Demissão de diretor do FBI põe Trump sob risco de investigação independente


Um dia após a saída de Comey do cargo, presidente enfrenta pressão da oposição - e de alguns aliados republicanos - para que uma comissão especial dê continuidade ao inquérito sobre interferência russa na campanha de 2016

WASHINGTON - Um dia após demitir o diretor do FBI, James Comey, o presidente americano, Donald Trump, começou a enfrentar a pressão da oposição – e de alguns aliados – para que uma comissão independente dê continuidade à investigação sobre a interferência russa na campanha de 2016. Democratas acusam o governo de querer minar o inquérito sobre as conexões entre o republicano e a Rússia. 

O presidente dos EUA, Donald Trump Foto: Carlos Barria/Reuters

Trump defendeu sua decisão. Ele alegou que o funcionário não fazia um bom trabalho. “É muito simples.” Os próprios democratas vinham criticando Comey pela forma como ele comandou as investigações sobre os e-mails de Hillary Clinton, adversária do magnata na eleição. Muitos opositores questionaram por que somente agora ocorreu a demissão. No Twitter, Trump ironizou. “Os democratas reclamaram de Comey durante meses. Agora que ele foi demitido, fingem que estão tristes. Hipócritas.”

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A candidata democrata considerou a atuação de Comey durante a campanha decisiva para sua derrota. Dias antes da votação, o então diretor do FBI anunciou que reabriria o caso contra Hillary, acusada de usar um servidor privado para trocar informação confidencial.

Os jornais New York Times e Washington Post noticiaram ontem que, na semana passada, Comey pediu recursos adicionais ao vice-secretário de Justiça dos EUA, Rod Rosenstein, para ampliar a investigação sobre a Rússia. Rosenstein foi o responsável pelo memorando que recomendou a demissão de Comey, usado por Trump como base para sua decisão.

A informação deu ainda mais força aos pedidos de uma investigação independente. Essa apuração retiraria do FBI – e de quem Trump nomear para chefiá-lo – o controle exclusivo de um caso que poderia provocar um processo de impeachment. Para isso, deveria haver indícios de que o presidente abusou de sua autoridade ao demitir quem o investigava e existir um nexo entre a demissão e a investigação sobre o “elo russo”. Justamente ontem, Trump recebeu o chanceler russo, Serguei Lavrov. 

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Para o senador democrata Patrick Leahy, agora, o vice-secretário de Justiça “não tem outra escolha a não ser montar uma investigação independente”. Diversos parlamentares democratas, e até mesmo o senador republicano John McCain, argumentaram o mesmo. Segundo levantamento do New York Times, 86 deputados ou senadores, entre eles 5 republicanos, querem uma investigação independente. Ainda que essa apuração não seja aberta por votação do Congresso, a pressão de parlamentares é decisiva. 

A incumbência de indicar uma comissão independente cabe ao Departamento de Justiça, ainda que outros também tenham essa prerrogativa. Ontem, a Comissão de Inteligência emitiu uma ordem judicial para que Michael Flynn, ex-assessor de Trump, entregue documentos sobre sua ligação com a Rússia. Até então, Flynn, que foi demitido do cargo de conselheiro de Segurança Nacional em fevereiro, vinha se recusando a entregar a documentação.

Comey deveria depor hoje na Comissão de Justiça do Senado sobre sua investigação. A audiência foi adiada para hoje e ele será substituído pelo vice-diretor do FBI, Andrew McCabe. A Comissão de Inteligência do Senado, por sua vez, fez um convite para ouvir Comey na terça-feira. A presença do ex-funcionário, um republicano indicado para o cargo por Barack Obama, em 2013, tende a concentrar a atenção do país. Os diretores do FBI costumam ficar 10 anos no cargo e a única destituição ocorreu no mandato de Bill Clinton, por acusações de corrupção. 

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Hillary Clinton disse que seria presidente dos Estados Unidos se as eleições tivessem sido disputadas antes de 28 de outubro, dia em que o diretor do FBI James Comey anunciou novas investigações sobre o uso de um servidor de e-mails privado na época em que era secretária de Estado.

