Divisão interna ameaça Ahmadinejad


Presidente iraniano tenta superar problemas entre seus aliados conservadores antes das eleições de junho

Por Renata Miranda

A sorte está lançada para o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Candidato a um segundo mandato nas eleições de 12 de junho, o polêmico líder conservador enfrenta uma batalha interna para unificar seu partido e superar os problemas econômicos que atingem o Irã. Ahmadinejad, porém, não terá de solucionar esses problemas sozinho - todas as decisões importantes têm de passar primeiro pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. "Ahmadinejad é o chefe do Executivo, mas tem pouco controle sobre a maioria das instituições iranianas", afirmou ao Estado, por telefone, o economista Djavad Salehi-Isfahani, do centro de estudos Brookings Institution. "No final, a decisão que prevalece é sempre a de Khamenei." A divisão de poder no Irã tem como base um complexo sistema criado após a Revolução Islâmica de 1979, no qual o presidente tem autonomia limitada para governar - uma artimanha inventada pelos aiatolás para assegurar o poder. Na prática, os clérigos controlam as principais instituições do país. Eleito em 2005 amparado em uma plataforma que prometia pôr as riquezas do petróleo na mesa de jantar dos cidadãos comuns, Ahmadinejad termina seus quatro anos de governo com um complicado quadro econômico no qual o déficit aumenta cada vez mais e a inflação cresce rapidamente - no ano passado, a média ficou em 26%. "Ele fez muitas promessas, mas não tinha planos de como executá-las com sucesso", afirmou Salehi-Isfahani. A economia do Irã é altamente dependente dos recursos de hidrocarbonetos, responsáveis por 80% da receita do governo. Em julho de 2008, o barril de petróleo era comercializado por US$ 150, mas, hoje, o preço beira os US$ 50. "A crise financeira ainda não atingiu o Irã com força, mas o problema de Ahmadinejad é que ele ainda está gastando como se os preços do petróleo não tivessem mudado", explicou o economista. "Como se isso não bastasse, ainda temos o problema das sanções econômicas, que afetam o sistema bancário e as importações." Populista e controvertido, Ahmadinejad parece não se preocupar muito com a deterioração do sistema econômico. O presidente, que antes de ser eleito tinha como experiência política apenas dois anos como prefeito de Teerã, passa a maior parte do tempo fazendo duras críticas a Israel. Ele já negou o Holocausto e assegura que em seu país não existem homossexuais. Segundo analistas, sua retórica de confrontação se deve principalmente à abundância de petróleo do Irã. "Ahmadinejad é como o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Os dois usam o petróleo para promover o antiamericanismo e ampliar a popularidade", ressaltou Daniel Brumberg, professor do Departamento de Governança da Universidade Georgetown. "Ahmadinejad usa a riqueza dos hidrocarbonetos como um escudo para poder falar e fazer o que quiser, pois ele sabe como o petróleo iraniano é importante para o restante do mundo", disse o pesquisador Chuck Freilich, do Programa de Segurança Internacional do Belfer Center, da Universidade Harvard. DIVISÃO PARTIDÁRIA As inscrições para a eleição de junho foram encerradas ontem, com o cadastro de mais de cem candidatos e sinais de divisão dentro da cúpula de Ahmadinejad. Todos os registros serão submetidos ao Conselho de Guardiães, que anunciará os candidatos aprovados entre os dias 20 e 21. O conservador Mohsen Rezaie, ex-comandante da Guarda Revolucionária, fez seu registro na sexta-feira e opositores esperam que ele enfraqueça Ahmadinejad internamente, obtendo votos da própria base de apoio do presidente. "O que ocorre é uma ?briga de família? e a única questão é o quanto será feia a disputa", afirmou o analista Alex Vatanka, do Middle East Institute, em Washington. "O fato de Rezaei ter apresentado sua candidatura é um sinal claro de um racha entre os conservadores." Os problemas internos do Irã teriam sido um dos motivos do cancelamento da visita de Ahmadinejad ao Brasil, na semana passada. Entre os outros principais candidatos estão o reformista Mehdi Karubi e o ex-premiê Mir Hussein Mousavi. Mas o consenso entre analistas é que Ahmadinejad deve ganhar. "Esse processo é orquestrado pelos clérigos para passar uma falsa ideia de democracia", disse Vatanka. "As eleições servem para legitimar o regime de Khamenei e nada mais."

