Eleição nos EUA deve ter mais de 100 milhões de eleitores


Por Agencia Estado

A Justiça Eleitoral dos Estados Unidos espera uma participação de cerca de 100 milhões de eleitores na escolha do novo presidente do País. Embora a presença não seja obrigatória, alguns analistas acreditam que, pela conjuntura (escalada do terrorismo, guerra, desemprego) até 125 milhões de americanos poderão ir às urnas para fazer a escolha entre o atual presidente George Bush e o senador John Kerry. Alguns já foram, pois é permitido o voto antecipado. A participação massiva (também serão escolhidos deputados, senadores e governadores), associada à maior vigilância internacional do pleito, podem levar a uma recontagem prolongada (e quem sabe polêmica) dos votos. O fiasco eleitoral de quatro anos atrás, na Flórida, que terminou com a eleição para a Casa Branca do candidato que obteve menos sufrágios populares, expôs as gritantes deficiências dos sistemas de votação da maior democracia do mundo e provocou promessas de uma reforma total. Pouco, no entanto, foi feito desde então, quando se considera o tamanho do problema e a ambição das mudanças anunciadas depois dos traumáticos 36 dias da batalha judicial sobre a contestada vitória de George W. Bush por apenas 537 sufrágios - em mais de 5,8 milhões - num Estado governado por seu irmão. "A expectativa da reestruturação completa do sistema eleitoral criada pela catástrofe de 2000 claramente não foi preenchida", afirmou Doug Chapin, estudioso do assunto e criador do site electionline.com. Embora algumas importantes mudanças tenham sido instituídas, como a que garante que todas as pessoas que comparecerem para votar exercerão seu direitos, ainda que tenham de usar uma cédula provisória, Chapin disse que sistemas antiquados permanecem, nada mudou para facilitar a participação de milhões de civis e soldados americanos no exterior e os fundos prometidos pelos Congresso para modernizar o sistema chegaram tarde para a votação desta terça-feira. "Em Ohio, um Estado crítico nas eleições, mais de 70% dos eleitores votarão perfurando cartões", afirmou Chapin, numa alusão ao primitivo método que foi um dos fatores da crise nas apurações na Flórida, quatro anos atrás. Aversão à urna eletrônica Politicamente, os progressos alcançados na reforma do sistema foram neutralizados por iniciativas desastradas que contribuíram para alimentar teorias conspiratórias sobre os equipamentos eletrônicos de votação e complicaram ainda mais as coisas. Uma delas foi a tentativa da Diebold, que domina o mercado de urnas eletrônicas nos Estados Unidos, de melhorar a máquina de votar desenvolvida no Brasil. Poucos dias antes das eleições de 2000, a Diebold pagou US$ 225 milhões em dinheiro pelo controle da Procom Indústria Eletrônica, a empresa que desenvolveu a urna eletrônica brasileira, a partir de um americaníssimo circuito integrado Pentium. Dúvidas sobre a confiabilidade da máquina levaram a Diebold a instruir uma subsidiária no Canadá a melhorar o sistema, que tem sido usado no Brasil sem problemas. Os programadores canadenses cometeram duas façanhas: pioraram a máquina e permitiram que o código-fonte do novo programa que desenvolveram para tornar a urna brasileira mais segura se espalhasse pela internet, onde grupos contrários determinaram que ele era altamente vulnerável à manipulação e fraude. Para complicar as coisas, meses atrás o presidente da Diebold, Walden O´Dell, que é republicano, tomou a patética iniciativa de enviar cartas a outros simpatizantes de Bush prometendo garantir sua vitória em Ohio. Incidentes como esses ajudaram a reforçar os argumentos da ruidosa minoria dos adversários da informatização das eleições no país que inventou o computador e a internet e é a pátria da tecnologia. Eles sustentam que as urnas eletrônicas não são confiáveis e insistem que elas produzam uma prova em papel de cada voto, para pemitir uma recontagem manual. "O voto eletrônico tem estado sob constante ataque nos editoriais da imprensa, em páginas da internet publicadas por cientistas especializados em computação e em livros e relatórios escritos por jornalistas e teóricos da conspiração", afirmou Chapin. Sistema descentralizado Outra dificuldade para a reforma é a estrutura descentralizada do sistema de votação americano, que data da fundação do país, há mais de dois séculos, e pode variar de um município (ou condado) para outro. Esforços para criar padrões estaduais ou um padrão federal enfrentam resistências. Em parte por isso, até agora, pouco dos US$ 3,83 bilhões que o Congresso destinou para a modernização do sistema de votação foi usado por Estados e municípios. O resultado é que, dos estimados 100 milhões a 120 milhões de americanos esperados nas seções eleitorais em todo o país, menos de um terço votará em urnas eletrônicas como as usadas no Brasil. Cerca de 48 mil máquinas da Diebold serão usadas em dez Estados. A maior parcela dos eleitores, de quase 35%, registrará suas preferências em antiquadas cédulas de papel, que serão depois lidas mecanicamente. Outros 14% vão continuar a valer-se de um geringonça dos anos 50, na qual fazem suas escolhas em vários painéis e as confirmam puxando uma alavanca que faz lembrar os caça-níqueis dos cassinos. Os totais ficam registrados na máquina e, no final, são anotados pelos encarregados da seção e comunicados à autoridade eleitoral. Uma proporção parecida de eleitores utilizará o sistema de perfuração de cartões. E aproximadamente 1 milhão de eleitores americanos que moram nas regiões mais remotas do país continuarão a usar o método tradicional do papel e caneta - e depois contarão os votos, um por um.