Hoje, democratas bloquearam o andamento de comissões do Senado, como a que investiga as conexões com a Rússia, e outras sobre cibersegurança e nomeações presidenciais. A intenção é pressionar pela abertura da comissão. A Casa Branca e o líder da maioria do Senado, o republicano Mitch McConnell, disseram que uma comissão independente atrapalharia as investigações já conduzidas pelo FBI e pelo Senado. / REUTERS e NYT

WASHINGTON - Um dia após demitir o diretor do FBI, James Comey, o presidente americano, Donald Trump, começou a enfrentar a pressão da oposição – e de alguns aliados – para que uma comissão independente dê continuidade à investigação sobre a interferência russa na campanha de 2016. Democratas acusam o governo de querer minar o inquérito sobre as conexões entre o republicano e a Rússia. 

O presidente dos EUA, Donald Trump Foto: Carlos Barria/Reuters

Trump defendeu sua decisão. Ele alegou que o funcionário não fazia um bom trabalho. “É muito simples.” Os próprios democratas vinham criticando Comey pela forma como ele comandou as investigações sobre os e-mails de Hillary Clinton, adversária do magnata na eleição. Muitos opositores questionaram por que somente agora ocorreu a demissão. No Twitter, Trump ironizou. “Os democratas reclamaram de Comey durante meses. Agora que ele foi demitido, fingem que estão tristes. Hipócritas.”

A candidata democrata considerou a atuação de Comey durante a campanha decisiva para sua derrota. Dias antes da votação, o então diretor do FBI anunciou que reabriria o caso contra Hillary, acusada de usar um servidor privado para trocar informação confidencial.

Os jornais New York Times e Washington Post noticiaram ontem que, na semana passada, Comey pediu recursos adicionais ao vice-secretário de Justiça dos EUA, Rod Rosenstein, para ampliar a investigação sobre a Rússia. Rosenstein foi o responsável pelo memorando que recomendou a demissão de Comey, usado por Trump como base para sua decisão.

A informação deu ainda mais força aos pedidos de uma investigação independente. Essa apuração retiraria do FBI – e de quem Trump nomear para chefiá-lo – o controle exclusivo de um caso que poderia provocar um processo de impeachment. Para isso, deveria haver indícios de que o presidente abusou de sua autoridade ao demitir quem o investigava e existir um nexo entre a demissão e a investigação sobre o “elo russo”. Justamente ontem, Trump recebeu o chanceler russo, Serguei Lavrov. 

Para o senador democrata Patrick Leahy, agora, o vice-secretário de Justiça “não tem outra escolha a não ser montar uma investigação independente”. Diversos parlamentares democratas, e até mesmo o senador republicano John McCain, argumentaram o mesmo. Segundo levantamento do New York Times, 86 deputados ou senadores, entre eles 5 republicanos, querem uma investigação independente. Ainda que essa apuração não seja aberta por votação do Congresso, a pressão de parlamentares é decisiva. 

A incumbência de indicar uma comissão independente cabe ao Departamento de Justiça, ainda que outros também tenham essa prerrogativa. Ontem, a Comissão de Inteligência emitiu uma ordem judicial para que Michael Flynn, ex-assessor de Trump, entregue documentos sobre sua ligação com a Rússia. Até então, Flynn, que foi demitido do cargo de conselheiro de Segurança Nacional em fevereiro, vinha se recusando a entregar a documentação.

Comey deveria depor hoje na Comissão de Justiça do Senado sobre sua investigação. A audiência foi adiada para hoje e ele será substituído pelo vice-diretor do FBI, Andrew McCabe. A Comissão de Inteligência do Senado, por sua vez, fez um convite para ouvir Comey na terça-feira. A presença do ex-funcionário, um republicano indicado para o cargo por Barack Obama, em 2013, tende a concentrar a atenção do país. Os diretores do FBI costumam ficar 10 anos no cargo e a única destituição ocorreu no mandato de Bill Clinton, por acusações de corrupção. 