A sorte está lançada para o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Candidato a um segundo mandato nas eleições de 12 de junho, o polêmico líder conservador enfrenta uma batalha interna para unificar seu partido e superar os problemas econômicos que atingem o Irã. Ahmadinejad, porém, não terá de solucionar esses problemas sozinho - todas as decisões importantes têm de passar primeiro pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. "Ahmadinejad é o chefe do Executivo, mas tem pouco controle sobre a maioria das instituições iranianas", afirmou ao Estado, por telefone, o economista Djavad Salehi-Isfahani, do centro de estudos Brookings Institution. "No final, a decisão que prevalece é sempre a de Khamenei." A divisão de poder no Irã tem como base um complexo sistema criado após a Revolução Islâmica de 1979, no qual o presidente tem autonomia limitada para governar - uma artimanha inventada pelos aiatolás para assegurar o poder. Na prática, os clérigos controlam as principais instituições do país. Eleito em 2005 amparado em uma plataforma que prometia pôr as riquezas do petróleo na mesa de jantar dos cidadãos comuns, Ahmadinejad termina seus quatro anos de governo com um complicado quadro econômico no qual o déficit aumenta cada vez mais e a inflação cresce rapidamente - no ano passado, a média ficou em 26%. "Ele fez muitas promessas, mas não tinha planos de como executá-las com sucesso", afirmou Salehi-Isfahani. A economia do Irã é altamente dependente dos recursos de hidrocarbonetos, responsáveis por 80% da receita do governo. Em julho de 2008, o barril de petróleo era comercializado por US$ 150, mas, hoje, o preço beira os US$ 50. "A crise financeira ainda não atingiu o Irã com força, mas o problema de Ahmadinejad é que ele ainda está gastando como se os preços do petróleo não tivessem mudado", explicou o economista. "Como se isso não bastasse, ainda temos o problema das sanções econômicas, que afetam o sistema bancário e as importações." Populista e controvertido, Ahmadinejad parece não se preocupar muito com a deterioração do sistema econômico. O presidente, que antes de ser eleito tinha como experiência política apenas dois anos como prefeito de Teerã, passa a maior parte do tempo fazendo duras críticas a Israel. Ele já negou o Holocausto e assegura que em seu país não existem homossexuais. Segundo analistas, sua retórica de confrontação se deve principalmente à abundância de petróleo do Irã. "Ahmadinejad é como o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Os dois usam o petróleo para promover o antiamericanismo e ampliar a popularidade", ressaltou Daniel Brumberg, professor do Departamento de Governança da Universidade Georgetown. "Ahmadinejad usa a riqueza dos hidrocarbonetos como um escudo para poder falar e fazer o que quiser, pois ele sabe como o petróleo iraniano é importante para o restante do mundo", disse o pesquisador Chuck Freilich, do Programa de Segurança Internacional do Belfer Center, da Universidade Harvard. DIVISÃO PARTIDÁRIA As inscrições para a eleição de junho foram encerradas ontem, com o cadastro de mais de cem candidatos e sinais de divisão dentro da cúpula de Ahmadinejad. Todos os registros serão submetidos ao Conselho de Guardiães, que anunciará os candidatos aprovados entre os dias 20 e 21. O conservador Mohsen Rezaie, ex-comandante da Guarda Revolucionária, fez seu registro na sexta-feira e opositores esperam que ele enfraqueça Ahmadinejad internamente, obtendo votos da própria base de apoio do presidente. "O que ocorre é uma ?briga de família? e a única questão é o quanto será feia a disputa", afirmou o analista Alex Vatanka, do Middle East Institute, em Washington. "O fato de Rezaei ter apresentado sua candidatura é um sinal claro de um racha entre os conservadores." Os problemas internos do Irã teriam sido um dos motivos do cancelamento da visita de Ahmadinejad ao Brasil, na semana passada. Entre os outros principais candidatos estão o reformista Mehdi Karubi e o ex-premiê Mir Hussein Mousavi. Mas o consenso entre analistas é que Ahmadinejad deve ganhar. "Esse processo é orquestrado pelos clérigos para passar uma falsa ideia de democracia", disse Vatanka. "As eleições servem para legitimar o regime de Khamenei e nada mais."

