a vidente conclui que algo essencial falta na relação entre a ilha e o mundo: “A grande bênção que esperamos é dos EUA. Que nos abram as portas. Se pudéssemos viajar, sairíamos pelo mundo pedindo isso.” 

O presidente da associação cultural iorubá de Cuba e sacerdote da santería Manuel Pérez Andino tem expectativas mais altas para a visita. “Francisco está fazendo muitas mudanças favoráveis à humanidade, então, nos daria muito orgulho participar de uma atividade com ele”, afirmou. “Tomara que nosso convite seja aceito.”

A visão de que o papa será favorável a todas as religiões em Cuba é compartilhada pelo maestro José Antonio Méndez, de 30 anos, chefe da orquestra que se apresentará na primeira missa de Francisco na ilha. “(A visita) confirma que podemos conviver em paz, seja qual for a ideologia, a maneira de pensar ou a religião.”

Enquanto a Catedral de Havana passa pelos últimos retoques para receber o papa Francisco no fim da tarde de domingo, quando o pontífice fará uma visita e uma celebração com religiosos locais, Juana e Teresa, mãe e filha, observam fumando charutos e organizando sua mesa de trabalho a poucos metros da entrada do templo – um tabuleiro com cartas místicas, pedras, bonecos e outros apetrechos.

As duas são praticantes das religiões afro-cubanas – a santería é a principal delas –, mas oferecem ali apenas serviços de cartomancia.

'Santeras' fazem previsões sobre o futuro ao lado da Catedral de Havana Foto: Eduardo Nicolau/Estadão

“Somos videntes. É um dom. Fala-se muita coisa ruim sobre as religiões afro-cubanas, mas não é verdade. Há pessoas ruins na santería como em qualquer lugar. Há pessoas malvadas com ou sem santos”, afirma Teresa, de 49 anos, 10 deles trabalhando ali com a mãe. Juana, de 79 anos, 38 deles dedicados à cartomancia, prefere não falar, mas assente com a cabeça a cada frase da filha.

De acordo com estatística da própria Igreja, cerca de 60% dos cubanos são batizados. Estima-se, porém, que um número semelhante pratique rituais da santería, que misturam elementos cristãos a religiões africanas.

O que esperam da visita do papa as “santeras da Catedral”? “Também somos parte da Igreja Católica. Não somos apenas videntes. O que pedimos são bênçãos. O embargo nos prejudicou muito, mas sabemos que as coisas podem mudar. Espero que o papa traga muitas bênçãos para os cubanos.”

Apesar do otimismo, Teresa complementa a descrição das expectativas com uma dose de realismo. “Não é fácil, sabemos. Mas se a mudança não for para nós que seja para nossos filhos, nossos netos.”

Declarando em alta voz amor a Cuba, a vidente conclui que algo essencial falta na relação entre a ilha e o mundo: “A grande bênção que esperamos é dos EUA. Que nos abram as portas. Se pudéssemos viajar, sairíamos pelo mundo pedindo isso.” 

O presidente da associação cultural iorubá de Cuba e sacerdote da santería Manuel Pérez Andino tem expectativas mais altas para a visita. “Francisco está fazendo muitas mudanças favoráveis à humanidade, então, nos daria muito orgulho participar de uma atividade com ele”, afirmou. “Tomara que nosso convite seja aceito.”

A visão de que o papa será favorável a todas as religiões em Cuba é compartilhada pelo maestro José Antonio Méndez, de 30 anos, chefe da orquestra que se apresentará na primeira missa de Francisco na ilha. “(A visita) confirma que podemos conviver em paz, seja qual for a ideologia, a maneira de pensar ou a religião.”

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