A Justiça Eleitoral dos Estados Unidos espera uma participação de cerca de 100 milhões de eleitores na escolha do novo presidente do País. Embora a presença não seja obrigatória, alguns analistas acreditam que, pela conjuntura (escalada do terrorismo, guerra, desemprego) até 125 milhões de americanos poderão ir às urnas para fazer a escolha entre o atual presidente George Bush e o senador John Kerry. Alguns já foram, pois é permitido o voto antecipado. A participação massiva (também serão escolhidos deputados, senadores e governadores), associada à maior vigilância internacional do pleito, podem levar a uma recontagem prolongada (e quem sabe polêmica) dos votos. O fiasco eleitoral de quatro anos atrás, na Flórida, que terminou com a eleição para a Casa Branca do candidato que obteve menos sufrágios populares, expôs as gritantes deficiências dos sistemas de votação da maior democracia do mundo e provocou promessas de uma reforma total. Pouco, no entanto, foi feito desde então, quando se considera o tamanho do problema e a ambição das mudanças anunciadas depois dos traumáticos 36 dias da batalha judicial sobre a contestada vitória de George W. Bush por apenas 537 sufrágios - em mais de 5,8 milhões - num Estado governado por seu irmão. "A expectativa da reestruturação completa do sistema eleitoral criada pela catástrofe de 2000 claramente não foi preenchida", afirmou Doug Chapin, estudioso do assunto e criador do site electionline.com. Embora algumas importantes mudanças tenham sido instituídas, como a que garante que todas as pessoas que comparecerem para votar exercerão seu direitos, ainda que tenham de usar uma cédula provisória, Chapin disse que sistemas antiquados permanecem, nada mudou para facilitar a participação de milhões de civis e soldados americanos no exterior e os fundos prometidos pelos Congresso para modernizar o sistema chegaram tarde para a votação desta terça-feira. "Em Ohio, um Estado crítico nas eleições, mais de 70% dos eleitores votarão perfurando cartões", afirmou Chapin, numa alusão ao primitivo método que foi um dos fatores da crise nas apurações na Flórida, quatro anos atrás. Aversão à urna eletrônica Politicamente, os progressos alcançados na reforma do sistema foram neutralizados por iniciativas desastradas que contribuíram para alimentar teorias conspiratórias sobre os equipamentos eletrônicos de votação e complicaram ainda mais as coisas. Uma delas foi a tentativa da Diebold, que domina o mercado de urnas eletrônicas nos Estados Unidos, de melhorar a máquina de votar desenvolvida no Brasil. Poucos dias antes das eleições de 2000, a Diebold pagou US$ 225 milhões em dinheiro pelo controle da Procom Indústria Eletrônica, a empresa que desenvolveu a urna eletrônica brasileira, a partir de um americaníssimo circuito integrado Pentium. Dúvidas sobre a confiabilidade da máquina levaram a Diebold a instruir uma subsidiária no Canadá a melhorar o sistema, que tem sido usado no Brasil sem problemas. Os programadores canadenses cometeram duas façanhas: pioraram a máquina e permitiram que o código-fonte do novo programa que desenvolveram para tornar a urna brasileira mais segura se espalhasse pela internet, onde grupos contrários determinaram que ele era altamente vulnerável à manipulação e fraude. Para complicar as coisas, meses atrás o presidente da Diebold, Walden O´Dell, que é republicano, tomou a patética iniciativa de enviar cartas a outros simpatizantes de Bush prometendo garantir sua vitória em Ohio. Incidentes como esses ajudaram a reforçar os argumentos da ruidosa minoria dos adversários da informatização das eleições no país que inventou o computador e a internet e é a pátria da tecnologia. Eles sustentam que as urnas