A sorte está lançada para o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Candidato a um segundo mandato nas eleições de 12 de junho, o polêmico líder conservador enfrenta uma batalha interna para unificar seu partido e superar os problemas econômicos que atingem o Irã. Ahmadinejad, porém, não terá de solucionar esses problemas sozinho - todas as decisões importantes têm de passar primeiro pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. "Ahmadinejad é o chefe do Executivo, mas tem pouco controle sobre a maioria das instituições iranianas", afirmou ao Estado, por telefone, o economista Djavad Salehi-Isfahani, do centro de estudos Brookings Institution. "No final, a decisão que prevalece é sempre a de Khamenei." A divisão de poder no Irã tem como base um complexo sistema criado após a Revolução Islâmica de 1979, no qual o presidente tem autonomia limitada para governar - uma artimanha inventada pelos aiatolás para assegurar o poder. Na prática, os clérigos controlam as principais instituições do país. Eleito em 2005 amparado em uma plataforma que prometia pôr as riquezas do petróleo na mesa de jantar dos cidadãos comuns, Ahmadinejad termina seus quatro anos de governo com um complicado quadro econômico no qual o déficit aumenta cada vez mais e a inflação cresce rapidamente - no ano passado, a média ficou em 26%. "Ele fez muitas promessas, mas não tinha planos de como executá-las com sucesso", afirmou Salehi-Isfahani. A economia do Irã é altamente dependente dos recursos de hidrocarbonetos, responsáveis por 80% da receita do governo. Em julho de 2008, o barril de petróleo era comercializado por US$ 150, mas, hoje, o preço beira os US$ 50. "A crise financeira ainda não atingiu o Irã com força, mas o problema de Ahmadinejad é que ele ainda está gastando como se os preços do petróleo não tivessem mudado", explicou o economista. "Como se isso não bastasse, ainda temos o problema das sanções econômicas, que afetam o sistema bancário e as importações." Populista e controvertido, Ahmadinejad parece não se preocupar muito com a deterioração do sistema econômico. O presidente, que antes de ser eleito tinha como experiência política apenas dois anos como prefeito de Teerã, passa a maior parte do tempo fazendo duras críticas a Israel. Ele já negou o Holocausto e assegura que em seu país não existem homossexuais. Segundo analistas, sua retórica de confrontação se deve principalmente à abundância de petróleo do Irã. "Ahmadinejad é como o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Os dois usam o petróleo para promover o antiamericanismo e ampliar a popularidade", ressaltou Daniel Brumberg, professor do Departamento de Governança da Universidade Georgetown. "Ahmadinejad usa a riqueza dos hidrocarbonetos como um escudo para poder falar e fazer o que quiser, pois ele sabe como o petróleo iraniano é importante para o restante do mundo", disse o pesquisador Chuck Freilich, do Programa de Segurança Internacional do Belfer Center, da Universidade Harvard. DIVISÃO PARTIDÁRIA As inscrições para a eleição de junho foram encerradas ontem, com o cadastro de mais de cem candidatos e sinais de divisão dentro da cúpula de Ahmadinejad. Todos os registros serão submetidos ao Conselho de Guardiães, que anunciará os candidatos aprovados entre os dias 20 e 21. O conservador Mohsen Rezaie, ex-comandante da Guarda Revolucionária, fez seu registro na sexta-feira e opositores esperam que ele enfraqueça Ahmadinejad internamente, obtendo votos da própria base de apoio do presidente. "O que ocorre é uma ?briga de família? e a única questão é o quanto será feia a disputa", afirmou o analista Alex Vatanka, do Middle East Institute, em Washington. "O fato de Rezaei ter apresentado sua candidatura é um sinal claro de um racha entre os conservadores." Os problemas internos do Irã teriam sido um dos motivos do cancelamento da visita de Ahmadinejad ao Brasil, na semana passada. Entre os outros principais candidatos estão o reformista Mehdi Karubi e o ex-premiê Mir Hussein Mousavi. Mas o consenso entre analistas é que Ahmadinejad deve ganhar. "Esse processo é orquestrado pelos clérigos para passar uma falsa ideia de democracia", disse Vatanka. "As eleições servem para legitimar o regime de Khamenei e nada mais."

