Em discurso a aliados, Biden diz que democracia está sob ataque no mundo


Em seu primeiro grande discurso de política externa internacional desde que assumiu o cargo, em 20 de janeiro, Biden disse que os aliados tradicionais dos EUA deveriam mais uma vez ter confiança na liderança de Washington

Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - Em um discurso na Conferência de Segurança de Munique nesta sexta-feira, 19, o presidente americano, Joe Biden, fez uma advertência aos líderes globais e formuladores de políticas de que “o progresso democrático está sendo atacado” em muitas partes do mundo, incluindo nos Estados Unidos e na Europa.

Em seu primeiro grande discurso de política externa internacional desde que assumiu o cargo, em 20 de janeiro, Biden disse que os aliados tradicionais dos EUA deveriam mais uma vez ter confiança na liderança de Washington. 

Ele afirmou que os Estados Unidos estão comprometidos com a aliança da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e estão determinados a se engajar novamente com a Europa e a consultá-la "para reconquistar a posição de liderança confiável dos americanos”. 

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Da Casa Branca, Joe Biden discursa para a Conferência de Segurança de Munique Foto: Anna Moneymaker/The New York Times

“Nossas parcerias perduraram e cresceram ao longo dos anos porque estão enraizadas na riqueza de nossos valores democráticos compartilhados”, disse Biden. “Eles são construídos com base em uma visão do futuro na qual todas as vozes são importantes, os direitos de todos são protegidos e o Estado de direito é respeitado. E em muitos lugares, incluindo na Europa e nos Estados Unidos, o progresso democrático está sob ataque.”

Ele descreveu o momento atual como um “ponto de inflexão” no debate sobre os méritos da governança democrática versus autocrática.

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“Devemos demonstrar que a democracia ainda pode trazer resultados para nosso povo neste mundo mudado. Essa, a meu ver, é nossa missão galvanizadora. A democracia não acontece por acaso. Temos de defendê-la. Lute por isso. Fortaleça-a. Renove-a. Temos de provar que nosso modelo não é uma relíquia de nossa história. É a melhor maneira de revitalizar a promessa de nosso futuro.”

O discurso de Biden na Conferência de Segurança de Munique, um evento anual realizado por videoconferência por causa da pandemia de covid-19, coincidiu com as boas-vindas ao "multilateralismo" da chanceler alemã, Angela Merkel, após anos de confronto com o antecessor de Biden, Donald Trump. "Estou enviando uma mensagem clara ao mundo: a América está de volta. A aliança transatlântica está de volta", disse ele da Casa Branca. 

Biden, que falou anteriormente aos líderes do G-7, um clube de países democráticos ricos, disse que seu governo vai mais uma vez enfatizar a construção de alianças, em contraste com as políticas isolacionistas de Trump e o tratamento corrosivo dos aliados americanos.

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Ameaças da Rússia e China

Biden disse que não busca um retorno aos "blocos rígidos da Guerra Fria", insistindo que a comunidade internacional deve trabalhar em conjunto em questões como a pandemia do novo coronavírus e as mudanças climáticas, mesmo que haja profundas divergências em outros assuntos. 

O retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris para o Clima, formalizado nesta sexta-feira, é uma prova das intenções de Washington, disse ele. "Não podemos mais atrasar ou fazer o mínimo para lidar com a mudança climática", afirmou Biden, chamando essa questão de "crise existencial global". 

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Mas Biden emitiu advertências sobre ameaças representadas pela Rússia e pela China."O Kremlin ataca nossas democracias e usa a corrupção como arma para tentar minar nosso sistema de governo", disse ele. O presidente russo, Vladimir Putin, "busca enfraquecer o projeto europeu e nossa aliança com a Otan." 

Mais uma vez pedindo a unidade dos países ocidentais, Biden acrescentou que "é muito mais fácil para o Kremlin intimidar e ameaçar Estados individuais do que negociar com uma comunidade transatlântica forte e unida". 

A Casa Branca disse que Biden não planeja retomar os polêmicos esforços de Trump no ano passado para restabelecer o G-8, que se tornou o G-7 depois que a Rússia foi derrubada em resposta à anexação da península ucraniana da Crimeia. "Não acho que faremos novos convites para a Rússia ou que vamos reiterar novos convites para a Rússia", disse a secretária de imprensa Jen Psaki. 