eletrônicas não são confiáveis e insistem que elas produzam uma prova em papel de cada voto, para pemitir uma recontagem manual. "O voto eletrônico tem estado sob constante ataque nos editoriais da imprensa, em páginas da internet publicadas por cientistas especializados em computação e em livros e relatórios escritos por jornalistas e teóricos da conspiração", afirmou Chapin. Sistema descentralizado Outra dificuldade para a reforma é a estrutura descentralizada do sistema de votação americano, que data da fundação do país, há mais de dois séculos, e pode variar de um município (ou condado) para outro. Esforços para criar padrões estaduais ou um padrão federal enfrentam resistências. Em parte por isso, até agora, pouco dos US$ 3,83 bilhões que o Congresso destinou para a modernização do sistema de votação foi usado por Estados e municípios. O resultado é que, dos estimados 100 milhões a 120 milhões de americanos esperados nas seções eleitorais em todo o país, menos de um terço votará em urnas eletrônicas como as usadas no Brasil. Cerca de 48 mil máquinas da Diebold serão usadas em dez Estados. A maior parcela dos eleitores, de quase 35%, registrará suas preferências em antiquadas cédulas de papel, que serão depois lidas mecanicamente. Outros 14% vão continuar a valer-se de um geringonça dos anos 50, na qual fazem suas escolhas em vários painéis e as confirmam puxando uma alavanca que faz lembrar os caça-níqueis dos cassinos. Os totais ficam registrados na máquina e, no final, são anotados pelos encarregados da seção e comunicados à autoridade eleitoral. Uma proporção parecida de eleitores utilizará o sistema de perfuração de cartões. E aproximadamente 1 milhão de eleitores americanos que moram nas regiões mais remotas do país continuarão a usar o método tradicional do papel e caneta - e depois contarão os votos, um por um.

A Justiça Eleitoral dos Estados Unidos espera uma participação de cerca de 100 milhões de eleitores na escolha do novo presidente do País. Embora a presença não seja obrigatória, alguns analistas acreditam que, pela conjuntura (escalada do terrorismo, guerra, desemprego) até 125 milhões de americanos poderão ir às urnas para fazer a escolha entre o atual presidente George Bush e o senador John Kerry. Alguns já foram, pois é permitido o voto antecipado. A participação massiva (também serão escolhidos deputados, senadores e governadores), associada à maior vigilância internacional do pleito, podem levar a uma recontagem prolongada (e quem sabe polêmica) dos votos. O fiasco eleitoral de quatro anos atrás, na Flórida, que terminou com a eleição para a Casa Branca do candidato que obteve menos sufrágios populares, expôs as gritantes deficiências dos sistemas de votação da maior democracia do mundo e provocou promessas de uma reforma total. Pouco, no entanto, foi feito desde então, quando se considera o tamanho do problema e a ambição das mudanças anunciadas depois dos traumáticos 36 dias da batalha judicial sobre a contestada vitória de George W. Bush por apenas 537 sufrágios - em mais de 5,8 milhões - num Estado governado por seu irmão. "A expectativa da reestruturação completa do sistema eleitoral criada pela catástrofe de 2000 claramente não foi preenchida", afirmou Doug Chapin, estudioso do assunto e criador do site electionline.com. Embora algumas importantes mudanças tenham sido instituídas, como a que garante que todas as pessoas que comparecerem para votar exercerão seu direitos, ainda que tenham de usar uma cédula provisória, Chapin disse que sistemas antiquados permanecem, nada mudou para facilitar a participação de milhões de civis e soldados americanos no exterior e os fundos prometidos pelos Congresso para modernizar