WASHINGTON - O diretor de comunicação da Casa Branca, Mike Dubke, pediu demissão ao presidente americano, Donald Trump, depois de semanas de especulações sobre a possibilidade de o governo adotar mudanças na estratégia desta área em razão das polêmicas investigações que tentam determinar se a Rússia interferiu nas eleições americanas.
Reconhecido estrategista republicano, Dubke entregou sua carta de demissão ao presidente no dia 18 deste mês, mas se comprometeu a acompanhar Trump em sua primeira viagem ao exterior - realizada entre os dias 19 e 27 -, informou o jornal americano The Washington Post.
De acordo com o site Axios News, primeiro a noticiar a decisão do diretor de comunicação, a saída foi negociada entre as partes e Dubke, que tinha entrado para a administração republicana no fim de fevereiro, ainda não definiu a data em que deixará o cargo. Nesta terça-feira, ele deve ir à Casa Branca e se reunir com sua equipe para comunicar oficialmente sua decisão, disse uma fonte do governo.
Em um e-mail enviado para amigos e colegas de trabalho mais próximos nesta manhã, Dubke escreveu: "Foi minha grande honra servir ao presidente Trump e à sua administração. Também foi meu distinto prazer trabalhar lado a lado, dia após dia, com a equipe de comunicação e o departamento de imprensa (da Casa Branca)".
Dubke, de 47 anos, - que atuava de forma coordenada com o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer - trabalhava nos bastidores para definir as estratégias de comunicação do governo e as respostas para as crises criadas por Trump, como a demissão do diretor do FBI, James Comey, além de definir políticas e outras iniciativas nesta área.
As operações de comunicação - e Dubke e Spicer, especificamente - foram duramente criticados pelo próprio Trump e por muitos dos principais funcionários da Ala Oeste da Casa Branca, que acreditam que o presidente foi mal assessorado por sua equipe, especialmente após a demissão de Comey.
O primeiro giro internacional de Trump como presidente dos EUA
Dubke representava um tipo raro no governo Trump, no qual a relação pessoal e a proximidade com o presidente são atributos amplamente valorizados. Ele não havia trabalhado nem na campanha do republicano nem em sua equipe de transição e ainda tenta angariar aliados entre seus colegas de trabalho.
O cargo de diretor de comunicações da Casa Branca foi ocupado inicialmente por Jason Miller, conselheiro sênior da campanha de Trump, que deixou a posição poucas semanas após a posse do republicano, em 20 de janeiro alegando que desejava passar mais tempo com a família.
Depois, o próprio Spicer acumulou a função durante algumas semanas, até que Dubke fosse contratado para cuidar em tempo integral do posto. / WASHINGTON POST, EFE e REUTERS