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Da mesma forma, convidou os aliados europeus a permanecerem unidos diante dos desafios políticos e econômicos colocados pela China, destacando que é possível "enfrentar os abusos econômicos e a coerção do governo chinês que minam os alicerces do sistema econômico internacional". "As empresas chinesas devem atender ao mesmo padrão" que as americanas e europeias, ressaltou. 

Com relação ao Irã, Biden reiterou seu compromisso de retornar às negociações internacionais com Teerã sobre seu programa nuclear, mas explicou que é necessário "abordar as atividades desestabilizadoras do Irã em todo o Oriente Médio". 

A abordagem de Biden está sendo bem recebida na Europa. Em declarações a jornalistas após a reunião do G-7, Merkel deu as boas-vindas à chegada de Biden ao cenário mundial. "O multilateralismo é impulsionado pela mudança de governo dos Estados Unidos, o governo Biden já demonstrou isso com suas primeiras decisões", declarou, aludindo ao retorno de Washington ao Acordo de Paris e à Organização Mundial da Saúde (OMS). 

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O presidente francês, Emmanuel Macron, saudou o retorno dos Estados Unidos, mas disse que a Europa ainda não avançou para garantir a própria segurança. “Se dependermos demais dos Estados Unidos dentro da Otan, podemos nos colocar na situação de não mais sermos protegidos em nossas fronteiras”, disse ele na reunião de Munique./W.POST e AFP 

WASHINGTON - Em um discurso na Conferência de Segurança de Munique nesta sexta-feira, 19, o presidente americano, Joe Biden, fez uma advertência aos líderes globais e formuladores de políticas de que “o progresso democrático está sendo atacado” em muitas partes do mundo, incluindo nos Estados Unidos e na Europa.

Em seu primeiro grande discurso de política externa internacional desde que assumiu o cargo, em 20 de janeiro, Biden disse que os aliados tradicionais dos EUA deveriam mais uma vez ter confiança na liderança de Washington. 

Ele afirmou que os Estados Unidos estão comprometidos com a aliança da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e estão determinados a se engajar novamente com a Europa e a consultá-la "para reconquistar a posição de liderança confiável dos americanos”. 

Da Casa Branca, Joe Biden discursa para a Conferência de Segurança de Munique Foto: Anna Moneymaker/The New York Times

“Nossas parcerias perduraram e cresceram ao longo dos anos porque estão enraizadas na riqueza de nossos valores democráticos compartilhados”, disse Biden. “Eles são construídos com base em uma visão do futuro na qual todas as vozes são importantes, os direitos de todos são protegidos e o Estado de direito é respeitado. E em muitos lugares, incluindo na Europa e nos Estados Unidos, o progresso democrático está sob ataque.”

Ele descreveu o momento atual como um “ponto de inflexão” no debate sobre os méritos da governança democrática versus autocrática.

“Devemos demonstrar que a democracia ainda pode trazer resultados para nosso povo neste mundo mudado. Essa, a meu ver, é nossa missão galvanizadora. A democracia não acontece por acaso. Temos de defendê-la. Lute por isso. Fortaleça-a. Renove-a. Temos de provar que nosso modelo não é uma relíquia de nossa história. É a melhor maneira de revitalizar a promessa de nosso futuro.”

O discurso de Biden na Conferência de Segurança de Munique, um evento anual realizado por videoconferência por causa da pandemia de covid-19, coincidiu com as boas-vindas ao "multilateralismo" da chanceler alemã, Angela Merkel, após anos de confronto com o antecessor de Biden, Donald Trump. "Estou enviando uma mensagem clara ao mundo: a América está de volta. A aliança transatlântica está de volta", disse ele da Casa Branca. 

Biden, que falou anteriormente aos líderes do G-7, um clube de países democráticos ricos, disse que seu governo vai mais uma vez enfatizar a construção de alianças, em contraste com as políticas isolacionistas de Trump e o tratamento corrosivo dos aliados americanos.

Ameaças da Rússia e China

Biden disse que não busca um retorno aos "blocos rígidos da Guerra Fria", insistindo que a comunidade internacional deve trabalhar em conjunto em questões como a pandemia do novo coronavírus e as mudanças climáticas, mesmo que haja profundas divergências em outros assuntos. 

O retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris para o Clima, formalizado nesta sexta-feira, é uma prova das intenções de Washington, disse ele. "Não podemos mais atrasar ou fazer o mínimo para lidar com a mudança climática", afirmou Biden, chamando essa questão de "crise existencial global". 