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Hillary Clinton disse que seria presidente dos Estados Unidos se as eleições tivessem sido disputadas antes de 28 de outubro, dia em que o diretor do FBI James Comey anunciou novas investigações sobre o uso de um servidor de e-mails privado na época em que era secretária de Estado.

Hoje, democratas bloquearam o andamento de comissões do Senado, como a que investiga as conexões com a Rússia, e outras sobre cibersegurança e nomeações presidenciais. A intenção é pressionar pela abertura da comissão. A Casa Branca e o líder da maioria do Senado, o republicano Mitch McConnell, disseram que uma comissão independente atrapalharia as investigações já conduzidas pelo FBI e pelo Senado. / REUTERS e NYT

WASHINGTON - Um dia após demitir o diretor do FBI, James Comey, o presidente americano, Donald Trump, começou a enfrentar a pressão da oposição – e de alguns aliados – para que uma comissão independente dê continuidade à investigação sobre a interferência russa na campanha de 2016. Democratas acusam o governo de querer minar o inquérito sobre as conexões entre o republicano e a Rússia. 

O presidente dos EUA, Donald Trump Foto: Carlos Barria/Reuters

Trump defendeu sua decisão. Ele alegou que o funcionário não fazia um bom trabalho. “É muito simples.” Os próprios democratas vinham criticando Comey pela forma como ele comandou as investigações sobre os e-mails de Hillary Clinton, adversária do magnata na eleição. Muitos opositores questionaram por que somente agora ocorreu a demissão. No Twitter, Trump ironizou. “Os democratas reclamaram de Comey durante meses. Agora que ele foi demitido, fingem que estão tristes. Hipócritas.”

A candidata democrata considerou a atuação de Comey durante a campanha decisiva para sua derrota. Dias antes da votação, o então diretor do FBI anunciou que reabriria o caso contra Hillary, acusada de usar um servidor privado para trocar informação confidencial.

Os jornais New York Times e Washington Post noticiaram ontem que, na semana passada, Comey pediu recursos adicionais ao vice-secretário de Justiça dos EUA, Rod Rosenstein, para ampliar a investigação sobre a Rússia. Rosenstein foi o responsável pelo memorando que recomendou a demissão de Comey, usado por Trump como base para sua decisão.

A informação deu ainda mais força aos pedidos de uma investigação independente. Essa apuração retiraria do FBI – e de quem Trump nomear para chefiá-lo – o controle exclusivo de um caso que poderia provocar um processo de impeachment. Para isso, deveria haver indícios de que o presidente abusou de sua autoridade ao demitir quem o investigava e existir um nexo entre a demissão e a investigação sobre o “elo russo”. Justamente ontem, Trump recebeu o chanceler russo, Serguei Lavrov. 

Para o senador democrata Patrick Leahy, agora, o vice-secretário de Justiça “não tem outra escolha a não ser montar uma investigação independente”. Diversos parlamentares democratas, e até mesmo o senador republicano John McCain, argumentaram o mesmo. Segundo levantamento do New York Times, 86 deputados ou senadores, entre eles 5 republicanos, querem uma investigação independente. Ainda que essa apuração não seja aberta por votação do Congresso, a pressão de parlamentares é decisiva. 

A incumbência de indicar uma comissão independente cabe ao Departamento de Justiça, ainda que outros também tenham essa prerrogativa. Ontem, a Comissão de Inteligência emitiu uma ordem judicial para que Michael Flynn, ex-assessor de Trump, entregue documentos sobre sua ligação com a Rússia. Até então, Flynn, que foi demitido do cargo de conselheiro de Segurança Nacional em fevereiro, vinha se recusando a entregar a documentação.

Comey deveria depor hoje na Comissão de Justiça do Senado sobre sua investigação. A audiência foi adiada para hoje e ele será substituído pelo vice-diretor do FBI, Andrew McCabe. A Comissão de Inteligência do Senado, por sua vez, fez um convite para ouvir Comey na terça-feira. A presença do ex-funcionário, um republicano indicado para o cargo por Barack Obama, em 2013, tende a concentrar a atenção do país. Os diretores do FBI costumam ficar 10 anos no cargo e a única destituição ocorreu no mandato de Bill Clinton, por acusações de corrupção. 