o sistema chegaram tarde para a votação desta terça-feira. "Em Ohio, um Estado crítico nas eleições, mais de 70% dos eleitores votarão perfurando cartões", afirmou Chapin, numa alusão ao primitivo método que foi um dos fatores da crise nas apurações na Flórida, quatro anos atrás. Aversão à urna eletrônica Politicamente, os progressos alcançados na reforma do sistema foram neutralizados por iniciativas desastradas que contribuíram para alimentar teorias conspiratórias sobre os equipamentos eletrônicos de votação e complicaram ainda mais as coisas. Uma delas foi a tentativa da Diebold, que domina o mercado de urnas eletrônicas nos Estados Unidos, de melhorar a máquina de votar desenvolvida no Brasil. Poucos dias antes das eleições de 2000, a Diebold pagou US$ 225 milhões em dinheiro pelo controle da Procom Indústria Eletrônica, a empresa que desenvolveu a urna eletrônica brasileira, a partir de um americaníssimo circuito integrado Pentium. Dúvidas sobre a confiabilidade da máquina levaram a Diebold a instruir uma subsidiária no Canadá a melhorar o sistema, que tem sido usado no Brasil sem problemas. Os programadores canadenses cometeram duas façanhas: pioraram a máquina e permitiram que o código-fonte do novo programa que desenvolveram para tornar a urna brasileira mais segura se espalhasse pela internet, onde grupos contrários determinaram que ele era altamente vulnerável à manipulação e fraude. Para complicar as coisas, meses atrás o presidente da Diebold, Walden O´Dell, que é republicano, tomou a patética iniciativa de enviar cartas a outros simpatizantes de Bush prometendo garantir sua vitória em Ohio. Incidentes como esses ajudaram a reforçar os argumentos da ruidosa minoria dos adversários da informatização das eleições no país que inventou o computador e a internet e é a pátria da tecnologia. Eles sustentam que as urnas eletrônicas não são confiáveis e insistem que elas produzam uma prova em papel de cada voto, para pemitir uma recontagem manual. "O voto eletrônico tem estado sob constante ataque nos editoriais da imprensa, em páginas da internet publicadas por cientistas especializados em computação e em livros e relatórios escritos por jornalistas e teóricos da conspiração", afirmou Chapin. Sistema descentralizado Outra dificuldade para a reforma é a estrutura descentralizada do sistema de votação americano, que data da fundação do país, há mais de dois séculos, e pode variar de um município (ou condado) para outro. Esforços para criar padrões estaduais ou um padrão federal enfrentam resistências. Em parte por isso, até agora, pouco dos US$ 3,83 bilhões que o Congresso destinou para a modernização do sistema de votação foi usado por Estados e municípios. O resultado é que, dos estimados 100 milhões a 120 milhões de americanos esperados nas seções eleitorais em todo o país, menos de um terço votará em urnas eletrônicas como as usadas no Brasil. Cerca de 48 mil máquinas da Diebold serão usadas em dez Estados. A maior parcela dos eleitores, de quase 35%, registrará suas preferências em antiquadas cédulas de papel, que serão depois lidas mecanicamente. Outros 14% vão continuar a valer-se de um geringonça dos anos 50, na qual fazem suas escolhas em vários painéis e as confirmam puxando uma alavanca que faz lembrar os caça-níqueis dos cassinos. Os totais ficam registrados na máquina e, no final, são anotados pelos encarregados da seção e comunicados à autoridade eleitoral. Uma proporção parecida de eleitores utilizará o sistema de perfuração de cartões. E aproximadamente 1 milhão de eleitores americanos que moram nas regiões mais remotas do país continuarão a usar o método tradicional do papel e caneta - e depois contarão os votos, um por um.