Mas Biden emitiu advertências sobre ameaças representadas pela Rússia e pela China."O Kremlin ataca nossas democracias e usa a corrupção como arma para tentar minar nosso sistema de governo", disse ele. O presidente russo, Vladimir Putin, "busca enfraquecer o projeto europeu e nossa aliança com a Otan." 

Mais uma vez pedindo a unidade dos países ocidentais, Biden acrescentou que "é muito mais fácil para o Kremlin intimidar e ameaçar Estados individuais do que negociar com uma comunidade transatlântica forte e unida". 

A Casa Branca disse que Biden não planeja retomar os polêmicos esforços de Trump no ano passado para restabelecer o G-8, que se tornou o G-7 depois que a Rússia foi derrubada em resposta à anexação da península ucraniana da Crimeia. "Não acho que faremos novos convites para a Rússia ou que vamos reiterar novos convites para a Rússia", disse a secretária de imprensa Jen Psaki. 

Da mesma forma, convidou os aliados europeus a permanecerem unidos diante dos desafios políticos e econômicos colocados pela China, destacando que é possível "enfrentar os abusos econômicos e a coerção do governo chinês que minam os alicerces do sistema econômico internacional". "As empresas chinesas devem atender ao mesmo padrão" que as americanas e europeias, ressaltou. 

Com relação ao Irã, Biden reiterou seu compromisso de retornar às negociações internacionais com Teerã sobre seu programa nuclear, mas explicou que é necessário "abordar as atividades desestabilizadoras do Irã em todo o Oriente Médio". 

A abordagem de Biden está sendo bem recebida na Europa. Em declarações a jornalistas após a reunião do G-7, Merkel deu as boas-vindas à chegada de Biden ao cenário mundial. "O multilateralismo é impulsionado pela mudança de governo dos Estados Unidos, o governo Biden já demonstrou isso com suas primeiras decisões", declarou, aludindo ao retorno de Washington ao Acordo de Paris e à Organização Mundial da Saúde (OMS). 

O presidente francês, Emmanuel Macron, saudou o retorno dos Estados Unidos, mas disse que a Europa ainda não avançou para garantir a própria segurança. “Se dependermos demais dos Estados Unidos dentro da Otan, podemos nos colocar na situação de não mais sermos protegidos em nossas fronteiras”, disse ele na reunião de Munique./W.POST e AFP 

WASHINGTON - Em um discurso na Conferência de Segurança de Munique nesta sexta-feira, 19, o presidente americano, Joe Biden, fez uma advertência aos líderes globais e formuladores de políticas de que “o progresso democrático está sendo atacado” em muitas partes do mundo, incluindo nos Estados Unidos e na Europa.

Em seu primeiro grande discurso de política externa internacional desde que assumiu o cargo, em 20 de janeiro, Biden disse que os aliados tradicionais dos EUA deveriam mais uma vez ter confiança na liderança de Washington. 

Ele afirmou que os Estados Unidos estão comprometidos com a aliança da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e estão determinados a se engajar novamente com a Europa e a consultá-la "para reconquistar a posição de liderança confiável dos americanos”. 

Da Casa Branca, Joe Biden discursa para a Conferência de Segurança de Munique Foto: Anna Moneymaker/The New York Times

“Nossas parcerias perduraram e cresceram ao longo dos anos porque estão enraizadas na riqueza de nossos valores democráticos compartilhados”, disse Biden. “Eles são construídos com base em uma visão do futuro na qual todas as vozes são importantes, os direitos de todos são protegidos e o Estado de direito é respeitado. E em muitos lugares, incluindo na Europa e nos Estados Unidos, o progresso democrático está sob ataque.”

Ele descreveu o momento atual como um “ponto de inflexão” no debate sobre os méritos da governança democrática versus autocrática.

“Devemos demonstrar que a democracia ainda pode trazer resultados para nosso povo neste mundo mudado. Essa, a meu ver, é nossa missão galvanizadora. A democracia não acontece por acaso. Temos de defendê-la. Lute por isso. Fortaleça-a. Renove-a. Temos de provar que nosso modelo não é uma relíquia de nossa história. É a melhor maneira de revitalizar a promessa de nosso futuro.”

O discurso de Biden na Conferência de Segurança de Munique, um evento anual realizado por videoconferência por causa da pandemia de covid-19, coincidiu com as boas-vindas ao "multilateralismo" da chanceler alemã, Angela Merkel, após anos de confronto com o antecessor de Biden, Donald Trump. "Estou enviando uma mensagem clara ao mundo: a América está de volta. A aliança transatlântica está de volta", disse ele da Casa Branca. 