A sorte está lançada para o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Candidato a um segundo mandato nas eleições de 12 de junho, o polêmico líder conservador enfrenta uma batalha interna para unificar seu partido e superar os problemas econômicos que atingem o Irã. Ahmadinejad, porém, não terá de solucionar esses problemas sozinho - todas as decisões importantes têm de passar primeiro pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. "Ahmadinejad é o chefe do Executivo, mas tem pouco controle sobre a maioria das instituições iranianas", afirmou ao Estado, por telefone, o economista Djavad Salehi-Isfahani, do centro de estudos Brookings Institution. "No final, a decisão que prevalece é sempre a de Khamenei." A divisão de poder no Irã tem como base um complexo sistema criado após a Revolução Islâmica de 1979, no qual o presidente tem autonomia limitada para governar - uma artimanha inventada pelos aiatolás para assegurar o poder. Na prática, os clérigos controlam as principais instituições do país. Eleito em 2005 amparado em uma plataforma que prometia pôr as riquezas do petróleo na mesa de jantar dos cidadãos comuns, Ahmadinejad termina seus quatro anos de governo com um complicado quadro econômico no qual o déficit aumenta cada vez mais e a inflação cresce rapidamente - no ano passado, a média ficou em 26%. "Ele fez muitas promessas, mas não tinha planos de como executá-las com sucesso", afirmou Salehi-Isfahani. A economia do Irã é altamente dependente dos recursos de hidrocarbonetos, responsáveis por 80% da receita do governo. Em julho de 2008, o barril de petróleo era comercializado por US$ 150, mas, hoje, o preço beira os US$ 50. "A crise financeira ainda não atingiu o Irã com força, mas o problema de Ahmadinejad é que ele ainda está gastando como se os preços do petróleo não tivessem mudado", explicou o economista. "Como se isso não bastasse, ainda temos o problema das sanções econômicas, que afetam o sistema bancário e as importações." Populista e controvertido, Ahmadinejad parece não se preocupar muito com a deterioração do sistema econômico. O presidente, que antes de ser eleito tinha como experiência política apenas dois anos como prefeito de Teerã, passa a maior parte do tempo fazendo duras críticas a Israel. Ele já negou o Holocausto e assegura que em seu país não existem homossexuais. Segundo analistas, sua retórica de confrontação se deve principalmente à abundância de petróleo do Irã. "Ahmadinejad é como o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Os dois usam o petróleo para promover o antiamericanismo e ampliar a popularidade", ressaltou Daniel Brumberg, professor do Departamento de Governança da Universidade Georgetown. "Ahmadinejad usa a riqueza dos hidrocarbonetos como um escudo para poder falar e fazer o que quiser, pois ele sabe como o petróleo iraniano é importante para o restante do mundo", disse o pesquisador Chuck Freilich, do Programa de Segurança Internacional do Belfer Center, da Universidade Harvard. DIVISÃO PARTIDÁRIA As inscrições para a eleição de junho foram encerradas ontem, com o cadastro de mais de cem candidatos e sinais de divisão dentro da cúpula de Ahmadinejad. Todos os registros serão submetidos ao Conselho de Guardiães, que anunciará os candidatos aprovados entre os dias 20 e 21. O conservador Mohsen Rezaie, ex-comandante da Guarda Revolucionária, fez seu registro na sexta-feira e opositores esperam que ele enfraqueça Ahmadinejad internamente, obtendo votos da própria base de apoio do presidente. "O que ocorre é uma ?briga de família? e a única questão é o quanto será feia a disputa", afirmou o analista Alex Vatanka, do Middle East Institute, em Washington. "O fato de Rezaei ter apresentado sua candidatura é um sinal claro de um racha entre os conservadores." Os problemas internos do Irã teriam sido um dos motivos do cancelamento da visita de Ahmadinejad ao Brasil, na semana passada. Entre os outros principais candidatos estão o reformista Mehdi Karubi e o ex-premiê Mir Hussein Mousavi. Mas o consenso entre analistas é que Ahmadinejad deve ganhar. "Esse processo é orquestrado pelos clérigos para passar uma falsa ideia de democracia", disse Vatanka. "As eleições servem para legitimar o regime de Khamenei e nada mais."

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