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Hoje, democratas bloquearam o andamento de comissões do Senado, como a que investiga as conexões com a Rússia, e outras sobre cibersegurança e nomeações presidenciais. A intenção é pressionar pela abertura da comissão. A Casa Branca e o líder da maioria do Senado, o republicano Mitch McConnell, disseram que uma comissão independente atrapalharia as investigações já conduzidas pelo FBI e pelo Senado. / REUTERS e NYT

WASHINGTON - Um dia após demitir o diretor do FBI, James Comey, o presidente americano, Donald Trump, começou a enfrentar a pressão da oposição – e de alguns aliados – para que uma comissão independente dê continuidade à investigação sobre a interferência russa na campanha de 2016. Democratas acusam o governo de querer minar o inquérito sobre as conexões entre o republicano e a Rússia. 

O presidente dos EUA, Donald Trump Foto: Carlos Barria/Reuters

Trump defendeu sua decisão. Ele alegou que o funcionário não fazia um bom trabalho. “É muito simples.” Os próprios democratas vinham criticando Comey pela forma como ele comandou as investigações sobre os e-mails de Hillary Clinton, adversária do magnata na eleição. Muitos opositores questionaram por que somente agora ocorreu a demissão. No Twitter, Trump ironizou. “Os democratas reclamaram de Comey durante meses. Agora que ele foi demitido, fingem que estão tristes. Hipócritas.”

A candidata democrata considerou a atuação de Comey durante a campanha decisiva para sua derrota. Dias antes da votação, o então diretor do FBI anunciou que reabriria o caso contra Hillary, acusada de usar um servidor privado para trocar informação confidencial.

Os jornais New York Times e Washington Post noticiaram ontem que, na semana passada, Comey pediu recursos adicionais ao vice-secretário de Justiça dos EUA, Rod Rosenstein, para ampliar a investigação sobre a Rússia. Rosenstein foi o responsável pelo memorando que recomendou a demissão de Comey, usado por Trump como base para sua decisão.

A informação deu ainda mais força aos pedidos de uma investigação independente. Essa apuração retiraria do FBI – e de quem Trump nomear para chefiá-lo – o controle exclusivo de um caso que poderia provocar um processo de impeachment. Para isso, deveria haver indícios de que o presidente abusou de sua autoridade ao demitir quem o investigava e existir um nexo entre a demissão e a investigação sobre o “elo russo”. Justamente ontem, Trump recebeu o chanceler russo, Serguei Lavrov. 

Para o senador democrata Patrick Leahy, agora, o vice-secretário de Justiça “não tem outra escolha a não ser montar uma investigação independente”. Diversos parlamentares democratas, e até mesmo o senador republicano John McCain, argumentaram o mesmo. Segundo levantamento do New York Times, 86 deputados ou senadores, entre eles 5 republicanos, querem uma investigação independente. Ainda que essa apuração não seja aberta por votação do Congresso, a pressão de parlamentares é decisiva. 

A incumbência de indicar uma comissão independente cabe ao Departamento de Justiça, ainda que outros também tenham essa prerrogativa. Ontem, a Comissão de Inteligência emitiu uma ordem judicial para que Michael Flynn, ex-assessor de Trump, entregue documentos sobre sua ligação com a Rússia. Até então, Flynn, que foi demitido do cargo de conselheiro de Segurança Nacional em fevereiro, vinha se recusando a entregar a documentação.

Comey deveria depor hoje na Comissão de Justiça do Senado sobre sua investigação. A audiência foi adiada para hoje e ele será substituído pelo vice-diretor do FBI, Andrew McCabe. A Comissão de Inteligência do Senado, por sua vez, fez um convite para ouvir Comey na terça-feira. A presença do ex-funcionário, um republicano indicado para o cargo por Barack Obama, em 2013, tende a concentrar a atenção do país. Os diretores do FBI costumam ficar 10 anos no cargo e a única destituição ocorreu no mandato de Bill Clinton, por acusações de corrupção. 

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