Biden, que falou anteriormente aos líderes do G-7, um clube de países democráticos ricos, disse que seu governo vai mais uma vez enfatizar a construção de alianças, em contraste com as políticas isolacionistas de Trump e o tratamento corrosivo dos aliados americanos.

Ameaças da Rússia e China

Biden disse que não busca um retorno aos "blocos rígidos da Guerra Fria", insistindo que a comunidade internacional deve trabalhar em conjunto em questões como a pandemia do novo coronavírus e as mudanças climáticas, mesmo que haja profundas divergências em outros assuntos. 

O retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris para o Clima, formalizado nesta sexta-feira, é uma prova das intenções de Washington, disse ele. "Não podemos mais atrasar ou fazer o mínimo para lidar com a mudança climática", afirmou Biden, chamando essa questão de "crise existencial global". 

Mas Biden emitiu advertências sobre ameaças representadas pela Rússia e pela China."O Kremlin ataca nossas democracias e usa a corrupção como arma para tentar minar nosso sistema de governo", disse ele. O presidente russo, Vladimir Putin, "busca enfraquecer o projeto europeu e nossa aliança com a Otan." 

Mais uma vez pedindo a unidade dos países ocidentais, Biden acrescentou que "é muito mais fácil para o Kremlin intimidar e ameaçar Estados individuais do que negociar com uma comunidade transatlântica forte e unida". 

A Casa Branca disse que Biden não planeja retomar os polêmicos esforços de Trump no ano passado para restabelecer o G-8, que se tornou o G-7 depois que a Rússia foi derrubada em resposta à anexação da península ucraniana da Crimeia. "Não acho que faremos novos convites para a Rússia ou que vamos reiterar novos convites para a Rússia", disse a secretária de imprensa Jen Psaki. 

Da mesma forma, convidou os aliados europeus a permanecerem unidos diante dos desafios políticos e econômicos colocados pela China, destacando que é possível "enfrentar os abusos econômicos e a coerção do governo chinês que minam os alicerces do sistema econômico internacional". "As empresas chinesas devem atender ao mesmo padrão" que as americanas e europeias, ressaltou. 

Com relação ao Irã, Biden reiterou seu compromisso de retornar às negociações internacionais com Teerã sobre seu programa nuclear, mas explicou que é necessário "abordar as atividades desestabilizadoras do Irã em todo o Oriente Médio". 

A abordagem de Biden está sendo bem recebida na Europa. Em declarações a jornalistas após a reunião do G-7, Merkel deu as boas-vindas à chegada de Biden ao cenário mundial. "O multilateralismo é impulsionado pela mudança de governo dos Estados Unidos, o governo Biden já demonstrou isso com suas primeiras decisões", declarou, aludindo ao retorno de Washington ao Acordo de Paris e à Organização Mundial da Saúde (OMS). 

O presidente francês, Emmanuel Macron, saudou o retorno dos Estados Unidos, mas disse que a Europa ainda não avançou para garantir a própria segurança. “Se dependermos demais dos Estados Unidos dentro da Otan, podemos nos colocar na situação de não mais sermos protegidos em nossas fronteiras”, disse ele na reunião de Munique./W.POST e AFP 

WASHINGTON - Em um discurso na Conferência de Segurança de Munique nesta sexta-feira, 19, o presidente americano, Joe Biden, fez uma advertência aos líderes globais e formuladores de políticas de que “o progresso democrático está sendo atacado” em muitas partes do mundo, incluindo nos Estados Unidos e na Europa.

Em seu primeiro grande discurso de política externa internacional desde que assumiu o cargo, em 20 de janeiro, Biden disse que os aliados tradicionais dos EUA deveriam mais uma vez ter confiança na liderança de Washington. 

Ele afirmou que os Estados Unidos estão comprometidos com a aliança da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e estão determinados a se engajar novamente com a Europa e a consultá-la "para reconquistar a posição de liderança confiável dos americanos”. 

Da Casa Branca, Joe Biden discursa para a Conferência de Segurança de Munique Foto: Anna Moneymaker/The New York Times

“Nossas parcerias perduraram e cresceram ao longo dos anos porque estão enraizadas na riqueza de nossos valores democráticos compartilhados”, disse Biden. “Eles são construídos com base em uma visão do futuro na qual todas as vozes são importantes, os direitos de todos são protegidos e o Estado de direito é respeitado. E em muitos lugares, incluindo na Europa e nos Estados Unidos, o progresso democrático está sob ataque.”