A Justiça Eleitoral dos Estados Unidos espera uma participação de cerca de 100 milhões de eleitores na escolha do novo presidente do País. Embora a presença não seja obrigatória, alguns analistas acreditam que, pela conjuntura (escalada do terrorismo, guerra, desemprego) até 125 milhões de americanos poderão ir às urnas para fazer a escolha entre o atual presidente George Bush e o senador John Kerry. Alguns já foram, pois é permitido o voto antecipado. A participação massiva (também serão escolhidos deputados, senadores e governadores), associada à maior vigilância internacional do pleito, podem levar a uma recontagem prolongada (e quem sabe polêmica) dos votos. O fiasco eleitoral de quatro anos atrás, na Flórida, que terminou com a eleição para a Casa Branca do candidato que obteve menos sufrágios populares, expôs as gritantes deficiências dos sistemas de votação da maior democracia do mundo e provocou promessas de uma reforma total. Pouco, no entanto, foi feito desde então, quando se considera o tamanho do problema e a ambição das mudanças anunciadas depois dos traumáticos 36 dias da batalha judicial sobre a contestada vitória de George W. Bush por apenas 537 sufrágios - em mais de 5,8 milhões - num Estado governado por seu irmão. "A expectativa da reestruturação completa do sistema eleitoral criada pela catástrofe de 2000 claramente não foi preenchida", afirmou Doug Chapin, estudioso do assunto e criador do site electionline.com. Embora algumas importantes mudanças tenham sido instituídas, como a que garante que todas as pessoas que comparecerem para votar exercerão seu direitos, ainda que tenham de usar uma cédula provisória, Chapin disse que sistemas antiquados permanecem, nada mudou para facilitar a participação de milhões de civis e soldados americanos no exterior e os fundos prometidos pelos Congresso para modernizar o sistema chegaram tarde para a votação desta terça-feira. "Em Ohio, um Estado crítico nas eleições, mais de 70% dos eleitores votarão perfurando cartões", afirmou Chapin, numa alusão ao primitivo método que foi um dos fatores da crise nas apurações na Flórida, quatro anos atrás. Aversão à urna eletrônica Politicamente, os progressos alcançados na reforma do sistema foram neutralizados por iniciativas desastradas que contribuíram para alimentar teorias conspiratórias sobre os equipamentos eletrônicos de votação e complicaram ainda mais as coisas. Uma delas foi a tentativa da Diebold, que domina o mercado de urnas eletrônicas nos Estados Unidos, de melhorar a máquina de votar desenvolvida no Brasil. Poucos dias antes das eleições de 2000, a Diebold pagou US$ 225 milhões em dinheiro pelo controle da Procom Indústria Eletrônica, a empresa que desenvolveu a urna eletrônica brasileira, a partir de um americaníssimo circuito integrado Pentium. Dúvidas sobre a confiabilidade da máquina levaram a Diebold a instruir uma subsidiária no Canadá a melhorar o sistema, que tem sido usado no Brasil sem problemas. Os programadores canadenses cometeram duas façanhas: pioraram a máquina e permitiram que o código-fonte do novo programa que desenvolveram para tornar a urna brasileira mais segura se espalhasse pela internet, onde grupos contrários determinaram que ele era altamente vulnerável à manipulação e fraude. Para complicar as coisas, meses atrás o presidente da Diebold, Walden O´Dell, que é republicano, tomou a patética iniciativa de enviar cartas a outros simpatizantes de Bush prometendo garantir sua vitória em Ohio. Incidentes como esses ajudaram a reforçar os argumentos da ruidosa minoria dos adversários da informatização das eleições no país que inventou o computador e a internet e é a pátria da tecnologia. Eles sustentam que as urnas eletrônicas não são confiáveis e insistem que elas produzam uma prova em papel de cada voto, para pemitir uma recontagem manual. "O voto eletrônico tem estado sob constante ataque nos editoriais da imprensa, em páginas da internet publicadas por cientistas especializados em computação e em livros e relatórios escritos por jornalistas e teóricos da conspiração", afirmou Chapin. Sistema descentralizado Outra dificuldade para a reforma é a estrutura descentralizada do sistema de votação americano, que data da fundação do país, há mais de dois séculos, e pode variar de um município (ou condado) para outro. Esforços para criar padrões estaduais ou um padrão federal enfrentam resistências. Em parte por isso, até agora, pouco dos US$ 3,83 bilhões que o Congresso destinou para a modernização do sistema de votação foi usado por Estados e municípios. O resultado é que, dos estimados 100 milhões a 120 milhões de americanos esperados nas seções eleitorais em todo o país, menos de um terço votará em urnas eletrônicas como as usadas no Brasil. Cerca de 48 mil máquinas da Diebold serão usadas em dez Estados. A maior parcela dos eleitores, de quase 35%, registrará suas preferências em antiquadas cédulas de papel, que serão depois lidas mecanicamente. Outros 14% vão continuar a valer-se de um geringonça dos anos 50, na qual fazem suas escolhas em vários painéis e as confirmam puxando uma alavanca que faz lembrar os caça-níqueis dos cassinos. Os totais ficam registrados na máquina e, no final, são anotados pelos encarregados da seção e comunicados à autoridade eleitoral. Uma proporção parecida de eleitores utilizará o sistema de perfuração de cartões. E aproximadamente 1 milhão de eleitores americanos que moram nas regiões mais remotas do país continuarão a usar o método tradicional do papel e caneta - e depois contarão os votos, um por um.

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