Ele descreveu o momento atual como um “ponto de inflexão” no debate sobre os méritos da governança democrática versus autocrática.

“Devemos demonstrar que a democracia ainda pode trazer resultados para nosso povo neste mundo mudado. Essa, a meu ver, é nossa missão galvanizadora. A democracia não acontece por acaso. Temos de defendê-la. Lute por isso. Fortaleça-a. Renove-a. Temos de provar que nosso modelo não é uma relíquia de nossa história. É a melhor maneira de revitalizar a promessa de nosso futuro.”

O discurso de Biden na Conferência de Segurança de Munique, um evento anual realizado por videoconferência por causa da pandemia de covid-19, coincidiu com as boas-vindas ao "multilateralismo" da chanceler alemã, Angela Merkel, após anos de confronto com o antecessor de Biden, Donald Trump. "Estou enviando uma mensagem clara ao mundo: a América está de volta. A aliança transatlântica está de volta", disse ele da Casa Branca. 

Biden, que falou anteriormente aos líderes do G-7, um clube de países democráticos ricos, disse que seu governo vai mais uma vez enfatizar a construção de alianças, em contraste com as políticas isolacionistas de Trump e o tratamento corrosivo dos aliados americanos.

Ameaças da Rússia e China

Biden disse que não busca um retorno aos "blocos rígidos da Guerra Fria", insistindo que a comunidade internacional deve trabalhar em conjunto em questões como a pandemia do novo coronavírus e as mudanças climáticas, mesmo que haja profundas divergências em outros assuntos. 

O retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris para o Clima, formalizado nesta sexta-feira, é uma prova das intenções de Washington, disse ele. "Não podemos mais atrasar ou fazer o mínimo para lidar com a mudança climática", afirmou Biden, chamando essa questão de "crise existencial global". 

Mas Biden emitiu advertências sobre ameaças representadas pela Rússia e pela China."O Kremlin ataca nossas democracias e usa a corrupção como arma para tentar minar nosso sistema de governo", disse ele. O presidente russo, Vladimir Putin, "busca enfraquecer o projeto europeu e nossa aliança com a Otan." 

Mais uma vez pedindo a unidade dos países ocidentais, Biden acrescentou que "é muito mais fácil para o Kremlin intimidar e ameaçar Estados individuais do que negociar com uma comunidade transatlântica forte e unida". 

A Casa Branca disse que Biden não planeja retomar os polêmicos esforços de Trump no ano passado para restabelecer o G-8, que se tornou o G-7 depois que a Rússia foi derrubada em resposta à anexação da península ucraniana da Crimeia. "Não acho que faremos novos convites para a Rússia ou que vamos reiterar novos convites para a Rússia", disse a secretária de imprensa Jen Psaki. 

Da mesma forma, convidou os aliados europeus a permanecerem unidos diante dos desafios políticos e econômicos colocados pela China, destacando que é possível "enfrentar os abusos econômicos e a coerção do governo chinês que minam os alicerces do sistema econômico internacional". "As empresas chinesas devem atender ao mesmo padrão" que as americanas e europeias, ressaltou. 

Com relação ao Irã, Biden reiterou seu compromisso de retornar às negociações internacionais com Teerã sobre seu programa nuclear, mas explicou que é necessário "abordar as atividades desestabilizadoras do Irã em todo o Oriente Médio". 

A abordagem de Biden está sendo bem recebida na Europa. Em declarações a jornalistas após a reunião do G-7, Merkel deu as boas-vindas à chegada de Biden ao cenário mundial. "O multilateralismo é impulsionado pela mudança de governo dos Estados Unidos, o governo Biden já demonstrou isso com suas primeiras decisões", declarou, aludindo ao retorno de Washington ao Acordo de Paris e à Organização Mundial da Saúde (OMS). 

O presidente francês, Emmanuel Macron, saudou o retorno dos Estados Unidos, mas disse que a Europa ainda não avançou para garantir a própria segurança. “Se dependermos demais dos Estados Unidos dentro da Otan, podemos nos colocar na situação de não mais sermos protegidos em nossas fronteiras”, disse ele na reunião de Munique./W.POST e AFP 

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